Prezado Sr. Pai, Eu te odeio! escrita por May Winsleston


Capítulo 18
Lágrimas, despedidas e atos de coragem


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Calma, não me apedrejem, por favor! Eu desapareci por meses, eu sei, e isso foi extremamente errado, por.isso peço minhas sinceras desculpas, e por favor, não desistam de mim e nem desta história. Eu não vou alongar muito aqui, então desejo uma boa leitura!



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— ALICE! – berrou, me despertando do meu transe.

— Quê? Oi! O que foi? – perguntei, esfregando minha orelha dolorida pelo grito de minha estagiária – Por que tá gritando?

— Porque você não estava escutando. – bufou com uma cara irritada – Sério, eu achei que te chamei umas cinco vezes antes de partir pra agressão sonora. No que estava pensando?

— No que eu estava pensando? – Bem, eu com certeza não estava pensando na noite anterior. E nem no Mauricio. E muito menos como os braços dele… Ah! Acorda, Alice!— Han… eu estava pensando em como você ficaria se raspasse a cabeça! Sabe, seu rosto é bem definido e…

— Eu não vou nem comentar o quão maluca você consegue ser às vezes. – me interrompeu – Mas enfim, eu queria saber se você não tem achado a Emma um pouco estranha ultimamente?

— Estranha? – duvidei – Porque acha isso?

— Bem, eu não sei se devia te falar isso, mas eu só estou compartilhando porque fiquei realmente preocupada. – assenti, um sinal para que ela prosseguisse. Minha estagiaria soltou um leve suspiro e se inclinou na minha direção, como se fosse me contar um grande segredo – Na sexta, perto da hora do lanche das crianças, eu fui ao sanitário lá de cima, porque eu não estava me sentindo lá muito bem e se fosse pra ser rainha que fosse escondi...

— Você pode pular essa parte, Di. – interrompi, antes que começássemos uma conversa muito estranha e nojenta.

— Tá, desculpa. – riu, sem graça – Voltando, quando eu ia saindo do banheiro ouvi um barulho estranho, no começo pensei que era um rato, daí peguei a vassoura e já estava pronta para atacar, mas quando empurrei a porta da última cabine dei de cara com a Emma, ela estava aos prantos.

— A Emma estava chorando? – Diana apenas confirmou. Aquilo realmente era algo incomum. – Tem certeza que era ela?

— Absoluta. Por isso que eu não sabia se falava ou não contigo, ela me pediu segredo, mas eu acho que tem algo ruim acontecendo e ninguém deve sofrer assim sozinho. – o som do sinal nos fez levantar, já era hora de ir.

— Obrigada por me contar, Di, vou sondar a Emma para ver se eu descubro algo. – disse, enquanto nos dirigíamos a saída da escola. – Vocês vão juntas hoje?

— Não. Ela disse que tinha compromisso, então não ia pra casa direto hoje. – assenti – Ah, Alice, por favor, não conta pra ela que eu te falei, eu tenho um pouco de medo da Emma. – rimos.

— Sem problemas, sei o quão assustadora a ruivinha pode ser, fique tranquila. – acalmei, me despedindo por fim da minha companheira de trabalho. – Até amanhã.

— Até!

Caminhei a passos lentos até a BMW azul que me esperava não muito longe dali. O que poderia estar ocorrendo com a Emma? Era a única coisa em minha cabeça agora. Nós crescemos juntas, então eu a conheço desde sempre, e uma coisa que a Emma não fazia era chorar escondido. Bem, que eu lembre ela só fez isso duas vezes, a primeira quando éramos bem pequenas e ela descobriu que o Roger não tinha virado uma tartaruga mutante, como sua mãe havia nos dito quando o bichinho desapareceu, mas apenas tinha sido confundida com outra coisa quando caiu na privada e acabou sendo sugada, quer dizer, seria, se ela não tivesse ficado entalada ali. E a segunda foi quando seus pais se separaram, quando ainda tínhamos onze anos.

— Boa tarde, Henrique. – falei assim que abri a porta do automóvel e sentei na parte traseira ao lado de um Nicolas já adormecido.

— É uma boa tarde, mas não é o Henrique. – riu, me surpreendendo - Por que não vem pra aqui pra frente? – convidou.

