A Má Influência escrita por British


Capítulo 25
Dois dias para o julgamento


Notas iniciais do capítulo

A espera pelo julgamento está quase acabando...



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Sasuke estava dormindo em pé, quando Sakura parou o marido e lhe entregou uma xícara de café. O engenheiro havia ficado a noite inteira acordado porque os gêmeos tinham ficado com insônia na última noite e, para piorar as coisas, Sarada tinha dormido fora de casa de novo.

— Querido, parece que um trator passou por cima de você. – Comentou Sakura com um risinho, mas Sasuke estava com uma cara de poucos amigos.

— Culpa daqueles pestinhas! Eu contei umas dez histórias e nenhuma delas fez eles dormirem. Pelo contrário, eles só ficavam mais curiosos e me faziam mil perguntas sobre cada uma das histórias. – Disse Sasuke.

— Dá próxima vez, eu fico e você descansa. – Sakura piscou e então voltou-se para Indra e Ashura que estavam tomando o café da manhã.

— Ótimo! – Resmungou Sasuke.

— Viu o que vocês fizeram com o pai de vocês? – Questionou Sakura e os gêmeos riram.

— Nós só queríamos que ele contasse mais histórias. – Disse Ashura.

— Pedimos pra ele cantar como a Sarada, mas o papai não sabe cantar. – Comentou Indra.

— Agora, a culpa é minha que vocês não dormiram porque eu nãos ei cantar? – Perguntou Sasuke e os gêmeos assentiram com a cabeça.

— Acho que você tem que ter aulas de canto, Sasuke. – Riu Sakura.

— Sabe o que eu acho? Que Sarada deveria ter dormido em casa. Por acaso, você sabe onde ela está, Sakura? – Questionou Sasuke.

— Meu amor, ela deve estar no mesmo lugar em que dormiu na outra vez. – Apostou Sakura.

— Na casa do Neji. – Disse Sasuke e Sakura assentiu.

— Sarada tá de namorado novo. – Comentou Ashura.

— Ela nem apresentou pra gente dessa vez. – Queixou-se Indra.

— Meninos, a irmã de vocês não está namorando Neji. Eles são amigos. Só isso. – Explicou Sakura.

— Mas a Sarada nunca tinha dormido na casa de nenhum amigo antes. Só do Boruto porque eles namoraram. – Disse Ashura.

— Isso foi antes. Agora a Sarada dorme na casa de um amigo que não é namorado dela. Aliás, eu acho isso muito errado, então espero que no futuro vocês não repitam a atitude da irmã de vocês, entendido? – Disse Sasuke.

— Tá bom, pai. – Concordaram Indra e Ashura.

— Neji é bom e honrado. Nunca faria mal a Sarada. – Disse Sakura.

— Ela me disse que só vai pra lá pensar na vida, mas ainda assim não acho bom. E se as pessoas começarem a falar? Ou pior, e se o Boruto vê? – Questionou Sasuke.

— Sarada é maior de idade, vacinada, independente. Ninguém tem que falar nada. Até mesmo o Boruto. – Disse Sakura.

[...]

Sarada estava assistindo tevê ao lado de Neji. Novamente, ela tinha dormido lá enquanto o médico cumpria plantão no hospital. De manhã cedo, quando Neji chegou a mesa do café da manhã estava posta e eles comeram juntos. Depois, resolveram assistir ao jornal na tevê. Até que a jornalista comentou que em dois dias Sasuke Uchiha seria julgado pela queda do viaduto da cidade e que até o presente momento todos os indícios apontavam para que ele fosse o culpado, o que fez Sarada ficar triste e Neji desligar a tevê em seguida.

— Só falam besteira na televisão. – Comentou Neji.

— Me faz feliz saber que você acredita na inocência do meu pai. – Disse Sarada.

— Quando eu estive com Sasuke, senti que ele não estava mentindo pra mim quando disse ser inocente. Ele não teria matado a Tenten, porque, se ele tivesse errado, teria admitido. Seu pai não se esconderia desse erro nessa altura da vida.

