WSU's O Temerário escrita por Lex Luthor, WSU


Capítulo 8
Epílogo




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Dois Anos Depois

 

Hoje pela tarde, irá acontecer o leilão dos bens de Antônio Barbosa. O traficante do cartel Santana foi enterrado na cidade de Fagundes, Paraíba, há dois meses. Antônio Barbosa, ou Fagundes, como era conhecido, atuava na Cidade do Corsário, outras cidades do Nordeste e no interior paulista. — A âncora do jornal cortou o assunto. — Mas vamos falar de coisa boa agora! Jonas Crispim.

A imagem na tela cortou para o seu correspondente na academia de artes marciais de Marcos.

— Pois é, Amanda. Estamos aqui ao vivo da academia Marcos’s Fight, para mostrar o novo projeto social do filantropo Marcos Fonseca. Marcos, fala mais pra gente desse seu projeto — disse o repórter, guiando o microfone ao entrevistado.

— A Cidade do Corsário conta agora com a sua primeira classe de artes marciais para pessoas portadoras de necessidades especiais. — respondeu o professor. — O projeto conta com mais de trinta alunos de todas as faixas etárias.

— Você dá conta de todos sozinho? — perguntou Jonas, com bom humor.

— Não, temos quatro instrutores voluntários — Acenou para dona Fátima, Roni, Felícia e Henrique, que estavam ao fundo e acenaram de volta, sorrindo. — O projeto não tem fins lucrativos e visa atingir o máximo de interessados.

— Marcos, muito obrigado pela entrevista. — agradeceu o repórter, apertando a sua mão. — E está feito o convite, você portador de necessidades especiais, que preza pela sua saúde, corre logo pra cá! Jonas Lins, da Cidade do Corsário, para o Primeiro Jornal.

O câmera fez um gesto para terminar a gravação. Quando o link terminou, a expressão do entrevistado já não era tão amistosa.

— Olha, Marcos, não tenho nada contra ti, cara. Você sabe como é... foi, basicamente, pelo dinheiro. — Sorriu Jonas.

— Tudo bem, sua dívida está paga. — Sorriu forçado. — Obrigado por apresentar o meu projeto ao vivo.

Ambos apertaram as mãos novamente, antes da equipe de Jonas deixar o local. Quando foram, Matheus, que também estava presente, logo tratou de fazer a sua piada.

— Ei, Hitler! Essa foi meio forçada, bicho! Uma classe inteira? Quer se redimir pra concorrer à prefeitura?

— Devia respeitar mais o seu führer. — respondeu, espremendo os olhos. — Eu faço o que quero com a minha academia e além do mais, conheci alguém que me fez ter esse pensamento.

— Oh, que fofo. — disse o primo, juntando as mãos e inclinando a cabeça. — Isso foi meio gay.

— Tem razão.

Um rapaz de ouvido apurado, que escutava a conversa ao lado dos dois questionou:

— Algum preconceito com homossexuais?

— Claro que não! — espantou-se o professor. — Será que qualquer comentário em que eu esteja envolvido, ou fizer, vai soar um estereótipo e vão polemizar? Vou fazer uma classe pra homossexuais também agora?

— Eu sabia, canalha — comentou Matheus, irônico.

No formigueiro formado pelas pessoas que vieram participar, ou simplesmente observar o projeto, surgiu Vanessa, correndo num alvoroço.

— Papai, papai!

— O que houve, princesa? — indagou o pai, espantado com a animação da menina.

— Conheci o seu amigo! — gritou freneticamente. — Érico!

— Érico? — perguntou Marcos, confuso.

O garoto que o Caveira salvara do Cobrador, apareceu no meio da multidão. Usava uma cadeira de rodas com portabilidade para carro.

— Oi, amigo — cumprimentou o menino, piscando o olho em seguida.

— Oi, Érico. Você vai ser muito bem recebido aqui. — disse o professor, com um sorriso de satisfação no rosto. — Somos uma família agora.

Pendurou as manoplas de treino na coluna de madeira do alpendre, abriu a porta e entrou em casa. Elisa estava limpando os móveis da sala, quando Marcos chegou por trás segurando-a na cintura e beijou seu pescoço.

