Crônicas dos Reinos escrita por Feluriana


Capítulo 1
Prelúdios de uma guerra




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A Bruxa

O vilarejo era conhecido por sua estreita ponte dourada. As joias tremeluziam durante o dia, olhar para baixo possuía o mesmo efeito que fitar o sol por muito tempo. Nas noites, a lua e as estrelas ganhavam sua mais bela representação. Chamavam a passagem de caminho da bruxa e em nenhum outro lugar dos reinos podia-se encontrar algo semelhante.

Ninguém, nem mesmo os anciãos, sabiam dizer com precisão como aquilo fora feito, portanto inventavam lendas e as relatavam com tanta ferocidade na voz que as mentiras tornaram-se verdade. Contavam que os deuses abençoaram o povoado e fizeram chover ouro, porém uma mulher – como sempre parecia acontecer nas histórias – arruinara a bonança. As versões divergiam conforme o espírito de quem as contava. Ora, a mulher fora alvo dos amores de um deus e não o correspondera, sendo assim, amaldiçoada por toda a eternidade, juntamente com aqueles que a contemplaram; ora tentara preparar um feitiço para atrair a atenção dos deuses e usurpar seus poderes. A armadilha tivera um final trágico quando descoberta. No final, todas as premissas convertiam-se em um único desfecho: uma mulher amaldiçoada.

Condenada a viver pela eternidade, ela veria aqueles que amava definharem e marcharem para seus túmulos. Todas suas feridas sarariam, deixando somente as cicatrizes, e nenhum golpe mortal lhe custaria o último suspiro. No entanto, aquele não era seu pior castigo. Diziam que, no fim das contas, algo de seu feitiço funcionara e ela tragara para si um fragmento da visão dos deuses. Sua pior maldição era a sabedoria. Entrever o futuro das coisas, a decomposição de toda a vida. Fitar a muda de uma planta e vê-la despedaçada no mesmo instante; olhar uma tenra criança e ver seu cadáver arroxeado, cercado de vermes. A ignorância é uma benção que a ela fora negada. Sabia sobre os piores recantos da natureza humana e sentia a dor dos indefesos, sem nada poder fazer para protegê-los. Toda vez que sangue inocente era derramado, ela sentia. E, como todos nós sabemos, poderíamos nadar em sangue inocente se a terra não o absorvesse para si, envolvendo os caídos em seu maternal manto.

Um dia fora bonita, mas a graciosidade lhe fora tirada gradativamente, sendo substituída pelos estigmas remanescentes.

Essa versão é a mais próxima da realidade e, justamente por esse fato, é a menos popular entre as pessoas. O que elas realmente gostam de falar é que a amaldiçoada matava virgens para banhar-se no sangue e sequestrava crianças na calada da noite. Deitava-se com feras e dava à luz a seres abomináveis que assolavam o mundo com sua maleficência, espalhando terror em seu nome. Todas as plantações pelas quais ela passava apodreciam e os ventres das mulheres que recebiam seu olhar tornavam-se inférteis para sempre. As espadas dos guerreiros se partiam no confronto com os inimigos e nações ruíam à mercê de sua vontade.

Hoje, décadas depois, começo a duvidar se minhas recordações são somente de delírios de um velho decrépito. Claramente, ninguém acredita em minhas narrativas, visto que todos aqueles que poderiam corroborá-la estão há muito enterrados, e ainda acham mais aprazível a lenda da Bruxa Má que jantava criancinhas. Seu nome até mesmo virou cantiga de roda e sempre que escuto a alegre melodia, um arrepio na base da espinha faz meu corpo estremecer.

Uma brisa gélida invadiu a modesta e aquecida cabana que eu construíra para viver meus últimos dias, mas não fechei a janela. Ao invés disso, levantei-me, ignorando os ossos que rangiam reclamando da frieza e sentei-me no batente da porta.

Os primeiros indícios do inverno surgiam.

Um floco de neve caiu.

Ah, ela amava a neve.

