Better Together escrita por Little Girl


Capítulo 15
Festa e contando a verdade


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, aqui a é Little, sei que não costumo postar muito, sempre deixo essa aparte para a minha amiga, mas hoje resolvi postar porque sou muito legal :D
Obrigada a cada pessoa que comentou o capitulo passado, eu amei todos. ( Quase nunca respondo, me perdoem, mas sempre leio e amo todos)
Pois bem vou para de enrolar.
Boa leitura.



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Pov Austin  

—A próxima vez que você entrar no quarto daquele jeito, te meto a porrada. Entendeu?- Falei e me joguei ao lado de Brad no sofá.  

 Ally já havia ido embora dizendo que precisava da roupa perfeita. Besteira na minha opinião, por mim ela vestia o vestido que havia lhe dado sempre.  

—Oh desculpa. Mas então... estava passando em seu quarto ontem... 

—Nem continua.- falei levantando a mão para que ele parasse. 

—Foi mal. – ele se calou, na verdade tentou, porque logo voltou a falar.- Rolou?  

—O que? 

—Você e a Ally, cara. Rolou?  

—Não vou te contar nada.- rebati.  

—Não? Então não rolou. Ela deu para trás?  

—Não é isso, ela ontem apareceu no quarto vestida de modo provocante, eu amei, acabei forçando a barra.- Passei a mão nos cabelos. 

—Ou seja, ela deu para trás.  

—Não, eu forcei a barra.  

—Você teve esse tipo de problema com Alana?  

—Não, mas Ally não é Alana, nunca será...  

—Austin?- chamou Ally me interrompendo, olhei para a porta e lá estava ela.- Esqueci minha nécessaire.  

—Tudo bem, amor. Vou no meu quarto pegar.  

—Eu posso ir.  

 Nem cheguei a levantar, ela passou correndo pelo sofá e foi para o andar de cima. 

—Acha que ela ouviu? 

—Talvez.- falei pegando a cerveja ainda fechada do Brad, não bebia logo cedo, mas senti que precisava de uma.  

(..)  

Quando entramos no apartamento do Will quase pedi para ir embora. Ali estava cheio de empresários e amigos do meu ex-sogro, sei que de alguma razão vão falar de mim e Alana, minha morena vai acabar irritada, ou pior, magoada.  

 Brad ao meu lado sorriu debochado, ele conhecia bem aquelas pessoas, tinha suportado esse tipo de festa quando ainda tentava conquistar Alana. 

—Cara, boa sorte!- zombou. 

—Conheço todos eles e isso é uma droga, não deveria ter aceitado vim aqui. 

—Bob, você já vinha de qualquer jeito, olha sua garota ali.- falou Brad.  

 Bob sorriu e foi até a loira de cabelos longos que estava sentada conversando com  Alana.  

—Pequena, você tem certeza que quer ficar aqui? Não faço questão de ficar aqui, queria muito ir embora.- resmunguei.  

—De jeito nenhum, olhe só passei o dia me vestido, olhe como estou maravilhosa.- Ally deu uma voltinha. E realmente estava, ela usava um conjunto de saia e cropped vermelhos deixando a barriga a mostra apenas dois dedos e usava um belo decote.  

—Uma delicia.- falou Brad. 

Bati em sua cabeça, foi forte, eu adorei. 

—Segunda mancada do dia, acho que vou quebrar sua cara antes da noite terminar. 

 Ally sorriu e começou a andar em direção a Penny. Brad sorriu e a seguiu. Rolei os olhos e segui os dois.  

—Oi mãe.- Ally abriu um sorriso para Penny.  

—Você está linda!- ela me olhou.- Austin, que bom que veio.- ela me abraçou e olhou para Brad. - E você é...? 

—Brad, não fomos devidamente apresentados no aniversário da Alana. Sou amigo do deles, sou conhecido da família a um tempo. 

—Maravilha.- ela abraçou Brad e depois sorriu.- Aproveitem a festa.  