— Você já sabe o que vai dizer na frente do juiz?

— Já, mas é segredo.

— Qual é? Não vai falar nem pra mim?

— Sarada, você estará lá e verá tudo com seus próprios olhos. A única coisa que você precisa saber é que eu vou defender o seu pai. – Sorriu Neji.

— Você é tão bom! Queria muito que a sua esposa tivesse sobrevivido a essa tragédia, porque você simplesmente não merece qualquer tipo de sofrimento. – Disse Sarada.

— Infelizmente, a gente não pode voltar no tempo e salvar a vida dela. Mas, sinceramente, depois de provarmos a inocência do Sasuke, eu espero que o responsável por isso seja pego e pague.

— O pior de tudo é que não temos um suspeito. – Disse Sarada.

— Eu desconfio de uma pessoa. – Revelou Neji.

— De quem? – Questionou Sarada.

— Eu não quero acusar ninguém sem provas. Seria injusto. – Disse Neji.

— Por favor, diz pra mim! Quem sabe se você falar a gente pode conseguir alguma coisa?

— Se a pessoa que eu estou pensando for o responsável por isso, você só se meteria em encrenca sabendo. Eu vou falar da minha suspeita no depoimento e isso basta.

— Não basta! Neji, se você se importa comigo e com a minha família, você tem que me falar!

— Sarada, eu não disse nem ao seu pai. Não vou dizer a você também.

— Deveria ter dito a ele. Quem sabe assim o papai não tinha uma chance? Por favor, Neji! É tudo que eu te peço!

— Ok. Eu vou falar, mas você tem que me prometer que não vai fazer nada idiota até o dia do julgamento. Esse tipo de coisa se resolve na justiça, Sarada.

— Ok. Eu prometo.

— Desconfio do engenheiro Orochimaru.

— Por qual razão Orochimaru faria algo tão terrível para o meu pai? – Questionou Sarada.

— Não sei. Talvez, inveja. O que eu sei e que vou falar pro juiz é que esse cara veio com um papo muito estranho pra mim no dia que eu fui assinar os papeis da indenização. Eu percebi que ele tava tentando me jogar contra o Sasuke. Ele queria que eu arrancasse uma confissão do Sasuke dizendo que era culpado. Estava tão cego de raiva no momento que só fui perceber a intenção dele nos últimos dias, quando Boruto me pediu para analisar tudo que pudesse ser suspeito.   

— Realmente, é estranho que ele tenha te pedido isso. – Falou Sarada pensativa.

— Muito. Por isso, vou falar no tribunal.

— Entendi. Boruto te deu mais alguma dica?

— Vocês ainda não se falaram né?

— Eu quero ter certeza da minha resposta a ela quando nos vermos. Tenho medo de estragar as coisas se o ver agora.

— Por que?

— Eu ainda tenho raiva da situação, dele grudado com o bebê. Shinki me disse que ele parou com as visitas diárias, mas ele continua falando com Yodo pelo telefone só pra se certificar de que está tudo bem.

— Já passou pela sua cabeça que ele só deve estar querendo ser um bom pai?

— De um bebê que ele nem sabe que é filho dele.

— De um bebê que pode ser filho dele.

— Neji, meu pai disse que eu não deveria perder tempo, que eu já pensei demais, mas eu to com medo de me machucar nessa história. Boruto é tão... imprevisível.

— Vai esperar até o julgamento?

— Vou. Quero que isso passe, senão posso atrapalhá-lo na sua preparação para defender o meu pai. Não quero piorar as coisas.

— No fundo, você já tem sua resposta. Só tem medo de dizer em voz alta.

— Talvez, você esteja certo. – Sarada sorriu.

