O Diabo pede Passagem escrita por SaturnBoy


Capítulo 12
Decimo segundo contato — Ascensão


Notas iniciais do capítulo

Tive que reduzir alguns detalhes e fazer alguns cortes por que se não iria fugir de mais da classificação...



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"Me ajuda..."

A mãe da garota completamente desamparada estava segurando as mãos da garota quando ela proferiu e m um sussurro alto o suficiente para que ela pudesse ouvir o que sua preciosa filha tentava dizer todo aquele tempo que passará trancafiada no quarto. 

"Alguém me ajude, a minha filha acabou de falar comigo... Ela precisa da nossa ajuda! Meu anjo, me diga o que você precisa, diga a sua mãe... O que está precisando?" A mãe tentava de todas as formas ajudar a filha indefesa. 

O silêncio tomava conta do quarto novamente. 

 

horas mais tarde

Um padre especialista em exorcismo foi chamado como ultimo recurso da família descrente com a medicina tradicional. Após dez doutores passarem pela casa e alegar que já não havia mais anda que pudesse ser feito. "Ela esta em estado catatônico""Ela esta em coma""Seu cérebro esta morto""Talvez seja demência""Ela tem históricos de esquizofrenia?"

O que foi mais aceito dentre todos os Doutores foi que ela possuía um nível avançado de esquizofrenia e isso fazia com que ela tivesse os surtos psicóticos de uma hora para outra. Arranhar a porta, arranhar o próprio corpo, tentar bater em todos, ter uma força sobre-humana, voz alterada, tudo isso seria sintomas desses surtos. 

O padre então, começou o seu trabalho com uma oração inicial para a proteção da menina que estava paralisada em sua cama olhando para cima"Ave maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres..."  

"padre... padre... padre... O que você acha que esta fazendo?" Todos pararam observando a  garota que agora estava olhando para todos dentro do quarto, sua voz grossa e gutural gargalhava em deboche para as palavras proferidas pelo padre. 

"REVELE-ME QUEM É VOCÊ, DEMÔNIO?" o padre falava enquanto ateava água benta na garota que gargalhava enlouquecidamente. 

"Quis sum? Quis sum? Pater stulti, plures habere respectu pro suis senioribus!" a menina falou olhando para o padre. "sit nomen meum, Azazel" 

A língua falada deixou todos surpresos. Mas o padre não se deixaria abalar por aquelas palavras em latim "DEIXE O CORPO DESSA MENINA!" 

"Ela é minha, não vou deixa-lá sair" o demônio rebatia. 

"Deus levanta-se; Os seus inimigos são derrotados e os que o odeiam, fogem ante Ele...."  o padre começou a falar outra oração que começou a perturbar o demônio que estava utilizando do corpo da jovem para se auto mutilar.

"Seu padre de merda... Isso dói! prohibere eum! prohibere eum! prohibere eum!"  O demônio gritava com uma voz ensurdecedora. Objetos das estantes começaram a ser arremessados contra as pessoas, as vidraças do quarto começaram a trincar. 

"SEGUREM ELA!" o padre gritou para os pais da garota. 

A mãe segurou os braços da garota na cama e o pai as pernas, apesar da força sobre humana que a filha apresentava eles continuavam a oração Ave Maria em forma de mantra para obter força o suficiente para segura-lá. 

"Como o fumo é expulsado, eles são expulsados; como a cera se derrete ante o fogo, também os malvados perecem com a presença de Deus."  o padre continuou a oração sabendo que estava tendo efeito desejado. O demônio iria ceder. 

"Mãe, me ajuda... Esse homem está me machucando. Pai, socorro! Ele esta me machucando. Ele me disse que iria me estuprar quando eu tiver desacordada" A voz da menina saiu doce e gentil assim como antes, o  brilho voltou para os seus olhos. Porém, seus pais mesmo chorando e querendo amparar sua filha que pedia ajuda, foram instruídos antes a não ouvirem o que ela poderia dizer, então viraram o rosto e continuaram segurando firme. 

A luz do quarto começou a piscar.

Por um momento o quarto ficou sem luz e o padre de olhos fechados continuou a sua oração acreditando que aquilo era mais um truque do Diabo para que ele pudesse ceder "Das ciladas do demônio, liberta-nos, oh , Senhor..." . 

O quarto voltou a iluminar e a menina estava em pé do lado da mãe, os olhos negros olhavam para senhora que estava com as mãos na cama vazia "Olá, mamãe! Você deveria ter me ajudado... Eu pedi para me ajudar... Por que não me ajudou, mamãe? POR QUE NÃO ME AJUDOU MAMÃE? PORQUE? PORQUE? PORQUE? PORQUE?" A voz foi metamorfoseando de uma voz doce a uma voz gutural e amedrontadora. Em um movimento rápido, a garganta da mãe foi cortada, espirrando sangue na garota, na parede do quarto e no chão. 

"SEGURE ELA!" o padre horrorizado com a cena falou para o pai da garota que estava imóvel. 

Tudo voltou a ficar escuro dentro do quarto e podia-se ouvir a voz do padre "CADÊ ELA? VOCÊ ESTÁ VENDO ELA? NÃO DEIXE ELA SAIR!" 

O quarto se iluminou e o demônio estava de frente para o padre "Você achou mesmo que um padre bosta como você poderia fazer algo CONTRA MIM? ACHOU MESMO? UM PADRE CORRUPTO ESTUPRADOR DE CRIANÇAS TERIA FORÇAS O SUFICIENTE PARA IR CONTRA MIM? ISSO É UMA PIADA?" Ela levantou uma das mãos com o punho fechado e apertou com todas as forças até sangrar. Olhava fixamente para o padre que começará a gritar de dor. O padre caiu no chão com as duas pernas quebradas ainda gritando de dor. 

A luz do quarto voltou a normal. 

"Papai... Papai... Eu gritei por ajuda, por que não me ajudou? Por que teve que fazer como a mamãe e ME IGNORAR?" Ela caminhava em direção ao pai, gargalhando com duas vozes diferentes. 

"Filha... Eu sei que você está ai dentro. O papai te ama tanto, filha. Que Deu te proteja, por que eu sei que você está ai dentro"

O demônio avançava rápido de mais, colocou uma mão no maxilar do pai e outra na cabeça e fez força para que a boca começasse a abrir até quebrar o osso do maxilar. O pai sabendo que não iria aguentar tempo o suficiente, pegou a sua corrente com o crucifixo e passou em volta do pescoço do corpo de sua filha, para que de alguma forma pudesse protege-lá de tudo. 

O barulho da maxilar quebrando tomou conta do quarto abafando os gritos do padre que ainda estava no chão se arrastando para porta com as suas pernas quebradas. 

O corpo do pai cai no chão e a menina continua ali parada, olhando para o corpo imóvel a sua frente. O corpo da menina desaba no chão gritando, começou como uma voz gutural alta o suficiente para explodir as vidraças do quarto que já estavam rachadas, a voz mudou para a da garota e subitamente ela desmaiou e tudo ficou negro a sua frente. 

 

"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!".   


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