Teen Wolf Season 3- The Way I Like to Fall escrita por Apenas Lorena


Capítulo 17
Underpressure




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—Eu tenho visto coisas.-
—Que tipo de coisas?-
—Coisas que eu não compreendo.-
—E a quanto tempo isso acontece?-
—Digamos que é...recente.-
—Você fez muitos exames.-
—Sim-
—Srta. Koreshkov, sua família tem algum... histórico?-
—Até onde eu sei todos eram perfeitamente saudáveis.-
—Eram?-
—Sim, doutor.-
—Você fez terapia depois que...-
—Não.-
—Srta. Koreshkov, o que a trouxe ao meu consultório?-
—Eu esperava que o doutor pudesse me responder essa pergunta, o doutor fez cinco anos de medicina, eu não.-
—Srta. Koreshkov, preciso que leve isso a sério. Sem ironia. Sem sarcasmo.-
—Acho que posso estar em perigo.-
—Acha que alguém quer machucá-la?-
—Não. Acho que eu posso me machucar.-

Duas semanas antes...
—Você vai colocar essa bata. Tira o sutiã, colar, brinco...Qualquer coisa de metal pode atrapalhar.-
—Uhum..-
—Você é claustrofóbica?-
—Quê? Eu? Claustrofóbica? Não...-
...
—Loren, tudo bem?-
—Tô...-
—Tem certeza?- Perguntou Melissa.
—Melissa, sem pressão, por favor!- Eu estava suando frio. -Quando tempo falta? 20 minutos? Eu aguento!-
—Já chega, eu vou tirar você daí.- Disse, enquanto desativava a máquina. De repente a energia caiu.
Tava tudo escuro. E eu lá, presa.
—Aí meu Deus do céu...- Comecei a entrar em pânico. Não ouvia a voz de Melissa, pois a sala tinha uma acústica própria para que a máquina não incomodasse os outros pacientes.
—Caralho...- Tentei sair da máquina, ridiculamente, pois estava com as mãos e as pernas presas. -Ok, eu tenho que manter a calma...-
Dois, três... Cinco minutos presa na máquina.
Minha respiração descompassada denunciava o que eu tentava negar há minutos a mim mesma: Eu estava em pânico. Engoli em seco e fechei os olhos com força.
—Melissa? Melissa!- Gritei. -Mas que porra!-
—--
POV. Melissa
Scott! Scott!-
—O que foi, mãe? O que aconteceu?-
—Preciso que venha ao hospital. É urgente.-
—Você ainda está no hospital? Achei que não fosse fazer plantão hoje.-
—Scott!-
—Tá, tá bom. Eu e Stiles estamos indo aí.-
—Não! Não chama o Stiles!-
—Não chama o Stiles?-
—Não! Venha sozinho.-
—Tá certo.-
—Rapido.-
—--
Há quanto tempo estou aqui?
Quinze minutos de silêncio completo pareciam quinze dias.
Meu corpo já estava coberto de suor e eu já devia ter chorado tanto que não haviam mais lágrimas, só desespero.
É quente e abafado. Escuro e silêncio.
Exatamente como o buraco de onde saí.
—Você não lembra mesmo, não é?-
—Olha, agora não é o melhor momento.-
—Nunca são bons momentos. Não é, querida?-
— Você é uma alucinação. Só pode ser! Assim como...-
—Assim como Peter Hale era uma alucinação?-
Minha respiração acelerou e meu coração bateu umas dez vezes mais forte.
—Preciso sair daqui...- Sussurrei.
—Precisa se controlar. Você sabe o segredo.-
Comecei a me debater novamente.
—É inútil. Seus pulsos, seus tornozelos, sua cabeça e seu tórax estão presos. Sabe que não vai sair daqui sozinha.-
—E quem vai me ajudar? Você?- Perguntei para a voz.
—Não. Claro que não. Não é nesse ato que eu entro.-
—Quem é você?- sussurrei e não recebi resposta. -O que é você?-
—Está fazendo as perguntas erradas. Você já foi mais astuta.-
—Eu já fui mais viva também! O mundo dá voltas.- Soltei irônica e ouvi uma risada.
Essa risada...
Ouvi um estrondo e vozes que vinham de longe.
—--
POV. Melissa
—Você trouxe o Stiles?- Melissa reclamou dando um tapa no filho.
—Eu não pude evitar, ele estava do meu lado quando você ligou!-
—Me fala, o que tá acontecendo, Melissa?-
—Eu...Eu...a...a Loren... Tá presa na máquina. A sala trancou automaticamente com a queda de energia e não consigo tirá-la de lá.-
—Por que não chamou ninguém do hospital?- Scott perguntou.
—Porque não é um exame oficial.- Stiles afirmou passando os dedos entre o cabelo.-É, Melissa?-
—Eu só queria ajudar.- Disse.
Finalmente chegaram ao fim do corredor. A sala continuava escura e não havia som audivel. Scott forçou a porta, que abriu facilmente. A sala escura estava em competições silêncio a não ser a respiração descompassada de Loren.
A luz da lanterna do celular de Stiles iluminou a máquina. Melissa destravou e puxou manualmente a maca.
A luz fez com que as pupilas de Loren se contraíssem.
—Melissa? Scott?- Perguntou com a voz fraca.
Melissa começou a soltar a garota, que se apressou em tentar levantar, sendo ajudada por Scott.
