Sarah estava deitada na grama e aproveitava a sombra da árvore para fugir do sol. Estava extremamente quente esse dia e, em dias como esse, ela gostava de ir para o parque passar o tempo. A visão dos raios solares atravessando as folhas da árvore daquele ângulo era lindo. Rapidamente pegou a câmera e tirou duas fotos. Olhou pelo visor as fotos e ficou feliz com o resultado. Seu amor pela fotografia havia só aumentado depois do presente do seu avô, atualmente possuía três câmeras. A digital semi profissional do seu avô, sua câmera profissional e a sua câmera semi profissional de filme.  Deixou a câmera de lado e fechou os olhos. O barulho de uma mochila, derrubada próxima a ela, acordou-a. Bastian desmoronou-se no chão ao seu lado e deitou com um sorriso imenso.

—Pare de sorrir assim está me dando medo! –Ele riu, mas ficou quieto. Ela revirou os olhos e se virou para focar no seu rosto. –O que houve?

—Eu beijei Katherine! –E? –Foi incrível, ok. Sério acho que estou apaixonado. –Ele deu um suspiro tão longo para enfatizar. Ela acreditaria se não o conhecesse a tantos anos.

—Fico feliz por você. Quanto tempo você queria ficar com ela? Cinco meses, já estava na hora! –Ela caçoou. Ele empurrou ela de leve com a mão, ela riu.

—Você é muito chata. Seu amorzinho estava perguntando sobre você. Deveria dar uma chance para Rob. –Ela fez careta de enjoada só com a ideia dela ficar com o garoto. Ela virou para o lado e observou algumas pessoas correndo. –Serio, ele é um cara legal e nenhum pouco feio.

—Fica com ele então. –Ela sentou e olhou para ele deitado. –Já conversamos sobre isso. EU não quero. Quando encontrar um cara que eu queria te darei total liberdade de me ajudar.

—Realmente? –Realmente, meu cafetão. –Amo você!

Ela riu enquanto se jogava de novo no chão. Ela pegou um livro para ler enquanto Bastian colocou os fones. Seu amigo era alto, cabelos castanhos e olhos azuis escuros lindos, queixo quadrado com um projeto de barba. Ele era bonito e um projeto de conquistador.  Eles eram ao mesmo tempo oposto e semelhantes em tantas coisas. Aos seus, no caso dela quase, dezesseis anos e seus dez anos de amizade eles nunca brigaram, e, para infelicidade da sua família, eram só amigos. Ela nunca conseguiu ver ele além disso assim como muitos que ficaram interessados por ela. Ela havia tentado, beijado alguns, mas não sentia certo.

Quando o sol começou a querer se por, eles voltaram para respectivas casas. Ela entrou silenciosamente e por um momento foi feliz achando estar sozinha, mas o barulho na cozinha tirou desse sonho. Ela caminhou até lá. Seu pai cozinhava algo enquanto sua mãe falava exasperava no celular. Ela saiu rapidamente dali para não ser notada. Sua mãe no celular significava irritação e perguntas. Ela fechou a porta e se jogou na sua amada cama. Seu quarto tinha um varal de fotos de todos os tipos. Três fotos estavam emolduradas e uma delas era a do seu avô. As fotos ruins iriam para a parede e ficavam ali até ela decidir que estava na hora de queimar. Às vezes, a perguntavam se ela não se sentia perdida naquele lugar e ela dava a mesma resposta “E quem disse que eu não quero me perder?”

Seu celular tocou em algum lugar daquela sala ao mesmo tempo que sua mãe gritou sobre o jantar estar pronto. Ela pegou o celular debaixo de alguns papeis do colégio para estudar e caminhou para a cozinha enquanto respondia.

—Bastian? –Seu pai perguntou enquanto colocava a comida na mesa.

—Não, Rick querendo saber se eu topo um trabalho. –Seu pai levantou a sobrancelhas e assentiu.

—Rick não é aquele cheio de tatuagens? –Sua mãe perguntou enquanto sentava um pouco irritada com a provável pessoa da ligação recente.

—Não, é o de cabelo rosa! –Ela realmente amava aquele cabelo.

—Bastian não gosta dele! – Seu pai falou e ela fez uma careta de desgosto. A família do seu pai a achava ser uma futura Samy e isso refletia em seu pai. Se não tivesse o selo de aprovação de alguém que ele admirava ou gostava, ele não aceitava perto dela. Ela nunca ligou.

—Bastian não gosta de ninguém do mesmo sexo que pode sentir algum tipo de atração por ele. –Ela foi sarcástica, mas seu amigo tinha alguns defeitos horríveis.

O jantar foi tranquilo, alguns momentos houve as incríveis descrições da sua mãe sobre o que o novo contratado havia feito no escritório. Quando acabou, correu rapidamente para seu quarto e se trancou. Como sempre pegou seu notebook, fez alguns retoques de algumas imagens para ser entregues no Photoshop e colocou na Netflix para assistir alguma serie antes de dormir. No segundo episódio assistido, ela dormiu.