O sol recolhera-se taciturno naquele dia. Seu ocaso não fora gradativo, com cores brincando no céu, somente um tom acobreado que parecia mesclar-se com a lama no chão e o rosto manchado das pessoas que ainda moravam naquele vilarejo da estrada amarela. Versos rimados soaram longínquos, no entanto não foi preciso nenhum esforço para que eu discernisse o que diziam. Fechando os olhos, conseguia visualizar crianças de mãos dadas girando ao redor de uma outra que deveria ficar no centro exercendo o papel da bruxa e que, em seguida, quando a música terminasse, sairia correndo para capturar as demais.

Não, crianças. Ela não era má, as coisas somente deram errado. Tudo ruíra. Primeiro alguns pedregulhos anunciando a avalanche, depois a tempestade. A cantiga ecoou em minha mente.

Cuidado, cuidado, cuidado

Pois assim que a neve cai

Ouvimos o seu brado

De sua caverna ela sai

Na porta espreita

Esperando com garras em prontidão

No lugar onde a criança deita

Para afanar seu coração

Cuidado, cuidado, cuidado

A bruxa má está aqui

Fui para dentro novamente, pois aquela era a hora do ocaso e todos sabem que os demônios saem para brincar quando o sol se põe.


A Rainha Queimada

Era cedo.

As ruas estavam estranhamente desertas para aquele horário da noite. O sol acabara de se pôr e a lua cheia esbanjava sua luz. Ilysi sentia a força atrativa que aquelas noites causavam em seu coração. Seus filhos estavam brigando um com o outro, discutindo sobre quem seria líder de guerra no futuro. Por que, ela pensou, a guerra parece tão atrativa para os homens? Talvez porque sentem a necessidade da glória, enquanto as mulheres costumam manter seus maiores feitos para si e, muitas vezes, os carregam para a lápide.

As crianças contemplaram a silhueta de sua mãe postada na varanda do quarto, sem poder imaginar o que lhe passava pela mente da mesma forma que não foram capazes de ver a solitária lágrima que escorrera pelo seu rosto. Quando se cansaram das disputas, imploraram por uma história de dormir.

Ela se voltou para dentro do cômodo e admirou a figura dos dois meninos. Tão jovens...

Os meninos possuíam o cabelo cor de palha e olhos semelhante ao musgo encontrado nos troncos das árvores, características herdadas da mãe. Isengifu com seus oito anos, era uma criança tranquila e fácil de lidar, ao contrário de Redferum que não podia ser deixado sozinho um instante sequer.

—Vocês querem uma história? Pois bem, aqui vai. Somente prometam que dormirão depois, fui clara? – anunciou, peremptória.

“Era uma noite assombrosa, dominada por uma escuridão que engolfava navio, mar e homens. Contudo, havia um lugar onde a luz do sol nunca fora conhecida e o luar só era visto se desejado. Para os seres que lá habitavam, tudo estava como o de costume.

Ela era algo mitológico. Uma lenda, um ser sobrenatural fantasiado para disseminar terror em marinheiros que despendiam meses e anos de suas vidas ao mar. Algo para falar sobre enquanto os ventos transformavam águas pacatas em ondas furiosas. Distração. Contudo, é preciso dar um pouco de crédito a certas histórias, pois elas podem vir a possuir um resquício de verdade, obviamente com muitos detalhes exagerados acrescentados ao longo do tempo, porém, mesmo assim, uma pequena sombra de realidade ainda pode ser vista se olharmos bem de perto.

O mar revoltoso impelia o navio para os lados e, em certas ocasiões, o Negociador de Almas dava indícios de que não encontraria meios para estabilizar-se mais uma vez, entretanto sempre voltava a sua posição natural. Os rosnados dos homens e o ranger da madeira era suplantado pelo clamor das águas.

—Comecem a fazer preces para Njord, seus desgraçados! Rezem, rezem pelas suas vidas miseráveis! – vociferava o capitão em todo interlúdio existente entre um trovão e outro.”

Os dois fechavam os olhos e, gradativamente, demoravam mais para abri-los, sinal de que já estavam prestes a adormecer.

—Mamãe – Redferum disse com a voz leitosa e arrastada – nós podemos ir naquela ravina amanhã?

