A principal regra: Sobrevivência. escrita por kevin henri


Capítulo 1
Ruínas.


Notas iniciais do capítulo

Alterações talvez sejam feitas, não esta do jeitinho que eu gostaria REALMENTE que estivesse, mas serve como introdução, por isso tá meio curto comparando com o quanto eu geralmente escrevo.
Enfim, aproveitem essa introdução realmente curta, faz tempo que não escrevo sobre o tema Grand Chase, então tô voltando.
Boa leitura a todos.



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Ele olhou a lua, enquanto segurava um livro, lendo-o, de maneira tão calma que dava a entender que nada se passava lá fora, acima do prédio mais alto da região, ele pareceu se lembrar de algo algo há muito tempo dito a ele.

       "Se algo acontecesse e você fosse obrigado a lutar por sua vida, o que estaria disposto a sacrificar para continuar respirando?"

   

Ele olhou para a lua novamente, as orbes prateadas, que tinham o incrível poder de continuarem calmas, mesmo a noite, brilharam, quase como duas estrelas, fechou os olhos, sentindo o vento gélido, o ar frio, o silêncio, silêncio demais, fechou o livro e se colocou de pé, de modo que a cadeira não fizesse barulho, com cuidado, ele seguiu para a porta, entrando no prédio, fechando-o e o lacrando, por alguma razão, mesmo os mais fortes "deles" não conseguiam subir à grandes altitudes, não conseguiam respirar direito.
   Mesmo assim alguns não recuavam, atacavam e só paravam quando morriam, isso é, quando REALMENTE morriam.
   Ao se virar, ele se deparou com labaredas vermelhas, com a raiva em pessoa, com um olhar feroz, que podia leva-lo e trazê-lo do inferno em questão de segundos.

   -Sabe que não é seguro sair lá fora a noite seu imbecil - Grunhiu, com raiva em sua voz, ele sorriu maritalmente, quase idiotamente, se é que essa palavra existe, deixou o livro em um canto qualquer e coçou levemente a cabeça.
 
   -Você sabe como eu funciono, sabe como eu preciso disso, um momento de calmaria, de silêncio, paz e quietude, um pouco disso é sempre bom no meio desse caos.- A última palavra foi dita com pesar, apesar de muito bem disfarçada pelo tom brincalhão do moreno, a ruiva ainda sentiu a mudança.
    Uma mudança que ocorreu de uma hora para outra, em um momento, paz, prosperidade, calmaria, até mesmo um romance, colegial, apimentado, picante, não fazia diferença, romance era romance, com ou sem compromisso.
  Mas, um dia, a paz e a calmaria foram quebradas, a prosperidade foi arrancada de seus dedos como areia de um grande deserto, e o romance, foi reduzido a uma poça de sangue no chão, se espalhando por onde quer que fosse.
  Homens, jovens e idosos, mulheres, crianças, até mesmo recém-nascidos, nada foi poupado.
   O mais alto acariciou o rosto da mais jovem, por volta de três anos, ela o olhou nos olhos, se sentindo tão refletida neles como se estivesse se olhando em um rio cristalino.
  Aquilo a acalmou de tal forma que sentiu um arrepio percorrer cada canto de seu corpo.

   -Uma vez, eu perguntei para a lua por que as coisas precisavam ser tão cruéis, sabe como ela me respondeu?- Perguntou ele enigmaticamente, como uma charada, eles, aos poucos, foram se sentando, à luz das velas que os rodeavam, dando alguns detalhes especiais ao momento, detalhes esses que não passavam despercebidos para nenhum dos dois.
  
   -Ela me respondeu com cores, azul e vermelho, bem e mal- Ele viu o olhar dela se transformar em um grande ponto de interrogação, ele sorriu, Elesis não tinha o costume de ler como ele tinha.

   -O mundo nunca será seguro, ou confortável, para que ele sempre siga adiante, se transformando, não é necessário que as trevas sejam eliminadas, e sim, que esteja em equilíbrio com a luz. - Dizendo isso, viu a garota pensar, mais uma vez alargou um sorriso zombeteiro.

   -Quando for mais velha entenderá, prometo Ele a olhou,enquanto lhe fazia um cafuné leve, suspirou, contendo sua raiva, parecia se forçar a não simplesmente bater nele, mas era díficil de controlar.

   -Você parece um velho falando sabia? - Retrucou, enquanto ele se endireitava, ficando com a coluna reta enquanto ele gargalhava baixinho.