Pov Brad 

A festa rolava a todo vapor, mesmo que estivesse cheio de velhos , haviam poucos jovens que a animavam. A sala havia sido esvaziada e tinha virado uma pista de dança.  

Uma música antiga da Rihanna enxia o lugar pelos caixas de som enormes instalados. Em um canto pude ver Bob e sua namorada sem sal. No meio da pista Ally rebolava com sua bela combinação de roupa e Austin sorria feito bobo, eu também iria sorri se tivesse Ally ao meu lado.  

 Tomei mais um gole da cerveja em minha mão e voltei a olha para todos ali.  

—Então, se divertindo? 

—Nossa, não chega assim encosto.  

—Calma, você não era assim para mim. - a ruiva fez beicinho e eu quase sorri da cara dela, aquele truque não funcionava mais. 

—Alana, você me deixou te apalpar enquanto ficava com meu melhor amigo. Hoje eu entendo porque você queria descrição.- dei um gole em minha cerveja e olhei para Ally, por ironia do destino ela também me olhou e piscou para mim.  

— Acho que tem alguém querendo dar o troco no amigo.- debochou a ruiva.  

—O que?  

— Você é louquinho pela Ally e quer da o troco no Austin.  

 Dei uma gargalhada seca e forçada. 

—Não pira sua doida, eu não quero a Ally.  

—Quer sim. É engraçado Austin ter novamente o que você quer.  

—Eu não quero ela.- falei já ficando nervoso.  

—Pode não perceber, mas vejo que você queria está no lugar dele agora, olha só como ele a beija.- olhei para eles. Ele fazia carinho em sua bochecha, enquanto ela o abraçava com seu corpo pequeno.- viu só!?  

Ela gargalhou e seu afastou. Meu coração bateu mais forte, eu estava com medo. Medo de Alana está falando a verdade. Eu não paro de pensar na morena dos olhos redondos.  

 Tomei mais um gole da minha cerveja e me virei para ver Manhattan através da varanda do apartamento.  

—Buh. – olhei para o lado e vi Ally.- te assustei, não foi?  

—Jamais princesa.- corei e tossi para disfarçar.- Então Allyzinha, onde está o Austin?  

—O convenci a me dá uma margarita.- falou sorrindo largo.- Não está tomando?  

—Não, não hoje. Acho que vou embora, não tenho nada para fazer aqui.  

—Deixa de besteira, tem uma menina da escola que não para de olhar para você aqui sozinho. Deveria ir falar com ela.  

—Você acha?  

—Tenho certeza. – falou sorrindo e as palavras de Alana voaram em minha mente, não é possível que está acontecendo de novo.  

—Aqui está sua margarita, amor, aproveita que só terá isso.- Austin não estava bebendo hoje, estava dirigindo. 

—Acho que vou lá falar com ela.  

—Faz bem.- falou a morena sorrindo. 

—Sem chance, aquela garota não presta deu em cima de mim quando fui pegar sua bebida.- falou Austin e depois deu um gole em seu suco.  

—Como é? Essa biscate sabe que namoramos e mesmo assim ainda foi dar em cima de você?- berrou Ally irritada. – Já volto, tenho que estragar um nariz.  

 Ally saiu pisando fundo, Austin fechou os olhos provavelmente arrependido do que disse.  

—É, acho que enfim vamos para casa.  

 Sorri e fui atrás deles. A morena estava irritada enquanto caminhava em direção a vítima. 

—Escuta aqui sua biscate de quinta, tenha vergonha na sua cara de piranha. Você passou a merda da festa inteira olhando para o Brad e no fim você dá em cima do Austin. Rá, logo o meu namorado. 

 A garota observava Ally assustada, provavelmente havia visto ela brigar com Alana.  

—Amor, vamos embora.- pediu Austin segurando no braço da morena. 

—De jeito nenhum. Ela tem que pedir desculpa antes.- berrou Ally batendo o pé, como uma menina birrenta.  

