No outro dia, levantei antes do despertador, afinal, o celular de Rosalie não parava de receber ligações. Rosalie tinha um sono pesado, então eu tive que acordá-la.

— Com que permissão a senhorita me acordou? — ela perguntou.

— Com a minha! São quatro da manhã e seu telefone não para de tocar. Será que você pode atender e me deixar dormir?

— Ok. — o celular dela tocou novamente. Ela olhou para o visor e arregalou os olhos. — Pelo amor de Deus, Isabella, atende por mim!

— Por quê?

— É o cara com quem eu sai esses dias.

— Não, não, não! — respondi exasperada. — Atende você! 

— Será que esse cara não entendeu que eu não quero compromisso?

— Ok. — Revirei os olhos. — Me dá logo esse telefone, garota chata!

— Alô? Oi, Rosalie, sei que é bem cedo, aliás, é madrugada ainda... — o cara começou a tagarelar. Eu conhecia aquela voz. — Então queria saber se eu podia te buscar...

É, eu realmente conhecia aquela voz.

— Emmett? — perguntei. Rosalie me encarou.

— Bella? Eu liguei pro número errado? — ele perguntou do outro lado da linha. Eu ri.

— Na verdade, não. O que está acontecendo é uma coincidência incrivelmente engraçada.

— Do que você está falando? 

— Aparentemente, querido cunhado — frisei bem para Rosalie entender tudo. — Você está saindo com minha melhor amiga.

— Não acredito! Que país pequeno esse que a gente vive, hein? — ele riu. — Ela está aí?

— Emmett, que tal você vir aqui na faculdade na hora do almoço? — perguntei. — Nós estamos muito cansadas, de verdade.

— Tudo bem, então. Sei que forcei a barra ao ligar essa hora. Me desculpa, mas estava muito ansioso.

— Ok, então, até mais tarde. — digo e desligo.

— Isabella Marie Swan, me explica isso! — Rosalie disse assim que eu entreguei o telefone pra ela.

— Eu explico hoje, na hora do almoço, quando você e Emmett se encontrarem. — deito na minha cama e viro de costas pra ela. — No momento, a relação de vocês dois já interferiu demais no meu sono.

—•—             

Emmett já havia chegado, e Rosalie (provavelmente com medo de entrar em uma relação séria) ainda não. Eu a enviava mensagens de textos a cada cinco minutos, pois iria me encontrar com meus pais, e depois levá-los ao aeroporto. Afinal, o final de semana havia acabado.

— Bella, se você quiser ir, pode ir. Eu espero Rosalie. — Emmett me disse. — Não sei por que ela está me ignorando assim.

— Emmett, me desculpe te decepcionar, mas Rosalie não é do tipo que namora sério. — conto a ele.

— Posso fazê-la mudar.

— Duvido!

— Bella, se você mudou meu irmão, eu posso mudar Rosalie. Edward é a pessoa mais cabeça dura que conheço.

— Bem, isso eu tenho que concordar... Mas a disputa com Rosalie é acirrada.

— Sério?

— Eu já menti pra você, Emmett? — perguntei.

— Bem, tirando aquela vez que você e Edward disseram que não tinha pudim na geladeira pra vocês comerem sozinhos...

— Que fique bem claro que eu fui totalmente contra a idéia! — eu o cortei.

— Eu sei, Bella. — Emmett riu. — Você é pura, não tem sangue Cullen. Mas, o que acha de me ajudar com Rosalie?

— Ajudar como?

— Quando ela estiver no dormitório, você me telefona e sai do dormitório, para eu poder falar com ela. A sós.

— Emmett, eu não sei...

— Por favor, Bellinha! Acho que estou apaixonado por ela. — ele fez o mesmo biquinho que Edward faz quando quer algo. Droga de Cullens! 

— Ok, eu te ajudo.

— Obrigada, Bella! — Emmett me abraçou, chegando a tirar meus pés do chão. — Eu já disse que você é minha cunhada favorita? 

— Eu sou a única que você tem!

—•—

À tarde, acompanhei meus pais até o aeroporto. Fiquei um pouco sentimental, pois queria que eles ficassem mais um pouco. Eles me deixaram com a promessa de que me veriam dali a dois meses, no dia de minha formatura. O dia em que eu embarcaria de volta com eles.