— Ah! Oi, amor. – disse, saindo do carro e entrando novamente, só que dessa vez no banco do carona.

— Esperava mais felicidade nessa sentença. – continuou, me lançando um olhar preocupado – Tá tudo bem?

— Desculpa. – pedi, alisando a parte de trás de seus cabelos, extremamente arrumados combinando com o traje social que usava – Eu só estou um pouco preocupada. – expliquei, observando o Mauricio trocar o câmbio e sentir, finalmente, o carro se mover.

— Algum problema com o Nicolas ou com alguma de suas crianças?

— Não é isso, o Nicolas está ótimo, ele tem avançado muito inclusive, é só que... – soltei um leve suspiro, como explicar algo que eu nem mesmo sabia? – Mau, – chamei, me virando para ele de forma que pudesse encará-lo, ele apenas me olhou de canto alternando sua atenção com a pista à frente – Pode me deixar na casa da Emma?

— Tá. É perto do seu antigo apartamento, não é? – assenti, enquanto ele dava seta e mudava a rota. Como já estávamos no centro da cidade, o trajeto para Trindade, bairro que morávamos, foi extremamente rápido, ainda assim, durante o caminho pude fazer algumas solicitações para o Mauricio, como lembrar de fazer as atividades com o Nicolas ou não ficarem até tarde jogando videogame ou assistindo TV, coisa que começou a ser corriqueira para os dois à medida que descobriam o quão parecidos eram com relação aos seus gostos. – Eu já entendi que é pra gente dormir cedo, mas porque está me falando tudo isso? Você volta ainda hoje, né? – perguntou, enquanto eu saía do carro, a feição um pouco mais tensa que o normal – Eu posso vir te buscar qualquer horário. Sério! – ri.

— Mau, vou ser sincera com você. Talvez eu volte para casa hoje, mas eu sinto que minha amiga precisa de mim agora. Eu não sei o que está acontecendo, mas a Emma é uma das mulheres mais fortes que eu já conheci e para ela estar tão abalada assim, algo deve estar fora do lugar e minha tarefa como amiga e irmã é ajudar ela a ajeitar essa bagunça. – dei a volta no carro e me apoiei na janela do motorista, aproximando meu rosto do dele. – Cuida bem do nosso filho, tá? – ele assentiu.

— E quem vai cuidar de mim? – sua frase veio acompanhada de um bico, não consegui disfarçar o riso, às vezes o Mauricio parecia mais criança que o próprio Nick.

— Desde que você não chame nenhuma babá. – rimos – Se cuida, tá? – pedi, me aproximando e selando nossos lábios rapidamente – Qualquer problema, me liga. – ele assentiu, se despediu e avançou com o carro.

O prédio da Emma não podia ser considerado grande, era um local “modesto, aconchegante e pacifico” segundo ela, e era realmente assim. A maioria dos moradores eram famílias ou idosos, portanto não existia muito barulho no play ou nos corredores. Os funcionários eram gentis e prestativos e os apartamentos, apesar de pequenos, eram bem divididos e ventilados, ela tinha feito uma ótima escolha, tão boa que nenhum dos moradores queria sair e, consequentemente, não haviam mais vagas aqui.

— Boa tarde, seu João. – cumprimentei o porteiro.

— Dona Alice! Quanto tempo. – respondeu simpático, abaixando os óculos de leitura e encontrando meus olhos.

— É a correria do trabalho. – ele apenas assentiu, me fazendo prosseguir – Sabe dizer se a Emma está aí?

— A dona Emma tem saído muito ultimamente, mas sua chave ainda está aqui. Um momento. – pediu, recolocando os óculos e fuçando uma de suas gavetas, tirando de lá um pequeno objeto brilhante.

— Eu nem me lembrava mais da existência dela. – ri, pegando o chaveiro de sua mão. Eu já disse que tenho uma péssima memória?

— Se lembra onde fica o apartamento? – brincou, rindo.

— Lembro, seu João. Obrigada. – me despedi, indo em direção ao elevador e subindo para o segundo andar. Tudo parecia igual, exceto pela leve bagunça. A Emma era extremamente organizada e assídua, quando moramos no mesmo dormitório, na época da faculdade, cheguei a pensar que ela tinha algum tipo de TOC, mas era apenas algo que ela gostava de fazer. O que está acontecendo com você, amiga?