    O brilho em seus cabelos aumentaram, antes apenas negros, tinham agora algumas mechas arroxeadas, os olhos, ainda mais serenos do que antes, haviam ficado um pouco sombrios, mas logo tratou de se recompor.

     -Bem, vamos dormir ruiva, temos um longo dia amanhã - Disse ele, se deita do ali, em  amontoado de cobertores, em seguida a ruiva de olhos vermelhos o seguiu

   -Boa noite Elesis -

  Pela primeira vez na noite ele disse seu nome, e isso a fez se sentir quente, como se tivesse ganho o respeito dele, sentiu seu rosto ruborizar um pouco, pela forma com a qual ele a chamou, pareciam íntimos ( e eram! ), mas ela nunca admitiria, não na frente dele.

   -Boa noite Sieghart...

   (...)

  Era de manhã, o moreno acordou primeiro, sempre o fazia, todos os dias, a luz do sol entrava por algumas rachaduras na parede de tijolos, um pouco velha e frágil, mas ainda assim resistente, vestindo uma uma camisa branca de mangas curtas, um casaco preto com a manda esquerda completamente rasgada, calça-jeans  escura e tênis preto, levantou-se devagar, sem fazer ruído, foi até a rachadura da parede e olhou longamente, por cinco minutos, aparentemente procurando qualquer ameaça no lado de fora, nada, resolveu sair.
  Ele, mais do que lentamente, com sua mão direita, girou o trinco da porta, não fazendo barulho algum, em seguida, vagarosamente, abriu a porta do depósito em que estavam, a luz do sol o cegou por alguns segundos, logo em seguida, colocou a cabeça para fora, apenas se deparando com a bela paisagem, apenas o som do vento se fazia presente, nada mais.
  Ele olhou o sol, quase que terminando de nascer no horizonte, subindo mais do que lentamente no céu, ainda um pouco escuro, viu os pássaros voarem por sua cabeça para qualquer lugar que ali não fosse, em frente as ruínas dos grandes prédios, sua visão, aguçada o suficiente para enxergar à si mesmo nas ruínas do prédio, a mais ou menos 250 metros a sua frente.
  Ele sentiu o calor dos raios do sol, mas não fechou os olhos, sentiu-os arder, mas ainda assim não os fechou, as mão nos bolsos estavam relaxadas, seu corpo estava calmo, seus músculos não estavam tensos, esticou os braços, sentindo os ossos do braço direito estrelarem lentamente, bocejou.

    -É lindo não é? - Ele sorriu, raramente acontecia de ela acordar junto com ele, virou-se, apenas a cabeça, encontrando-se com ela apenas com os olhos.
  Olhos vermelhos de uma imensidão brilhante, nem sempre gentil, mas sempre acolhedora e quente.
   Ela tinha o olhar perspicaz, determinado, até mesmo obstinado, era uma líder, ele sorriu, apesar de suas vestimentas indicarem um pouco o contrário, já que não se vestia como tal.
    O casaco vermelho por cima da camisa preta de mangas curtas justa ao corpo, mostrando um corpo definido, bonito e bem cuidado.
  A calça, negra, com algumas partes em rasgado, principalmente nas coxas, com cortes abaixo das marcas, transformados em cicatrizes que já não causavam mais dor, o mesmo valia para alguns cortes nos dois braços.
  As botas, quase alcançando os joelhos, negras com alguns detalhes em vermelho, davam um ar de autoridade à jovem de cabelos e olhos rubros.
    O cabelo, sempre preso em um rabo de cavalo, agora soltos por terem se desprendido durante a noite, vez ou outra o mais velhos reclamava, dizendo que a mesma se mexia muito durante o sono, mas ela sabia que era brincadeira deste.
     Ela bocejou e murmurou um "bom dia", coçando o olho direito, enquanto se acostumava com a claridade, ele sorriu, respondendo ao "bom dia" com este ato.

    -É sim. - Limitou-se a apenas duas palavras, em seguida voltou à olhar o horizonte, ele sentiu um arrepio em seu corpo, em seguida, o calor de dois braços enlaçando sua cintura e seu peito, seguidos de uma cabeça encostando-se em suas costas, depois, um leve murmúrio.

     -feliz aniversário...-

    O mais alto, cerca de uma cabeça, sorriu, colocando sua mão direita por cima das mãos da jovem ruiva

    -Sim... Feliz aniversário pra mim.-

    Em seguida, de seu olho esquerdo, ele permitiu que uma lágrima silenciosa percorresse seu rosto, nesta lágrima, estava refletido tudo o que ele havia perdido, e tudo o que havia ganhado, e, ainda mais, o juramento interno de proteger o que lhe era importante, o que ainda havia restado para ele

    Ainda se perguntava, muitas e muitas vezes, "Quanto tempo mais?", de alguns tempos para cá, parou de se fazer essa pergunta, e apenas passou a viver.