Na hora em que Sarada estava saindo do apartamento de Neji, Boruto estava passando de carro pela rua e ele não conseguiu evitar de olhá-la. Então, Boruto percebeu que ela não estava sozinha. Sarada estava saindo do prédio de Neji ao lado do médico e ainda o deu um abraço demorado. Mil perguntas então rondaram a cabeça do advogado. Por que Sarada estava na casa de Neji? Por que ela estava saindo tão cedo de lá? Não era nem 7h da manhã. Será que ela tinha dormido lá? Será que eles tinham transado? Será que eles estavam namorando? Será que ela já tinha esquecido dele? Boruto ficou confuso com aquela cena, mas não fez nada. Só passou por eles e seguiu o caminho até seu escritório.

[...]

Inojin precisava combinar com Shizune os últimos detalhes da exposição em Nova York. Por isso, ele e Himawari seguiram para a casa de Sai ainda de manhã e aproveitariam para ficar pro almoço. Enquanto Shizune e Inojin debatiam as questões pendentes, Himawari se aventurou explorando a casa do sogro. Sai tinha saído para ir ao banco, então demoraria um pouco a voltar e por isso não tinha como ficar fazendo sala para a visita. Enquanto andava pela casa, Himawari se deparou com uma porta fechava que tinha uma placa dizendo “Ateliê”. Curiosa, Himawari abriu a porta, que não estava trancada de chave. Assim, ela foi assimilando cada pedacinho daquele lugar que um dia havia sido o refúgio de seu namorado. Foi quando Himawari se deparou com um quadro enorme de Sarada Uchiha.

Himawari ficou chocada. Então, Inojin ainda mantinha um quadro de sua ex-namorada em segredo. A garota sentia tanta raiva do que via, se sentia tão enganada que não pestanejou a procurar por alguma coisa na sala que fosse capaz de estragar aquele quadro. Então, enquanto procurava ela achou uma tesoura pontuda. Movida pela raiva, Himawari rasgou todo o quadro. No fim, se sentiu aliviada. Então, ela saiu de lá pronta para confrontar Inojin.

— Inojin... – Chamou seriamente.

— Hima, eu to falando algo importante com a Shizune. Podemos conversar daqui a pouco? – pediu educadamente.

— Não dá pra esperar. O que um quadro da Sarada tá fazendo aqui? – Perguntou na lata.

— Como você achou o quadro?

— Entrei no seu antigo ateliê e lá estava. Você vem sempre aqui pra ficar admirando aquele quadro? – Questionou furiosa.

— Hima, é só um quadro. – Disse Inojin.

— Antes fosse... – Retrucou Himawari.

— Menina, você não devia se estressar com Inojin por causa de um simples quadro. É uma lembrança, uma memória de um tempo que não volta mais... – Disse Shizune.

— Uma memória de quando ele e a Sarada namoravam, de quando os dois se amavam. – Disse Himawari.

— Hima, você tá com ciúme de novo. É só isso. – Inojin tentou acalmá-la.

—Só tá faltando ela dizer eu ou o quadro. – Riu Shizune.

— Não vou precisar fazer isso porque o quadro já era. – Disse Himawari.

— Como assim? – Questionou Shizune.

— Não me diga que você destruiu o quadro, Hima! – Disse Inojin começando a ficar exaltado.

— Só fiz com ele o que você deveria ter feito há muito tempo! – Disse Himawari.

— Você não tinha esse direito! Esse quadro não era seu! – Gritou Inojin e correu para ver em que estado estava seu quadro.

— Você é louca garota? – Questionou Shizune.

— Eu posso ser louca, mas não sou burra! Não vou ficar aguentando o MEU namorado endeusando a EX pra sempre! Tudo tem limite! Esse é o meu! – Himawari bateu o pé.

Shizune e Himawari então foram até onde Inojin estava. Ele estava catando os pedaços do quadro.

— Pode me deixar sozinho? – Pediu Inojin.

— Não dá pra salvar esse quadro, Inojin. – Disse Himawari.

— Querido, eu sinto muito. – Disse Shizune.

— Eu já disse... Quero ficar sozinho! – repetiu Inojin e então Shizune saiu, mas Himawari continuou lá parada.