—Eu não vou pedir desculpa. Quem deixou o namorado sozinho foi você.- ralhou a estranha.  

—Você é muito cara de pau garota.- rebateu Ally e logo depois acertou o tapa no rosto da garota, espantando a todos.- Pede, desculpa. 

—Ally, você está descontrolada.- falou Austin, segurando a namorada pelo braço.  

—Allyzinha, você precisa ter calma.- falei pela primeira vez.  

—Não, eu não vou ter calma com esse ser insignificante que não sabe o lugar dela.- Gritou Ally se debatendo.  

—Ally!- gritou Penny tirando a filha da confusão.- Austin, traga ela até o andar de cima. Agora!- gritou irritada.  

Pov Ally  

 -O que você tem na cabeça, Ally? Você não era assim.- berrou minha mãe.  

—Você me fez ser assim, você me abandonou.- rebati irritada.  

—Ally, amor, por favor tem calma.- pediu Austin alisando meu braço.  

 Penny olhou para mim com desgosto, parecia que olhava para um mostro vestindo roupa vermelha. Vi Alana entrar com seu pai. Ela tinha um sorriso no rosto. Idiota! 

—Vão embora, vocês não tem nada para fazer aqui.- pedi ainda mais irritada que antes.  

—Você está em minha casa.- falou Will sendo duro, como meu pai.  

—Não fale comigo assim, você não é o meu pai.- Alana deu um sorrisinho vitorioso.- Do que você está rindo?- Perguntei andando em direção a ela.  

—De nada, você está ficando louca. 

—Vou te mostrar quem é a louca.- eu iria socar a cara dela, ou ao menos a deixar tão marcada quando a ultima vez que a bati.  

—Ally!- gritou Austin e minha mãe junto.  

—Controle-se garota. Deixe de ser tão problemática. Alana não fez nada.- falou minha mãe.  

—Como não? Ela sorriu para mim, uma droga de sorrisinho vitorioso.- minha mãe não acreditava em mim, precisava de uma defesa.- Austin? Você viu, não viu?- olhei para Austin e a lágrima escorreu sem permissão, ele também não acreditava em mim.- Austin você... Quer saber? Eu vou embora. Fiquem ai com o anjo Alana. 

—Ally espera.- Austin segurou meu braço mais eu puxei com força. 

—Não me toque. 

 Passei por Alana, meu rosto estava cobertos de lágrimas, ela sorriu para mim novamente, dessa vez Austin viu. 

—Alana, pare!- exigiu Austin perdendo o controle, mas eu não queria ficar ali, ele também havia ficado ao lado dela.  

 Desci a escada do apartamento chorando, irritada e magoada. Olhei para o fim da escada e lá estava Brad, sorrindo fraco com as mãos no bolso da calça. 

—Vejo que o Austin não veio, foi tão ruim assim? 

—Por favor, me leva embora – falei o abraçando.  

(...) 

Brad dirigia meu carro e o único som que quebrava o silêncio era meu choro controlado.  Havia desligado meu celular assim que entrei.   

— Allyzinha...   

— Não. Por favor, Brad.  Você não.   

— Ok, eu não vou tocar no assunto.  Mas pra onde quer ir?  Eu preciso saber.   

— Eu não sei.  Não quero ir para casa e considerando o fato que está morando com o Austin,  então para lá também não.  Eu só preciso... Que tal um bar?  Me leva para beber, Brad.   

— Ally?! O Austin não gosta dessa ideia.  Ele me mataria se...   

— Eu não quero saber o que o  Austin acha,  Brad.  Ele preferiu a Alana ao invés de mim. – senti minha voz começar trêmula novamente.   

— Allyzinha,  não é verdade.  Ele ama você.    

— Todos preferem.  Minha mãe, meu namorado,  até você.    

— Ei, não chora.  – ele olha um instante para mim,  segura minha mão e volta a olhar para o trânsito.   