—Claro. Podemos fazer o que você quiser, querido.

—Eu não quero ir, mamãe – resmungou Isengifu – É muito dentro da floresta e o papai disse que é perto da caverna das Mulheres da Lua.

—Não seja idiota. As Mulheres da Lua não vivem em cavernas – rebateu Red, como um professor que repreende um aluno. – Elas vivem debaixo da água.

—Quem vive debaixo d’água são as sereias, como as da história da mamãe – o irmão mais velho explicou pacientemente.

—Sereias não existem.

Ilysi sorriu mediante a discussão dos filhos e outra lágrima furtiva escapou-lhe dos olhos sem que ninguém tomasse conhecimento de sua existência.

—É claro que elas existem. Mamãe já viu uma, não foi? – a pergunta foi feita com esperança nos olhos. Esperança de que realmente existisse algo mágico no mundo.

—Claro que eu vi – respondeu Ilysi – estava contando essa história agora mesmo antes de vocês me interromperem.

Isengifu olhou para o irmão com ar de triunfo.

—Posso continuar agora ou vocês querem discutir mais um pouco? – seu tom era de repreensão, entretanto havia um singelo sorriso no rosto da mulher.

—Não.

—Pode continuar.

—Tudo bem então, onde eu estava? Ah sim, a tempestade…

Antes que pudesse retomar a narrativa, uma das criadas irrompeu pela porta.

—Majestade, um mensageiro… – anunciou com a cabeça baixa – Perdoe-me, mas ele diz ser algo urgente.

Ilysi olhou para os filhos e disse que poderiam brincar se não estivessem com sono, contanto que permanecessem no quarto.

Ao sair do quarto dos filhos, não esbarrou com nenhum cavaleiro da guarda real, pois aqueles eram tempos de paz. Com tristeza, pensou que amanhã mandaria que três soldados ficassem de prontidão nos aposentos dos príncipes. A assustadiça garota a seguiu pelas escadas até o saguão de entrada do castelo, onde um rapaz coberto de farrapos a aguardava.

—Majestade – cumprimentou, fazendo uma reverência exagerada.

—Qual a mensagem tão urgente, posso saber? – seu tom era firme, mas o olhar repleto de gentileza conseguia suaviza-lo.

—Uma carta do ancião Gaed. Ele disse que eu deveria vir imediatamente e não parar sob nenhuma circunstância – explicou, desviando os olhos da cicatriz que cobria o lado esquerdo da face da rainha.

A Rainha Queimada. Era como o povo a chamava quando queriam ser maldosos, mesmo que ela não merecesse. Ilysi estava acostumada com a marca que descaracterizava seu rosto, algumas pessoas a olhavam avidamente quando pensavam que ela não perceberia ao passo que outras tinham medo sequer de voltar os olhos em sua direção.  

A mera menção do nome de Gaed fez com que seu coração pulasse uma de suas batidas.

O rapaz entregou a mensagem e Ilysi ordenou que a criada fosse preparar uma bagagem repleta de alimentos para a viagem de volta do mensageiro. A rainha rompeu o lacre ferozmente enquanto as passadas tornavam-se cada vez mais distante. Sua euforia nervosa foi inteiramente frustrada quando se deparou com um pergaminho vazio.

—Mas o que…

—Olhe dentro do envelope, Majestade. Talvez haja algo mais…

A rainha virou envelope e uma pedra branca e brilhante caiu de dentro.  A Joia de Malrian, usada para entrar em contato com o Reino das Sereias.

—Você sabia que eu voltaria – anunciou com beligerância.

O coração de Ilysi fora transformado em gelo ao ouvir aquela voz. Seu corpo foi tomado por calafrios e, ao levantar a cabeça, o mensageiro havia sumido e no seu lugar surgira uma criatura coberta de linho e seda da cabeça aos pés. Seu único adorno era uma coroa de quatro pontas.

—Tão cedo… – protestou em uma voz chorosa.

—As forças da natureza estão em conflito mais uma vez. Você tem uma dívida com o Mundo Encantado. Prometeu que seríamos aliadas, Ilysi.

—Sempre me preparei para a sua vinda e, agora que está aqui, me sinto desamparada.

