Always and Forever escrita por Thay


Capítulo 3
Capítulo 2 - Blue eyes and blotchy skin


Notas iniciais do capítulo

Oie meus amores, tudo bom com vocês?
Bem, esse capítulo é mais para explicar um pouco de como era a vida da nossa querida Sammy e a convivência dela com a pessoas ao redor dela. Espero que gostem e boa leitura...



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Há quatorze anos atrás...
Narrador personagem (Sam)

— Mas você tinha que ver, ele parecia querer mesmo a minha ajuda, cara! — pela milionésima vez ouvia minha amiga falar sobre Brad, o carinha que ela gosta desde sempre, ter perguntado uma questão dos exercícios da aula de história. Aquilo já estava me dando dor de cabeça. – E quando ele deu aquele sorrisinho maravilhoso...Humm. Foi incrível! – se encostou nos armários agarrando os livros contra si.

Sam: Amiga. — bati algumas palminhas em frente ao seu rosto conseguindo chamar sua atenção – Primeiro, pare de se esfregar nos armários, sério, já tá vergonhoso. – levei um tapinha da ruiva como resposta. – Segundo, pare de falar daquele idiota e terceiro... – olhei para Kristen vindo com as piranhas mirins dela, a ruiva revirou os olhos ao ver para onde eu estava olhando.

Kristen: Oi Thabata! — sua voz enjoada fazia com que a minha cabeça latejasse – Maninha. – apenas assenti e esperei as duas se abraçarem selando o pacto da falsidade fabulosa delas – Phany vai dar uma festa hoje à noite e mandou convidar você e o gato do Freddie. – fez questão de me encarar, esfregando na minha cara que não fui convidada. – Te vejo lá "Tata". Bye – deu um sorrisinho enojado e saiu rebolando aquela bunda seca.

Sam: Já disse que odeio ela? — guardamos os nossos livros no armário e seguimos para o refeitório.

Thabata: Não hoje!

Sam: "Tata" — fiz aspas com as mãos, gargalhando. Não podia deixar de a chamar pelo apelido que Kristen insistia em chama-lá, aquela idiota achava que era íntima de todos os alunos ricos daquele inferno.

Thabata: Sua irmã é ridícula. — enrolava algumas madeixas do cabelo avermelhado que soltaram do seu coque frouxo.

Sam: E você acha que eu não sei? Se a senhorita se esqueceu, aquele ser que se acha gostosa mora comigo!

Assim que entramos no refeitório externo vimos nossos amigos conversando em uma mesa que era mais afastada dos outros alunos. Meu coração acelerou quando o vi ali, com o seu típico topete encharcado de gel e aquele sorriso de canto incrível.

Thabata: Você está me dando vergonha! — só então me toquei que já estava quase escorrendo baba pelo canto da minha boca de tanto que eu secava o Benson. Carly acenava ao longe nos chamando, então fomos nos servir e sentar com eles.

Sam: Bom dia. — me sentei no canto da mesa, ao lado das minhas melhores amigas.

— Bom dia. — todos responderam ao mesmo tempo.

Gibby: Vocês vão pra festa de hoje à noite? — perguntou enquanto mordia o seu sanduíche de presunto, muito bonito e apetitoso por sinal, apenas revirei os olhos com aquela pergunta e continuei encarando seu sanduíche.

Carly: Você ouviu aquela nojenta falando, só vocês três foram convidados. — apontou para Freddie, Thabata e Gibby.

Carly parecia triste sobre tal assunto, estava cabisbaixa e apenas cutucava o seu bolinho com um garfo, o resto da comida que pegou ainda estava intocável. Dei um sorrisinho pra ela, para ver ao menos uma retribuição, mas a mesma nem me notou ali.

Sam: Já que é assim, eu te busco às sete, okay? — cutuquei Carly e a mesma rapidamente levantou a cabeça, largando o garfo e abriu um sorrisão.

Carly: Noite de filmes? — sorria de orelha a orelha e assim que assenti, o sorriso só se enlargueceu.

Freddie: Em plena sexta-feira à noite, vocês vão se trancar em casa e ver filmes? — o moreno pela primeira vez pareceu estar naquela mesa conosco, mas era melhor nem ter falado nada. Quem ele pensa que é? Não fomos convidadas, ele queria que fôssemos de penetras? Eoem, não é a melhor opção ficar em casa, mas o que eu posso fazer quando a minha própria irmã não me chama para a festa da melhor amiga?

Thabata: Você tem idéia melhor? — a ruiva encarou o moreno dando um sorriso irônico para ele.

Freddie: Não, Thabata, só acho que não é muito divertido ficar em casa vendo filmes enquanto seus irmãos e melhores amigos estão numa festa! — fez uma careta enquanto nos encarava.

Thabata: Sabe? Você tem razão! — Como assim o Benson tem razão? Que vontade de dar com o meu tênis na cara da Thabata e eu não era a única, Carly também tinha a mesma expressão facial que a minha.

Freddie: Tenho? — até ele pareceu surpreso com a resposta anterior.

Thabata: Tem. Você, Gibby e eu não vamos à festa, iremos virar a noite vendo filmes junto com Carly e Sam! — sorriu para nós duas.

[...]

