Coletânea: Realidade Abandonada escrita por Cloo Muller


Capítulo 4
Pesadelo da Saudade


Notas iniciais do capítulo

Oie...
Hoje, trago para vocês: Drama e Angst.
"Novidade"
É, eu sei ^^
...
Antes de lerem, recomendo ~> Lêem com calma e coloquem essa música para tocar https://www.youtube.com/watch?v=x8QubLxJI54
Assim, vocês sentirão algo diferente ^^
Se tudo der certo.
Boa leitura :♥



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Já fazia um tempo que não a via.

Sentia Saudades.

Talvez, se não fossemos tão infantil e orgulhosas demais para pedir perdão, essa dor não seria tão desconfortável.

Há mais ou menos seis meses, Nossa mãe insistiu que eu conversasse com ela. Tentei, contra a minha vontade. Mas ela simplesmente me pediu, “Finge que eu não existo”.

Não deveria ter desistido de primeira.

Fico imaginando, como seríamos se eu tivesse evitado algumas situações. Será que teríamos mais lembranças boas? Ou será que nossas diferenças continuariam nos classificando como gato e rato?

“Sinto sua falta, irmã. Onde você está?

*

Hoje desci de um ônibus em uma cidade desconhecida, estava te procurando. A saudade gritou mais alto que meu orgulho, não me importa quem está errada, se sou eu, ou você.

Estou a sua procura.

*

Estava de noite, algumas ruas eram mal iluminadas e outras, completamente escuras. Não estava com medo, só queria encontrá-la.

Por coincidência, te vi caminhando próximo de mim. Mas ao me ver, você correu.

Fugiu? Por que?

Chamei pelo teu nome, mas você continuava correndo, minhas pernas não se mexiam, eu só conseguia gritar seu nome:

“Roberta, Roberta, Roberta...”

Você caiu, não sei como. Mas foi ao chão.

Uma oportunidade. Minhas pernas finalmente obedeceram meu comando e consegui correr, fui ao teu encontro.

Me ajoelhei e te segurei pelos ombros, e te implorei:

“Por favor, não posso fingir que a minha irmã não existe. Eu te amo, te amo muito. Não importa como, só quero que essa barreira entre nós duas acabe. Por favor. Vamos voltar juntas.”

Um olhar esnobe. Palavras gélidas.

Não me lembro do que me disse, pois não ouvi.

Você se levantou e me deixou sozinha, ajoelhada em uma rua deserta.

Não sei quanto tempo fiquei ali, nem mesmo que horas eram.

Estava tudo calmo, um silêncio incomum.

Me levantei.

Caminhei pelas ruas da cidade, sentindo o peso da derrota, do fracasso.

Na avenida, as luzes eram bonitas.

As lojas, os apartamentos e as decorações, tentavam me animar com as suas belezas. Sem sucesso.

Cansada de caminhar, me sentei em uma escada de uma das loja, me escorei em um canto meio escondido.

Ao olhar para o lado, percebi que não estava sozinha.

Um mendigo mal encarado me olhava de canto.

Fiquei com medo, me encolhi e continuei ali.

Pensando em nada e em tudo.

Poucos minutos depois, ouvi zoadas de varias motos.

Três delas pararam em nossa frente, dois dos passageiros desceram e vieram em nossa direção, com uma faca cada um.

De imediato me pus de pé, num instinto desesperado de sobrevivência. Mas o homem que estava ao meu lado me empurrou para o canto, afim de me esconder. De qualquer forma, se eu corresse, não iria muito longe.

O primeiro homem se aproximou, com as mãos ágeis acertou a faca no pescoço do mendigo.

Tapei minha boca para abafar o grito de desespero.

Outro homem se aproximou, tentei me defender, mas ele acertou a lateral do meu tórax.

Pude sentir a faca deslizando agressivamente, cortando alguns órgãos do meu corpo.

Não sentia dor. Estava anestesiada pelo medo, a sensação de saber que morreria era horrível, a ponto de desligar alguns dos meus sentidos.

Eles foram embora.

Não ouvi nem o som do motor das motos arrancando noite a fora.

Não ouvia, não sentia, mas respirava calma, sem pressa de suprir meus pulmões.

Caída no chão, vi o corpo do mendigo olhando para o nada, sem vida.

Voltei meus olhos para o céu.

Vi as estrela e através delas.

“Obrigada.” agradeci. Sim, agradeci. Agradeci por pelo menos ter visto minha irmã. Por ter vindo até ela e dito o que sempre esteve entalado na minha garganta.

Minhas vistas foram escurecendo.

Meu coração diminuía o ritmo, até parar por completo.

Escuridão. Silêncio.

 *

Respirei fundo e me sentei rapidamente na cama.

Passei minha mão no local do ferimento.

Não tinha nada, nada além de muito suor.

Meu coração batia, desesperado.

Apenas um pesadelo. Estou viva e minha irmã…

 

Peguei o celular que estava sobre o criado mudo, disquei mais do que depressa alguns números.

Chamando... Chamando... Chamando...

"Roberta!"


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Notas finais do capítulo

Como foi?
Se chegaram até aqui, deixe um comentário.
Estou ansiosa para saber o que acharam.
E também, se tiver algo errado no texto, não exite em me dizer... ^^
Criticas boas e ruins, são sempre bem-vindas.

Beijinho dramático :♥ e até daqui a pouco.



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