—Se apegou demais ao seu cotidiano mundano. Abandonou a magia por um bom motivo, trouxe paz ao reino de Monard. Mas não pode fechar os olhos para o que acontece além dessas fronteiras. A magia não abandonou você e agora a chama de volta.

 -A Praga já está se alastrando – confirmou Ilysi com tristeza. Isso significa que estamos em guerra mais uma vez.

—Sim. Guerra – ecoou a voz que parecia surgir de canto algum embaixo daqueles tecidos.

Taverna da Ruiva

O cheiro pungente da bebida parecia impregnado na madeira decrépita, tal qual nas roupas sujas dos fregueses e em suas risadas. No entanto, somente aqueles que já haviam passado de sua cota de hidromel gargalhavam.

A tensão na Taverna da Ruiva era tangível.

Se você parasse para escutar, perceberia o que não estava ali. As histórias. As canções. Onde homens bebiam, sempre havia um que, subitamente, incorporava o papel de bardo ou contador de fábulas e essa ausência vociferava mais estrondosamente que as piadas dos bêbados. Olhares de soslaio e a preferência por cantos entregues à penumbra. Era daquela forma que estavam organizados.

Nas casas, mulheres e crianças definhavam de fome. A Taverna da Ruiva – batizada desta maneira graças aos rubros cachos pendurados na parede acima do balcão, que supostamente pertenciam a uma bruxa do fogo – era a única ainda aberta naqueles tempos. Diziam que Lênus, o dono do lugar, conseguia fazer contato com um comerciante de fora das muralhas e comprava pequenas quantidades de comida – para que ninguém desconfiasse de sua abundância – hidromel, cerveja e vinho.

A maioria daqueles que ali estavam, cresceram, plantaram, colheram e lutaram juntos, contudo nem ao menos fitavam os olhos uns dos outros. O cerco já ultrapassara alguns dias do seu segundo mês, as ruas lamacentas fediam e o rei resolvera zelar pela própria vida atrás dos muros do palácio, enquanto em frente aos portões principais uma torre de bloqueio indicava a cidade sitiada.

Margbari. Suas únicas características memoráveis são o terrível odor, as chuvas e o inverno que levava a maioria dos recém-nascidos. O reino de Tymet era o menor e mais frio que um estrangeiro poderia visitar, quando não estava coberto de camadas espessas de neve, tornava-se um recanto lamacento.

Um mercenário que não pertencia àquela cidade alongou a coluna e bocejou.

—Ainda vai beber alguma coisa? – a pergunta fora feita por Amata, filha mais velha de Lênus.

—Acho que estou encerrando por hoje. Obrigado, Amata – o cliente assíduo ergueu a caneca de madeira em forma de cumprimento e ela se limitou a responder com um entediado dar de ombros.

Gradativamente, com o passar das horas, todos foram deixando a taverna, restando somente Lênus, Amata e o mercenário. Quando o proprietário do lugar pediu que o viajante se retirasse, ele grunhiu por ter que enfrentar a frieza da noite. Esperava poder beber até pernoitar por ali mesmo, em alguma mesa. Perdurou na frente do estabelecimento, pensando para onde iria. Lugar nenhum. Não havia para onde fugir.

Alguns instantes depois, murmúrios chorosos que cortavam o silêncio soturno chamaram sua atenção.

—Eu não consigo fazer isso, Amata... Não consigo – a voz de Lênus não foi difícil de reconhecer.

—Pai, se o senhor as ama, as poupará de todo esse sofrimento. Viu o que aconteceu com os outros... As pústulas, os delírios... É isso que quer para suas filhas? Além do mais, quanto tempo até que nos atinja? Poupe-as – a filha objetou com beligerância, sem rastro de hesitação na voz.

O forasteiro andou alguns passos em direção à janela mais próxima e agachou-se entre o aglomerado de madeira apodrecida que servia como estábulo e o depósito de ferramentas. Além dos passos, o observador furtivo não pôde entreouvir mais uma palavra sequer. Contudo, assistiu quando, um quarto de hora depois, Lênus e Amata carregaram os corpos inertes de Ylana e Liara para enterrarem-nas em recentes e improvisadas covas rasas.