     Viver....


   Ele achava essa palavra esquisita, foram tantas situações de morte da qual saiu vivo que ganhou um apelido, algo quase como um codinome.

    " Ecnard Sieghart, o Imortal"

     Ele ainda ria quando se lembrava dos companheiros que o "nomearam" assim, colegas que ele valorizaria mais do que a própria vida, porém, eles o fizeram primeiro, quase todos eles estão mortos, pelo menos teria sido melhor se tivessem permanecido assim.

     Sieghart sentiu os braços de Elesis se desvencilharem de seu corpo, sentiu o calor dela abandona-lo, ele se virou, sorrindo, lhe fazendo um cafuné.

     -Vamos ruivinha, o dia é uma criança… - Esboçou seu melhor sorriso e andou para dentro, segurando as mãos da ruiva gentilmente, que estava corada.

(...)

 

O sol brilhava, apenas seus passos eram ouvidos, dentro das ruínas dos prédios, Elesis mantinha sua mão próxima à sua cintura, onde havia um pequeno, mas perigoso e afiadíssimo punhal, ela se mantinha perto de Sieghart, ao mesmo tempo preparada para o que quer que fosse enfrentar, e com medo do que quer que tivesse que enfrentar.
     Eles andavam pelo corredor, até uma escada, que dava direção até a saída, os corredores, com as luzes piscando, apenas os deixavam mais alertas à qualquer coisa.
     Eles aceleraram os passos, mas ainda assim não faziam barulho o suficiente para atrair qualquer tipo de atenção.

Desceram todas as escadas rapidamente, parando uma vez ou outra para procurar suprimentos ou qualquer coisa que pudesse ser útil, cada um com uma mochila moderadamente grande em suas costas, com algumas coisas presas em seus cintos   

Algumas coisas passavam pela cabeça do mais velho, enquanto que a ruiva se mantinha atenta, tanto por ela quanto por ele, que por mais que tentasse esconder, várias coisas rodeavam sua mente, o impedindo de focar em seus objetivos, o deixando distraído… O deixando vulnerável..

Quando saíram do prédio, viram a cidade devastada, ruínas de casas, carros, algumas motos, e alguns pedaços de ilhas flutuantes, essa era uma das cidades que despencaram do céu

Antigamente, operada por gênios, existiam ilhas flutuantes em todo o céu, após a guerra, ocorrida há muito tempo atrás, aqueles que queriam fugir de seus efeitos, ferimentos, mortes e até mesmo bombas atômicas, construíram várias fortaleza flutuantes, grandes gênios que conseguiram fugir das forças do exército e salvar suas famílias de um terrível destino.

Construíram também um escudo ao redor destas fortalezas, para que este os protegessem da radiação que, muito provavelmente, viria das bombas atômicas que, também provavelmente, seriam usadas na guerra, até hoje, ninguém sabe se elas realmente foram usadas.

 Passaram a viver nas cidades que nunca desciam, pois os geradores, que alteravam a gravidade da cidade, usava energia solar e lunar para se manterem funcionando sempre, e, quando desciam, era para reabastecer seus estoques de água, desciam no mar onde a água coletada sofria um processo de limpeza impecável, retirando desde o sal até a radiação que existisse ou não ali, tornando-a potável.

 Quanto a comida, esta era fabricada a partir da água, junto de uma pílula que, quando hidratada, em cinco minutos, cresciam e se tornava o que quer que você quisesse, inclusive pizza.

 Andaram pelas ruas devastadas por volta de trinta minutos, procurando por um transporte que ainda funcionasse, logo mais, encontraram um Motowider, era um transporte flutuante, no formato de uma moto larga, haviam vários tipos, inclusive um com três, com 25% mais potência, mas 15% menos equilíbrio.

Ambos subiram, com Sieghart a frente e Elesis na traseira, no banco do carona, colocaram as mochilas em um pequeno suporte, logo atrás do banco do carona.

 

—Vamos, por favor...- Sussurrou Sieghart, rezando para o veículo ainda funcionasse, girou a chave que estava no contato, de uma vez, com força, em seguida, deu a partida, ligando os faróis, em seguida desligando-os, logo depois, aplicou força ao pedal, a ligando, o sorriso de ambos alargou ao ouvirem o ronco do motor.

