Filha de Apolo escrita por Ivy Hale


Capítulo 18
O fim...


Notas iniciais do capítulo

Olá semideuses, capítulo novo em 321...



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Poppy se ajoelhou ao nosso o lado, contendo o sangramento de Anthony com seu casaco. A cobra urrava na outra extremidade da sala.

— Você tem que continuar. - falou ela. - Eu cuido dele.

— Não posso... - respondi entre um soluço e outro.

— Sim, você pode, Apolo não te mandou nessa missão a toa. - respondeu Poppy olhando diretamente em meus olhos.

Eu não havia pensado muito nisso ainda. Havia um motivo pra eu estar ali, pra Apolo ter me escolhido pra essa missão mesmo eu sendo a novata entre tantos de seus filhos. Ele disse que eu conseguiria, ele acreditou em mim, assim como Poppy e Anthony que passaram por tudo isso comigo. Eu não podia desistir, não podia decepciona-los.

Anthony continuava desacordado, eu não queria sair dali, não queria sair de perto dele até vê-lo acordado e sorrindo de novo. Mas eu precisava acabar com aquilo, antes que mais alguém se machucasse.

Ignorei as lágrimas turvando a minha visão, me levantei rapidamente e peguei o arco, me concentrando emtoda raiva que sentia daquele monstro enorme que queria nos matar. Corri pra melhor posição que podia encontrar, em cima de um monte de blocos derrubados da parede e comecei a gritar pra chamar a atenção da Píton.

— Eeeei! Aqui, sua cobra fedida! Olha pra mim!

— Claire, cuidado! - gritaram os outros.

— Aquuiiii! - gritei novamente.

A Píton deu um enorme rugido mostrando seus dentes fedorentos, que provavelmente nunca foram escovados, e atacou na minha direção. Eu já estava com uma flecha preparada. Quando ela vinha chegando perto eu mirei bem no meio da grande cara de cobra e soltei. A flecha a perfurou acima da boca a fazendo urrar novamente. Por incrível que pareça eu havia acertado.

Preparei rapidamente uma segunda flecha e soltei antes que a dor da anterior passasse, esta atravessou o corpo da Píton fazendo-a se contorcer e cambalear pro lado em que eu estava, James e Tyson estavam atrás de mim com suas armas preparadas.

— Corram! - gritei pra eles e corri também pro outro lado.

Eles correram junto comigo e quando a Píton atacou já estávamos fora do seu alcance. Tyson, que estava mais atrás voltou até a Píton e antes que ela agisse golpeou-a com seu bastão, enfiando o completamente ao lado de sua boca. Ela levantou-se urrando levando o bastão de Tyson preso em sua bochecha.

— Mandou bem! - gritou James se dirigindo à Tyson.

A Píton se contorcia no alto, não pra nos atacar mas tentando desesperadamente se livrar do bastão. Era minha chance, rapidamente atirei uma flecha de fogo no meio do seu corpo e antes que ela se chocasse contra a Píton atirei uma nova, o mais rápido que pude, depois uma outra, e outra. Então a Píton se contorceu uma última vez e caiu morta no meio da sala, coberta de buracos e com uma bastão de dois metros preso ao lado de sua cabeça, era uma visão deplorável.

A Píton estava morta. De novo.

Corri de volta a Anthony que continuava desacordado, todos o rodeavam.

— O que foi aquilo? - perguntaram os outros.

Sentei perto de Anthony, colocando sua cabeça no meu colo, não estava mais sangrando. Mas seu coração batia lentamente, quase falhando.

— Você parecia uma máquina de guerra! - disse James. Ignorei o comentário e foquei em Anthony que ainda estava deitado inconsciente.

— Como ele está? - perguntei me ajoelhando ao lado de Poppy.

— Nada bem, eu não sei o que fazer... - respondeu Poppy.

— Você é filha de Apolo, não pode fazer alguma coisa? - comentou James, como se eu pudesse fazer uma mágica pra ele ficar bom, não tínhamos nem mais ambrosia ou néctar! Como eu queria que Will Solace estivesse aqui com a sua caixa de primeiro socorros completa e seus dons de curandeiro.

"Pai..." pensei. "Chegamos até aqui, o carro está depois daquela porta" encarei a porta de onde Poppy e James saíram correndo mais cedo "Só você pode ajuda-lo agora".

— Ajudem-me! - comecei a levantar Anthony, o que foi uma perda de tempo pois ele pesava mais do que eu podia levar.

— O que você tá fazendo? Não podemos mexer nele, pode piorar! - objetou Poppy.

— Vamos atrás do carro! - falei depressa. Minha cabeça a mil tentando achar um jeito de ajudá-lo.

Ninguém mais ousou me contrariar, eu devia estar com uma cara péssima.

Tyson pegou Anthony no colo sozinho.

