Let me know escrita por Miss Fuck You


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Dividi esse capítulo em duas partes porque se não iria ficar muito grande, espero que gostem, não sou muito boa em escrever esse tipo de sentimento (mais pra frente vocês entendem o que quero dizer)
Uma música que escutei muito enquanto escrevia é Ed Sheeran - Photograph, foi essa música que me ajudou a entrar no clima pra escrever.



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O que supostamente eu deveria responder depois disso? Eu não fazia ideia, eu fiquei completamente muda, perdi a minha chance de dar uma resposta, de responder qualquer coisa e ele voltou a andar, então eu o acompanhei mergulhada em pensamentos, pensamentos tão profundos que nem me dei conta que estava seguindo pela caminho errado até ele segurar meu casaco e me guiar para o caminho certo, onde sem dizer uma palavra ele entrou num táxi e fez um gesto para mim entrar também.

—Aigoo! Como você pode se perder tão fácil assim? Vou te deixar em casa, fale o seu endereço para o motorista.

Mecanicamente disse ao motorista o meu endereço, mas não prestei muita atenção depois disso, pois o Suga deitou sua cabeça em meu ombro murmurando que estava cansado e que a culpa era toda a minha.

O que eu faço? O que eu faço?

Deus! Quando foi que eu me tornei assim? Quando foi que toda a minha confiança foi embora? Quando foi que me tornei essa pessoa tímida e arredia? Quando foi que fiquei tão carente a ponto de analisar todos os atos e palavras de Suga e ficar me perguntando se tinham algum significado oculto?

Antes que a coragem me abandonasse, levei meus dedos até seu rosto e então para seus cabelos, os massageando levemente. Meu coração batia de um modo acelerado em meu peito e me peguei prendendo a respiração, esperando qualquer tipo de resposta dele, que se afastasse ou que me mandasse parar, mas ele permaneceu quieto e voltei a respirar. Encostei minha cabeça no banco e olhei para as ruas e prédios passando rapidamente e me senti confortável em minha própria pele, com a minha própria vida, comigo mesma em tantas maneiras pela primeira vez que cheguei nesse país.

Como alguém pode me fazer sentir dessa maneira em poucas horas? Me virei para ele e tudo o que via eram seus cabelos recém tingidos de uma cor meio indefinida, algo entre loiro e castanho claro, meio cinza e meus dedos emaranhados em seus fios, passei meus dedos gentilmente por eles e abaixei minha mão, mas antes que a pudesse recolhe-la em meu colo, Suga a segura entre suas mãos.

—Por que parou?

—Porque me cansei.

—Então está perdoada – ele diz numa voz arrastada e sonolenta, mas ainda segura minha mão, quando penso que ele dormiu tento a tirar sem o acordar, ele a segura com mais força. – Você precisa parar quieta para que durma. – ele suspira.

Um sorriso idiota está estampado em meu rosto e fico feliz que ele está de olhos fechados para não ver a minha cara, sentindo minhas bochechas esquentarem seguro sua mão também.

A despedida foi estranha e desajeitada, acabamos brigando sobre quem deveria pagar o táxi, eu queria pagar pelo menos o trajeto até a minha casa, mas o Suga não me deixou pagar, se irritou com meus argumentos, praticamente me expulsou do táxi e antes que eu pudesse abrir a boca para dizer qualquer coisa o táxi já estava indo embora.

Meio emburrada e meio feliz entrei em casa, me surpreendi por ser tão tarde e pela primeira vez em muito tempo não fiquei pensando em minha família e me sentindo triste e solitária, antes que me desse conta eu já estava quase dormindo.

***********

Meus olhos ficavam vagando até ele. Hoje as fotos no parque estavam programadas, eu estava conversando com a estilista deles sobre as roupas que ficariam melhores nas fotos e meus olhos continuavam insistindo ir até onde ele estava com os membros, ele sorria de alguma coisa que disseram.

Foco Alysson! Foco! Você precisa trabalhar!

Depois de me estapear mentalmente, decidi me afastar e checar meu equipamento mais uma vez. E daí se vocês ficaram de mãos dadas em um táxi? Isso não quer dizer nada. E daí que ele disse estar interessado em você, mas nem se quer olhou pra você uma única vez desde que chegou? Quem se importa?