O dia estava normal,nada bom e nem nada ruim. Parecia que mais tarde iria cair uma chuva daquelas e isso me animava, só de pensar em ver a cara de Kristen quando papai e Pam não a deixassem sair por conta do temporal.
Depois do intervalo conversamos mais um pouco
sobre nossa noite de filmes lá em casa, Gibby e Freddie ainda relutaram um pouco, mas no final acabaram aceitando e ainda fora escolhidos para alugarem alguns filmes. Assim todos seguiram para as suas respectivas salas: Gibby e Carly para a aula de Francês, Thabata para história e eu e Freddie para geometria.
Estamos no meio do ano, as aulas começaram semana passada mas mesmo assim ainda necessito de mais férias. Não só para não ir pra escola, mas sim porque todas as férias de verão meus pais mandam eu e Kristen pra casa da nossa avó Ellen. Ela é incrível, sempre brincalhona, mas nunca perde aquela classe de dama que ela tem, e o cheirinho dela?hummm... é o meu aroma favorito, ela tem um perfume de amoras silvestres e um toque daquele típico cheirinho de vó, sabe? E além do mais, ela e papai parecem ser os únicos dessa família à não preferir a Kristen do que a mim. Eu não entendo o porque de todos amarem tanto aquela garota. Poxa. Eu vim primeiro, sou a primogênita e a mais responsável também. Posso não ser a mais bonita ou a mais educada, mas sou ótima nas matérias, sempre tiro a maior nota e mesmo assim nem um elogio ou uma simples parabenização, eu ganho. Mas agora se a Kristen tira uma nota que dê pra passar, Pam só falta aplaudir de pé aquela estúpida dizendo que ela está melhorando, e isso é patético!

Ao chegar em casa depois de me despedir dos meus amigos, cujo a maioria são meus vizinhos, fui para a cozinha fazer um lanchinho, Pam e papai estavam lá, senhor Marcus cozinhava alguma coisa que estava com um aroma incrível e Pam usava o seu óculos, que lhe dava um ar de mais séria, enquanto escrevia algo em seu bloquinho. Me aproximei do meu pai e dei um beijinho em seu rosto, recebi um beijo molhado na testa como resposta, peguei na geladeira tudo que iria precisar para fazer um sanduíche gigante, tô morrendo de fome! Passei por Pam enquanto procurava um prato no escorredor e apenas assenti para a mesma à cumprimentando.

Marcus: Como foi na escola, meu anjo, foi legal? — estendeu a mão ao ver o embrulho de presunto sobre a mesa, pedindo um pedaço, apenas cortei uma fatia e dei à ele, murmurando um "sim" enquanto preparava meu "sanduíchão".

Pam: Onde está Kris? — revirei os olhos e continuei o que fazia, fingindo não ter ouvido nada. — Não me ouviu não, garota? Cadê a sua irmã? — me encarou já perdendo a paciência. Típico!

Sam: Eu não sei aonde a sua filhinha ESTÁ! — gritei a última palavra. Estava tentando me controlar desde a hora que cheguei e nem fui cumprimentada direito.

Pam: Estou lá em cima Marcus, essa garota me irrita! — pegou as suas coisas e subiu, papai apenas continou cantarolando enquanto temperava o frango para o jantar.

Eu nem liguei, já estou acostumada com Pam sempre só dar atenção para Kristen e me esquecer na maioria das vezes. Desde que nasci meu pai e minha vó sempre cuidaram de mim, tentando ao máximo suprir a ausência de Pam, me lembro de que no meu aniversário de oito anos derramei tinta no tapete do quarto dela e do papai, Pam ficou irada comigo e até suspendeu a minha festinha de aniversário. Mas como sempre, o meu querido papai me levou a um McDonalds, que ficava à duas ruas da nossa casa e comemoramos lá mesmo, dona Ellen até fez um bolinho delicioso de chocolate branco. Foi incrível.

Depois de lanchar e tomar um longo banho, me sequei e vesti um short curto de estampas de pandas e uma regata azul. Estavamos no verão, e o calor era insuportável. Liguei o ar condicionado e quando ia me jogar na cama, o espelho brilhou diante dos meus olhos, eu queria ir deitar para esperar meus amigos que daqui à algumas horas iriam chegar, mas o espelho parecia me convidar à sentir dor. Segui em sua direção, cega.
Me olhei em seu reflexo, meus olhos azuis meio esverdeados são bonitos, todos falam, seios um pouco avantajados para a minha idade, uma cintura perdida ali no meio do meu peso bem acima do ideal, algumas gordurinhas engordavam meus braços e pernas, um cabelo extremamente escorrido, sem vida e o rosto cheio de manchas marrom-avermelhadas. Eu sou tão feia, como alguém em sã consciência gostaria de mim? Nem a minha própria mãe gosta de mim! O garoto que eu gosto, me ignora o dia inteiro e as vezes ainda ficava se pegando com alguma garota na minha frente. Minhas duas melhores amigas são mais magras e bem mais bonitas que eu, Thabata Tem um cabelo cacheado, ruivo, brilhoso lindo e um corpo de dar inveja. Carly não fica pra trás, seus olhos negros e puxadinhos combinam com o seu cabelo liso enorme, ela é bem magrinha até mais que Thabata, mas não chega a ser esquelética.
Mas nada daquilo importava, o que importava mais ali era que nem por um segundo eu conseguísse me sentir bem comigo mesma.
Gorda, ignorada, rebaixada por todos, rejeitada pela mãe, cabelo loiro sem vida, olhos azuis esbugalhados e uma pele manchada.


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Notas finais do capítulo

Se gostaram, comentem e se não gostaram comentem também! Todo comentário é bem vindo.
Beijos e até o próximo❤



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