— Não vê que isso é doença? Ficar guardando o restinho das suas lembranças da Sarada? – Questionou Himawari.

— Você não entende mesmo né? Nem que eu diga um milhão de vezes que esse quadro representa muito mais do que a Sarada, você não compreende. – Disse Inojin.

— É um quadro dela. Não representa nada que não seja esse seu amor infantil por ela. – Disse Himawari.

— Eu amo você, Hima. Mas eu não sou capaz de conviver com esse seu ciúme idiota da Sarada. No outro dia, no jantar, pensei que você tivesse entendido que é amizade. Só amizade!

— Bastou olhar esse quadro pra perceber que não é só amizade! Por que você não pintou o Boruto? Ou Shinki? Ou Chouchou? Ou Obito? Ou Sai? Por que você só pinta a Sarada?

— Eu já pintei muitos quadros da Sarada sim, mas todos foram anos atrás. Ela significa muitas coisas pra mim. Pensei que você entendesse...

— Sabe o que eu não entendo, Inojin? O fato de que eu não represento nada pra você!

— Você sabe que o que está dizendo é mentira! Eu me importo muito com você! Eu divido a minha vida com você, Hima!

— A gente pode começar do zero agora, sem mais quadros da Sarada invadindo nossa rotina com o seu passado. – Disse Himawari.

— Você não tem mesmo noção da gravidade do que fez Hima? Você entrou no ateliê do meu pai sem a autorização dele para rasgar um quadro que estava guardado lá por causa do seu ciúme doentio.

— A gente vai brigar por isso? – Questionou Himawari.

— Não, eu não vou brigar com você. Eu to terminando com você. Acabou, Hima. Eu não aguento mais. – Disse Inojin saindo do ateliê e deixando Himawari boquiaberta.

— Ei, pera aí. Era só um quadro, Inojin! – Disse Himawari enquanto seguia o rapaz pela casa. No meio do caminho, ele se despediu de Shizune e então saiu da casa.

— Hoje, é esse quadro. E amanhã? Com o que mais você vai implicar? Vai querer me proibir de ver a Sarada? Vai me impedir de frequentar os mesmos lugares que ela? Vai vigiar o que eu pinto e sempre interpretar de uma maneira em que pareça que eu não gosto de você?

— Eu to errada em pensar que você não superou a Sarada? Porque ela te superou há muito tempo, mas você continua aí guardando como uma preciosidade os resquícios dessa história! – Acusou Himawari.

— Você está completamente errada! Eu não amo a Sarada desse jeito desde antes de começar a sair com você! E eu guardo o quadro porque ele é importante pra mim! Ele me lembra de como foi me apaixonar e de como foi sofrer. Ele me lembra da minha inocência e da minha mãe que me deu a foto que serviu de inspiração para o quadro! E você não tinha o direito de se meter nisso! Sabe por que Hima? Eu não tenho culpa se tive um passado antes da nossa história!

— Inojin, tudo bem... Eu peguei pesado em destruir o quadro. Me desculpa?

— Você acha que é só pedir desculpa e tá tudo bem? Quantas vezes você me disse que ia parar com esse ciúme e continua fazendo ceninha!

— Amor, por favor, me perdoa? – Pediu Himawari encarando Inojin.

— Hima, vê se cresce! – Disse Inojin e Himawari ficou lá parada o observando partir.

— Himawari, acho que nós duas devemos ter um papo de garotas. – Sugeriu Shizune e então Himawari a acompanhou de volta à casa de Sai.

— Você vai dizer o quanto eu sou idiota? – Perguntou Himawari.

— Não vou mentir. Acho que o você fez foi idiotice sim, mas não acho que tenha sido o fim do mundo. Inojin falou da boca pra fora isso de terminar o namoro. Fique tranquila. – Disse Shizune.

— Como sabe?

— Ele está com raiva, mas vai passar e aí o amor que ele sente por você vai falar mais alto.

— A verdade é que eu acho que ele não me ama como fala, ele não demonstra.

