Semplicemente Amare escrita por Cacau54


Capítulo 3
Capítulo III — Sem tempo, sem sorte e sem carro.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews do capítulo anterior! ♥


Boa leitura.



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Semplicemente Amare — Sem tempo, sem sorte e sem carro. 

— Estou falando Marlene! — Lily revirou os olhos pela terceira vez só nos dois minutos de conversa com sua amiga. Estavam na webcam e a ruiva se surpreendeu ao ver que os cabelos da amiga estavam cortados em um chanel pelo ombro que deixou a morena com um ar mais sério. Bem, Marlene com ar sério era uma extrema novidade para Lily. — Aquele idiota me derrubou, me fez perder o horário de falar com a minha orientadora e ainda bateu no meu carro! — exclamou, bufando. 

— Lily você deveria gravar a sua vida e fazer um reality show. — Marlene respondeu rindo. Aquele dia em específico, reparou a Evans, a amiga estava bem risonha. — Faria muito sucesso com todo esse seu azar. 

Aquele era um dos, poucos, dias em que elas podiam conversar. As vezes uma queria conversar com a outra e o skype apenas recebia chamadas que não eram atendidas. Nem sempre seus horários batiam e era, simplesmente, muito bom que estivessem conversando. Mesmo que Lily tenha reservado quase todo o período da conversa para reclamar sobre James Potter. 

— Estou falando sério Lene! — resmungou irritada, amarrou os cabelos e um coque frouxo. — Além de tudo isso não sei onde foi parar meu projeto, acho que perdi e estou realmente enrascada se isso aconteceu. 

Evans continuou a falar sem parar, reclamando em detalhes. Contando e recontando tudo o que havia acontecido no dia anterior. Enquanto falava, tentava se arrumar para ir à escola de apoio. Como estava em seu último ano na universidade, não possuía aula todos os dias e aquilo, ao menos, naquele dia, era um alívio. E apenas por aquele motivo, por estar tão ocupada em reclamar e se arrumar que Lily não percebeu um homem passar atrás da câmera rapidamente. 

Lene desviou a atenção da câmera por um segundo e sorriu para o lado. Já não prestava mais atenção em sua rabugenta e desesperada amiga, estava mais preocupada com o deus grego que desfilava por seu quarto. Decidiu, então, que era hora de interromper Lily e contar-lhe a novidade. 

— Lils, vou casar. — Marlene disse tão rápido que Lily quase não conseguiu compreender. A ruiva parou no meio do quarto, com a regata entalada no meio do caminho e com uma expressão de puro choque. — Sim, você ouviu certo. — confirmou erguendo a mão direita com um anel lindo e brilhante para a câmera. 

Lily sentou na cadeira em frente ao notebook e observou a imagem do anel de noivado de sua amiga como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Ela sempre foi romântica e vez ou outra imaginava como seria o dia que alguém a pediria em casamento. Porque, certamente, alguém faria aquilo em algum momento. Ninguém acreditava que ela era romântica por causa do seu jeito fechado e sua mania de ser independente. 

— Uau — Lily falou juntamente enquanto soltou um suspiro. Um sorriso genuíno surgiu em seus lábios e Marlene revirou os olhos. —, como é que você vai casar? Faz quanto tempo que conheceu esse tal de... — perguntou ela, tentando lembrar o nome do rapaz, mas sem sucesso. 

— Black. — completou Marlene, revirando aos olhos ao perceber a expressão da amiga concentrada tentando lembrar o nome. — Você sempre foi uma negação para nomes Lils, como vai atender alguém quando se formar? — perguntou ela, rindo. 

— Me pergunto isso todos os dias. — resmungo Lily. 

— Olha, eu sei que sempre falo para relaxar e parar de pegar tantas responsabilidades para você — começou Marlene e mordeu o lábio antes de continuar a falar. Olhou para o lado e sorriu para alguém, que Lily não conseguia ver porque a câmera não alcançava. —, mas eu realmente preciso da sua ajuda desse vez. 

— Okay. — Lily respondeu prontamente, sem nem ao menos se lembrar de todas as outras responsabilidades que já possuía. — O que precisa? 

— Quero saber se você seria a minha madrinha? — Marlene perguntou com uma expressão de felicidade genuína, fazendo com que Lily quisesse tirar uma foto e guardar como recordação da amiga. — Sabe, mas como madrinha você teria que me dar uma ajuda na minha festa de noivado. Decidimos ir para Londres, pois é onde estão nossos familiares e amigos. 

— Marlene, significa muito pra mim ser sua madrinha! — Lily respondeu tão rápido que a outra precisou de um tempo para compreender todas as palavras. Evans estava emocionada, muito, por sinal. — Para quando vão fazer essa festa de noivado? 