— Não vou chorar.  – falo convincente,  tentando ao menos.  Não queria realmente.  Segurava as lágrimas que queriam voltar a cair ao máximo. — Eu só não acredito que o Austin não acreditou em mim. De novo,  ele não acreditou em mim. Não era assim que eu planejava terminar a noite.    

— Se serve de consolo,  a Alana não chega aos seus pés,  Allyzinha. – paramos no sinal fechado.   

— Não precisa menti para me agradar,  Brad.  Eu sei que gostava da Alana.   

— Nem lembro mais.  Ela para mim agora é só um encosto.  E eu falo muito sério,  olha só a gata que está aqui do meu lado?  Ally,  você está fabulosa.   

Sorrio.  Brad sabia me alegrar. E estava sendo sincero.   

— Então eu mereço um margarita ? – inclino minha cabeça para o lado,  aconchegando-me melhor no banco.   

— Uma só,  não,  gata.  Várias.  Próxima parada melhor balada da sua vida.   

(...)  

Já não sabia que horas eram. Perdi a noção do tempo no terceiro copo de margarita, uma das diversas bebidas da noite.   

— Promete que a gente volta de novo amanhã? Aquela bebida colorida era divina.   

— Allyzinha,  eu prometo te levar para casa.  Você está morta de sono.  Vem cá.  – apoio no seu abraço,  enquanto Brad abria a porta do carro para mim e me guiava até  portaria do prédio.   

— Eu me sair bem, não me sair?  Nem vomitei dessa vez e consigo andar sozinha. – sorrio quase ao tropeçar — Ou quase isso.   

— Eu posso saber onde vocês estavam?    

— E lá vem o chato. Não responde, Brad, Austin pensa que é meu dono.  

— Allyzinha,  não exagera. Ela está bem, cara. Eu cuidei para que ela não fizesse besteira.   

— Eu tô vendo como cuidou.  Ela bebeu. Tio Lester já estava quase chamando a polícia,  seu irresponsável.   

— Polícia?  Por que papai estava chamando a polícia?  Eu não fiz nada de errado, sou inocente.  Eu juro. Ou será que fiz?  Não lembro. Eu fiz,  Brad?    

Seguro mais no seu braço,  rindo.   

— Quanto de bebida deu para ela ? Ally, vem cá,  meu amor.   

— Sai. Não briga com ele. O Brad me levou para dançar.  A gente bebeu, dançou,  bebeu mais um pouco,  dançou.  Bebeu. Tinha até uma que parecia um arco íris enooorme. E sabe o quê mais ? Ele acha que sou linda, não acha,  Brad?  Como foi que você disse?  Muito melhor que a Alana. E ele acredita em mim,  Austin. Você não acredita.   

— Ally, não faz assim. Mais tarde quando acordar, nós conversamos, mas deixa agora eu cuidar de você.  Eu vou te levar para casa.   

— Não,  eu quero o Brad.  Ele é legal, você é um chato. – cruzo os braços.   

— Allyzinha,  escuta.  Eu te vejo amanhã,  mas você precisa dormir. Sobe com o Austin de elevador que eu subo depois.   

— Não,  o Austin sobe de elevador e eu vou com você de escada.  Não moro na cobertura,  só no terceiro andar.   

Uns segundos se passam e minha mente começou a ficar cansada, encosto minha cabeça no peito de Brad. O sono estava ganhando.   

— Vem, Allyzinha. – volto um pouco a órbita e saio do meu sono tão convidativo.    

— A gente vai de escada até lá em cima?   

— Não, gatinha. – escuto Brad me ajeitar melhor nos seus braços enquanto voltarmos a andar.   

— Você sabe voar?  Eu sempre quis voar, me ensina. Por favor!  Por favor!   

Depois disso,  minha visão apagou em minutos. Tudo escuro.   

(...)  

Acordei clamando por uma aspirina.  Não tinha ideia de como havia chegado no quarto ontem. Mas a mesma roupa vermelha da noite anterior não me deixou esquecer de tudo. Estava no sofá já de banho tomado. A água fria faz milagres.  A sensação imediata já surtia efeito e dos comprimidos também.   