 O veículo foi abaixando levemente sua altura de flutuação, em seguida, engrenagens começaram a girar, se alargar, vários mecanismos se mexiam na extrema dianteira e traseira, em alguns instantes, ali haviam rodas, uma roda que era repartida em duas na frente, o mesmo valia para a traseira, que agora tocavam o chão, sendo assim, a moto se rebaixou por conta da suspensão aguentando o peso desta, um suporte retrátil de estendeu tocando o chão, não deixando a moto cair.

 

—Agora sim, isso é uma Motorwider! -Disse Sieghart com alegria, olhando a moto, curioso e fascinado pela máquina incrível em que estava sentado

 

Alguns detalhes do metal que, antes prata, agora haviam se tornado verdes, as rodas brancas, devido ao susto da ruiva, as mochilas caíram no chão, ela rapidamente as pegou e colocou em suas costas, não se incomodando pelo peso, já que, se Sieghart carregasse, além de atrapalhar a direção, ela não conseguiria se agarrar devidamente ao corpo do rapaz.

 Ela se agarrou ao corpo do moreno, sentindo seu rosto esquentar.

 De dentro de um dos bolsos de seu casaco, o moreno tirou dois óculos, aqueles do tipo que motoqueiros usam, dando um para Elesis

 Em seguida, apertou um botão no canto da manopla do guidão do veículo, abrindo uma pequena entrada acima do tanque de combustível, do tamanho de sua mão, ele tirou uma pequena esfera, com um botão, a esfera foi crescendo rapidamente na mão do moreno, em seguida criou uma abertura e uma aba, liberando em seguida um pequeno cinto em cada lado, um para encaixar e outro para lacrar, era um capacete.

  Ele se virou e encaixou-o na cabeça da ruiva, que olhou-o.

 

—Era você quem deveria usa-lo, você precisa proteger a cabeça - Ela disse, entranhando, geralmente era o piloto quem o usava, o que era normal, mas ele não era uma pessoa normal não é ?

 

—Porque eu tenho que te proteger ruivinha, porque você é tudo o que eu tenho - Disse ele com um tom de voz melancólico, ela nada disse, apenas abaixou a cabeça, virando-a e se  aconchegando no corpo do maior, ele sorriu, fracamente, sem saber que a  ruiva fazia o mesmo.

Sieghart olhou o painel, com o tanque cheio, ele prendeu o galão de gasolina ao lado da moto, que liberou um cinto, que este usou para amarrar fortemente o galão à moto, galão este  que ele havia recolhido de outro veículos inutilizados, usando uma mangueira, vendo que tinha o suficiente para encher novamente o tanque, ele decidiu partir

 

—Em frente! - Dito isso ele acelerou, fazendo a ruiva levar um susto, se agarrando ainda mais ao moreno, este sorriu, e seguiram, sem saber o que os esperavam.

 

(...)

 

Foram dois dias de viagem, apenas parando em algum local seguro a noite, pois não tinham como prever o que poderia acontecer no escuro.
    A ruiva, sempre perto do moreno, nunca, jamais admitiria, por causa de seu orgulho, mas, gostava dele, ele a fazia se sentir protegida, segura, era como mentir para si mesmo, uma "mentira boa", se é que isso existia, ela ficava olhando as formigas no chão, andando em fileiras, com folhas e outras coisas sendo carregadas.
    Seus olhos escarlates brilharam ao ouvir a voz de Sieghart a chamando, fazia tempo que ele a chamava assim, desde que tudo aconteceu, há um ano, quando, pela primeira vez, se viram pessoalmente, tocou a mão esquerda dele, que havia se oferecido para ajuda-la a se levantar.
     O clima estava um pouco quente, mesmo assim, não havia necessidade de banho, suas vestes, incluindo as do de olhos prateados, absorviam a sujeira do corpo, graças à micro-máquinas que retiravam as impurezas da superfície da pele.
     Era uma característica única dos chamados " trajes de sobrevivência", tiveram sorte em acha-los em uma base militar abandonada e desativada, caso contrário, teriam sido pegos em uma tempestade de areia, caso ficassem sem abrigo por mais tempo, isso fazia um mês.
   Ela o olhou, se endireitando e sussurrando um "obrigada", as vezes, ele parecia mais sério do que o habitual, alcançou a cabeça com a mão direita, a acariciando, passando as mãos pelos cabelos  selvagens, que, charmosamente, sempre voltavam para o mesmo lugar.
 
