Filha de Apolo escrita por Ivy Hale


Capítulo 19
Uma carona agitada


Notas iniciais do capítulo

Olá semideuses!!! Não pude postar no domingo porque choveu e a internet aqui em casa estava horrível, mas cá está mais um capítulo, provavelmente o penúltimo da temporada, Aproveitem!



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Entramos no carro de Apolo logo em seguida, Poppy sentou na primeira fila junto com James. Sentei na segunda com Anthony, mas quando Tyson foi entrar percebemos que ele não caberia direito, mesmo o carro sendo agora uma van escolar. Em termo de corpo ele coube, já que estava sozinho no banco, porém ele era muito alto e sua cabeça ficou torta pro lado.

— A viagem vai demorar um pouco. - disse Apolo.

— senhor- disse Poppy. - por favor...

Apolo virou-se pra nos encarar e se deparou com a estranha cena de Tyson com a cabeça espremida no teto.

— Ah... Claro, só um segundo...

Ele pegou a chave e apertou um outro botão que fez abrir um teto solar bem em cima de Tyson.

— Legal! disse Tyson pondo a cabeça pra fora da van. Um teto solar no sol era meio sem sentido. Eu não sabia se ria ou chorava com toda aquela situação.

— A gente está a oeste de Nova York, então... Vamos ter que dar a volta ao mundo pra chegar lá? Isso vai demorar muito? - perguntou Anthony.

— Ahahaha - riu Apolo. - Não seja tolo, é um carro mágico, isso só vai durar duas horas. É quase tão bom quanto o prêmio da loteria não é? Dar a volta ao mundo em apenas duas horas com maior deus de todos... - quando ele disse isso um trovão ribombou ao longe. - Tudo bem, o segundo maior, detesto quando ele faz isso! - em seguida Apolo girou a chave no painel provocando um som agudo e harmônico.

Então a van flutuou sobre o chão e em seguida acelerou, indo em direção a escuridão acima de nós. Não entendi nada, ele ia mesmo subir até bater no teto ou o que? Ficamos assustados. Tyson pôs rapidamente sua cabeça pra dentro.

— Calma aí, está tudo sobre controle. - disse Apolo com a voz tranquila.

Enquanto o carro subia em direção ao teto eu fechei meus olhos e agarrei a mão de Anthony com tanta força que os dedos estalaram. Não era uma das minhas ambições morrer esmagada contra o teto.

Houve um chiado estranho, mas não aconteceu nenhuma batida.

— O que houve? - perguntei, ainda de olhos fechados.

— Pode abrir os olhos - disse Anthony ao meu lado. - Estamos sobrevoando a cidade!

Acreditei em Anthony e abri meus olhos, ainda um pouco assustada, mas achei que Apolo devia saber o que estava fazendo... Eu esperava que sim. Tive a confirmação de que estava tudo bem quando olhei pra baixo pela janela e vi o teto metálico do templo com um grande buraco derretido. O calor do carro havia feito aquilo.

Enquanto voávamos sobre a cidade víamos as nuvens se dispersando, a neve derretendo sobre as casas e o verde das árvores se mostrando novamente.

— Então, me contem o que houve lá, como vocês conseguiram? - perguntou o deus.

— Você não sabe? - perguntou Anthony. - Não é o deus das profecias, que sabe o futuro e tal...

Não havíamos tido oportunidade, no meio de tanta confusão, de contar a Anthony todas as histórias recentes do mundo Greco-romano então ele sabia ainda muito pouco sobre a guerra contra Gaia e os gigantes, ou mesmo a segunda guerra dos Titãs.

— Primeiro, se já aconteceu não é mais futuro. Segundo, eu não tenho mais acesso ao oráculo desde que Gaia ressuscitou aquela maldita cobra fedorenta. - Quando Apolo disse isso lembrei que havia alguma menção da volta da Píton em um dos livros, com eu pude ter esquecido isso?!

— Ah, aquela cobra que estava guardando o carro?

— Com eu vou saber... Peraí, vocês encontraram a Píton!? - disse ele sobressaltado freando o carro rapidamente, que ficou parado no ar como que pendurado por um fio invisível. - Eu procurei por ela desde o fim da guerra contra os gigantes, mas ela sumia antes que eu chegasse, como ela veio parar aqui?

— Haviam túneis subterrâneos no templo, como as entradas do labirinto. Será que era uma parte que sobrou do labirinto? - perguntei tentando achar uma explicação.

— Improvável, o labirinto foi destruído quando Dédalo morreu - disse Poppy.

— Talvez ainda hajam pedaços do labirinto, ele podia se reconstruir e mudar. Talvez ele tenha deixado de depender de Dédalo antes de sua morte. Eu preciso voltar, se ela está aqui, é a minha chance de retomar meu oráculo...

— Nós matamos a píton - falei.

— Quê? Vocês a mataram? Ooh, sim, eu posso sentir. Isso quer dizer... Eu posso restaurar meu oráculo! Isso merece uma comemoração, alguém quer dirigir?