O primeiro a aparecer para as fotos individuais foi o Jungkook. Felizmente começar a tirar as fotos tirou qualquer pensamento sobre Suga da minha mente e me concentrei apenas em tirar as fotos. Jungkook era uma boa criança, escutava bem o que eu dizia e era rápido em ajeitar sua poses, também não se incomodou com meus pedidos de última hora, apenas algumas ideias que tive que não estavam no planejamento.

Suga veio logo em seguida e me senti um pouco desconcertada, mas logo esse sentimento sumiu e assumi completamente uma postura profissional, infelizmente ele não era tão rápido para ajeitar as suas poses quando eu pedia e muitas vezes fazia errado, me obrigando a demonstrar como eu queria que ele fizesse, mas ele estava sendo tão ridiculamente lento e desajeitado que aquilo foi me irritando, eu sabia que ele poderia fazer melhor, eu mesma já tinha visto.

—Você está brincando com a minha cara? – perguntei abaixando a câmera, ele me olhou surpreso.

—Não. – ele respondeu sério e acho que até um pouco constrangido pelo modo como seus olhos foram para o chão.

—Então qual é o problema?

—Estou um pouco cansado. – ele coçou a sua nuca. – Desculpe. – acrescentou quando eu não disse nada. Soltei um suspiro, deixando a minha raiva de lado.

—Vou deixar para te fotografar por último, por favor descanse até lá. O PRÓXIMO POR FAVOR! – gritei já me virando e conferindo quais fotos eu poderia utilizar e quais eu teria de refazer.

As fotos individuais levaram um bom tempo, quando chegou a vez de Suga outra vez, acabei entrando numa pequena discussão com a equipe, pois como eu havia mandado, Suga foi descansar, dormiu e estava com seu rosto inchado, o que atrasaria toda a nossa programação, argumentei que não conseguiria boas fotos com ele estando cansado por isso o mandei descansar e o organizador ficou bravo comigo porque todos os outros eventos marcados estariam atrasados porque agora teriam de esperar até que o rosto dele voltasse ao normal. Se fosse a alguns dias atrás eu teria me desculpando um milhão de vezes, eu não sei o que me deu, eu poderia ter ficado calada naquele ponto, poderia ter simplesmente me afastado. Mas eu não fiz nada disso, eu fiquei e discuti com o homem.

—Se você acha que conseguiria fazer um trabalho melhor, deveria você mesmo ter tirado as fotos! – me irritei com ele. – Não se preocupe, não vou atrasar sua preciosa programação, vou dar um jeito. – saí de lá irritada e pisando duro.

Deixei a minha câmera com um dos Staff e pedi que a arrumasse que daqui a alguns minutos estaria voltando com Suga para as fotos. Fui até onde ele estava sentado ainda com cara de sono e rosto inchado.

—Levanta. Você precisa se movimentar.

Não esperei por uma resposta, agarrei seu pulso e o fiz começar a caminhar, passando pela maquiadoras pedi que refizessem a maquiagem de Suga o mais rápido possível quando voltássemos. Então comecei a correr puxando ele comigo, o escutei reclamar e até mesmo soltar um xingamento, mas o ignorei e continuei o puxando e correndo, até que ele parou de reclamar e começou a correr por si mesmo, ficamos dando voltas pelo local de fotos.

Confesso que a condição cardíaca dele era mil vezes melhor do que a minha, duas voltas e eu já estava acabada, parei de correr quase vomitando por ter tentado manter o ritmo dele, ele voltou quando percebeu que eu tinha parado.

—Você está bem?

—Seu rosto ainda está inchado. – foi tudo o que eu disse, com uma careta ele voltou a correr e eu me sentei no chão tentando recuperar o folego.

Quando seu rosto desinchou as maquiadoras vieram correndo concertar a maquiagem e tirar todo o suor, voltei para o local das fotos e conferir se estava tudo em ordem. Dessa vez quando ele parou na frente da câmera fez tudo certo, consegui boas fotos, antes mesmo de terminar as suas fotos pedi para a assistente chamar o resto dos meninos para que no momento que eu terminasse com Suga já iniciasse as fotos em grupos. O coitado do Suga nem teve tempo de descansar, assim que terminei suas fotos individuais já comecei as fotos em grupo e essas me tomou mais tempo do que o planejado, principalmente porque tive ideias de última hora e aquele maldito homem estava buzinando no meu ouvido sobre horários e programações.