     - Estamos perto de uma cidade, não sei o que vamos achar, ou quem vamos encontrar, só quero que fique perto de mim o tempo todo, estamos quase sem combustível, mas é o suficiente. - Disse ele, enquanto a olhava nos olhos

     - Eu não sou uma criança - Rebateu ela, retrucando, fazendo um bico fofo, uma cara emburradas e cruzando os braços.
     Elesis era esquentada, cabeça quente e dona de uma personalidade que agradaria a poucos, séria ou irritada a maioria do tempo.

     - Então não haja como uma, criança - Ele acariciou sua cabeça, fazendo-me sentir vontade de soca-lo, ou de lhe dar um chute naquele lugar.
    Mas se conteve, desta vez, estava com sono e queria dormir, percorrer uma distância tão grandes em um período tão curto de tempo era desgastante, ficando apenas sentadas se segurando em Sieg, apelido que ela lhe deu, ela achava o nome dele muito complicado de se falar, e quando tentava falar seu nome muito rápido, mordia a língua sem querer

Eles estavam em um antigo prédio, baixo, tendo apenas um quarto intacto, com paredes estufadas que eram a prova de som, não chegaram a descobrir o por quê de alguém querer um quarto assim, mas ainda assim agradeceram mentalmente a quem quer que tivesse construído aquele quarto, por enquanto, estariam seguros daquilo que existia lá fora

Sieghart puxou de suas vestes uma caixinha preta, do tamanho da mão de uma criança, ao abri-la, um pontinho de luz surgiu, indo para o centro do quarto, que estava um pouco bagunçado, mas ainda assim não podiam reclamar, haviam roupas espalhadas, uma porta arrombada que dava para o banheiro, não havia luz no local, apenas algumas velas apagadas e desgastadas, um armário com um estoque de comida, uma cama de casal, um sofá e uma coberta.

 O ponto de luz era chamado Mobile Sun, uma esferazinha transparente que conseguia reproduzir, parcialmente, a luz do sol, por algum tempo, cerca de três ou quatro horas, depois precisava recarregar dentro da caixa, que usava o calor como fonte de energia, o absorvendo, a caixa era para que ele não absorvesse o calor do corpo de quem o carregava, ou, pelo menos, regular a medida em que ele transformava o calor em energia.

 Uma sobrecarga resultaria em uma explosão, na qual, nem seus ossos restariam, pois a luz seria tão intensa que te desintegraria.

 A luz subiu um pouco mais, iluminando completamente o local, a cama, que parecia tombar a qualquer minuto, provou-se sólida quando ambos se sentaram, com delicadeza, temerosos de fazê-la cair.

    Ambos deixaram a mochila no chão, enquanto que, lá foram, passos mais rápidos podiam ser ouvidos, de algo que não deveria estar ali, mas lá estava, rondava, cheirava, olhava no escuro, sabendo o que estava ou não ali, ouviu um ruído, a quilômetros de distância, e correu, velozmente sobre os quatro membros, rápida e direta como uma flecha, aquilo que não deveria estar ali, já não estava mais.

  Lá dentro, Elesis estava encolhida, por entre os braços de Sieghart, por mais que ele a abraçasse, ainda assim era apenas uma humana, e é humano ter medo, pois medo, é o mais puro instinto de sobrevivência, quase todos os seres vivos possuem.

    Ambos olhavam para a porta, Elesis os fechou logo em seguida, se aninhando ainda mais nos braços do moreno.

   Este, por sua vez, olhava para a porta, a encarando, era obstinado, sempre fora, indo até as últimas consequências, sempre fora assim, ele apertou Elesis contra o peito, ainda olhava a porta, com o semblante sério, de fora pra dentro, nada era ouvido, de dentro para fora, tudo se ouvia, inclusive o grunhido, e os passos, que chegaram perto da porta, tentando escutar algo

  Nessa hora, seus músculos se endureceram, Elesis por pavor, por medo e adrenalina, Sieg, estava disposto a avançar, a sacrificar tudo, tudo, pela ruiva, quando o ruído se foi, veio o ar, a respiração aliviada, o controle dos movimentos do corpo, a mais nova abriu os olhos, úmidos, prestes a derramar lágrimas, Sieghart a olhou longamente, e sorriu.

 

 -Não foi dessa vez ruiva- Disse ele, acariciando-a, abraçou-o novamente, se acalmando aos poucos, até pegar no sono.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso, espero que tenham achado aceitável, um grande abraço ao Rômulo Starrk, foi ele quem me fez abordar esse tema "apocalíptico".
Enfim, até a próxima o/



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