O viajante que assistia a cena era um homem duro. Rude. Não sabia ler nem escrever, seu único talento era com a espada e o ouro. Matara inúmeros homens maus, contudo também enviara homens bons prematuramente para a companhia da Deusa ou dos deuses – dependendo do reino de nascimento da vítima. Ele, particularmente, não acreditava em deuses, deusas, bruxas ou seres encantados. Acreditava no dinheiro e na sobrevivência. Mesmo assim, aquele pai enterrando suas filhas mais novas com a ajuda de sua primogênita o perseguiria pelo resto da vida.

Margbari não estava sob condições de cerco graças à guerra. Aqueles eram tempos de paz arranjada. Os motivos da prisão eram outros.

Alguns chamavam de Aglaecwif, outros persignavam-se mediante aquele nome e limitavam-se a cuspir para afastar o mal.

Aglaecwif.

A maldição da bruxa.


O Cavaleiro do Dragão

A quantidade de aço utilizada para fazer a armadura do gigantesco animal não fora um problema para Demur, rei das criaturas encantadas. Ele tinha à sua disposição uma inteira população de orcs e anões, todos ansiosos para exercer um papel na vingança contra os homens. A magia estava enfraquecida como, ocasionalmente, acontece após um conflito tão intenso como a Guerra de Mundificação, provocada pela união dos reinos Tymet e Monard contra os seres mágicos. Não houve uma raça do mundo encantado que saíra ilesa da purificação: feiticeiros, fadas, sereias, anões, goblins, metamorfos, gigantes, guardiões. Todos perderam algo. E agora era a hora de tomar de volta.

—Phisniar – o Rei alegrou-se com a visão do Espectro. Durante muitos anos, aquela espécie maligna fora banida da Corte Encantada. Todavia, o Rei Demur sentia que aquele era o momento propício para a unificação e fortalecimento das espécies mágicas.

Phisniar vestia-se com uma armadura de ouro negro, forjada nas Torres Espectrais, desconhecidas a qualquer um que não pertencesse a elas. Os calcanhares de suas botas eram resguardados por aço e o elmo era do mesmo material que sua cota de malha.

Ao pensar em contemplar um Espectro, a expectativa geral é a de uma sombra fantasmagórica, muito embora eles sejam seres materiais tangíveis ao toque. Em suas veias, corre o mesmo sangue negro e viscoso que corre nas veias dos dragões, pois foram eles os primeiros Cavaleiros. Ninguém fora das Torres Espectrais conseguiu ferir um pai de dragão – como eram comumente nomeados. Isso se devia ao fato de que somente uma arma forjada pela sua própria raça ou o ataque de um dragão era capaz de causar danos a um Espectro. Portanto, eles só pereciam através de suas batalhas internas – que não eram raras.

—Demur – Phisniar cumprimentou friamente e o Rei resolveu ignorar a insolência. – Vejo que a armadura de Dor'wyrm está pronta. Ele ficará feliz em usá-la.

—Quando estaremos prontos para o ataque? – Demur indagou com um olhar sanguinário.

Existiam duas ramificações na espécie espectral: os seres da luz e os seres da escuridão. Aqueles que pertenciam ao primeiro grupo eram fortalecidos pelo poder do sol. Os integrantes do segundo necessitavam da força da lua, das estrelas e da escuridão para alcançarem o ápice de sua energia. Os Espectros de Luz foram os próprios responsáveis pela sua criação, quando entraram em guerra contra a tirania do Imperador Nafar. Desde então, saíram das Torres Espectrais e formaram alianças com guardiões ou magos, algo que os remanescentes das Torres consideravam uma grande desonra.

—Minhas habilidades e as habilidades de meu dragão aumentam com o cair da noite – explicou Phisniar.

—Portanto, o que nos falta?

Com um sorriso de escárnio e arrogância, o espectro aproximou-se do Rei.

—Meu caro soberano, estou somente esperando que escolha entre Tymet e Monard.

O Rei sorriu.


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Notas finais do capítulo

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