— Bem, vamos arrumar isso! – peguei uma das roupas da Emma e troquei minha farda. A faxina foi rápida, era apenas poeira e alguns pratos sujos. A geladeira estava vazia, quer dizer, não tinha comida na casa, com exceção de alguns biscoitinhos e café, portanto, passei no mercado ao lado do prédio e comprei o necessário para abastecer a casa por pelo menos uma semana. Quando acabei tudo já passavam das 16:00. Senti meu estômago roncar. – Eu realmente esqueci de almoçar? – ri, me dirigindo à cozinha e preparando algo para comer.

¨¨

— ...ce, Alice. – as sacudidas, misturadas com uma voz fina me despertaram.

— Oi. – cocei os olhos. Quando foi que eu dormi? Isso não importava agora, apertei o olhar por conta da claridade e aos poucos minhas pupilas foram se acostumando a luz do cômodo.   

— O que faz aqui? – Emma perguntou, um tanto confusa – E... como foi conseguiu entrar?

— É uma história engraçada. – disse, sentando no sofá – Lembra que eu achei que tinha perdido a cópia da chave que você me deu? – ela balançou a cabeça com um sim – Pois é, eu não tinha perdido, eu dei pro seu João guardar. – ri, logo sendo acompanhada pela minha amiga.

— Porque isso não me surpreende? – dei de ombros – Ah, obrigada por limpar a casa e por comprar comida.

— Sem problemas, Emi.

— Eu te devo quanto?

— Você me deve uma explicação. – levantei, indo de encontro a ela que, agora, estava apoiada numa das paredes. – Alias, o que é isso na sua mão?

— O que? Ah, isto? – perguntou, logo escondendo o saco com uns envelopes atrás de si – Nada demais. – Ela forçou o sorriso. Ela era péssima com mentiras.

— Vamos, Emma. Somos praticamente irmãs, a gente se conhece há tanto tempo, eu consigo perceber quando você está mentindo. Então, o que está acontecendo?

— Eu já disse que nada demais, A...

— Emma! – pressionei.

— Poxa, eu já disse que... – e nessa hora eu corri até ela e puxei o saco de suas mãos – Alice, devolve. – pediu, se aproximando e tentando tomar o conteúdo de minhas mãos.

— Só quando me contar o quê... – antes que pudesse esperar uma resposta, ela puxou a sacola de minhas mãos. Estaria tudo bem se eu não tivesse a puxado de volta, fazendo com que ela cedesse e despejasse todo o seu conteúdo no chão – Mas o quê? – eu ainda estava perplexa, de modo que só pude observar a Emma reunindo todos os envelopes caídos. Tinham talvez sete? – Porque foi a tantos cardiologistas? – peguei dois dos envelopes. – São clinicas diferentes. Emma, por que? – e repentinamente, minha amiga tão forte e corajosa estava no chão, chorando, como uma criança pequena. – Emma. – a abracei, esperando que ela se acalmasse.

— E-eu não s-sei mais, Ally. – gaguejou, tentando soltar as palavras entre o choro – Eu já fui em vários médicos, eu já pesquisei em tantos lugares. Eu não quero que ela vá! – chorou.

— Calma. Respira. – pedi, afagando seus cabelos. Quando percebi que sua respiração estava mais controlada, levantei e lhe trouxe um copo de água. Ela logo o tomou e limpou os olhos, já inchados. – Acha que pode me contar agora? – ela assentiu – Vou ficar bem quietinha e te escutar, tá bem?

— Tá. – ela puxou um bocado de ar pelas narinas e começou sua explicação – Vó Joana – fungou – ela... ela está morrendo, Alice.

— Han? – o baque foi forte e rápido, e acertou meu coração em cheio. Vó Joana. As palavras sumiram de minha garganta, mas um abraço foi o suficiente para compartir aquela dor. Vó Joana era quase que uma mãe para a Emma. Ao contrário de mim, a Emma era filha única. Sua mãe a teve ainda muito jovem e as brigas entre seus pais se tornaram cada vez mais constantes. Temendo o futuro da neta, sua avó a tomou para si e cuidou dela, cuidou de nós duas.