—Stiles.- Sussurrou. -Droga!- Então em um impulso, a garota saiu correndo da sala.
—Alguém pode me explicar o que está acontecendo?- exclamou Melissa.
—--
Corri o mais rápido que consegui. Desci as escadas tropeçando em completo pânico. Os passos apressados atrás de mim indicavam um perseguidor. Stiles.
—Loren, precisamos conversar...-
—Eu não quero conversar. Não temos nada para falar.- Disse.
Mais dois lances fugindo e cheguei ao térreo.
Desapareci dentro do primeiro táxi que encontrei.
Suspirei pesadamente e joguei minha cabeça pra trás.
—Para onde senhorita?-
—Rua Calvary, 42.-
—--
Lar doce bosta de apartamento mobiliado.
Joguei minha bolsa em qualquer lugar da sala.
Meus dias se reversavam entre passar tão rápido que nem dava pra perceber e se arrastar ao ponto de eu rezar para que algo acontecesse.
E então aconteceu. Eu fiquei presa na porra da máquina de tomografia!
Recebi uma mensagem de Stiles.
"O que sabe sobre coiotes?"
Ignorei a mensagem.
Coiotes... Bufei.
Não há coiotes em Beacon.
—Do mesmo jeito que não há Lobos, caçadores, druidas de hogwarts e fadas da morte.- Falei em voz alta.
Depois de passar horas e horas, e horas...e horas e horas comendo e assistindo Netflix, eu acabei pegando no sono.
É claro que eu não poderia ter uma noite mais tranquila...
Eu estava na floresta. Mas não era essa floresta. Era como em um conto de fadas. Como se um ursinho carinhoso tivesse vomitado naquele matagal que é a propriedade Hale.
E eu estava lá. Caminhando tranquilamente. Nada poderia acontecer e não existia mal que pudessem me fazer. Até que os homens de trança chegaram.
Eu disse de trança? Sim! De trança. Tipo aquelas meninas tumblr.
E eu não faço a menor ideia de como e porque comecei a correr. Cai no chão, minha testa foi numa rocha aleatória de satanás e minha visão ficou turva.
Foi exatamente aí que eu acordei.
No meio do mato.
De novo.
Com a testa sangrando.
E UM COIOTE QUERENDO ME MATAR.
Exatamente.
Corri igual uma condenada enquanto fugia do bixo.
Onde é que o Derek tá nesses momentos?
Tropecei em um tronco e isso foi o suficiente para que o coiote avançasse em mim. Arranhou o meu rosto e pude sentir o sangue quente escorrendo por minhas bochechas.
Agora eu ganhei uma bela de uma cicatriz.
E eu ia morrer, claro. Mas aí o nosso lobinho de estimação chegou e me salvou.
Você pensou que fosse o Derek? Não, não... Derek está na casa de caralho e não está aqui. Foi o Scott, mesmo. Ele uivou para o coiote (E eu nem sabia que coiote falava língua de lobo), que se rendeu e virou A MISS UNIVERSO (Não depilada).
Fim.
Se eu já não tinha credibilidade nessa cidade, tendo que conviver num mundo onde existe Lydia, Allisson, Kira e Cora. Agora eu nem existo mais.
O coiote era na verdade Malia Hale. A Maria (Des)Aparecida da cidade, dada como morta dez anos atrás. E aparentemente a dieta de comer bambis e coelhinhos na floresta deu certo. Porque ela não tem uma celulite.
É magra, tem peitões, cabelo de atriz pornô, escapa-gato nas pernas e lindos olhos azuis que pisam e destroem meus olhos castanhos.
E tava pelada.
E Stiles (que estava abraçado com Lydia), Isaac e Scott levaram um bom tempo para processar que havia uma super-modelo selvagem pelada na frente deles.
E esse é o momento de eu retirar a minha insignificância daqui.
Me levantei linda e mancando, e saí dali o mais rápido possível. Morta de vergonha.
Meu apartamento parece cada vez menor.
As paredes brancas podem se fechar ao meu redor a qualquer momento. É assim que eu me sinto. Meu banheiro, antes novo e branco, agora estava sujo por lencinhos ensanguentados que usei pra arrumar a minha cara, que ficou com 3 grandes arranhões representando as 3 garras da miss-coiote.
Red não me contata há dias e sinto que estou enlouquecendo. Eu não deveria estar aqui.
Não é natural.
Não é natural.
Não é essa a lei da vida.
Se eu estou aqui há algo muito errado.
Tudo o que eu gostaria de saber agora é: Onde está Derek Hale?
Bufei entediada e peguei meu celular.
Não haviam notificações.
Sabe aquela pessoa popular, cheia de grupos de WhatsApp, amigos, festas e seguidores no Instagram?
Não sou eu.
Apesar de ser extremamente rica eu devo ser a pessoa mais impopular do mundo.
Salvo o fato de eu ter ficado famosa na escola pela minha polêmica entrada no time de Lacrosse (que eu não treino já faz um bom tempo) e o desastre secular da minha família que saiu em todos os jornais do mundo...BANG! Eu nem existo de verdade.

