Our destiny escrita por Tisbe


Capítulo 10
Resposta


Notas iniciais do capítulo

E aqui vem mais um...Três capítulos em uma semana! Espero que aproveitem e deixem seus comentários! Obrigada a todos que acompanham!



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Sansa abriu os olhos assim que ouviu uma voz feminina a chamando pelo nome. Sua aia estava a poucos passos de sua cama, com uma toalha nas mãos.

— Seu banho está pronto milady. Já sabe qual vestido irá usar esta noite?

Sansa esfregou os olhos numa tentativa de compreender as palavras da mulher. A menina havia dormido a tarde toda e pela primeira vez, não se lembrava de ter tido nenhum sonho perturbador. - Perdão, o que disse?

— Sua banheira já está pronta senhora. Me pediu que eu lhe chamasse antes do jantar.

— Oh sim, obrigada. Deixe a toalha e pode se retirar. Não precisarei de sua ajuda. - Ela queria evitar ao máximo a presença das aias e demais criadas em seu quarto e sala de banho. A maior parte das moças que lhe serviam tinha o costume de entrar sem ao menos bater na porta. E ela temia o azar de alguma delas entrar no local quando estivesse a sós com o marido. Por isso, foi as afastando pouco a pouco.

Sansa se levantou e antes que pudesse dar o primeiro passo em direção a sua banheira, sentiu a vista escurecer e seu corpo quase esmorecer. Aqueles episódios estavam ficando cada vez mais frequentes. Primeiro, o enjoo na casa dos Glovers, depois, a fraqueza repentina. A menina se sentou na cama e tentou se lembrar quando tinha sido a última vez em que ficou realmente doente.  - Em Porto Real, logo depois que papai foi morto. — Seus pensamentos a levaram até aquela época sombria de sua vida. Os vários dias que passou sem comer, quase a fizerem ficar anêmica. Se não fosse pelo tratamento dos Meistres, ela acreditava que não viveria por muito mais tempo. – Bem, esta foi a última vez... Mas eu venho me alimentando bem e dormido o suficiente. — Após constatar que sua saúde estava em perfeito estado, seus pensamentos logo mudaram de direção e voltaram a uma época bem mais distante e feliz. A imagem de sua mãe pulou em seus olhos. Bem ali, no quarto em que agora ocupava. Se lembrou de quando ainda era uma menina muito pequena. Estava sentada na cama dos pais, com uma boneca de pano nas mãos. E enquanto observava lady Stark escovar os longos cabelos cor de cobre, fez a pergunta que a vinha incomodando nos últimos dias: “Mamãe, a senhora está doente? Quer que eu vá chamar Meistre Luwin para examiná-la?”

— “Por que diz isso minha menina?” – A lembrança da doce voz de sua mãe a invadiu e era como se a própria Catlyn Stark estivesse com ela naquele momento.

Porque a vi passar mal, sei que está com enjoos e disse ter tonturas também! Mamãe, não quero que morra e me deixe sozinha com o papai, Robb e a chata da Arya”. – Sansa riu quando percebeu que fora injusta com a irmã desde muito cedo.

— “Querida, não estou doente. Pelo contrário, estou muito bem! Isso que estou sentindo é bastante normal para meu estado. Dentro de mim há uma pequena sementinha que está crescendo e se desenvolvendo”.

— “Sementinha? Eu não entendo... você comeu uma maçã junto com as sementes!? Mamãe, está crescendo dentro de você uma macieira com tronco, galhos e folhas?”

A resposta da menina fez com que Catlyn caminhasse em sua direção e se sentasse ao seu lado.— “Minha doce e inocente criança. Carrego um bebê dentro de mim. Seu pequeno irmão ou irmã está crescendo em meu ventre, por isso é normal que no começo eu me sinta um pouco indisposta e enjoada, mas logo eu ficarei bem!”

—“Um bebê! Logo ele nascerá eu cuidarei muito bem dele mamãe! Eu prometo! E quando eu crescer e for a rainha, terei meus próprios bebês...”