— Você tá falando isso por causa do quadro?

— É. Todo mundo dessa cidade sabe que a Sarada é a musa do Inojin. Ele me garantiu que se livrou dos quadros, mas e esse aqui que eu acabei de destruir? Se ele o escondeu de mim, é porque aí tem. – Disse Himawari.

— Você sabe em que condições Inojin pintou cada um dos quadros da Sarada?

— No colégio interno.

— Sim, ele pintou durante os três anos em que ficou lá preso e longe de todas as pessoas que amava. Enquanto você e o resto de nós tocava a vida normalmente, Inojin estava deprimido e sofrendo uma tortura psicológica feita pela própria mãe. A única coisa que o mantinha são dentro daquele isolamento era pensar em Sarada. Ele a amava. É verdade. Esses quadros demonstram o quanto esse amor foi bonito e importante na vida dele. Inojin não nega, mas outra coisa que o seu namorado não nega é que isso é parte do passado e é com você que ele quer passar o resto da vida dele. Esse namoro nunca foi tratado por ele como um prêmio de consolação. Eu estava aqui no dia que Inojin disse para o pai que vocês iam morar juntos e ele estava radiante com a possibilidade de ser feliz ao seu lado. Prevendo o seu ciúme, ele me mandou vender todas as pinturas da Sarada e guardar a que você rasgou apenas porque ela marcava um momento importante de transição em sua vida. Agora, você não consegue respeitar isso? Foi a única coisa que Inojin te pediu, Himawari. E sabe o que você fez? Negou.  

— Estou envergonhada do que fiz.

— Eu entendo que você fique chateada que esses quadros existam, mas você tem que pensar em que circunstância eles foram pintados. Depois que tudo isso acabou, ele nunca mais pintou a Sarada.

— Você está certa, Shizune. Nenhum dos quadros que Inojin fez de Sarada foram para me diminuir.

— Eu vou te contar um segredo. Você consegue guardá-lo?

— Sim. O que é.

— Eu não me desfiz dos outros quadros que Inojin pediu. Todos estão no meu apartamento em nova York, quero até levar a Sakura lá para que ela escolha algum.

— Por que está me contando isso?

— Porque não quero que você descubra por outra pessoa e pense que foi o Inojin que pediu pra guardar. Ele se desfez de tudo por você.

— O que eu posso fazer pra ele me perdoar, Shizune?

— Sinceramente, eu não sei. Mas, se eu fosse você, começaria arrumando a bagunça que você fez no ateliê do Sai. – Orientou Shizune.

— Vou fazer isso.

Enquanto catava os pedados do quadro, Himawari percebeu que tinha um envelope escondido dentro da moldura da pintura. Ela então pegou e notou que estava endereçado para Inojin e o envelope não estava selado. Curiosa, ela abriu. E, para sua surpresa, era uma carta de Ino ao filho. Himawari então guardou o envelope em sua bolsa e após arrumar tudo saiu da casa de Sai.

Ela caminhou até o apartamento que dividia com Inojin pensativa. O conteúdo da carta era um tanto perturbador, mas ela decidiu que mostraria para Inojin. Era ele quem deveria decidir o que tinha que fazer com aquilo e não ela. Ao abrir a porta, Himawari flagrou Inojin parado na varanda. Então, ela caminhou até ele.

— Eu fui completamente ridícula mais cedo. Perdão, Inojin. – Disse Himawari e então Inojin a encarou.

— Sabe o que me deixou com raiva? O fato de que você não se importou nenhum pouco com os meus sentimentos ao rasgar aquele quadro.

— Shizune me disse a mesma coisa, que eu fiquei pensando só em quanto aquilo me afetava e não nas circunstâncias em que você pintou ele.

— Agora acabou. O quadro não existe mais.

— E nós? Acabou mesmo?

— Hima, é óbvio que eu não deixei de amar você, mas eu não quero estar num relacionamento afundado em desconfiança.

— Eu prometo não ser tão ciumenta.

