Gemini - INTERATIVA escrita por Lady


Capítulo 3
II - Confronto


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, acabei me empolgando esse capítulo antes da quinta. Então estou postando. Se tiver algum erro podem falar, porque escrevi pelo celular já que estou sem computador. Eu vou fazer algumas perguntas nas notas finais então fiquem a vontade pra responder o que der. :)



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Dor? O que seria a dor? Fazia muito tempo que Dankim não sabia o que era aquilo, uma vez que por muitos momentos ele se sentiu completamente diferente do que seria um humano. Ele não compartilhava da mesma adrenalina que Kayo, estava sempre sério, inexpressivo e distante. Era por isso que fazia muito tempo que não se importava mais com os experimentos, afinal a falta de esperança era iminente, como na maioria dos humanos que desejavam sair dali.

 

A primeira vez em que chamará a atenção dos Aurus foi durante um torneio de Kung-Fu, onde ele foi capaz de feitos quase impossíveis. O avô de Dankim um Chinês era um grande mestre,  e a origem da família era um grande motivo para que ele e o irmão passassem muito cedo pela rejeição e preconceito no país em que deveriam chamar de lar. Eles não tinha culpa se há muitos anos existiu uma guerra manchando a história da nação, mas ainda assim todos tinham relutância em aceitá-los. Os irmãos costumavam treinar golpes juntos, e algo na expressão competitiva e enérgica de Kayo se parecia com isso e trazia certa nostalgia. A lembrança do irmão morto durante uma experiência tornava-se vivida.. Ele odiava!



— Você está preparado para sentir dor? - Aquelas eram apenas palavras vazias do oponente, pois a luta já estava decidida antes mesmo que tivesse início. Tolo. Ele iria continuar com aquele jogo barato, oferecendo migalhas a curiosidade dos Aurus. Como um jogo que não existia. Pois afinal de contas que propósito haveria em vencer afinal de contas? No fim, não passava de um teste.



Dankim analisou mais uma vez o oponente, e era incrível a forma como ele brilhava com todas as descargas elétricas. Kayo tinha concentrada uma quantidade tão massiva e forte de energia, que era visível ao olho nu os pequenos raios elétricos que saíam do corpo. Era apenas exibicionismo no fim das contas, pois ele estava disposto a dar um bom show. E se divertir até achar que deveria parar.

 

Das duas armas a disposição o Gemini de cabelos albinos preferiu usar a pistola que concentrava a energia e as disparava como uma bala, era bom se manter a distância, já que durante todos aqueles anos de testes ele nunca ganhara de Dankim no combate corpo-corpo. Na verdade era loucura lutar com alguém que tinha sido capaz de dominar todos os estilos de kung-fu. Um verdadeiro mestre com apenas 29 anos de idade.

 

A luta teve início e os disparos foram sucessivos, porém com Dankim desviando de cada um com facilidade. – É só o que você tem? - Disse com a voz seca e deu as costas ao oponente.

 

Kayo avançou violentamente com a espada, deixando evidente seu jeito impulsivo, e atingiu com toda a força as costas de Dankim em cheio, entretanto o outro mal se moveu. Não havia  uma só gota de sangue, apenas uma marca avermelhada no local e nenhum arranhão. Era impressionante o que aqueles que dominavam a arte do kung-fu eram capazes de fazer. Controlando a própria energia corporal e atingindo a concentração máxima, não era um trabalho fácil. Qualquer hesitação poderia resultar na morte, e era por isso que o gêmeo de Dankim não tinha sobrevivido ao treinamento.

 

Ele fora apelidado de Gankim, era um rapaz expressivo com brilho nos olhos, o qual admirava o irmão e acreditava que ele brilhava como o sol nascente.  No entanto, embora fosse também um ótimo lutador, não era como o irmão 3 minutos mais velho. Gankim era dotado de uma grande inteligência, mas pecava na resistência física. Cada luta trazia lembranças dolorosas que o homem oriental evitava pensar. Ele sacudiu a cabeça sendo desperto pela voz furiosa de Kayo.

 

— Não me ignore quando estiver lutando comigo. - Gritou irritado e concentrou novamente uma quantidade grande de energia ao redor do corpo.