A campainha toca e vou abrir a porta.  Já se passava do meio dia e usava um vestido de malha cinza com preto. A manga direita caía sob o ombro.   

— Se veio me dar bronca,  meu pai acabou de sair daqui. Sem sair nos fins de semana por um mês.   

Me viro e Austin fecha a porta.   

— Não sabe o susto que me deu,  pequena. Não devia ter saído com o Brad daquele jeito.   

— Claro!  Eu devia ter ficado no covil da cobra com ninguém acreditando em mim.   

— Ally, eu posso ter exagerado,  eu sei.  Mas a Alana é sua...   

— Se você disser que ela é minha irmã por consideração,  postiça ou sei lá o quê,  pode sair agora.   

— Eu não disse isso.  Alana errou,  mas você também.  Alana é enteada da tia Penny,  Ally.  Vocês duas vão ter que aprender a se dar bem.  Fingir pelo menos.   

— Vocês tiveram muito tempo para chegar nessa conclusão quando eu sair,  não foi?  A sessão revival rolou antes ou depois de tirarem a foto da família perfeita?   

— Ally...   

Levanto e me Afasto dele.   

— Não,  Austin . De novo,  você escolheu seu anjo querido.  Você queria saber por que eu fiquei com tanta mágoa da minha mãe , por que eu mudei,  por que eu agi daquele jeito ontem à noite? Ok.  Porque a culpa é toda dela e do Sr.  Will perfeito.   

— O que está falando?    

— Mamãe não se separou do papai,  porque o casamento se desgastou com o tempo,  Austin.  O divórcio  dos meus pais aconteceu , por culpa da minha mãe.  No momento que ela resolveu ter um caso com o pai da Alana sem aviso prévio! A mulher que me abandonou e não me escolheu decidi mais uma vez tomar as decisões sozinhas e retornar com sua nova família feliz.   

Flashback on.   

Três anos atrás...   

Era uma manhã de domingo.  Não tinha conseguido dormir direito.  Meu melhor amigo estava longe, sair cedo de casa para caminhar pelo Central Park, o local só me encheria de lembranças,  mas era meu jeito de ficar perto dele.  Andava para nossa árvore de costume quando uma cena me para de imediato  antes disso. Meu pesadelo real.   

— Mamãe?  - ela beijava outro homem.   

— Ally...   

— Oi, mocinha.  Mas que menina encantadora,  lembra muito você,  Penny.   

— Mãe, diz para mim que não é verdade .  

— Querida,  eu vou te explicar.  Vamos sair daqui.   

— Por que não saímos todos para um café?  Seria um prazer ter uma convidada de honra tão linda. Você parece ter a idade da minha filha. Quando for morar conosco...   

— O quê? Vocês vão se...   

Não termino a frase,  pois saio em disparada.  Não.  Não. Não podia ser.   

— Ally,  espera!  - sou parada por minha mãe.   

— Quando pretendia me contar?  Quando estivesse instalada na sua nova casa mandaria um cartão postal?   

— Seu pai e eu achamos melhor esperar a viagem do Austin,  você sofreria menos. A perda do seu melhor amigo já estava sendo difícil para você,  meu amor.    

— Vocês já iam se separar?  Quando decidiram isso?  - já estava chorando sem perceber — Vocês pareciam tão bem.  Eram felizes.  Éramos felizes.   

— E ainda somos,  meu amor.  Mas cada um de um lado.    

— Foi alguma coisa que eu fiz? Essa filha do Will é mais bonita do que eu?    

— Nem em um milhão de anos.  Minha garotinha vem sempre em primeiro.  A  separação não é sua culpa, Ally.   