Eu nunca fiz nem questão de existir e agora estou "sobrevivendo".

Tomei um banho quente e vesti um short e uma camisa qualquer. Calcei meus tênis all star, porque sou dessas, e peguei meu skate.
Acho que faz um bom tempo que não sinto prazer algum.

O vendo frio de Beacon chicoteia meu rosto cortado pelas garras da Werequenga que me arranhou e continuo minha jornada dobrando a esquerda. As ruas estão desertas pelo horário e apenas a iluminação amarelada dos postes de luz me guiam sobre o asfalto recém molhado de alguma chuva fina que caiu alguns minutos atrás.
Meu Spotify está a todo o vapor assim como as rodinhas do meu skate.
Guiei o skate para fora do meu bairro e peguei uma avenida movimentada.
Todos os tipos de carros estavam ali. Transitando de maneira caótica por entre as faixas. Indo e vindo para lugar nenhum. E então eu me lembrei do apartamento de Derek. Que deve estar vazio.
Se eu fosse ele eu também desapareceria.
Eu sairia dessa cidade e nunca mais voltaria.

Estou quase chegando ao fim da avenida quando vi uma figura fantasmagórica. Mas ela parecia mais viva do que nunca.
A mulher que me matou me encarava, sorrindo. Então um carro passou rente ao meu corpo, me fazendo perder o equilíbrio e cair. Ainda vidrada no outro lado da rua, me levantei desconcertada e percebi que ela não estava mais lá.
Morta. Ela está morta.
Tão morta quanto eu estive.
Os carros buzinavam alto ao meu redor e cambaleei saindo do meio da rua.
A volta pra casa foi silenciosa. Nada de Spotify ou assobios.
Novamente eu estava vazia.
A alegria que havia me preenchido minutos atrás desaparecera. O ar nos meus pulmões parecia poluído e eu quis imediatamente voltar pra casa.
A fachada do edifício do meu frio apartamento estava mal iluminada e presumi que houvesse acontecido alguma queda de energia. Subi para meu apartamento pelas escadas e cheguei cansada. Não é pra menos.
Dezenove andares subindo escada... Isso pode ser cruel.
Abri a porta jogando a chave no sofá logo em seguida. A tranca automatica travou e fui à cozinha. Minha geladeira estava mais vazia que o meu boletim escolar e eu soube que precisava ir ao mercado imediatamente.

Duas semanas depois...
—A euforia foi embora. Ela estava lá. Sempre lá.- Minha voz saiu fraca. -Pra me lembrar de que havia rasgado meu peito- Sorri sem graça ao lembrar da sensação.
—E você continua vendo ela?- Peguntou
—Sim-
—E depois que começou a tomar a medicação... Como se sente? Ainda a vê?-

Duas semanas antes...

Eu acordei suada. A noite havia sido fria, mas eram 4 da madrugada. A fina camada de suor no meu corpo me fez levantar cambaleando, ainda sonolenta. Senti sede e me levantei da cama caminhando até a cozinha.
Havia essa presença atrás de mim e eu não me senti sozinha no apartamento. E não era qualquer companhia. Parei onde estava, virada para a geladeira e encarando um imã de I love LA.
A respiração quente batendo em meu pescoço era familiar e prendi minha própria respiração.
Ele ouviu muito bem, mas eu estava sem reação.
Me virei lentamente e minha respiração voltou profunda e lenta. Engoli em seco antes de toca-lo.
—Derek?-

 

 


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