Com um sorriso de lado, ela virou e o deu um selinho.

— Oi, mestre — cumprimentou a mulher, com um sorriso de orelha a orelha.

— Oi, escrava — ironizou o marido.

— Tenho uma notícia boa.

— O gato parou de arranhar as cadeiras novas da sala? — Marcos olhou para os acentos de camurça, que trocara essa semana, pois o animal havia destruído os anteriores. Apesar de novos, já estavam um tanto surradas. — Doce ilusão — concluiu.  

— Não é isso, acho que vem um caveirinha por aí.

— Como assim? — arregalou os olhos.

— É, eu sei que a caveira não ri há tempo, mas... — mostrou-lhe um exame de sangue para gravidez.

— Não acredito! Sou o homem mais feliz desse mundo! — Deu-lhe um beijo na testa e ajoelhou-se, abraçando sua barriga. — Você vai ser a criança mais feliz desta Terra e dos universos paralelos a ela! — falou com a barriga da mulher beijando-a.

Elisa e Marcos sorriram, até que, no mesmo instante, escutaram um ronronar e Gato logo apareceu, esfregando-se junto à perna suada de Marcos com sua cabeça.

— Sabe o que isso significa, não é? — perguntou Elisa.

— Acho que sim. — Pegou o gato albino.

Quando Marcos virou-se, a esposa lhe deu um tapa na bunda.

— Vai lá, caveirão — ela provocou.

Ele pôs Gato em cima de uma pequena mesa na cozinha e ele instantaneamente miou.

— Eu sei: Nada higiênico, Elisa vai me matar. — Sorriu. — E aí, amigão? Curtindo a nova casa? Bem melhor, ?

Marcos acariciou o felino, que o retribuiu com um abraço.

— Você é uma figura. — Virou-se e abriu a parte de cima do armário que estava repleto de Whiskas. — Melhor pôr logo o seu prato.

— Tô com fome.

 

 

 

Madureira, Rio de Janeiro

um mês atrás

 

Ana Barros estava na banheira da suíte, lentamente passava a espuma e o sabonete em seu corpo. Era como se ela nem estivesse preocupada por estar sendo procurada, por causa das apostas ilegais na WMMA. Enquanto isso, falava ao telefone no viva-voz.

Estamos perdidos, a federal já está em cima de nós e com certeza vão rodar a sua cabeça logo, logo — disse a voz no telefone.

— Se esse tal esse tal vigilante não tivesse prendido o Ventur, estaríamos numa boa. — respondeu a loira, ensaboando seu corpo sem pressa alguma.

Pois é, Ana. Vou ter que desligar e trocar o chip. Estou indo ao Rio amanhã e então saímos do Brasil. Até logo.

— Até — cumprimentou, ao desligar.

Saiu da banheira, pôs um roupão e foi para o quarto. Ao ver o corpo de um segurança no chão, correu até o criado mudo e pegou um Bulldog calibre 32.

Uma fumaça subiu pelo quarto, enquanto o ritmo de uma risada grave e pausada aumentava. Desesperada, Ana atirou em qualquer canto.

— Apareça! — exigiu a mulher, com a arma em mãos.

Até que, bem a sua frente, apareceu o Caveira sorrindo. Ela disparou por três vezes, até que descarregou o tambor do Bulldog. Suas mãos estavam trêmulas e a peculiar figura ainda estava de pé, intacto, rindo.

— Boa tentativa. — elogiou irônico, a voz grave do modulador. — Cidade distante. A polícia anda um pouco ocupada por aqui. Tentado fugir pra fora? Eu não respeito jurisdições.

— Quem é v-você? — perguntou assustada, dando passos para trás.

O capuz negro sobre o rosto deixava aparecer os olhos vermelhos.

— Eu sou a dor e o tormento. — respondeu ao aproximar-se. — Sou o prenúncio da sua desgraça, a Caveira que Ri; eu sou...

 

 

O TEMERÁRIO

                                                       


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Notas finais do capítulo

O TEMERÁRIO RETORNARÁ EM SOLDADO FANTASMA.