Flowers escrita por camomillwe


Capítulo 3
Noites frias


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu sinceramente não gostei muito desse capitulo, achei ele até mesmo monótono e um pouquinho entediante e prometo tentar melhorar :3
Vou começar a escrever o próximo capitulo hoje mesmo e depois volto para esse, para ver se consigo melhorar algo.
Enfim
Boa leitura



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            Julie começou a odiar completamente tudo que vinha do vizinho. Ele era o tipo de pessoa que lhe irritava profundamente. Aquele tipo de cara que só com um sorriso conquistava o prédio inteiro ou com um simples “bom dia” lhe tornava totalmente educado, diferente é claro da dona Julie.

            O novo vizinho, ainda não tinha saído dos “holofotes”. E parecia que não ia sair tão cedo. As vizinhas conversavam baixinho enquanto assistiam a novela da tarde. Julie podia ouvir seus risos baixinhos quando passava pelo apartamento delas. Duas velhas viúvas pareciam mais dispostas e mais ousadas com o dizer que o novo vizinho as achava bonitas. Era horrível ter que presenciar na portaria do prédio elas praticamente se atirando nele quando o mesmo chegava, Julie não sabia de onde. E na verdade nem queria saber.

            Ela estava começando a analisar o “inimigo”. O fato é que já tinha dado um jeito de descobrir quase toda a rotina do rapaz. Ele saia de manhã com uma moto e voltava aproximadamente pelas quatro e quarenta e sete quando não tinha transito. E lá pelas cinco horas, saia de novo de um jeito mais... arrumado por se dizer. O que lhe trazia uma certa curiosidade, que é claro, ela não deixaria explicita.

             E lá pelas onze horas da noite ele voltava. Julie notava isso, porque conseguia escutar perfeitamente o barulho das botas tentando não fazer barulho e falhando miseravelmente. E brechando pela própria porta, podia ver os ombros dele caídos e as vezes até mesmo escutava um suspiro deixando seus lábios. Era a única coisa que a deixava confusa.

            Já se passava das oito horas da noite. Eram um daqueles dias que ela não tinha nada pra fazer então simplesmente não fazia nada. O apartamento estava silencioso como sempre. Até lhe deixaria nostálgica se não ouvisse hora ou outra um grunhido tímido pela Bell, quase um pedido de atenção.

            Era estranho morar sozinha depois de dezenove anos da sua vida morando com alguém. Era como ser deslocada a força de algo que já estava acostumada a anos. Era estranho chegar em casa e ver a casa toda escura e silenciosa. Não ter ninguém pra conversar a noite e nem pra contar que estava se sentindo estranha. Incompleta. Normalmente ignorava esses pensamentos. Mas era quase inevitável não se sentir sozinha.

            Quase deu um pulo quando o celular começou a tocar. Estava tão distraída, e sinceramente preferia ter continuado assim.

            Pós o celular no ouvido ainda confusa. Fazia um certo tempo que ninguém lhe ligava.

            – Se você não atendesse em cinco segundos eu seria obrigada a ir ai só pra te bater.

            Sorriu mesmo sem perceber. Reconheceria aquela voz irritante em qualquer lugar.

            – Não se esqueceu de mim? – perguntou com ar risonho. – Pensei que já tinha me substituído.

            Ouviu uma gargalhada do outro lado da linha. Aquela risada estranha que só ela tinha.

            – Você tem cinco minutos pra levantar essa bunda mole desse sofá, ficar bem gata e vir aqui naquele barzinho idiota que você me mostrou a um ano atrás.

            Julie precisou de alguns segundos pra raciocinar direito.

            – Espera você está...

            – Cinco minutos!

            Realmente não esperava isso. Sabia que a amiga era doida, mas as atitudes repentinas dela ainda a deixava surpresa. Ela tinha seus momentos de fazer uma “surpresa”.

            Fazia realmente cerca de um ano que ela não via a Becca, vulgo novo apelido de uma garota revoltada.