—•—

Por algum milagre divino, Rosalie estava no dormitório às 21h. Ela estava inquieta, já que eu lhe disse que não contaria nada sobre meu almoço com Emmett (almoço, no caso, em que ela deveria estar presente).

Eu estava me arrumando, dizendo que teria um encontro com Edward, quando na verdade não tinha. Eu saí do dormitório e imediatamente mandei uma mensagem de texto a Emmett, dizendo para ele vir logo. Não sei onde estava com a cabeça quando aceitei virar cupido desses dois.

Fui para cantina e quando cheguei lá, não acreditei no que vi: Jasper e Alice se pegando, tipo, se pegando mesmo! Por mais que Rosalie já havia me falado de suas suspeitas, fiquei de boca aberta. Fui até eles (que nem me notaram, já que estavam beeem ocupados):

— Sabe, até que vocês formam um casal bonitinho. — digo e eles levam um susto. — Eu queria poder fotografar a cara de vocês agora!

— Isso não tem graça, Isabella. — Jasper disse nervoso.

— Olha, se vocês queriam que ninguém soubesse, esse não é um lugar apropriado! — respondo.

— Ninguém fica aqui em baixo de noite! — disse Alice.

— Então isso entre vocês está rolando faz tempo? — pergunto rindo. 

— Bellinha, você não pode contar a Rose! — Jasper praticamente implora.

— Ah não! De jeito nenhum, não vou mentir pra Rose. — cruzo os braços.

— Você não vai mentir, Bella. — explica Alice. — Você só não vai falar nada. Provavelmente ela nem vai perguntar!

— Bem, isso é verdade. — suspiro. — Mas se ela perguntar...

— Até lá já vamos ter nos assumido. — Jasper conta.

— Isso se você me pedir em namoro, querido. — Alice da de ombros. — Não vou assumir nada que não seja real e oficial.

— Concordo com Alice! — digo e faço um high-five com a baixinha.

— Não vou prometer nada. — Jasper avisa.

— Deixa de ser medroso, Jasper! — dou um tapa na cabeça dele. — Está na cara que você está apaixonado pela Alice, mas tem medo de assumir algo sério!

— Bella, deixa que eu resolvo isso, ok? — Jasper pede.

— Ok, agora se vocês não querem que ninguém saiba é melhor vocês irem, Edward vai vir aqui. — conto.

— Af, vocês não se desgrudam um minuto? — Jasper pergunta.

— Não. — sorrio. — Podem dar um beijinho antes de ir, eu fecho os olhos.

Eu fecho os olhos de brincadeira e eles se despedem, Jasper vai e Alice fica.

— Obrigada, Bellinha, por... Sei lá, abrir os olhos do Jas! Sabe, eu não quero ficar nessa pra sempre, sabe?

— Então corta o mal pela raiz, Ali. — digo. — Se você parar de ficar com ele até ele querer algo sério, ele percebe o quanto gosta de você e te pede em namoro.

— Obrigada, Bella, de verdade! — Alice me da um beijo na bochecha e sai.

— Eu quero ser madrinha do casamento, viu? — grito pra ela, rindo.

— Que casamento? — diz minha voz preferida atrás de mim.

— É confidencial, Edward. — ele se aproxima  me beija.

— Confidencial por quê? — ele pergunta.

— Assunto de melhores amigas.

— Essa coisa de “melhores amigas” — ele fez aspas com as mãos. — é mais sério que casamento!

— Mas tem que ser! Se não for mais sério que casamento como vamos consolar umas às outras quando o casamento não estiver indo bem? Porque vocês homens só nos dão trabalho! — pergunto.

— Um tapinha nas costas ou um “poxa cara, que cilada“ já é o suficiente. — ele diz e eu dou uma gargalhada.

— Vocês homens são tãão sensíveis! — digo irônica, com ênfase. 

— Quem precisa de psicológico é porque não tem um amigo homem... — Edward olha algo atrás de mim, provavelmente estranhando. Me viro e vejo Emmett acenando para mim e para Edward. — É impressão minha ou meu irmão que não estuda aqui está indo em direção do dormitório feminino?

— Na verdade, não é impressão. — digo sem graça, Edward me encara carrancudo. — Acho melhor você se sentar... É uma longa história.

Conto a Edward todo o meu projeto cúpido.