Um alto som a despertou. Ela odiava acordar, mas amava as manhãs. Ela levantou, tomou banho, se arrumou e deixou sua casa logo. O colégio ficava a trinta e cinco minutos a pé de sua casa.  Antigamente pegava carona com seu pai ou ônibus, mas foi antes de Rick. Sempre pontual, seu amigo estava ali. Seu carro não era novo, mas funcionava. Seu amigo sorriu enquanto ela entrava no carro. Ele era magro, olhos marrons, cabelo rosa curto bem arrumado e sempre em um estilo casual, mas elegante. Ele era culpado por suas mechas azuis em seu cabelo, mas poucos sabiam.

—Eu não já te apresentei ao pente? –Ela revirou os olhos.

—Vai a merda e dirigi. –Ele riu.

—Cadê o seu Bast? Ouvi dizer que ele pegou a Katherine.

—A notícia foi rápida.

—Diferente de você as pessoas costumam se socializar através da internet. Sabe que no celular tem mais do que a câmera.

— Sua implicância comigo é amor que eu sei. –Ele riu assim como ela.

—O que eu farei sem você ano que vem?

—Provavelmente ser feliz.

—Tenho pena do seu cabelo que não pode fugir de você.

—Vai se foder!

—Melhor amizade a nossa. –Eles caíram na gargalhada e, no restante do caminho, foi comentários sobre os futuros planos de Rick quando estiver na faculdade.

A amizade deles começou da forma mais errada, sentado em um banco esperando alguém dizer qual seria sua detenção. Rick tinha um olho roxo e uma bolsa de gelo em cima do hematoma e ela um lado do rosto vermelho de um poderoso tapa. Ele sorriu e entregou o objeto gelado para ela, e não demorou-lhe para colocar delicadamente em sua bochecha escarlate. Ficaram assim revezando, unidos pela bolsa de gelo.

Ele parou o carro na frente do colégio, ela sorriu e se despediu saindo do carro. Ela ficou olhando o carro seguir para o estacionamento da colégio, ela não queria ser a vela entre ele e o namorado dele.  Ela virou sem prestar atenção e se chocou com força em alguém. Ela segurou os braços da menina rapidamente impedindo sua queda. A menina, ainda assustada com choque, pegou a mochila que havia caído no chão no processo rapidamente.

—Desculpa. –A garota finalmente olhou para ela. Seus olhos cor de mel claro a hipnotizaram por alguns segundos. Ela tinha cabelos castanhos claros um pouco dourado e ondulado, um pouco de sardas no rosto e usava um óculos no estilo Wayfarer negro. –Eu realmente preciso prestar mais atenção.

—Tudo bem. Você não é a fotografa?

—Tão na cara assim? Sarah.

—Não tanto, mas fazemos uma aula juntas e vi com a câmera, só liguei os pontos. Sou Lorie.

—A garota nova. –Yah! –Espero que não tenha ouvido as blasfêmias que dizem sobre mim. –Lorie riu.

—Como vou saber se são blasfêmias se não a conheço direito? –Ela falou enquanto arrumava o cabelo. Para Sarah aquela foi a coisa mais sexy que ela viu a tempos. Ela desviou o olhar por uns segundos.

—Tenho que mudar isso. –Sarah começou a andar para seu armário e a menina se juntou a ela.  

O corredor estava cheio já. Ela pegou suas coisas rapidamente. Lorie tinha o armário um pouco longe dela, mas ainda podia vê-la. Sarah se segurou para não tirar uma foto, a luz estava perfeita em sua perspectiva, ela iria parecer estranha. Mas, quando olhou em volta e ninguém olhava para ela, ela não resistiu e tirou a foto rapidamente. Quando abaixou a câmera, Lorie olhava para ela. Ela corou furiosamente.

—Desculpa. A luz estava perfeita naquele ângulo. –Explicou quando a menina chegou perto.

—Tudo bem. Eu...-Ela foi cortada pelo sinal. –Acho que a gente se vê. –A menina saiu correndo para a aula dela.

—Eu espero sim. – Sarah sorriu e depois fez uma careta. –Droga, Sarah!

—Falando sozinha? –Ela saltou. Bastian riu. –Em que mundo estava? –Ele falou caminhando para a aula dele. –Hey! Acorda!

Ela revirou os olhos e sorriu, o seguindo pelo corredor.

Aula teria sido interessante se ela tivesse prestado atenção um segundo, mas seu pensamentos estavam longes. Lorie. Ela não entendia o porquê, mas não podia parar de pensar nela e se segurava para não checar a foto tirada dela mais cedo. A menina era bonita, claro que era. “Uma nerd sexy.” Ela fez uma careta e negligenciou a existência do friozinho na barriga. Quando finalmente chegou a pausa, foi a primeira a levantar para sair. Pegou algo para comer e sentou no lugar habitual. Tentou levar seus pensamentos longes daquela pessoa e com a chegada de seus amigos ficou mais fácil.