Comecei a andar em direção ao primeiro portal da esquerda, todos me seguiram. Quando passamos do portal havia uma outra grande sala com dois túneis circulares. Olhei pra Poppy pedindo orientação, ela tomou a dianteira e entrou no segundo túnel.

Poppy e James nos guiaram entre os túneis até que chegamos em uma outra sala. Na verdade era uma oficina.

Na extremidade esquerda sobre uma plataforma e rodeada de ferramentas estava o carro do sol. Eu lembrava que o carro podia mudar de forma, marca, etc. E agora ele era um conversível vermelho com pontos dourados e brilhante cujo não tenho ideia da marca ou do nome porque não sei nada sobre carros. Uma aura quente emanava do carro, uma aura de calor mágica. Encarei o carro ao longe. O objetivo da nossa missão. Estavamos tão perto e não havia mais nada pra impedir. A missão estava completa, Apolo apareceria a qualquer momento agora.

Corri em direção ao carro esperando que algo acontecesse, nas histórias sempre que o perigo acabava e a missão estava cumprida o deus aparecia, normalmente pra ficar com o crédito todo mas isso não importa, eu preciso de Apolo agora! Preciso muito!

O carro estava tão quente que o piso de cerâmica ao seu redor estava escuro e chamuscado. Pedi novamente que Apolo aparecesse agora, e em alguns segundos ele se materializou, sentado no banco do motorista apreciando seu carro com um certo brilho nos olhos.

Ele vestia a usual camisa regata, seu óculos de sol pendurado na gola da camisa, sua pele tinha o mesmo bronzeado perfeito de sempre e o cabelo arrepiado de um jeito bonito.

— Esse momento merece uma haicai - disse Apolo. Aparentemente ele ainda não passou dessa fase.

O sol brilha novamente

Sua luz...

— Pai, por favor, ajude-o! - falei desesperada. No momento nem percebi que havia acabado de cortar sua fala. Algumas lágrimas fugiam dos meus olhos.

Apolo desceu do carro rapidamente e caminhou até onde Tyson segurava Anthony inconsciente e examinou-o com o olhar. Tyson colocou ele deitado no chão a mando de Apolo, que abaixou-se ao lado dele.

Apolo pousou sua mão sobre o ferimento na testa de Anthony e cantou uma música cuja não pude entender pois era em alguma língua antiga que eu não conhecia. Apesar de não entender a letra, a música parecia linda, eu sentia como se fosse cada nota curasse qualquer dor e qualquer ferimento. Ao fim da música Apolo se levantou, sua expressão era neutra.

— Ele acordará em breve. - anunciou ele, o que me fez abraça-lo. Apolo, ou devo dizer, meu pai, retribui o o abraço um pouco desajeitado. Os deuses não costumam se relacionar muito bem com seus filhos.

— Só isso? - ouvi James perguntar a Poppy, descrente.

— Cala a boca! - respondeu ela enquanto admirava a beleza de Apolo. Gostaria que ele parecesse mais velho quando encontro com ele, mas com certeza ele não acataria a isso se eu pedisse. É tão estranho pensar que ele é meu pai quando este parece ter apenas quatro anos a mais que eu.

— Sabia que conseguiria. - falou ele. Acho que ele realmente sabia, pensei, sendo ele o deus das profecias.

— Eu não fiz nada sozinha - respondi.

— Bem, você não fez tudo sozinha, mas foi muito importante nessa missão - continuou. Apolo me soutou e foi cumprimentar os outros e eu me pus ao lado de Anthony esperando-o acordar.

— Você foi muito corajosa, doçura - ouvi Apolo dizer pra Poppy que corou imediatamente.

Segurei a mão de Anthony e senti que ele a apertou um pouco a minha. Ele estava acordando, seus olhos abrindo lentamente.

— O que aconteceu? - ele perguntou enquanto tentava se levantar. Ele levou a mão a cabeça, onde antes havia um grande corte. Então abracei-o, tão forte quanto pude.

— Nós conseguimos - falei. - Completamos a missão!

Ele retribuiu meu abraço, sua mão esquerda segurando minha cintura. Não pude evitar sentir seu perfume, era tão bom. De súbito percebi que o abraço estava demorando demais e todos nos encaravam. Poppy e Apolo sorrindo pra mim.

Me levantei sem jeito, minhas bochechas quase escarlates, ajudei Anthony a se levantar também.

Apolo tirou do bolso a chave do carro e apertou um dos cinco botões. Um Bip agudo fez-se ouvir e o carro brilhou, ofuscando minha visão. Quando pude ver novamente o carro era uma van escolar amarela.

— Alguém quer uma carona? - perguntou ele, já entrando no carro.


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Notas finais do capítulo

O fim da Píton, o fim da missão, Alguém pensou que era o fim do Anthony? E então, gente, o que acharam do capítulo? Favoritem, acompanhem, recomendem e, principalmente, comentem, amo vocês! Até os próximos i̱mítheo̱n (Semideuses)!



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