— Eu até achava bonitinho você com ciúme no início, mas cansa.

— Eu sei. Eu fui completamente estúpida sem necessidade alguma. Me perdoa vai? – Himawari começou a chorar, então Inojin a segurou em um abraço.

— Eu perdoo. Quem sou eu pra não te perdoar? Você errou, mas era só um quadro.

— Você ainda é meu namorado?

— Se você me quiser, mesmo com o meu passado tenebroso, sim. – Respondeu Inojin e ganhou um beijo da namorada.

— Eu me descontrolei. Seu passado foi difícil, mas você passou por ele e o superou. Eu sei que Sarada é só uma amiga. Ela e Boruto se amam. Eu sei disso. Além disso, eu sei que você me ama, mesmo eu não merecendo.

— Você merece meu amor. Se eu não achasse isso, você não teria sido a escolhida pra ser a minha esposa.

— Você tá falando sério?

— Hima, eu queria ter entregado o anel num jantar romântico, mas fazer o que... – Inojin então pegou uma caixinha que estava guardada numa gaveta na sala e se ajoelhou na frente da namorada - Você aceita, Hima? Lembre-se que se dizer sim será para sempre.  

— Sim! Sim! Sim! É tudo que eu mais quero nessa vida! – Respondeu enquanto cobria Inojin com beijos e ele colocava o anel em seu dedo.

— Eu te amo, Hima. – Disse Inojin.

— Eu te amo muito! Eu sinto muito ter sido uma péssima namorada antes, mas eu quero ser alguém melhor.

— Vamos pensar no futuro daqui pra frente ok?

— Ok, mas antes você vai precisar revisitar o seu passado mais uma vez. – Himawari então pegou a carta de Ino e entregou a Inojin.

— Que envelope é esse?

— Inojin, eu achei esse envelope dentro da moldura em que estava o quadro da Sarada. É da sua mãe. Ela queria que algum dia você achasse. Leia. – Incentivou Himawari.

— Você leu?

— Li e acho que você deve ler também.

— Ok. – Então Inojin começou a ler.

Querido Inojin,

Eu sei que nada que eu diga em minha defesa vai me ajudar nesse momento, mas não posso deixar de tentar minimizar a visão horrível que você tem de mim. Eu errei, admito. Errei quando sequestrei você, quando menti para Gaara, quando fiz Sakura de refém e atirei em Boruto sem querer. Errei todas essas vezes. Se me arrependo? Profundamente. No entanto, também sei que meu arrependimento não apaga as consequências de meus atos. Gaara estava certo quando me disse na prisão que eu deveria pagar por cada um deles e eu vou. Mas não vai ser da maneira como ele pensa. Não sei quando você vai achar essa carta. Vou entregá-la para Kiba na primeira brecha que eu achar e ele dará um jeito de você achar isso no tempo certo. Não tenho muito tempo, por isso não vou me prolongar muito. O que quero que saiba e que não se esqueça é que eu te amo, filho! Eu te amei desde o primeiro momento e sinto muito que as coisas não tenham dado certo com Sai, pois você merecia uma família como a dos comerciais de margarina. Sinto muito por ter arruinado seu relacionamento com a Sarada. Eu nunca a achei merecedora do amor que você sempre endereçou a ela. Acho que um pouco da minha implicância tenha a ver com o fato dela ser a cara do Sasuke. Então pensava: tal pai, tal filha. Se Sasuke tinha sido capaz de esmagar o amor que eu sentia por ele, Sarada teria a mesma capacidade de arruinar com a sua vida. Então, tentei impedir com todas as minhas forças. Sei que para separá-los, eu magoei você. Pensei que com passar dos anos você pudesse ser feliz na vida nova que eu quis te dar, mas me enganei. Perdão, filho! Eu sei que não mereço, mas ainda assim peço porque não quero partir desta vida sem ter feito o mínimo para obter seu perdão. Quando você for ler essa carta, eu devo estar morta. Já devo ter carregado o maldito do Sasori para o inferno junto comigo. Então, quem sabe você não consiga perdoar a minha memória? Tenho esperanças, querido. Gaara jamais vai me perdoar pelo que eu vou fazer, mas parte de mim acredita que você possa. Sua vida será melhor sem mim.  Foi um privilégio ser sua mãe. Obrigada por ser um ótimo filho.