Quando eu enfim terminei achei que ele me deixaria em paz, ou que pelo menos fosse reclamar com outra pessoas, mas ele continuou reclamando comigo, bem… não diretamente para mim, mas alto o suficiente para que eu ouvisse, a última gota que faltava para que explodisse foi derramada quando ele começou a falar que esse tipo de coisa só acontecia quando chamavam amadores e que demorei tanto para tirar as fotos porque não sabia fazer direito que não tinha nenhum senso de pontualidade e de responsabilidade.

Guardei a minha câmera com mais força do que o necessário e me arrependi logo em seguida e depois me irritei por ter acabado descontando a minha raiva no meu ganha pão.

—Qual a porra do seu problema comigo? – me irritei com ele. – Eu já acabei as fotos! Do que você ainda está reclamando? Você vai ficar o dia inteiro na porra do meu pé ou vai me deixar em paz pra terminar o meu trabalho?

Ele não falou mais nada, ninguém que estava por perto falou mais absolutamente nada. Disse que estaria na van trabalhando nas fotos, peguei as minhas coisas e marchei para lá, batendo a porta do carro quando entrei com todas as minhas forças.

—O que o carro fez contra você?

—Puta que o pariu! – Xinguei, felizmente em português quando a voz do Suga veio de trás de mim me assustando. – Não sabia que você estava aqui. Vou para outro lugar. – digo quando me acalmo o suficiente.

—Não precisa. – ele diz quando eu já estou com a minha mão na maçaneta. – Não me incomodo com você aí, com tanto que eu posso dormir. – dei de ombros e voltei para as minhas coisas.

Abri o cartão de memória no notebook e comecei a olhar e marcar as fotos que eu mais tinha gostado, as selecionei e copiei para uma pasta no computador, então abri o editor de fotos e comecei a trabalhar nelas. É claro que eles tinham pessoas que possuíam muitos mais certificados do que eu pra fazer isso, mas eu mesma queria fazer isso e lhes mostrar o que imaginei para cada foto, se eles não gostassem poderia simplesmente entregar as originais, escutei a porta de trás da van abrir e fechar, supus que Suga tinha saído para fazer suas filmagens, não sei quanto tempo se passou até escutasse as vozes animadas dos meninos e a porta da van abrir, mas eu já sentia meus olhos ardendo. Salvei o meu trabalho e me virei para o manager deles, o Bang Oppa que entrava no lugar do motorista.

—O pessoal das fotos já foram para o próximo local?

—Praticamente todos já foram. – ele concordou. Respirei fundo para não xingar, eu deveria ter ido junto com eles para ajeitar o próximo local. – Está tudo bem Alysson, as filmagens levaram menos tempo que o esperado, estamos adiantados no horário, você vai ter tempo de sobra para arrumar as coisas.

Eu senti meu olho esquerdo começar a tremer tamanha era a minha raiva. Estávamos adiantados na programação e aquele idiota ficou no meu pé todo o tempo porque exatamente? Comecei a guardar todas coisas que eu tinha espalhado pela van, mas antes mesmo de eu ter terminado Bang oppa já estava saindo do lugar.

—Eu deveria ir com o resto dos Staff. – disse para ele.

—Como eu disse quase ninguém mais está aqui, não tem mais espaço nas outras vans.

—Okay. – digo baixinho terminando de ajeitar as minhas coisas.

Os meninos conversam animados lá trás, música começa a ser tocada, mas eu me sentia tão esgotada que eu apenas fecho meus olhos e tudo some. Quando eu acordo novamente está tudo quieto, a van está vazia. Abro a porta do carro ainda meio lesada de sono e percebo que estamos no estacionamento de uma loja, devemos estar no meio do caminho ainda. Checo meu celular pelas horas, ainda tínhamos bastante tempo. Soltando um suspiro vou praticamente me arrastando o caminho inteiro para a loja, a única coisa que me movimentava era o pensamento de comida.

Encontrei os meninos animados conversando sobre comida e fazendo palhaçadas para a câmera do celular.