— Qual foi a reação do papai quando soube do Will,  ele... – o olhar dela para o lado não mentia — Ele não sabe.  – concluo — Como é que conseguiu ser tão cínica?  Por um minuto me deixei enganar.  Você nem ao menos contou para ele!  Por quanto tempo vem escondendo essa sua traição?  Um ano?  Dois?  Cinco?  Desde que eu nasci?   - a ardência no meu rosto foi rápida.  O  tapa foi forte, mas a surpresa em recebê-lo só o fez ficar pior.    

— Filha,  me desculpa, eu me descontrolei. Você só está nervosa.  Eu entendo.   

— Eu te odeio!   Ouviu?  Eu te odeio! Eu não vou te perdoar pelo que está fazendo comigo. Nunca. Você me abandonou. Nos abandonou.   

— Ally,  você está sendo injusta.  Você vai gostar do meu novo trabalho, a casa nova.  Você vai ter um quarto com vista como sempre quis.  Outro colégio,  novos ares .   

 — Você já planejou tudo direitinho,  não é?  Teve tempo para isso  e sem me contar. Mas adivinha?  Eu não quero. Não precisa contar para o meu pai,  ele não merece.  Mas eu não vou junto com você.  Eu não vou atrapalhar sua nova vida com família incluída e  tudo.  Eu só espero que seja muito longe daqui.   

Flashback off.   

— Dois dias depois ela viajou. Ela ficou em um hotel desde aquele dia. Eu não me despedi.  No fundo,  eu achava que minha mãe ia desistir de última hora,  sabe?  Que ela me escolheria.   

— Ally,  pequena,  eu não imaginava.    

— Eu só queria que eu fosse a  escolha de alguém.  Não é justo,  a Alana ter tudo.   

— Shhh.  A Alana nunca vai ter a mim,  pequena . Vem cá.  Me desculpa.  – recebo o abraço de bom grado.  Não controlava as lágrimas e sabia que meu rosto estava inundado. — Sempre foi você,  Ally.   

— Eu te amo,  Aus.  Muito.  Desculpa não ter te contado antes, mas não conseguia.  Só não me abandona.  Por favor.   

— Eu já disse que isso não vai acontecer.  Só para de chorar,  meu amor... Ou melhor,  chora.  Chora tudo que tem que chorar.  Eu tô aqui.  Sempre.   

— Eu odeio brigar com você.    

— Eu também, princesa.   

Saio do abraço.   

— Pelo menos agora,  eu não vou mais precisar esconder.  Já foi difícil reencontrar minha mãe naquela noite do aniversário da Alana e fingir que estava tudo bem quando não está tudo bem.   

— A Piper...   

— Sabia.  Era a única que sempre soube.  Eu a fiz jurar nunca contaria a alguém até que eu estivesse preparada.  Acredite ou não foi assim que ficamos próximas. Amigas.   

— Surpreendente.  

— Mas agora deixa de lamentação, não quero mais chorar.- enxugando as lágrimas — Eu não aguento mais chorar e ela não merece minha tristeza. – dou um sorriso fraco — Vamos mudar de assunto, por favor.  

— Pequena...  

— Shhh. Mudar de assunto, por favor. Eu já falei tudo que tinha pra falar.  

— Ok. Como foi sua noite de curtição com o Brad? Dançaram muito?  

Sorrio pela sua pergunta ciumenta.  

— Bobo! Dançamos sim, mas nenhuma música lenta.   

— Tem certeza?    

— Uhum.  Não era com ele que eu queria dançar juntinho – subo no seu colo — Nem apertadinho.  – falo sobre seus lábios e Austin me beija.  Era urgente e necessitado.  

— Corre o risco do seu pai voltar e verificar seu castigo?    

— Temos três horas antes que isso ocorra.   

— Acho que é tempo suficiente para matar minha saudade e me energizar de você caso não te veja mais hoje.  – sorri e volta a me beijar. Aproveitávamos nosso momento.  


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Notas finais do capítulo

Divisão: Eu, Little, escrevi do começo até a parte que Ally abraça Brad no fim da escada.
A Sweet escreveu a parte que eles estão no carro até o fim.
Beijinhos a todos :*



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