Our destiny escrita por Tisbe


Capítulo 9
Palavras do passado


Notas iniciais do capítulo

Gente, olá novamente... Um capítulo saindo atrás do outro! Mais difícil do que escrevê-los é dar um título bacana pra eles. E esse tem revelações e explicações. Já adianto que não li os livros e que me baseio apenas na série. Como não sei exatamente como são os locais (territórios) ou, como os acontecimentos se deram nas Crônicas, eu pesquisei algumas coisinhas na net mesmo, por isso, se tiver algum erro bizarro sobre a história peço que me avisem. Boa leitura!



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Já em seu quarto, Jon tirou o casaco e as botas e se jogou em sua cama, se enfiando sob as cobertas quentes. Fechou os olhos, mas não conseguiu pegar no sono. Durante a viagem a casa Glover, ele havia esquecido completamente da visita de Sam. Sequer se lembrava que o amigo tinha algo para lhe revelar. Mas agora, estava ansioso para descobrir qual seria o motivo tão urgente que fez com que Samwell Tarly deixasse a Cidadela.

Inquieto, Jon chutou as cobertas e peles para longe e saltou da cama. Se vestiu novamente e decidiu sair a procura do amigo. A conversa que teriam aconteceria antes mesmo do jantar. Jon saiu de seu aposento e andou pelos corredores e escadarias até chegar à cozinha. Pegou um punhado de biscoitos doces que estavam sobre o balcão e saiu em direção aos estábulos. Respirando o ar gelado que enchia seus pulmões, o rapaz tentava adivinhar qual seria o assunto que discutiria com o amigo. Talvez, uma conspiração dos Meistres para dominar os Sete Reinos, ou a descoberta de ovos de dragão escondidos sob o solo da antiga biblioteca da Cidadela. Rindo consigo mesmo sobre o absurdo das duas hipóteses, ele buscou seu cavalo e partiu em direção à vila.

A tarefa de encontrar o Tarly não foi nem um pouco difícil. Sentado em uma mesa, nos fundos da única taberna aberta naquele dia, Jon pôde ver o amigo conversando distraidamente com alguns aldeões enquanto tomava um caldo quente.

— Irmão! – Jon caminhou poucos passos até estar frente a frente com aquele que dividiu a maior parte de suas histórias nos tempos da patrulha.

— Jon! – Sam se levantou assim que ouviu a palavra que unia a todos em Castelo Negro.

Um abraço apertado e honesto foi dado entre os dois verdadeiros irmãos. Com tapinhas nas costas de Sam, Jon foi o primeiro a falar.

— Desconfio de que você realmente gosta do frio e da neve! Se desacostumou com o calor do Sudoeste?

— Oh meu irmão, não sabe o quanto eu gostaria de esquecer que a neve existe! O frio em nada me alegra, mas vê-lo novamente me faz grato por estar aqui.

Jon puxou uma cadeira num canto mais afastado da taberna e se sentou ao lado do amigo, queria ter privacidade em sua conversa. Os dois começaram com algumas trivialidades, depois relataram a maior parte de suas histórias vividas longe um do outro. Jon deu o máximo de detalhes que pôde de tudo o que havia passado até ali. As únicas coisas que omitiu, foram seu relacionamento com Sansa e seu novo status de bastardo de pai e mãe.

— E então Samwell Tarly... já sabemos de tudo o que se passou com o outro desde que deixamos Castle Black. Agora, vem a parte que você me conta o motivo de estar em Winterfell. – Jon deu um gole em seu caneco de cerveja e esperou que o amigo começasse a falar.

— Certo... não sei muito bem como começar a lhe falar sobre isso. Mas se vim até aqui, foi porque o assunto é extremamente sério e grandioso.

— Sam, comece pelo começo e diga logo o que tem para dizer. Já não me basta todo o mistério que você fez em sua carta. Não precisa de meias palavras, apenas diga o que te trouxe até aqui. – Jon não estava irritado com o amigo, só não gostava da hesitação por parte dele.