— Eu não quero que ela vá, Alice. Eu não quero. – soltou, entre soluços – Eu já procurei tantos médicos, eu já fui em tantos lugares, mas todos disseram a mesma coisa. – eu já acompanhava nas lágrimas - Ela está com insuficiência cardíaca, Ally, ela precisaria de um marca-passo, mas seria muito arriscado agora, eles disseram que o quadro já estava critico.

— Emy. Eu sinto muito. – a abracei ainda mais forte e ficamos ali, chorando agarradas – Emy, porque não vai vê-la? – perguntei, me separando da minha amiga. Eu tenho certeza que a Sra. Ferraz vai te liberar se você explicar... – antes que eu pudesse terminar ela negou com a cabeça.

— Não consigo. Eu não quero vê-la partir, não sei se vou aguentar isso. – explicou.

— Emy. – lastimei – Olha – levantei seu rosto e a fiz olhar em meus olhos – sei que está doendo, sei que está doendo muito, mas ainda assim, você não acha que vó Joana está com saudades? Você tem certeza que quer deixa-la ir sem antes visita-la?

— Não, eu não tenho. Minha mãe me ligou ontem, Ally, ela disse que vó só fala de mim, do quanto ela quer me ver, mas eu não acho que consiga. Pelo menos não sozinha.

— Então eu vou com você. – decidi – Quer minha companhia? – ela assentiu com a cabeça – Vamos sexta assim que terminar a aula, tá bem? – concordou – Mas antes – acariciei sua bochecha, numa tentativa de acalmá-la – Você precisa ligar para ela, tá bem? Ela precisa saber que você vai.

— Tá bem. – e como uma criança obediente, Emma levantou, fungou um pouco e pegou seu celular na bolsa. Logo digitou o número e colocou o aparelho no ouvido. – Alô, vovó? – ela forçou a vez tentando regulá-la – Eu sei, me desculpa não ter ligado antes. Me desculpa, vovó... Não, eu não estou chorando, não se preocupe, tá? Eu te liguei para dizer que eu vou te visitar na sexta, por favor, vovó, espere por mim. Aguente mais um pouco, por favor... Eu também te amo, vó. Eu preciso ir, tchau. – e assim que desligou, pude ver a Emma desabar no chão em lágrimas. Gotículas contidas ali por tanto tempo. Sentei ao seu lado e a recebi em meus braços, aninhando-a, a pequena adulta que voltou a ser uma garotinha que não estava pronta para dizer adeus.

 

 

A semana passou rápido. Lembro que a Emma chorou todos os dias. O Nicolas entendeu que eu precisaria passar alguns dias fora, e o Mauricio, apesar de querer nos acompanhar até o pequeno interior, concordou em apenas se manter informado pelo telefone, com uma condição, o Henrique nos levaria na sexta e nos traria de volta no domingo antes do entardecer.

— Henrique, tudo bem mesmo em nos levar? – a Emma perguntou, antes de entrar no veículo azul.

— Claro, senhorita. Era para ser um trabalho, mas sinto que estou tendo um feriado. – riu – Como é próximo, vou para Criciúma visitar meus irmãos e no domingo voltarei para pegar as senhoritas e rumar pra Floripa mais uma vez.  

— Ah, isso é bom. – sorriu. – Obrigada, Henrique.

— Não tem de quê senhoritas. Coloquem os cintos.

 

¨¨

Rio Fortuna é um pequeno município de Santa Catarina. Rio Fortuna não possui shoppings centers e nem comercio pesado. A fonte de renda aqui é a agricultura e pecuária. Rio Fortuna pode não ser cheio de pompa e arranha-céus, mas é de onde eu vim, meu primeiro e amado lar.

— Eu me esqueci do quanto amo esse cheiro! – disse, respirando fundo o cheiro da grama e das árvores – Está pronta?

— Nenhum pouco. – ela tomou minha mão e a segurou – Ally, estou com medo.