—Oooh! Noona voltou a vida! – Jimin disse animado apontando o celular para a minha cara.

—Comida. – foi o só o que eu disse, mas o fez gargalhar muito e começar a me chamar de zumbi.

Agarrei alguns salgadinho, um suco e fui pagar as minhas compras, depois fui me arrastando de volta até a van, meio dormindo, meio acordada comecei a comer, abri a porta de trás e deitei na primeira fileira de bancos esperando os outros voltarem. Acho que acabei dormindo de volta.

—Como é possível serem tão parecidos? – foi a voz de Jin que me acordou. Me sentei meio assustada, eu ainda segurava o pacote de salgadinho em uma mão e garrafa de suco, felizmente ainda fechada, na outra mão.

—O quê? – isso os fez rir. – Do que vocês tão rindo?

—Yoongi hyung e você noona. – Jungkook me responde apontando para a fileira de bancos atrás onde o Suga dormia, praticamente do mesmo modo que eu, agarrado em sua comida.

—Nem vi que ele estava aí quando entrei no carro. – digo me espreguiçando. – Vou pro banco da frente, não podemos ficar perdendo tempo aqui. Deus me livre se chegarmos um segundo se quer atrasados, eu vou ficar escutando sobre a programação atrasada até o fim da minha vida. – vou resmungando enquanto me mudo para o banco da frente.

Eles dão risada mas se agilizam para entrar na van e logo estamos de volta na estrada, aproveito que estou mais acordada pra terminar de comer e voltar a trabalhar nas fotos.

—O que você está fazendo Alysson? – Jin me pergunta, olho para trás, ele está sentado no meio e tem uma boa visão do meu notebook.

—Estou tratando algumas fotos de vocês. Quer ver? – ele assente e eu lhe passo o notebook. – O que você achou?

—Achei que ficaram muito boas. Não sabia que você também as editava, achei que outra pessoa contratada pela empresa fazia isso.

—Bem… - respondo meio constrangida. – A maioria das empresas prefere contratar outra pessoa, mas eu gosto de eu mesma fazer e dar essa opção para os meus clientes. Acho importante mostrar o meu olhar sobre as fotos.

—Eu acho que as suas fotos passam a mensagem que queremos mostrar para as fãs.

—Obrigada. – respondo meio envergonhada enquanto pego de volta o notebook.

Quando chegamos no local das próximas fotos e filmagens, estamos algumas horas adiantados então eles começam a filmar primeiro, o que me dá tempo de sobra de explorar mais o lugar e descobrir os melhores ângulos, a ideia era fotografar junto do pôr-do-sol em frente ao oceano, enquanto eles estavam filmando eu verifiquei meu equipamento, o espaço de armazenagem, se eu tinha outro cartão de memória comigo, eu tendia a ficar meio paranoica com essas coisas.

Comecei a fotografar o lugar, porque era um lugar realmente bonito e quando faltava alguns minutos para o início do pôr-do-sol os meninos chegaram para as fotos. As fotos foram fáceis de fazer e até mesmo divertidas, eu os disse para serem mais naturais possíveis e eles logo começaram a brincar, acabaram se empolgando e foram parar na água, não me importei e os segui com a câmera tirando fotos deles na água espirrando água para todos os lados, puxando Suga para a água, esse fazia uma careta, mas quando ele achava que os outros não estavam vendo ele soltava um sorriso. Jungkook realmente parecia uma criança jogando água nos seus hyungs e logo em seguida começando a correr, Jimin e V tentavam alcançar o Junkook, mas ele era muito rápido e os dois se cansaram rápido Jin e J-Hope pareciam animados olhando qualquer coisa no chão molhado por ocasionais ondas e Namjoon olhava a todos com um sorriso orgulhoso, um sorriso paterno e cheio de amor.

—CERTO MENINOS, AGORA EU PRECISO QUE VOCÊS VENHAM AQUI! – gritei para que todos pudessem me ouvir, pedi que se sentassem na areia de frente para o mar e para o pôr-do-sol, imagem mais clichê do que aquela não existia, mas ainda era uma imagem linda que eu penso mostrar lindamente a juventude.