— Daqui a quatro semanas. 

— Claro, daqui a quatro... — Lily já estava repetindo a fala da amiga quando percebeu o que significava aquilo. Seus olhos quase saíram das órbitas quando compreendeu. — QUATRO SEMANAS MARLENE? — gritou, jogando os braços para cima. 

— Desculpe Lils, mas queremos casar logo e para isso, precisamos noivar logo. — respondeu simplesmente. 

Lily encarou a amiga com o que seria seu olhar exterminador do futuro. Sim, era uma honra ser madrinha de casamento de sua melhor amiga, na realidade seria até uma afronta a amizade delas se ela não fosse a madrinha. Mas começou a se questionar que amor louco seria aquele que não conhecia tempo nenhum. Sobraria para ela, com certeza.  

Estava pronta para ralhar com a amiga, mas o olhar pidão de Marlene, o sorriso generoso e as sobrancelhas arqueadas amoleceram o coração da Evans. Nesse momento ela olhou para o relógio e soltou um palavrão tão algo que até mesmo sua mãe em Godric's Hollow deve ter ouvido. Por Deus, estava atrasada, muitíssimo atrasada. 

— Certo Lene, irei te ajudar, mas agora preciso ir! — exclamou com rapidez. Marlene encarou-a com um ar risonho, sabia o quanto a melhor amiga era atrapalhada e perdida. — Me mande um email com as suas ideias e, por Deus, tente não ser tão excêntrica. Opte por coisas básicas para facilitar a minha vida. — disse suplicante. — Tchau, te amo. 

Sem deixar que Marlene respondesse, desligou. Sabia que a amiga ficaria um bom tempo tentando discutir ideias e o fato incontestável da vida de Lily era que estava sempre muito atrasada, seu azar sempre dava um jeito de surgir ao longo do dia e dessa vez estava, também, sem carro. Podia até mesmo dizer que nesse momento cósmico de sua vivência no planeta, o que a regia era esse tripé. Sem tempo, sem sorte e sem carro. 

Misturando tudo isso resultava em uma Lily Evans saindo de seu apartamento com a bolsa caindo do ombro, os cabelos bagunçados, uma maça na boca e vários papéis nas mãos. Ela bufava a cada vez que precisou parar para recolher uns rebeldes que decidiam voar para o chão. Quando conseguiu se organizar, ou assim achava, continuou andando pelas ruas o mais rápido que conseguia. O que, na realidade, não era nada rápido. Suas pernas pequenas não lhe davam uma boa mobilidade. 

Seus pensamentos começaram a divagar sobre o casamento e noivado relâmpago de Marlene. Durante toda a sua vida achava que casaria antes e que, talvez, a amiga nem chegasse a casar. McKinnon sempre foi desapegada e não era chegada em status, por isso nunca achou que ela casaria. No máximo, moraria com alguém. Mas de papel passado? Era algo absolutamente inédito para Lily. 

E, se acaso, não estivesse divagando sobre aquilo e estivesse prestando atenção teria percebido um conversível preto seguindo-a lentamente desde que havia saído de casa. Assim como, se estivesse prestando atenção, teria visto que ele aproximou-se com uma velocidade perigosa quando Lily estava atravessando a rua. 

— Isso só pode ser brincadeira! — bufou Lily, irritada. Com o susto de ser quase atropelada deixou seus papéis caírem e logo se abaixou para apanhá-los. O condutor do veículo, o imprudente James Potter, se apressou para ajudar. — Qual é o seu problema? Quer me matar e não acha jeito? — perguntou enquanto batia nas mãos dele para não encostar em suas coisas. 

James sentiu uma extrema vontade de rir. Ela era, simplesmente, a pessoa mais estressada que ele já teve o prazer de conhecer. De longe Lily Evans era imponente e indiferente, de perto, porém, ela era estressada e desesperada. Um contraste interessante que o deixou ainda mais intrigado. 

— Calma ai, Evans. — respondeu ele, com um sorriso torto nos lábios. — Só estava tentando chamar sua atenção. — completou passando a mão no cabelo. 

Ela quis se bater com força por ficar tão admirada com o gesto dele. Quer dizer, não era como se nunca o tivesse visto mexendo nos cabelos daquela forma e desarrumando-os ainda mais. Porém, de perto era outro nível. E quis passar a mão só pra ver se eram tão macios quanto pareciam ser. E, ai estava, a Lily divagando novamente. 

— Você poderia ter buzinado, como uma pessoa normal! — exclamou ela, por fim, levantou-se. Ao ficar na mesma altura que ele, percebeu a tonalidade castanho esverdeado dos olhos de James. Outro terrível erro. — E não tentado me matar. — completou ela, rapidamente. 