 

Dankim se posicionou,  colocando as mãos de frente para o corpo e preparando-se para se defender, na última hipótese atacar. Os dois eram minuciosamente analisados pelos Aurus, e por Enor. Cada batimento cardíaco, os níveis de adrenalina e estresse aos quais eram submetidos. Dankim estava bastante instável, mas Kayo em algum momento entraria em colapso e perderia as forças. Nenhum teste costumava durar mais que uma hora, e embora ambos tivessem ótimas condições físicas, a energia que Kayo costumava usar era bastante pequena em relação ao que esperavam dele.

 

— Acho que ele chegou ao limite senhor Enor. - Observou um analista vendo que o rapaz caiu ofegante no chão, suado depois de trocar alguns golpes. Kayo parecia paralisado e mal conseguia se levantar. Os cabelos tornaram-se negros de novo, enquanto o oponente apenas o observava com frieza e sem nenhuma alteração.

 

O campo de força foi desativado, os olhos negros de Dankim acompanharam a movimentação dos Metrons para dentro do salão para a remoção do outro Gemini. Eles obrigaram Kayo a deixar as armas no chão e o envolveram com fitas de aço bastante fortes. O rapaz cambaleou um pouco, pendendo para o lado e caindo no chão com a respiração tensa. Os indicadores dos Aurus apontavam para uma alteração da pressão arterial e aumento dos batimentos cardíacos.



— 97% de sincronização. - Enor disse preocupado. – Injetem os inibidores agora. -Ele se referiu  a uma injeção usada para restringir os movimentos por um período de meia hora. E assim mais dois Aurus entraram na sala, vestidos com uma roupa protetora.

 

[...]



“Você acredita em tudo o que vê?”



Algumas horas antes.

Era uma sala que no interior tinha um enorme pátio, no qual estavam espalhados por toda a extensão muitos equipamentos de prática do Kung Fu para o treinamento de Dankim. Um deles eram duas construções rochosas, bem afastadas onde ele encontrava-se meditando. As pernas estavam bem abertas com os pés apoiados em cada uma das estruturas. Aquela seria uma posição muito desconfortável para um homem comum, porém para ele aquele era um treinamento rotineiro.

 

Dankim estava inerte na própria mente quando ouviu uma voz ecoando longe. Ele sabia quem era, a única pessoa com poder o suficiente para isso. E se perguntava porque era sempre interrompido nos momentos mais rigorosos de meditação. O som era alto e parecia vir de dentro da própria mente. Quase um milagre.



“É impressionante que consiga se comunicar comigo.“ Pensou enquanto permanecia concentrado

 

Eles me colocaram para dormir de novo, e meus poderes ficam mais fortes. Mas mesmo me sincronizando 100% eu não consigo alcançar a mente de Kalina. Será hoje Dankim, e não haverá mais volta. Você tem tudo o que eu preciso?”

 

“Sim. Eu estou pronto, Kayo. Apenas quero concluir e ver com meus próprios olhos que você é capaz disso. Se me provar eu lhe ajudarei sem hesitar. Tem minha palavra, porém se falhar eu deixarei que eles matem você.”

 

“Isso não vai acontecer.”



Em teoria aquela comunicação deveria ser impossível, e nem os Aurus suspeitavam daquilo, mas naquele caso era um acontecimento bastante raro. Os poderes de Kayo estavam no auge no que dizia respeito a mente, mas ainda assim ele era incapaz de alcançar aquela que mais desejava rever. Dankim não tinha mais a capacidade de se sincronizar com alguém, no entanto tinha uma mente bem treinada e uma afinidade espiritual alta. Além disso, ficava no complexo 8 ao lado de Kayo.

 

Já fazia alguns anos que aquela comunicação acontecia. E era algo totalmente diferente da sincronização. A sincronia em si era quando Geminis atingiam uma conexão forte, igualando as reações e respostas do corpo, compartilhando energia e sendo capaz de sentir o que o outro estava passando, como algum tipo de pressentimento, em algum lugar. O que dizia respeito a parte mental era algo que os Aurus não conseguiam explicar, tão pouco chegar a uma resposta fundamentada em fatos e não teorias. As capacidades humanas de fato eram algo que ia muito além de fórmulas e tecnologia.

 

[...]

 

Dankim observava o quão patético Kayo parecia, subjugado por aquelas máquinas. Ele estava caído de costas, com as mãos amarradas pelo flexivel cabo usado pelos metros. A cabeça era segurada por um Aurus que a pressionava contra o chão com uma das mãos, na outra segurava uma arma com uma agulha na ponta, era um inibidor. “Eles são muito corajosos ao lado de metrons”— pensou ainda parado no mesmo lugar.

