Zombieróscopo escrita por Turma do Amor


Capítulo 11
Celebrações




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—Aniversário, nada como um bom motivo para reunir a família_

Isso era que o garoto ruivo sardento pensava. Amanhã era seu aniversário, faria 19 anos. Estava feliz pelo fato de saber que seu pai que viajava pelo mundo carregando e descarregando cargas ia parar por um minuto e comemorar o dia especial de seu filho.
Era tanta emoção, que seus braços e pernas não paravam de mexer, estava bastante elétrico.

—Oh caralho. Dá pra parar de balançar a beliche? Quero dormir!
— Ah me desculpe, Carol...

O garoto suspirou e se deitou, colocando a coberta quente sobre seu corpo.

Olhava a janela, a lua iluminava o quarto e o rapaz.

Ela o acalmava. Um pequeno satélite natural qualquer , porém era um tipo de calmante.

Fechou os olhos. Seus pensamentos foram esvaziando.


—------------//-----------

—Na tarde do dia seguinte... Às 17:20 da tarde._

O garoto ruivo arrumava a mesa com as comidas que sua mãe lhe ensinou a fazer desde de seus 15 anos, aonde teve que começar a ajudar no trabalho de restaurante ao topo da montanha. O restaurante pertencia ao seu querido avô, ao qual faleceu no ano passado, no próprio aniversário de 80 anos.

O vapor da comida subia pelo ar, deixando a moradia com aquele cheirinho de comida pronta, de dar água na boca naquele que entrasse na sala.

Ding dong.


—Carol, abra a porta pra mim? Eu to ocupado tirando a torta de carne aqui!
—Já to indo.

... Sem reação. O garoto suspirou e deixou a torta de lado, caminhando em direção à porta, abrindo.

— Can! Meu filhão! Parabéns! - O forte pai o abraçava, sentindo o cheiro da comida. -Uau? Que cheiro é esse?
— É o jantar para comemorar o meu aniversário! Entre pai!


O homem entrava tirando o boné, colocando num cabide que estava na entrada.

—Cadê a tua mãe? -Perguntou.
— Ah, ela disse que ia voltar logo, logo com as bebidas e alguns produtos de limpeza para a loja. Não sei a que horas ela volta... Mas por enquanto, senta ai na cadeira, pai! Vou chamar a Carol.
— Ela tá sempre trancada no quarto?
—Recemente... Quando ela conheceu o tal Jeff... Eu realmente, não gosto nem um pouco dele.

O garoto caminhou ate o quarto da irmã e bateu na porta.

—Oh,Carol! Se você não sabe, o pai tá aqui! Vem ver ele.
— Já vou.


....


Outra vez ignorado.

Abriu a porta raivoso e pegou o celular da garota.

—Oh seu puto, que ce ta fazendo? -Ela gritou.
— Tá meio viciadinha nesse celular! Não desgruda nenhum minuto, garota? Vai lá vê o pai!
— Mas eu preciso dizer tchau pro Jeff!!
—Jeff, Jeff... Esquece um pouco dele,ok? E pense na sua família!

A garota grunhiu e saiu do quarto, batendo o pé. O ruivo saiu do quarto e voltou a sala, deixando o celular numa mesinha.

Sentou-se na mesa.

Silêncio.

O pai observando o mal humor da filha. A irmã raivosa.

O garoto ruivo suspirou. Nada poderia dar errado no aniversário, certo?

BIIIIIII

Um barulho de buzina assustou, chamando a atenção do pessoal.
O pai do garoto levantou-se rapidamente, falando alto:
—Que diabos ta buzinando? -Caminhou até a porta.

O garoto sardento o seguiu para ver o que estava havendo.

Havia um Spin, exatamente a da sua mãe. O barulho da buzina continuava e o homem foi ver.


Abriu a porta.


Viu sua mulher com a cabeça deitada no volante. O grandalhão se perguntava o porque ela estaria assim. Tento chacoalhar a mulher.

