Those of Mars escrita por Jules


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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                           Drew Phillips

 

 

"Notoriedade, por algum motivo... parece nunca beneficiar quem é notado, só quem nota." (A mentira) 






— Tofu para a Jessie e panquecas para o Jax – minha tia colocou os pratos na mesa – E smoothie de morango com aveia para os dois.

— Tia Kat – eu disse dando um garfada no meu tofu – Eu vou comer, dar uma ajeitada nas minhas coisas no quarto e depois saímos para comprar algumas coisas.

— Tudo bem! – pisquei e dei outra garfada no Tofu.

Dito e feito... Assim que terminei o café fui arrumar minhas roupas no guarda roupa, colocar meus livros na estante, meus CDs em outra estante, colar alguns pôsteres na parede e decorar uma mesinha com minha luminária néon e meu notebook.

Assim que tudo estava do meu agrado, fui me arrumar para sair com a Tia Kat.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, coloquei uma calça escura de sarja, uma camiseta branca surrada dos Smiths, uma jaqueta jeans e coturno preto. Peguei minha bolsa e comecei a berrar pela minha tia.

— Calma, escandalosa, estou aqui na sala.

— Ah, vamos!

Fomos a pé mesmo, andávamos alguns longos minutinhos mas não me incomodei. Compramos algumas coisas para escola, então fomos em uma livraria na qual eu comprei um livro muito interessante chamado: Fahrenheit 451, e depois entramos em uma loja, por insistência minha, compramos duas jaquetas.

Foi uma tarde boa, na qual não precisei ofender ninguém. Diferente de quase todos os meus dias em New York ao lado daquele maluco do meu pai, a vadia da Zoey e o mala, que não era mas agora é, do meu irmão Justin.

Quando eram mais ou menos umas sete da noite, Tia Kat, disse estar cansada e queria voltar para casa.

— Eu vou em uma cafeteria que vi aqui por perto.

— Pelo amor de Deus, não vai se perder, seu pai me mata se eu te perder pelas ruas do Canadá.

— Ih, Tia Kat! Relaxa só vou tomar um café relaxar um pouco e depois volto para sua casa.

— Sabe como voltar, né?

— Sei! – revirei os olhos

— Bom, então aproveite. Eu levo para você – ela pegou minhas sacolas – Até daqui a pouco.

— Até! – acenei e logo atravessei a rua para ir a cafeteria.

A cafeteria era bem espaçosa e parecia ser um lugar onde muitos se reuniam com amigos para conversar e descontrair, sem contar que estava lotada, logo fui para o balcão e sentei em dos bancos que tinham em frente.

— Olá – uma loira de franjinha veio me atender

— Olá!

— O que deseja?

— Vou querer um café com leite, canela e pouco açúcar.

— É para já!

Duas garotas que estavam do meu lado, estavam super empolgadas... Falando de um garoto.

— Parece que depois da Vicky ninguém é boa o suficiente para ele – reclamou uma ruiva mascando chiclete com a boca aberta.

— Nem me fale, desde o ano passado tento sair com o Alec, é sempre depois e depois e nunca saímos – agora foi a vez da morena com a boca enorme reclamar.

— Isso tudo é culpa da Vicky, também a garota é uma vadia – a ruiva voltou a se queixar – E por falar nele, eu soube que ele vai tocar hoje.

— Aqui? – perguntou a  morena toda animada.

— Sim –  a ruiva suspirou – Ele é lindo, inteligente, sabe tocar e cantar e com certeza deve ser bom de cama – tive que revirar os olhos com essa.

Esse cara... Esse tal de Alec, com certeza deve saber de tudo o que falam a respeito dele e então deve se sentir o gostosão.

— Eu mereço! – resmunguei e escutei uma risadinha da loira do café.

— Como é seu nome? – ela perguntou.

— Jessie – ela escreveu no copo e me entregou.

— Aqui está. É nova por aqui?

— Hum – dei um gole no café – Sou, por que?

— Bom gosto – apontou para a camiseta – E por ser a única garota, tirando a mim, que revira os olhos quando elas começam a falar do Alec.

— Ele nem deve ser tudo isso – ela riu novamente – E por que você é a única que revira os olhos para o Alec? – ela riu da maneira como pronunciei o nome dele.

— É porque ele é meu irmão gêmeo. Apesar de não nos parecermos muito!

— Ou – e eu fazendo desdém do irmão da menina na cara dela – Sinto muito?!

— Relaxa – deu de ombros – Sou a Sam Davis – ela estendeu a mão.

— Jessie Lewis – apertei sua mão – ... que você já sabe.

— Galera – disse um garoto em um pequeno palco – Hoje, Alec Davis vai cantar para vocês... – palmas e assovios foram ouvidos.

Depois de o menino ter anunciado sobre a apresentação de Alec Davis, ele desceu do palco e veio na direção em que estava, parando ao meu lado e se virando para falar com a Sam.