Eu te amo!

Ino Yamanaka

Inojin leu a carta inteira com um nó na garganta. Queria chorar, mas nenhuma lágrima descia. Himawari então abraçou o noivo e sussurrou em seus ouvidos que ele poderia chorar se quisesse, mas Inojin rejeitou a ideia.

— Já chorei tudo que tinha pra chorar. Obrigada por achar essa carta.

— Se eu não tivesse rasgado o quadro, não teria achado.

— Pensando assim... Foi uma ótima ideia você rasgar aquele quadro. Agora, eu fiquei me perguntando porque Kiba não me entregou a carta?

— Inojin, provavelmente Kiba achou que não era a hora certa de você ler. Talvez, ele estivesse esperando um momento apropriado e até achá-lo resolveu colocar no quadro.

— Vou perguntar a ele na próxima vez que eu estiver com ele.

— Ele voltou a morar em Suna, né?

— Sim. Ele achou melhor dar espaço para o meu pai e Shizune depois que eu me mudei pra cá com você.

— E o que você sentiu ao ler a carta?

— Senti um alívio por ver que ela se arrependia e também feliz porque ela disse que era um privilégio ser minha mãe.

— Você é a melhor pessoa que eu conheço, meu amor. Ino foi muito sortuda de ter sido a sua mãe.

— Pena que ela jogou a vida fora.

— Ei, não fica triste vai? Eu te dei essa carta para que você matasse a saudade que sente da sua mãe.

— Obrigado, Hima. Foi muito importante pra mim ler as últimas palavras dela.

[...]

No fim do ensaio da orquestra, Sarada estava se segurando para não confrontar Mitsuki sobre o pai dele. Ela havia prometido para Neji que não ia se meter naquilo, mas foi mais forte do que ela quando o próprio Mitsuki a abordou na saída.

— Ei, não vai falar comigo Sarada? – Perguntou Mitsuki.

— Desculpa. É que eu to meio atrasada. – Tentou achar alguma desculpa.

— Você chegou atrasada no ensaio, agora tá atrasada pra outro lugar. Logo a dona certinha, agora não sabe mais ser pontual? – Provocou Mitsuki.

—  Eu ainda sou pontual. Foram só dois deslizes. É que o julgamento do meu pai tá chegando e lá em casa tá uma loucura. Você entende?

— Claro que entendo, mas não se preocupe. Seu pai conseguir provar que é inocente.

— Mitsuki, seu pai vai depor. Ele comentou com você o que vai dizer? – Perguntou Sarada.

— Não, ele não comentou.

— Eu tenho a impressão de que o seu pai não gosta do meu. – Disse Sarada esperando que Mitsuki a contasse algo.

— Por que?

— Não sei. É só uma impressão. Você acha que seu pai seria capaz de defender o meu na hora do julgamento?

— Sarada, eu... eu não sei mesmo.

— Você parece estar mentindo pra mim.

— Por que eu mentiria pra você?

— Pra encobrir o fato de que o seu pai tá tentando prejudicar o meu quem sabe? – Acusou Sarada e Mitsuki se assustou.

— O quanto você sabe disso?

— Então, é verdade né? Seu pai quer prejudicar o meu e você nem liga, não é mesmo?

— É claro que eu ligo! Eu só não sei como ajudar!

— Me ajuda provar que o meu pai é inocente, Mitsuki! Por favor! – Implorou Sarada.

— Desculpe, Sarada. Eu não posso. Não sei como fazer. – Disse Mitsuki e Sarada se sentiu perdida. Ela achava que seu amigo poderia ajudá-la, mas talvez Mitsuki não fosse tão seu amigo assim.


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