 

Todos ouviram uma gargalhada alta ecoar por todo o local, como se estivesse acontecendo algo incrivelmente engraçado. Era Kayo. Ele se esforçou e virou a cabeça para frente olhando por um instante para Dankim e o que aconteceu a partir dali foi surpreendente.

 

Os cabelos do rapaz instantaneamente voltaram a se tingir de prata, os olhos antes verdes brilharam num dourado intenso. Os Aurus ao redor de Kayo foram eletrocutados, e imediatamente o rapaz girou no chão mesmo preso, chutando o que portava a arma para longe.

 

Kayo ainda estava com as mãos amarradas, seria mais difícil lidar com os metrons e aqueles cabos de aço tinham sido projetados exatamente para contê-lo. O rapaz pulou bem alto rapidamente,  encolhendo as pernas e passando as mãos presas por baixo delas, podendo assim ficar com os braços à frente do corpo.

 

Ele correu em volta do metron que o prendia, o enrolando com o cabo e com força o puxou para que caísse no chão. Em seguida se concentrou o máximo que pode tentando atrair a pistola dele próprio.  Sem a ajuda de Kalina era um trabalho extremamente difícil, mas se pudesse atraí-la apenas para perto estava bom, pois era uma arma mais fácil de manusear estando preso. Durante alguns segundos os poderes oscilaram e os cabelos tornaram-se novamente negros por alguns instantes, mas como ele havia planejado a pistola foi parar em suas mãos.

 

Os Aurus observavam tudo da sala de pesquisa, no andar de cima completamente desnorteados. Era para em teoria Kayo estar sem energia, no entanto o gemini parecia mais revigorado e bem disposto do que nunca. A saída era usar os inibidores através de um gás na sala de testes, o único problema era que demoraria para fazer efeito.

 

Quando um Metron estava pronto para lançar outro cabo na direção de Kayo, Dankim saltou por cima do rapaz, apoiando os pés nos ombros para dar impulso, e com um giro mortal no ar cortou os cabos com a espada que a pouco estava caída no chão. Ele usou os próprios punhos para acertar golpes no metron, conseguindo arrancar dois braços dele. Ele notou que uma fumaça saia de dutos nas paredes, então arrancou a cabeça do metron onde tinha um dispositivo que permitia desbloquear as portas.

 

— Você vem ou não? - Disse friamente e Kayo o seguiu saindo pela porta  dando em um corredor estreito.


Aquilo era uma tremenda de uma loucura, e as chances deles passarem por todos os metrons nas instalações eram de 2% na melhor das hipóteses. Porém Kayo tinha passado dez anos planejado aquela fuga, e o motivo de ter escolhido Dankim era bem o óbvio. O gemini japonês era astuto e forte, mas acima de tudo conhecia bem as bases e os Aurus. Toda a submissão durante anos, as expressões de derrota e a falta de esperança nada mais eram do que o observado de olho nos observadores. Subestimar os humanos tinha sido o mais terrível erro dos Aurus.


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Notas finais do capítulo

A esclarecer. O cabo que prende o Kayo é realmente feito de aço, mas é tão flexível quanto uma corda, porque é uma tecnologia desenvolvida pelos Aurus. Em Geral se alguma outra coisa que não aprofundei na descrição gerar dúvidas podem perguntar. Agora vou lançar duas perguntinhas.


1 Com exceção do Kayo que é problemático e estava numa camisa de força, vocês podem ver que o lugar onde o Dankim ficava era bem personalizado. Isso é porque os Aurus estudam o comportamento dos humanos e estimulam tudo o que possa desenvolvê-los. Se seu personagem dança balé, ele terá música para dançar, se ele desenha, terá material para desenhar. Então que tipo de elementos vocês acreditam que teriam nas celas dos seus personagens?


2 - De modo geral o que acharam do Kayo e do Dankim? E como acham que seus personagens irão reagir quando tiverem que interagir com os dois? (se quiserem podem dizer sobre as outras fichas também, embora isso não seja necessário agora).

Eu já faço mais ou menos uma ideia de como isso vai acontecer por causa das personalidades, mas vocês os conhecem bem então pra fic ficar mais divertida eu quero dar a vocês a chance de interagir e aprofundar mais seus personagens.

OBS: Talvez o que vocês falarem agora pode acabar mudando com o decorrer da fic, então se isso acontecer fiquem a vontade.



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