            Ela e a Rebecca eram amigas desde o colegial quando a garota morena com dentinhos separados arranjou briga com outra garota e por obra do destino Julie tinha sido tirada de sala no mesmo dia. Era uma fase complicada. Contestava quase tudo que lhe falavam, a falta de respeito a professora lhe rendeu três dias com as mãos doendo de tanta atividade para casa.

            Elas começaram a se falar a partir do momento em que estavam sozinhas cumprindo uma punição extremamente chata. Uma folha de caderno, desenhos estranhos e uma professora furiosa por não ter conseguido ler a conversa. É, foi um bom começo. 

            Andou lentamente até o banheiro e se olhou no espelho. Não estava nem nos melhores, nem nos piores dias. Só pós um moletom e pronto, já estava de bom tamanho.

***

            O ambiente do bar era até confortável. Dependendo do dia, era apenas um lugar bom para ouvir música ao vivo e tomar alguma bebida pra esquecer os problemas. Esse era um dos dias que o bar rendia mais gente que o normal.

            Se sentou em uma mesa afastada suspirando profundamente. Não gostava de ser a primeira a chegar em locais desse tipo, mas ignorou o pequeno incomodo e apoiou os braços em cima da mesa, checando o celular. Nada.

            – Loira falsa!

            A exclamação a pegou de surpresa. Logo em seguida sentiu braços envolvendo seu pescoço em uma abraço. Riu internamente, era a mesma de sempre.

            Levantou-se devagar dando um abraço de verdade na amiga. Ela estava diferente e familiar ao mesmo tempo.

            A pele morena estava mais bronzeada, os olhos castanhos mais brilhantes e agora atrás de um óculos que Julie não saberia descrever se era redondo ou quadrado. Os cabelos ondulados estavam maiores e com cheiro de shampoo de morango.

            – Você está diferente! – ela se soltou de Julie para olha-la melhor. E logo depois deu uma piscadela – Parece até que os “atributos” cresceram.

            Ela fez um gesto nos próprios seios exemplificando “atributos”.

            – Você não perde uma oportunidade não é?

            Julie passou a noite ali. Escutando relato de viagens da amiga. Os lábios levemente ressecados se movimentavam sem parar e os olhos se viravam todo o tempo para o garçom, que sempre que chegava para botar mais uma bebida na mesa recebia uma alfinetada. Era isso que gostava nela. O humor com tudo. Não parecia ter medo de viver.

            Julie foi obrigada a ir pra casa quando Becca começou a dar os primeiros sinais que estava bêbada. E uma Becca bêbada não era coisa boa. A pós em um taxi e logo em seguida voltou para o apartamento. Já estava tarde. As ruas estavam quase desertas.

            Por mais que isso assustasse algumas pessoas, era uma das coisas que Julie mais gostava. Da calmaria da noite. Da brisa gelada que fazia todo o seu corpo se arrepiar. Dos segredos que a escuridão guardava.

            Entrou na portaria com um gostinho de felicidade na ponta da língua. Gostava quando algo lhe tirava da rotina repetitiva de sempre, não era sempre que acontecia, então precisava aproveitar enquanto podia. Resolveu usar a escada. Queria que o dia não acabasse tão rápido. Quando chegasse ao apartamento, a rotina voltaria. E não era isso que ela queria.

            Gostou de sentir novamente o que era conversar com uma amiga. Aproveitar uma noite.

            Quando chegou próximo ao seu apartamento se deparou com uma cena que realmente não esperaria ver. O seu querido vizinho estava com a testa encostada na madeira gelada da porta. Parecia estar com os olhos fechados, e pode notar ele respirando fundo duas vezes seguidas e logo em seguida entrando.

            Julie queria poder dizer que iria deixar pra lá. Mas não deixaria. Qual poderia ser o problema do cara que vivia sorrindo?


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?
O que se pode melhorar aqui meu povo?
Vou tentar focar mais na fanfic. Essa semana estava fazendo provas (que horror), me distrai um pouco com os crush da vida e acabei não aproveitando minha inspiração.
Mas boooom, nos vemos no próximo :3



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