— Não temos idade pra dirigir - respondeu Poppy.

— Ah é, tem essa questão. Mas se vocês quiserem eu posso abrir uma exceção, Claire?

— Não, não, estou bem.

— Tem certeza, ninguém quer? É uma chance única dirigir melhor carro do mundo e...

— Bem, eu tenho certeza.. - respondi, rezando pra ninguém decidir que queria matar a gente naquele dia. Já era muita pressão voar por aí de carona no carro do sol, se eu dirigisse podia ocorrer uma catástrofe.

Pude ver Poppy tapando a boca de James com a mão pra que ele não dissesse que queria dirigir.

Todos disseram que não, graças aos deuses!

— OK, vocês é que sabem... - disse Apolo voltando a acelerar o carro trazendo calor para as próximas cidades.

Após um tempo em silencio Apolo disse.

— Vocês não acham que é melhor eu voltar e explodir aquele templo de uma vez, isso pode evitar problemas futuros. Além de que adoraria incinerar os restos daquela maldita cobra... - Ele disse a ultima frase quase num sussurro.

— Não voar no sentido contrário do sol não é tipo uma lei dos deuses do sol ou sei lá... ? - perguntou Anthony.

— É tem isso, o velho Hélio fez isso uma vez, pobre Hélio, talvez seja melhor eu voltar amanhã...

Poppy não pareceu feliz com a ideia de destruição do templo de sua mãe, mas não se pronunciou.

— Caso pudesse, como você incineraria o templo daqui de dentro? - perguntou James, tive vontade de estrangulá-lo.

— Ah garoto, eu tenho minhas armas secretas, querem ver um show de verdade? - perguntou Apolo, pude ver pelo espelho retrovisor um sorriso meio psicopata no rosto Apolo.

Antes que pudesse evitar de algum jeito, Apolo puxou uma alavanca no painel e o carro começou a fazer alguns barulho metálicos estrondosos enquanto brilhava mais intensamente. Quando o brilho cessou pude ver que toda a neve que a um segundo cobria a cidade abaixo fora derretida de uma vez só, o lago que havia bem no meio da cidade tinha diminuido consideravelmente seu volume, o vapor subia no ar. Quando prestei novamente atenção, vi que o carro do sol, que ainda era uma van, agora estava completamente dourado.

Canos grossos de ouro imperial saiam pelas laterais como se o carro estivesse num modo a jato, como aqueles carros de corrida de desenhos animados. Haviam dois outros canos dourados no capô que parecia enormes bazucas, e eu só podia imaginar que tipo de munição era usada ali, achei que caberiam balas de canhão.

— O que acham? - perguntou Apolo admirando o próprio carro. - instalei esse sistema depois da segunda guerra dos titãs, essas belezinhas são suficientes pra destruírem Tífom com um único tiro se ele por acaso acordar de novo.

— Maneiro!!! - respondeu James, aparentemente ele adorava carros e armas, e a mistura dos dois fazia seus olhos brilhar. - A proposta de dirigir ainda esta de pé...? - perguntou, então me levantei e levei minha mão até o braço de James, lhe dando um beliscão.

— Disse alguma coisa? - perguntou Apolo, que felizmente não tinha escutado a pergunta.

— Não, nada... - respondeu James e depois pude ouvi-lo reclamando pelo beliscão - doeu!

Ignorei o comentário de James e voltei a observar a paisagem. Pude perceber que já estávamos chegando a Nova York, podia ver o oceano atlântico lá embaixo e logo a frente o inicio das praias, estávamos bem perto do acampamento.

Logo em seguida sobrevoávamos Nova York, a praia de Montauk bem lá embaixo com vários pontinhos de pessoas, parecia um grande formigueiro. Lembrei de alguns dias atrás, quando Anthony me pediu pra vir na missão, ele havia conseguido, tínhamos conseguido, talvez isso o aproximasse um pouco dos irmãos. Então percebi que havíamos passado do ponto.

— Pra onde estamos indo? - perguntei. - Já passamos do acampamento!

— Ah, sim, eu esqueci de avisar. Estamos indo ao Olimpo. Vocês tem um encontro com o deus do trovão.

— Tem como me deixar em algum lugar no caminho? Eu acho que é melhor... - disse James, sua voz saiu esganiçada, acho que ele não queria ter um encontro com Zeus, e não o culpo, Zeus tem o péssimo hábito de incinerar semideuses.

— Sinto muito garoto, mas não será possível.

— O que ele quer com a gente? - perguntou Poppy.

— Bem, não tenho certeza, mas... Boa sorte! - disse Apolo, o que me deixou ainda mais preocupada. Se tem uma coisa que eu aprendi naqueles livros foi que se Zeus quer falar com você pessoalmente existem duas possibilidades: ou ele quer que você agradeça por ele te deixar viver ou ele quer te matar.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam do cap? deixem suas impressões nos comentários, e claro acompanhem, favoritem, recomendem a fic, amo vocês!!!



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