—Lucy? Lucy, acorda! Tá tudo bem?

O garoto ruivo se aproximou para ver.


—Lucy! Fala comigo! Você está bem, amor?

Apenas uma resposta.


" _Tenho fome..._ "

O homem engoliu seco. Respondeu:

—Venha, vamos entrar! Câncer fez o jantar, lembra? É o aniversário do nosso garotão, lembra não é? Poxa, Lucy! O que está havendo?


O garoto sardento olhava a situação. A mãe parecia um "zumbi", não tinha nada em mente. Apenas dizia ter fome.


Olhou com mais atenção.

Viu uma mordida na perna dela.


Olhou espantado.


—PAI?! O QUE É ISSO NA MÃE?!
—O que-

CRUNCH


A mulher mordeu o ombro do homem. O filho olhava horrorizado. Mas que diabos era aquela porra?

O grandalhão empurrou a mulher longe e colocou a mão em seu ombro mordido. Sangrava, sangrava muito.

Foi até o carro e tirou a chave, entregando ao filho.

—Foge... Foge para o restaurante! -Ele dizia.
—O-O que está acontecendo?! E o nosso jan-
—SÓ FOGE! LEVE SUA IRMÃ JUNTO!
—P-PAI...
—VAI LOGO!

Câncer teve que obedecer. Correu para dentro de casa, sua irmã não estava lá. Suspirou fundo e foi até o quarto dela. Chutou e a viu. Puxou-a.


— O QUE CÊ TA FAZENDO, CARALHO? EU JÁ FALEI OI PRO PAI-
—TEMOS QUE FUGIR! TÁ UM CAOS... SÓ VENHA! -Ele puxava a garota e andava rápido.

A garota nem gastou a voz pra discutir. Só seguiu e entrou no carro.
O pai chutou a própria esposa que seguia em direção aos filhos.

—Sabe como ir,né? -O pai dizia, tossindo.
—S-Sei,sim... -Uma lágrima saia de seus olhos.


O homem percebeu a pequena gota escorrendo sobre o rosto do filho. Limpou, marcando um pouco de sangue na cara do garoto.

—Não se preocupe, Can... Vai ficar tudo bem,viu... A qualquer dia, isso iria acontecer. Porém esse dia só veio meio adiantado. Só me prometa que vai cuidar bem da Carol,ok? Não briguem, viu? Agora que isso tá acontecendo, vocês brigando só iria ferra-los... É bom trabalharem em equipe. Eu te amo, Carol... -Foi até a janela de Carol e a beijou na testa. Foi até o filho e o beijou na testa também e bateu em seu ombro. -Seja o comandante, agora! Confio em vocês!

Ele começou a tossir forte. O filho fechou as janelas e tentou ligar o carro. A irmã observava o pai a morrer ali mesmo.

—Liga... Merda! Liga! -O garoto ficava nervoso.


O homem se tornou um zumbi e foi em direção ao carro, batendo na janela. A irmã ficou espantada.

—VAI LOGO,CACETE! -Ela dizia, desesperada.
—CALMA,EU TÔ TENTANDO!

Respirou fundo, girou a chave e...

—Vrum_


O carro ligou, o garoto pisou fundo e dirigiu o mais rápido para escapar da morte.


—--------//----------

19:49. Alto do morro.


Naquele local, com certeza estarão protegidos, era isso que Câncer pensava. Pegou a chave do carro e procurava a chave para abrir a porta do fundo do restaurante. Saiu do carro, observou a irmã dentro do carro mexendo no celular.


Ótimo, até no fim do mundo ela mexia na maldita internet.

—Não vai entrar no restaurante?
—Já vou. Eu só preciso ver um negócio.

Suspirou. Não ia brigar com a irmã por causa de um namoradinho, era bem desnecessário.

—Entra quando terminar de fazer suas coisas.

Ele caminhou até a porta do restaurante. Viu a loja ao lado, acessa. Resolveu passar lá.


—Alguém...? -Ele abria com cuidado.