— Eu sei. – a puxei e caminhei ao seu lado até o portão da casa branca – Olha Emy, não vai ser fácil, mas eu prometo que vou estar do seu lado. Sempre! Agora vai, eu aposto que ela está cheia de saudades. – ela assentiu e seguiu até a porta – Eu vou visitar meus pais e volto para dormir, okay?

— Não precisa. Eu quero dormir com ela hoje, e amanhã. Eu quero ficar com ela o máximo possível. Venha visita-la amanhã, por favor. – concordei, observando minha amiga abrir a porta e adentrar a casa que passamos boa parte de nossa infância.

 

Como combinado fui visitar vó Joana no sábado. Foi um dia mágico. A velha senhora parecia feliz e animada e minha amiga estava radiante. Passamos a tarde conversando, rindo e tomando chá. Ao final do dia, Emma me contou das conversas que teve com a avó e de como a idosa parecia bem, de como não tossia mais tanto, e como os médicos podiam estar errados. E eu adoraria dizer que eles realmente estavam.

Vó Joana faleceu naquela mesma noite durante seu sono. Ela partiu feliz. Ela nos fez feliz. Ela nos ensinou a amar, nos ensinou a acreditar e nos ensinou que tudo na vida tem um momento certo para acontecer. Nos ensinou que a vida é frágil e bela como uma borboleta, e que o tempo não deve ser desperdiçado. A Emma correu e conseguiu preparar o funeral no domingo. Ela cumprimentou parentes e amigos, recebeu condolências e foi forte. Não lembro de tê-la visto chorar uma única vez durante aquele processo. Como prometido, Henrique veio e nos levou antes que o sol pudesse se despedir, e atendendo ao seu pedido, fui para o apartamento da Emma aquela noite. Já era hora de dormir, quando minha amiga me entregou um papel cheio de dobras.

— O que...

— Ela já sabia que ia partir. – uma lágrima pingou de seu olho – Eu estava feliz, tão feliz, havia falado que podia trazê-la para a capital, que podíamos buscar um tratamento. Ela apenas afagou minha cabeça e disse “Querida, não há remédio melhor do que a felicidade.”. Quando eu acordei no domingo, ela estava sentada na sua cadeira de balanço. Seus olhos estavam fechados e havia um papel na escrivaninha. Eu tentei acordá-la várias vezes, até que percebi que ela não estava mais aqui. – a abracei.

— Emy, eu sinto tanto por você.

— Ela me deixou esse papel. Você pode ler?

— Huhum. – desdobrei o papel e comecei a ler as palavras escritas pela velha senhora. – “Filha querida, você cresceu tanto. Lembro que quando você chegou para mim, era uma garotinha medrosa e chorona, e hoje vejo uma mulher forte e de um sorriso lindo.”.

“Obrigada por realizar meu desejo, foram dois dias lindos e que me encheram de felicidade. E Emma, quero te pedir perdão, mas temo não ser capaz de fazer o que me pediu. Eu te amo, querida, mas agora eu quero descansar. Eu já vivi demais, amei demais, sorri demais e fui feliz, você me fez muito feliz. Me sinto completa agora, e quero partir assim, completa. Minha princesa, sei que pode ser difícil, mas gostaria de te fazer um último pedido. Eu nasci em Rio Fortuna e quero continuar aqui, então, por favor, me coloque ao lado do meu velho, e sorria, não te quero triste, mas pelo contrário, quero te ver feliz, quero que pense em mim com um sorriso. Será nosso combinado. E boneca, eu estarei sempre com você, no seu coraçãozinho, assim como você sempre estará aqui, no meu, para sempre. Eu te amo, filhotinha.”.

 

Dizer adeus não é algo fácil. Não importa se esse adeus durará por alguns minutos, semanas, meses, anos, ou para sempre. Não importa a idade de quem o fala ou a quem ele será destinado, não importa o motivo ou a falta dele. Dizer adeus é um ato de coragem. Uma pura e dolorosa coragem.


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Notas finais do capítulo

E então? Eu chorei escrevendo esse capítulo. Espero que tenham gostado dele, eu já estava pensando nele há um bom tempo e foi um dos mais complicados para escrever. Bem, logo postarei o proximo, prometo que vai ser mais amorzinho para nos recuperar. Obrigada pela leitura e um beijo ♥



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