James encarou-a com um sorriso torto nos lábios. Sem falar nada deu-lhe as costas e partiu para o carro, quando Lily abriu a boca para reclamar viu que ele retirou algo do carro e levou na direção dela. 

— Acho que isso é seu. — disse ele, simplesmente. 

Lily pegou e percebeu, com extremo alívio, que ali estava o seu precioso projeto. Todo encadernado e pronto para ser entregue à orientadora. Ela, desconfiada, avaliou-o inteiro para ver se o Potter não havia rabiscado ou pisado em cima, ou qualquer outra coisa que ele pensasse em fazer. Estava surpreendentemente inteiro. 

Maravilha! pensou ela. 

— Muito obrigada! — exclamou realmente agradecida. Mas, no momento seguinte, devolveu o projeto para ele. — Guarde para mim, por favor. 

— O que? — James perguntou com o cenho franzido. Segurou o trabalho de maneira robótica, sem nem ao menos perceber que o fazia. — Como assim? 

— Olha, estou atrasada, pra variar! — disse ela, revirando os olhos. Ajeitou a bolsa de qualquer jeito no ombro e olhou para ele de uma maneira intensa. — E não posso carregar esse projeto comigo até onde vou, assim como, não posso voltar até meu apartamento para guardá-lo. — resmungou ela, a contragosto. — Logo, você guarda para mim e me entrega depois. Muito obrigada. 

Ao dizer isso Lily saiu correndo o mais rápido que pôde quase sendo atropelada por outro carro, que buzinou por um bom tempo para ela. James continuou parado em frente a seu conversível, segurando o projeto da Evans, com uma expressão chocada e entorpecida. Sim, pensou ele, absolutamente maluca. 

Mais rápido do que jamais pensou ser capaz, James adentrou em seu carro e partiu atrás dela. Dessa vez, quando a avistou ao longe, um ponto pequeno com cabelos ruivos e absolutamente destrambelhada, começou a buzinar. Ela olhou para trás e revirou os olhos, parando enquanto assoprava a franja para longe dos olhos. 

— O que foi agora? — perguntou entredentes. 

— Entra ai, te dou uma carona. — respondeu ele, simplesmente.

Lily abriu a boca para negar aquela ajuda, mas realmente precisava chegar rápido. O fato de James Potter estar com um braço apoiado na janela, com uma sobrancelha arqueada e um sorriso de canto não ajudava em absolutamente nada na negação dela. Resignada, aceitou a carona. 

E como havia sido no dia anterior, ela simplesmente reproduziu a sequência de ruas que ele precisava tomar até chegar ao destino desejado. Não trocaram quaisquer palavras e James começou a achar aquilo um pequeno incômodo, pois era perceptível o desconforto dela por estar com ele. Perguntou-se internamente se ela realmente o desprezava como aparentava. 

Por outro lado, no banco do carona, Lily tentava não se mexer tanto quanto queria. Estava desconfortável por estar com ele no carro. Oras, era só James Potter ali com ela. Um cara super divertido, carismático e tranquilo. Enquanto ela sempre se sentia com uma nuvem carregada em cima da cabeça, estava em constante estado de atraso e vivia reclamando. Chegava a ser vergonhoso para ela. 

Quando, por fim, chegaram à escola de apoio ela saltou o carro rapidamente. James ficou assustado porque mal havia estacionado. Encarou-a pela janela do carona e viu um sorrisinho sem graça surgir em seus lábios. 

— Olha, muito obrigada. — disse ela, apressadamente. — Você poderia me entregar o projeto depois, por favor? Agora eu realmente não posso ficar com ele aqui. — perguntou quase em forma de súplica, o que, certamente, pegou James de surpresa. 

— Claro! — respondeu ele e antes que ela tivesse tempo de se afastar, perguntou: — Que horas você sai daqui? 

— Às cinco. — disse ela, automaticamente. 

— Certo, passarei aqui te pegar. — James falou e um sorriso charmoso apareceu em seus lábios, deixando Lily momentaneamente sem palavras. 

Ele deu partida antes que ela tivesse chances de negar aquilo. O que, certamente, ela faria. Resignada, entrou na instituição e logo foi cercada por diversas crianças. E os gritos, abraços e risadas abafadas fizeram-na esquecer aquele episódio por um tempo. 


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Notas finais do capítulo

Me desculpem os possíveis erros! Já dei uma corrigida parcial assim que terminei de escrever esse capítulo (há uns dias) e até iria corrigir novamente, mas estou absolutamente esgotada. Hoje o dia foi corrido.

Metodologia de atualização da fanfic: Sempre irei postar o capítulo quando possuir o próximo adiantado, assim não fico tanto tempo sem escrever essa estória e nem muito tempo sem postá-la.

Comentem o que acharam! ;D



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