Uma loja de armas e equipamentos de escalada. Um idoso veio e o atendeu.

— Eae,sô! Tá perdido? - Um velho homem ria. -Bem-vindo de vorta, meu fio! -O velho se aproximou e bateu nas costas do garoto. -Veio trabalhar a essa horas?
—Uma pena que não... Eu só vim... -Ele lembrou do que houve e derrubou lágrimas. -Aconteceu uma grande merda na cidade.
— Ara,sô! -O velhote puxou uma cadeira. -Senta ai e mi conta! Se quisé podi dormir aqui! Tá só você?
—Não,minha irmã veio junto.
—Ará, aquela moçona lindona?

Câncer riu,limpando as lágrimas.

—Ela mesmo, senhor Carvalho.

—------------------------------------


23:00

Quarto de visitas.


Câncer acordou com o coração disparado, pareceu ouvir um som de carro.

Ouviu a voz do Senhor Carvalho lá fora. Estava discutindo sozinho com o vento. Caminhou até ali fora e foi falar com o velho.


—O que houve,Sr. Carvalho? -Perguntou.
— Um cara veio aqui para fazer merda ninhuma e foi imbora pruque espantei. -O homem dizia raivoso.
— Como ele era?
— Um carinha loirinho, bad boyzinho de meia tigela.

O ruivo paralisou.

Correu para o quarto aonde sua irmã estava dormindo. Abriu a porta.

Ela não estava lá. Ela fugiu com Jeff.


O garoto sardento fechou seus punhos e rangeu seus dentes.

Aquele aniversário realmente não ia sair de sua memória. Era um dos piores aniversário e o dia que sua família se desfez.


Câncer odiava ficar longe da família. Sua irmã o abandonou para ficar com aquele namorado. Não iria perdoa-la.


Seu único "familiar" agora era o senhorzinho da loja de armas.


Saiu do quarto. Caminhou em direção ao seu quarto.


—Que houve, jovem? -O velho perguntou.

—Não houve nada, não. -O sardento respondeu se trancando no quarto.


O velho ficou confuso e só descobriu o motivo do ruivo estar assim quando forá no quarto aonde Carol deveria estar. Suspirou e foi dormir.

—------//-------


Outro dia. 06:50.


—Vou sair.
—Para onde? -O ruivo mordia a panqueca que preparará no restaurante.
— Eu esqueci uma arma quirida na casa da minha muier. Puderia cuidar pru favô da minha loja inquanto to fora?
—Posso sim. Pode ficar tranquilo.
—Confio em você!

O velho saia da loja, entrando em sua fusca velha. Acenou para Câncer e dirigiu morro à baixo.


O ruivo entrou novamente na loja e foi para o balcão. Observou o "Espanta-Ladrão" que o senhorzinho havia feito na loja enquanto estivesse fora.

Era basicamente, uma espingarda mirada pro balcão e era preciso que puxasse a transparente fio de nylon, para que atirasse no ladrão.


Que boa ideia, senhorzinho. Que boa ideia.


Aproveitou e pegou um pano. Foi para o banheiro da casa e umedeceu um pouco. Limpou o balcão.


—------//------

Entardecer.

O ruivo estava sentado na cadeira, quase morrendo ali de tanto fazer nadas. O senhorzinho não voltará até agora. Pelo jeito que estava acontecendo as coisas, com certeza havia morrido. Câncer suspirou, já acostumou com os dias ruins que estavam acontecendo e que ainda iria acontecer. Resolveu observar os pequenos detalhes daquela loja.


Pode ver um pequeno rádio de comunicação ali embaixo do balcão.


Lembrou que seu pai o ensinou a usar um daqueles.


Chegou perto e verificou.

Girou o botão para direita e esquerda. Começou a falar.

— Alô,alguém me escuta?


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem até aqui!~
E com esse capítulo,acabamos com todas as apresentações dos personagens, já aconteceram muitas mortes não é...mas vai ter muito mais :}

Amamos vocês, beijinhos~



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