Um bebê...Sansa falou em voz alta quando deixou aquelas lembranças de lado e voltou para si. A menina não queria admitir, mas já desconfiava que aquela era a resposta para tudo o que vinha sentindo nos últimos dias. Ao se levantar, pensou no chá que vinha tomando para evitar que engravidasse. Se lembrou de todas as vezes que o tomou. Três no total, desde que se “casou” com Jon. Ou teriam sido apenas duas? Não conseguia se recordar. Nos últimos tempos, o excesso de trabalho, o retorno da irmã e as demais preocupações fizeram com que ela se esquecesse completamente daquele detalhe. Com o coração agitado, a menina retirou seu vestido e caminhou até sua penteadeira. Ficou na ponta dos pés para mirar o corpo no antigo espelho. A peça era grande o suficiente para que ela visse da cabeça, até o baixo ventre. Parou por um instante e alisou a barriga. Estava plana como sempre fora. Se perguntou se caso tivesse um bebê dentro de si, quanto tempo levaria para que começasse a crescer e aparecer. Ficou de lado, e igual. Nenhum sinal de curvatura lhe saltava aos olhos. – Se na última lua em que sangrei esqueci de tomar o chá, é possível que eu esteja grávida! O filho de Jon... “Um bastardo fruto de incesto” é o que todos dirão! Pelos Deuses... que eu sangre na próxima lua e que esse medo me abandone.

Lagrimas desceram em linha reta pelo seu rosto. Não se conformava por temer um de seus maiores sonhos; a maternidade. Tão contraditória era aquela sensação, um filho ser uma benção e um infortúnio ao mesmo tempo.

Sansa enxugou as lágrimas com as mãos e foi tomar seu banho. Já dentro da banheira, notou que a água ainda estava muito quente e perfumada, sentia o aroma de seus óleos favoritos; baunilha, flor-de-mel e jasmim. Com os olhos fechados, a menina pedia aos deuses que a ajudassem com sua situação. Decidiu que não se deitaria mais com o marido até que seu sangue lhe viesse no próximo mês. Ela só não sabia se devia revelar para ele seus temores. Como ele reagiria se soubesse que ela poderia estar grávida? Ficaria feliz, ou temeria a reação de todos? - Pobre Jon, eu garanti que não corríamos esse risco. Ele me perguntou tantas vezes...

Ao terminar seu banho, Sansa decidiu que não contaria nada, pelo menos por enquanto. Ela esperaria mais alguns dias até ter certeza.

Antes de descer para o salão, a ruiva decidiu bater na porta do quarto de sua mais nova hospede. Queria saber se a irmã havia acomodado bem a pequena família de Samwell Tarly. Bateu duas vezes e foi atendida prontamente por Gilly. – Lady Stark, olá!

— Oi Gilly, não quero incomodá-la, só passei para saber se estão confortáveis neste quarto. Ou se precisam de algo.

— Estamos muito bem senhorita, mais do que bem na verdade. Nunca tive nada parecido com isso durante toda minha vida. Meu pequeno está adorando passar suas noites no berço macio e confortável que ganhou.  – Gilly sorriu e abriu caminho para que Sansa pudesse entrar no quarto. – Veja como ele está dormindo feliz e tranquilo.

— Como ele é lindo, tem os cabelos dourados como o Sol. Vai nos iluminar nestes dias frios de inverno. – Falou, enquanto corria os dedos pelos fios lisos que escorriam pela testa do bebê gorducho e rosado. Quando olhava para o pequeno que dormia pacificamente, Sansa pensava em seu próprio filho. Que estaria ou não dentro dela naquele momento. – Ele é realmente encantador.

— Obrigada! – Gilly sorriu e após uma pausa disparou. - Se me permite dizer, jamais poderia imaginar que a senhorita fosse tão doce e amável. Me lembra em muito a irmã de Samwell, ela e sua mãe foram tão boas comigo quanto você e sua irmã Arya estão sendo agora.

Sansa lhe sorriu de volta e a antes de chamá-la para ir até o salão principal, lhe ofereceu alguns vestidos que tinha mandado fazer para a irmã e a pequena nem mesmo se deu ao trabalho de experimentá-los.

— Tem certeza de que posso ficar com eles?

— Fique com todos, Arya não irá se importar. Ela gosta de se vestir como um menino, como um cavaleiro. Amanhã iremos prová-los e se precisar, faremos alguns ajustes.

As duas saíram do cômodo e foram encontrar os outros para o jantar. Já diante da mesa posta, Sansa notou que os lugares de Jon e Sam estavam vazios. - Arya, sabe me dizer onde eles estão?

