O Diabo pede Passagem escrita por SaturnBoy


Capítulo 13
Decimo terceiro contato — Liberdade




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"Como esta se sentindo hoje?" A psiquiatra perguntou.

Presa por uma camisa de força, sentindo seus braços comprimirem o seu pulmão ela tenta responder da melhor maneira possível "estou bem". Sua voz é sem emoção e flácida.

"Algum outro pesadelo com o incidente?"

Essa é a maneira que eles querem chamar – incidente – o termo médico para não falarem tragédia ou surto psicótico. "Sim, sempre o mesmo pesadelo... Meus pais mortos na minha frente" ela respondeu enquanto olhava para o chão.

"Você precisa falar sobre aquela noite, os medicamentos não irão ajudar se você não estiver disposta a falar" a medica insistia no assunto.

"VOCÊ NÃO SABE COMO FOI! VOCÊ NÃO ESTAVA LÁ! VOCÊ NÃO FAZ IDÉIA DAS COISAS QUE ELE ME FEZ FAZER, DAS COISAS QUE ELE ME FEZ VER!" ela gritava olhando para médica, seus olhos antes secos, agora se encontravam marejados pelas lembranças do passado.

"Sim... É verdade eu não sei o que exatamente houve." A médica respirou fundo e continuo "Ele quem? Você afirma que um demônio possuiu o seu corpo... Mas é nítido que você teve um surto psicótico, normalmente atribuído a pessoas que possuem esquizofrenia".

"Não foi um surto... Não foi" a menina voltará para o seu estado sem emoções, deixando apenas que o sussurro de suas palavras pairasse no ar.

 

Horas mais tarde

 

Eu estava deitada em minha cama, tentando esquecer aquelas malditas lembranças que voltavam todos os dias para me assombrar, deixava-me sem esperanças para continuar a viver. Chorei como uma criança e a noite lá fora caia de forma graciosa, com uma dama deixando o seu véu negro sobre o céu, cobrindo todas as estrelas. Peguei no sono e dormi sob as minhas lágrimas de tristeza e solidão.

"Eles tentaram me afastar de você, sua desgraçada... Você gostava daquilo, não gostava? Eu sei que gostava... Você reclamava no começo, mas depois passou a gostar, não foi cachorrinha?"

Eu acordei desesperada e assustada com aquela voz. Na minha frente estava àquela figura negra, estava maior e pingava algo que parecia ser sangue, mas era negro e gosmento. Sabendo que gritar seria inútil, tentei entender o que estava acontecendo.

"Você não havia..."


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