— Está bem. Eu direi! Bem... como sabe, você me enviou a Vila Velha para que eu me tornasse um Meistre. Deixei Gilly e o bebê Sam numa hospedaria e comecei meus estudos na Cidadela. Depois de alguns dias explorando os departamentos e arquivos históricos, quis me aprofundar no estudo das origens de cada casa de Westeros. Eu ia começar pela casa Tyrell, a qual a minha família é juramentada, porém, preferi começar pela casa Targaryen, em homenagem ao Meistre Aemon. Li todos os livros e documentos de acesso livre. Quando estava pronto para buscar os volumes da próxima casa, um funcionário deixou escapar que no subsolo da biblioteca, havia uma sessão de documentos privados. Apenas os donos dos arquivos e o Meistre guardião de tais papéis poderiam ter acesso a eles.

— Tenho certeza que você deu um jeito de pôr as mãos nesses livros. – Jon interrompeu o amigo.

— Oh sim, eu o fiz. Consegui convencer um outro guardião de que precisava descer ao subsolo e buscar algo para meu tutor. Preciso confessar que tive medo de ser descoberto em minha mentira, mas eu já havia chegado até ali, e além do mais, não existe mais nenhum membro da família Targaryen que poderia reclamar de meus atos.

— Sam, isso não é verdade. Bem, acredito que não. - Jon o interrompeu mais uma vez para acrescentar uma informação. – Dizem que a filha mais nova do rei louco ainda está viva e que está exilada em Esso. Pelo que me lembro, seu nome é Daenerys. Dizem também que ela possui dragões e que já conquistou mais da metade daquele território. Não sei ao certo se isso é verdade ou se não passa de invenção daqueles que desaprovam o reinado de Cersei. Portanto meu amigo, você violou os documentos de uma família ainda viva.

— Como pude ser tão estúpido ao me esquecer desse detalhe? Claro que Daenerys Targaryen ainda está viva! Você tem razão Jon, porém, quando eu terminar minha história, o fato dela estar viva ou não, não mudará em nada o que descobri.

— Tudo bem, continue. – Jon deu mais um gole em sua cerveja e deixou que o amigo falasse.

— Bem, desci até o subsolo e encontrei os volumes da casa Targaryen. E escondida numa pilha de velhos pergaminhos e livros, achei uma carta ainda lacrada. E considerando que não me recordava de que Daenerys ainda está viva, decidi cometer um pequeno delito e romper o lacre que a selava. Agora, meu irmão, vou te contar a parte que me trouxe até aqui. Tudo o que nos foi contado até hoje foi uma grande mentira, bem... nem tudo foi mentira é óbvio, mas o principal foi ocultado.

— Sam, já disse... não enrole!

— Claro, claro! Jon... o que sabe sobre a história de Rhaegar Targaryen e sua tia Lyanna?

Sem entender muito bem aonde aquela informação o levaria, Jon olhou para o amigo com desconfiança e respondeu. – Sei apenas o que meu pai e tio Benjen me contaram. No torneio de Harrenhal, o príncipe Rhaegar ignorou completamente sua esposa Elia Martell e coroou minha tia como a Rainha do amor e da beleza. Diziam que ele se encantou por ela e por isso a raptou. O resto da história você conhece melhor do que eu. O rei louco assassinou meu avô e meu tio Brandon quando eles foram até a Fortaleza Vermelha desafiar Rhaegar e trazer Lyanna de volta para casa.  Depois disso, Robert Baratheon, que era seu noivo, iniciou sua rebelião e acabou matando o príncipe Targaryen no Tridente.  No fim, meu pai encontrou minha tia morta na Torre da Alegria. Isso é tudo o que sei meu caro amigo.