— Podrick viu lorde Snow sair com seu cavalo algumas horas mais cedo. – Foi Davos quem respondeu após perceber que Arya sequer tinha ouvido a pergunta da irmã.

— Sam disse que voltaria ainda no entardecer. Não sei o que houve. – Gilly logo respondeu.

Bem na hora em que todos iam começar a especular sobre o paradeiro de cada homem, Jon e Sam surgiram no salão e logo se sentaram em seus lugares. – Desculpem se os fizemos esperar. Fui até a vila para me encontrar com Sam. Ficamos conversamos e perdemos a noção do tempo. – Jon se explicou e pediu a uma das criadas que trouxesse a comida.

Naquela noite, todos jantaram e conversaram diversos assuntos. Sansa contou para a irmã que havia oferecido seus vestidos a Gilly, e a menina pareceu satisfeita com o destino das roupas que nunca usaria.  Jon permaneceu calado a maior parte da noite, apenas respondia as perguntas que lhe faziam. Enquanto isso, Davos tentava disfarçar seu estado de embriagues e Brienne parecia entretida com os assuntos que trocava com Sam e Gilly.

— Tortinha de limão lady Sansa? – Uma criada se aproximou e ofereceu a iguaria a menina.

— Tortinhas de limão? Como conseguiu os limões para fazê-las? Não temos mais limões frescos em Winterfell. O frio acabou com os limoeiros antes mesmo que o inverno fosse anunciado. -  Sansa estava surpresa ao ver seu doce favorito na sua frente.

— Eu os trouxe milady. Quando Jon respondeu minha carta, me fez prometer que traria limões para cá. Disse que a senhorita adorava tortinhas e que não as comia a muito tempo. No Sudoeste, os limoeiros crescem em todos os cantos. Limões amarelos, verdes e cor de âmbar por todas as partes. Trouxe algumas caixas comigo. – Sam sorriu com verdadeira satisfação ao se explicar.

— Obrigada, foi muita gentileza se lembrarem de mim. – Sansa se dirigiu a Sam e logo em seguida se virou para Jon. – Obrigada. – Apenas seus lábios se moveram, mas nenhum som foi emitido. Jon meneou a cabeça e lhe sorriu discretamente. Estava satisfeito por vê-la feliz com uma coisa tão simples como aquela.

Todos terminaram de comer e se espalharam pelo salão para conversar um pouco mais e terminar suas taças de vinho. Jon viu Sansa se afastar dos demais e aproveitou a oportunidade para lhe falar em particular. – Posso ir para seu quarto hoje? – Seus olhos buscaram os dela, mas logo, ele desviou o olhar para uma janela a frente.

— Acha seguro nos encontrarmos? Sabe que agora temos mais pessoas circulando pelo castelo. Não estamos mais sozinhos como antes Jon. Tenho medo que alguém nos veja. – A garota respondeu o que sua razão a mandava dizer. Mas o que ela realmente queria, era falar sim e passar aquela e todas as outras noites com ele, queria abrir seu coração e contar tudo o que estava se passando dentro de si. E principalmente, falar sobre a possibilidade de estar esperando um filho seu.

— Preciso conversar com alguém... com você! – Jon a olhou mais uma vez e ela concordou. Ele nunca tinha feito esse pedido antes. E parecia realmente angustiado.

— Vou deixar minha porta aberta e te esperarei, mas só vá após ter certeza de que todos foram se deitar. – Sansa se virou e o deixou sozinho.

No fim da noite, quando todos já estavam dormindo e o castelo estava em absoluto silêncio, Jon entrou na banheira que ficava em seu quarto. Antes do jantar terminar, tinha pedido que uma criada a enchesse e a perfumasse. E no vapor da água que lhe queimava o corpo, conseguia identificar o aroma de cedro, vetiver e sândalo. Nos tempos da patrulha, ele mal conseguia se banhar decentemente, mas agora que estava de volta a Winterfell, fazia questão de estar limpo e asseado, principalmente quando visitava o aposento de Sansa. Naquela noite não foi diferente. Após seu banho ele se vestiu e caminhou ansiosamente até o quarto dela. Não bateu na porta, apenas a empurrou e entrou.


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Notas finais do capítulo

Beijos pro cês!