Quando tudo acabou, todos pareciam estar satisfeitos com os resultados então fomos para um restaurante de frutos do mar, as conversas estavam animadas, consegui ter uma conversa decente com os staff, felizmente eles me receberam muito bem em sua mesa e até tive uma boa conversa com o homem que infernizou meu dia por conta dos horários, passamos algum tempo conversando sobre o estresse do trabalho, ele se desculpou comigo e eu me desculpei com ele e tomamos um copo de soju e toda aquela briga parecia ter ficado para trás, eu não era de beber muito, então depois de alguns copos eu já me sentia um pouquinho tonta e decidi parar de beber.

Peguei meu celular para verificar a hora, pois eu tinha trabalho logo cedo amanhã de manhã e percebi algumas chamadas perdidas, era da escola do meu irmão. E umas duas da minha mãe. Pedi licença a todos e saí para verificar o que tinha acontecido.

—Mãe? Está tudo bem? – perguntei assim que ela atendeu, sem dar tempo de ela dizer nada.

—Está sim querida. Você deve ter visto agora as ligações da escola do seu irmão.

—É. Eu estava trabalhando… o que aconteceu?

—Gustavo andou fazendo arte. Subiu em árvore no colégio pra pegar uma bola, caiu e quebrou o braço.

—E como ele tá?

—Eu estou indo pra lá agora…— ela solta um suspiro. – também estava trabalhando e não vi as ligações, acho que foi por isso que ligaram pra você. Mas a pedagoga me garantiu que ele está bem, conversei com ele por telefone e tudo, eu só preciso ir lá para busca-lo.

—Okay, vou ligar pra ele também.

—Faça isso.— outro suspiro da parte dela. — Ele está com saudades de você. Esses dias eu o surpreendi no seu antigo quarto olhando pra uma foto sua. Ele ficou todo envergonhado… foi tão bonitinho.

Acompanho minha mãe nas risadas, meu irmão nunca iria admitir que estava com saudades de mim. Ele provavelmente iria negar que estava olhando uma foto minha, ou apenas diria que queria confirmar o quão feia eu era, ou qualquer coisa do tipo. Encerrei a ligação e fiquei encarando a foto da minha mãe e irmão tirada um pouco mais de três anos atrás. Eu sentia saudades dos dois.

—Então é aqui que você está se escondendo. – dou um pulo com o susto, mas para salvar a minha dignidade, consegui segurar o gritinho.

—Você me assustou. – reclamei com o Suga, ele apenas sorriu e se encostou na parede ao meu lado.

—Então… está tudo bem na sua casa? – olho para ele que tem uma cara inocente e tem o olhar fixo na praia.

—Você estava escutando a minha conversa? – ele tem a decência de parecer um pouco constrangido.

—Não é como se eu entendesse uma palavra do que foi dito. – aceno positivamente concordando com ele. – Queria saber se meu nome seria mencionado. – ele fala com a voz mais baixa.

—Está tudo bem em casa. – resolvo responder a sua primeira pergunta e ignorar a última frase. – Meu irmão quebrou o braço.

—Ele está bem? – eu sinto seus dedos se entrelaçando nos meus, olho para o seu rosto e ele ainda tem seu olhar fixo na praia, era impressão minha ou suas bochechas estavam começando a ficar coradas? Seguro sua mão também e ele dá um pequeno sorriso, meu coração está batendo de um modo louco dentro do meu peito.

—Está. Minha mãe falou com ele por telefone e está indo agora no hospital buscar ele.

—Que bom que ele está bem.

Eu apenas concordo com a cabeça e um sorriso bobo escapa de mim, não consigo manter uma expressão séria, ficamos os dois ali apenas aproveitando o ar agradável do outono, sinto seu polegar fazer pequenos círculos na minha mão e de vez em quando ele segurar mais forte minha mão.

—Vamos caminhar?

—Achei que você não gostasse de fazer exercícios. – implico com ele que não responde nada e apenas começa a andar ainda segurando minha mão, rindo, o sigo. – As pessoas não vão sentir a nossa falta? – pergunto preocupada depois de andarmos alguns minutos em silêncio.

—Não me importo na verdade. – aquilo me pega de surpresa.

—Mas você deveria, tem uma imagem a manter.

—É só uma caminhada Alysson. – ele diz com um sorriso de canto pra mim.