— Sim, sim, eu já desconfiava disso. Essa era a história que todos nós conhecíamos até agora. Bem, mas aí vai... A carta... A carta que encontrei foi escrita pelo próprio Rhaegar Targaryen. Nela, ele narra toda sua trajetória desde o dia em que conheceu Lyanna Stark. Ele realmente se encantou por sua beleza e espírito livre. Mas ao contrário do que todos dizem, sua tia também se enamorou pelo príncipe Dragão. Ele foi correspondido e mesmo sabendo que ele era um homem casado, ela decidiu abandonar o noivo Robert e viver ao lado dele. Rhaegar tinha planos de se casar com Lyanna. Ia pedir ao pai que ordenasse que as leis que proibiam casamentos bígamos fossem extintas. Apesar de gostar da esposa Elia, ele não a amava da mesma forma que amava a loba Stark. Em certo ponto da carta, ele confessou ter desejado que a princesa dornesa tivesse morrido no parto de seu segundo filho.

— Minha tia foi por vontade própria? Mas isso não faz sentido. Por que meu pai nunca soube disso? Ou se soube, por que escondeu de todos esse fato? – Jon estava atônito com as revelações feitas até aquele momento. – Rhaegar pode ter mentido!

— Fique calmo amigo, ainda não cheguei no principal.

— Está bem, me desculpe.

— Bem, o príncipe tinha urgência em conseguir oficializar seu segundo casamento. No final da carta ele faz a revelação que me trouxe até aqui.

— Sam... diga de uma vez. – Jon estava ansioso e com a garganta seca. Bebendo o último gole de cerveja, pediu que o amigo continuasse.

— Um filho... sua tia estava grávida de Rhaegar. E seu bebê seria um bastardo se a união entre eles não fosse legitimada.

— Sam, tem certeza disso?

— Bem, não tenho certeza porque eu não presenciei cada um desses eventos, é obvio! Mas estou dizendo com exatidão tudo o que li na carta. O príncipe Targaryen e sua tia iam ter uma criança. Segundo suas palavras, ela já estava na última lua de sua gestação e em pouco tempo seu herdeiro iria nascer. Ele conta ainda que escreveu a carta para garantir que o rei, seu pai, legitimasse o bebê caso ele próprio fosse morto em batalha. O que de fato aconteceu. Não é mesmo? – Sam riu nervosamente antes de continuar. – Bem, Rhaegar termina dizendo que Lyanna sabia sobre o conteúdo da carta e que ela seria a responsável por avisar o rei sobre seu paradeiro. Porto Real estava cercada e seus inimigos poderiam interceptar a correspondência e acabariam encontrando sua amada e seu filho. Por isso, achou prudente encaminhá-la até a Cidadela e pediu que fosse guardada em sigilo.  Caso fosse necessário, Lyanna revelaria para Aerys sua existência e ele tomaria suas providências. - Ao terminar sua história, Sam deixou o amigo quieto para que processasse tudo o que acabara de ouvir.

Jon não conseguia achar palavras para descrever o que estava sentindo. Estava confuso com tudo o que acabara de ouvir. Afinal, jamais imaginou uma história como aquela. Parecia um conto de mal gosto. Ele não conseguia acreditar que a tia não fora realmente sequestrada. Ela teria falado para os irmãos sobre seu paradeiro caso tivesse ido por conta própria. E ela ia ter um bebê? Nas raras vezes em que parou para pensar em sua tia Lyanna, ele sempre a viu como uma donzela destemida e imaculada. Essa era a imagem que seu pai o fez acreditar por toda a vida.

Interrompendo seus pensamentos, Jon levantou a pesada jarra metálica posta à mesa e encheu de cerveja seu caneco e o do amigo.  Já de pé, tomou o liquido amarelo de uma só vez – Beba Sam, já anoiteceu e precisamos voltar para o castelo. Logo estarão a nossa procura. Depois do jantar nós continuaremos nossa conversa.

Os dois saíram do local e no caminho de volta, mais nenhuma palavra foi pronunciada.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Será que Jon vai se ligar logo que ele é o baby misterioso? Beijos e até o próximo!