I wanna be yours escrita por Cami


Capítulo 3
Depois da festa sempre vem mais treta




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Pov. Annabeth

 

Depois de sair de perto do Percy, fui encontrar Luke que estava se agarrando com uma morena alta e bronzeada. Deixei ele curtir um pouco e decidi ir andando para casa. Afinal não morava tão longe, apenas cinco ou oito quarteirões.

Não acreditava que aquele imbecil tinha me beijado! Sei que eu puxei o rosto dele, mas como ousou em retribuir. Aquele cafajeste duas caras, a gente ainda estaria namorando se ele não tivesse desistido de nós.

Lágrimas rolavam contra minha vontade, eu as secava com a mão, mas não adiantava muito, ainda teimava em cair.

A rua começou a se iluminar com um farol de carro atrás de mim, e percebi que era o cara que eu estava pegando. Não estava no humor, se ele tentasse alguma coisa eu ia partir pro fight!

Ele foi passando com o carro devagar e abriu a janela quando ficou no meu lado.

—Quer uma carona?

Olhei para ele desconfiada e com os olhos inchados.

—Aquela festa estava uma merda mesmo, achei melhor ir embora também.

Parei de andar e ele também. Destrancou as portas e eu subi no carro. A raiva tinha ido embora, então fiquei calada a maior parte do tempo, e ele fez questão de ir a 10 por hora, olhando para mim a cada segundo. Parecia se preocupar, mas eu não conseguia falar. Estava brava por ter beijado o Cabeça… Percy. Mas chateada por ter visto ele pegando aquela vadia. Estava um pouco em choque. Acho que nunca tinha ficado tanto tempo sem abrir a boca.

Chegamos em minha casa, que por alguma razão ele sabia onde ficava. Olhei para ele pronta para agradecer, quando me puxou para seus lábios, e eu não correspondi nem o afastei. Fui pega de surpresa. Mas quando percebi que suas mãos subiam pelas minhas coxas, voltei a mim e o afastei lhe dando um tapa na cara.

Olhei para ele uma última vez antes de sair do carro.

—Obrigada pela carona, babaca.

Entrei em casa e segui direto para meu quarto, tinha que botar minha cabeça em ordem.

Segunda-feira iria, apenas, fingir que estava muito bêbada para lembrar de qualquer coisa.

Deitei minha cabeça no travesseiro e não podia parar de pensar naqueles olhos verdes que me perseguiram por tanto tempo. Depois da raiva só o que restava era uma tristeza que apenas alguém com um coração partido, poderia saber.

 

O fim de semana durou muito pouco, ninguém comentava sobre a festa de sexta. Luke só havia me ligado no dia seguinte para saber se tudo estava bem, eu agi como se nada demais tivesse acontecido.

Cheguei na faculdade normalmente, e fui encontrar meus amigos. Mas um certo alguém me encontrou primeiro.

—Posso conversar com você?

Olhei para Percy e senti toda sua confusão, só de olhar em seus olhos.

—Claro - disse calmamente. Eu não estava em mim.

Andamos até um banco do lado de fora do prédio, onde o pessoal ficava para fumar.

—O que aconteceu naquela festa? - ele perguntou.

Olhei para ele como se não soubesse do que ele estava falando. Apesar de querer discutir tudo com ele.

—O que?

—Você sabe muito bem do que estou falando - depois que eu não falei nada por intermináveis três segundos ele completou - o nosso beijo.

—Que beijo moleque? Está ficando louco?

—Eu? Você deve estar! A gente se beijou antes de você fugir! - ele estava indignado e eu não cederia tão fácil.

Levantei do banco e comecei a voltar para o prédio lhe dando as costas. Percy me seguiu e segurou meu braço.

—Nem vem, você lembra sim! Não fuja de mim de novo. Eu sei que ainda gosta de mim. Você podia estar bêbada, mas aquele beijo foi verdadeiro, tenho certeza.

—Para de inventar coisa, eu não lembro de metade do que aconteceu, e pelo que sei você pode estar inventando tudo isso.

Tirei sua mão do meu braço e fui para minha sala.

 

Durante o almoço com o Luke contei-lhe tudo. Ele me deu a olhada, que só fazia quando estava muito puto, umas três vezes. Mas deixou eu terminar a história. Depois esfregou o rosto como se escolhesse muito bem as palavras antes de dizê-las.

—Você é muito burra!

—Ah cala a boca, seu merdinha.

—Não, é sério! Você não pensou que uma hora ele vai descobrir. Ou sei lá, que você vai beijar ele de novo.

Bufei e revirei os olhos.

—Do jeito que você é, vai abrir a boca em dois tempos - ele disse, querendo me dar sermão - não deixa ele cagar com sua felicidade de novo, mano, para de ser burra.

—Eu fiquei em primeiro lugar na lista dos aprovados! Para de me chamar de burra.

—Esse é outro tipo de burrice, imbecil.

Naquele momento Percy entrou no restaurante, e eu agarrei a mão do Luke e comecei a rir, um pouco alto demais. Ele me olhou como se dissesse “Que porra você está fazendo?”, depois viu quem tinha entrado e foi na onda.

Percy olhou para meu amigo com fogo nos olhos, que sempre eram tão gentis. Afastei esse pensamento e levantei, saindo de mãos dadas com Luke.

—Você é ridícula.

—Como se não tivesse gostado - olhei desafiando-o com os olhos.

Ele ficou levemente vermelho, mas ignorei.

—Agora o que, vamos fingir que estamos namorando?

—Só por enquanto. Até ele largar do meu pé.

Ele riu e eu não entendi.

—Não parece ser isso o que você quer.

—Como assim.

—Você está fazendo ciúmes nele, sua tonta.

—Claro que não!... Talvez só um pouco.

Ele revirou os olhos, mas não disse nada sobre não me ajudar. Então deduzi que ele seria um aliado nessa batalha.

 

No dia seguinte, Percy me secou a aula inteira. Dando, é claro, olhares fulminantes na direção do meu amigo que segurava minha mão de um jeito carinhoso. Ninguém mais entendeu. Thalia parecia querer me matar, mas tudo ficou bem depois que explicamos.

Depois de uma semana, não parecia ter feito diferença. Aquele Cabeça de algas não desistia, continuava a nos encarar e tentava puxar assunto. E eu sempre o rejeitava. Aquele merdinha simplesmente não sabia a hora de parar.

Era sexta-feira de novo e estava indo embora quando Percy apareceu do nada e me puxou para um canto, colocando-me, literalmente, contra a parede. Fiquei sem reação e fiquei perdida naqueles olhos cor de mar. Ele que não foi bobo nem nada, foi se aproximando cada vez mais até tocar sua boca na minha. Quando percebeu que seus países baixos continuavam intactos, e que eu comecei a retribuir, deixou o beijo mais intenso indo em direção a meu pescoço e de lá para minha orelha.

Eu estava entregue, não raciocinava e iria me arrepender muito depois.

Ele então parou, olhou em meus olhos, estava triunfante.

—Eu sabia que ainda gostava de mim.


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