As ruas estavam tranquilas e vazias, confesso que se eu tivesse de voltar sozinha para o restaurante eu provavelmente iria demorar a achar o caminho de volta, se conseguisse achar. Suga nos guiou até um banco de madeira no que parecia ser uma espécie de praça com uma fonte, o banco ficava mais ou menos afastado e um pouco nas sombras, iria esconder bem o rosto dele caso alguém aparecesse. Enquanto andávamos em silêncio eu estava apenas apreciando o momento, mas agora que estávamos sentados, ainda de mãos dadas, comecei a ficar nervosa, a sentir uma necessidade de preencher o silêncio.

—Você parece nervosa. – ele comenta.

—Estou começando a me sentir nervosa. – admito.

—Por quê? – solto um suspiro.

—Porque eu não sei o que pensar. Estou confusa, pode parecer que eu já me adaptei a Coréia e aos costumes daqui, mas a maioria das coisas me confundem… - ele não disse nada, apenas ficou me olhando, eu sabia que tinha de explicar melhor. – Como isso. – mostrei as nossas mãos juntas. – Como eu deveria interpretar isso? Como eu devo interpretar algumas coisas que você fala? Agora estou até confusa como devo te chamar, fico morrendo de medo de fazer ou falar alguma coisa errada, estou com medo de interpretar as coisas de um modo errado e meu coração fica agitado toda vez que você pega na minha mão e… - o ar começou a faltar e eu tive de parar de falar e começar a respirar, mas minha respiração não queria se acalmar, meu coração estava disparado e eu estava morrendo de vergonha de olhar pra ele e morrendo de medo do que ele falaria a seguir.

Ele solta uma risada e eu o olho indignada, como ele pode rir assim na minha cara? Ele solta a minha mão e segura meu rosto, ele ainda tem um sorriso no rosto quando se aproxima lentamente, esse tipo de coisa deveria ser considerado tortura, enquanto ele se aproximava de forma lenta parecia que meu coração estava prestes a pular para fora de mim pela minha boca.

Seus lábios nos meus são a melhor sensação do mundo, seus lábios são suaves e doces, beijam de modo lento e torturante, mas é uma sensação tão boa que não me importo de estar sendo torturada. Se antes eu achava que os coreanos apenas davam selinhos e beijos castos, eu estava muito enganada, aquele beijo inocente não durou muito tempo, logo sua língua estava na minha boca, sua mão na minha cintura e na minha nuca.

Acho que nunca mais iria conseguir tirar o sorriso idiota do meu rosto, apesar de ter ousado bastante nos beijos, sim, foram mais de um, quando decidimos voltar, Yoongi oppa, ele insistiu muito para que eu o chamasse assim, começou a ficar com vergonha, o que só me fez sorrir mais ainda. Paramos de andar a duas quadras do restaurante, percebi que algumas vans já não estavam mais lá, acho que passamos muito tempo naquele banco. Com um suspiro, delicadamente soltei da sua mão e começamos a andar para o restaurante.

—Onde vocês estavam? – Namjoon perguntou bravo assim que colocamos os pés no restaurante, senti minhas bochechas começaram a ficar vermelhas.

—Eu… hum… fui atender uma ligação. – comecei a me explicar antes que Yoongi o fizesse. – Comecei a andar e me perdi. Yoongi me encontrou e me trouxe pra cá. Desculpa pessoal. – digo olhando para todos.

—Por que não ligou pra alguém? – Sim, Namjoon realmente estava bravo.

—A bateria do meu celular acabou. – isso não era mentira pelo menos.

Ainda olhando meio torto e desconfiado pra gente Namjoon resolveu deixar o assunto de lado e nos apressarmos para ir embora. Acabei pegando uma carona com os meninos do Bangtan outra vez. E eu achando que tinha me resolvido com o pessoal do Staff, ninguém me esperou ou sentiu a minha falta.

Enquanto carregava meu celular no carro, tentei esconder meu sorriso idiota que ia de orelha a orelha, mas ficava impossível, a todo momento eu ficava relembrando do beijo e eu automaticamente começava a sorrir.


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Notas finais do capítulo

Por favor me deem a sua opinião do que estão achando da história até o momento.