Ele era alto, tinha cabelos escuros em um corte bem estiloso, e uma pele bem clara que dava um contraste perfeito com seus cabelos pretos e olhos castanhos, tinha sobrancelhas bonitas, nariz bem desenhado e uma boca fina porém bonita, e três pintinhas que davam um certo charme, duas de baixo do olho direito e uma no maxilar.

— Sam dona do meu coração – ele pegou sua mão e depositou um beijo.

— Já falei que comigo nada vai rolar – ela deu um leve tapa em seu ombro.

— Ui! – colocou a mão no peito – Assim você me machuca.

— Também te adoro Drew – ele se debruçou com tudo no balcão e puxou a Sam dando um monte de beijos em seu rosto.

— Saí seu louco, se meu chefe te vê ele te mata.

— Ele vai ver o quanto nos amamos – a Sam revirou os olhos e logo disse:

— Meu Deus, cadê o Alec? Essas meninas não param.

— Deve estar procurando a palheta da sorte – deu de ombros – Não sei porque essas meninas ficam assim com ele. Porra! eu sou o mais sexy da banda.

Reprimi os lábios com vontade rir.

— Está vendo? – ele apontou para mim – Até ela concorda, por isso ela quer sorrir.

— Não perturba a garota que ela é nova na cidade.

— Nova na cidade?

— Sim. Andrew essa é a Jessie Lewis e Jessie esse é o Andrew Phillips.

— Já digo que estou apaixonado por você – ele pegou minha mão e depositou um beijo.

— Ele é galinha, não cai nessa.

— Jamais – levantei as mãos como se dissesse: "Eu sou a prova de garotos galinhas."

— Ih, Samantha – ele resmungou – Cortou meu barato, hein?

— De nada Andrew.

— Drew – ele corrigiu – E você Jessie me chame de Drew por favor.

— Boa noite – uma voz rouca saudou.

Todos pararam de falar e olharam para o palco.

Eu não havia conseguido ver o garoto. Até que o Drew se afastou e eu o vi.

Eu me senti vidrada no garoto como nunca tinha me sentido antes com nenhum outro.

Ele era muito bonito, uma beleza que podia ser considerada até comum... Mas não era, era dele, era única.

— Desculpe a demora. Estava procurando a palheta, espero que curtam a escolha de hoje!

Ele começou a tocar o violão e logo conheci a introdução da música e sorri internamente. There Is A Light That Never Goes Out dos Smiths.

Dos Smiths!!!

"Saia comigo esta noite
Onde há música e pessoas
Que sejam jovens e vivas
Dirigindo seu carro
Eu nunca, nunca quero ir para casa
Porque eu não tenho mais
Uma casa"

Eu com certeza escutaria essa voz várias e várias vezes, é tão rouca, tão profunda e ao mesmo tempo doce.

"Saia comigo esta noite
Porque eu quero ver pessoas
E eu quero ver luzes
Dirigindo seu carro
Oh por favor não me mande para casa
Porque não é meu lar
É a casa deles
E eu não sou mais bem-vindo"

Eu não desviava o olhar nem por segundos. E por alguma graça, destino ou sorte ele acabou me notando e nossos olhares ficaram conectados, eu não desviava e nem pensava em fazer isso e ele pelo visto também não... Mas ele fez, nosso contato visual foi quebrado quando ele desceu um pouco o olhar e pude jurar que vi um leve sorriso em seus lábios. Talvez pelo meu bom gosto ou por também achar uma certa graça, assim como eu, na coincidência que justo na noite que ele escolheu cantar uma música dos Smiths eu escolhi vestir minha camiseta.

"E se um ônibus de dois andares
Bater em nós
Para morrer ao seu lado
Que maneira celestial de morrer
E se um caminhão de dez toneladas
Matar a nós dois
Morrer ao seu lado
Bem, o prazer e o privilégio são meus"

Enquanto cantava esse verso ele me olhava fixamente.

E por mais estranho que fosse eu não me sentia desconfortável. 

 

"Saia comigo esta noite

Oh me leve para qualquer lugar
Eu não me importo, eu não me importo, eu não me importo
E numa passagem subterrânea escurecida
Eu pensei "Oh Deus, minha chance finalmente chegou"
Mas então um estranho medo me tomou
E eu simplesmente não pude pedir"

"Saia comigo esta noite
Leve-me em qualquer lugar
Eu não me importo, eu não me importo, eu não me importo
Apenas dirigindo seu carro
Eu nunca, nunca quero ir para casa
Porque eu não tenho uma
Ah, eu não tenho uma"

"Há uma luz que nunca se apaga
Há uma luz que nunca se apaga
Há uma luz que nunca se apaga
Há uma luz que nunca se apaga ..."


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Conto com os comentários de vocês, favoritem e acompanhem.
Até os próximos.



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