Bastian como sempre foi o primeiro, mas logo foi encontrar sua paixão como disse. Rick e Dany chegaram logo a seguir. Se existia alma gêmea esses dois eram e ficava feliz por ter sido quem os uniu. Dany tinha um estilo hipster, tatuagens no braço direito e piercing na orelha, nariz e na sua sobrancelha esquerda, e cabelos cor de areia longos e cacheados. Tinha uma beleza comum, mas ainda incrível e passava o ar de mistério. Dany era uma das amigas maravilhosas de verão que suas primas tinham o poder de fazer, mas, diferente de todas as outras, elas tornaram-se amigas também.

—Hey, estranha. O que deu em você hoje? Parece estar fugindo de alguns pensamentos? –Dany observou, nada passava despercebido por ela. 

—Não, só pensando em futuras fotos que posso tirar como você como modelo. Você é bem perturbadora.

—Eu sei! Só aceito se for na sua cama.

—Dany!

—Que foi? –Rick riu descaradamente da cena.

—Tenham orgasmos logo, não aguento mais. –Rick comentou dramaticamente. Dany virou para ele e fez pose de sedução.

—Sabia, pode ser nós dois também? Em um cama? Nus! - Rick fez uma careta de desgosto e odiou sua mente naquele momento pela imagem formada.

—Jesus! Vou ter que ver muitos pornôs gays para tirar essa imagem da minha cabeça!

—Opa! Me passa os links depois.

—Seres humanos que fazem sexo, ainda estou aqui! –Sarah comentou antes dos comentários ficarem piores. Ela teria o gosto de ajudar e acrescentar certas coisas nessa conversa, mas, hoje, ela realmente não queria pensar nisso. Ela os amava por isso, eles não ligavam sobre o que pensariam deles se falar sobre algo ou vestir algo ou agir daquela forma, eles apenas faziam e sempre com essa calorosa felicidade únicas deles.

— Para uma pessoa com fama de pegadora e destruidora de corações do colégio, você é muito devagar. –Sarah revirou os olhos.

—Boatos são boatos. A verdade é muito diferente e você sabe.

—Eu estou começando a perceber. –A voz de Lorie atrás dela fez seu coração saltar e seu corpo arrepiar. Dany percebeu a reação de sua amiga, mas preferiu ficar quieta, no momento.

—Lorie? -A menina sorriu e sentou ao seu lado. –Não esperava por você se juntar. Quer dizer, uma pessoa que ainda deseja ser conhecida descentemente iria gostar de ficar longe de mim.

—Nunca me importei com o que falam e olha para mim, sou uma geek, sem esperança para mim. –Sarah sorriu e revirou os olhos quando notou o sorrisinho no rosto de Rick.

—Lorie conheça os dois idiotas da minha vida. Rick e Dany. –Lorie sorriu para eles. Rick sorriu e Dany piscou para ela sugestivamente como sempre fazia, a menina, não acostumada, corou. –Não liga para a eles. Eu disse, são idiotas, não levem eles a sério.

—Obrigado, amor! –Rick comentou.

Rick e Dany começaram, logo em seguida, a conversar sobre algo e as deixaram excluídas.

—Então...Você tira fotos de todos que conhece? –Sarah sorriu envergonhada.

—Não, mas eu não pude resistir. Você estava perfeita. –Ela parou e percebeu o que falou, quis correr. Fez um esforço para não corar novamente.

—Obrigada. Fico realmente feliz em ouvir isso...A próxima aula fazemos juntas e eu realmente gostaria de uma amiga. Sabe, sou péssima em fazer novos amigos rápidos.

—E você quer fazer amizade comigo? Uma geek e uma deslocada mal falada não é uma boa combinação.

—Se não quer minha companhia é só falar. –Um olhar triste e machucado de Lorie fez sentir uma idiota maior do que ela acreditava ser.

—Desculpa! Eu me expressei mal, eu faço muito isso. Claro que quero sua companhia. –Ela sorriu amorosamente para a menina. –Amigas de aula?

—Adoraria. –Um sorriso tão feliz se apossou do rosto de Lorie extremamente contagiante. Ela só conseguiu sorrir também.

Quando o horário da aula chegou, elas caminharam juntas e sentaram próximas na sala. Sarah gostou desse novo princípio de amizade se formando entre elas duas, e tentou enterrar essas novas emoções sentidas por ela. Era apenas influência da sua alma de fotografa ou uma atração passageira, isso já havia acontecido e iria embora. Ela esperava, realmente esperava.  Ela enterraria isso no fundo de sua mente e tudo voltaria a sua normalidade.