O Gato da Casa Maldita escrita por Saito
Notas iniciais do capítulo
Beeem, o capítulo final ta aí...
Não ficou como eu queria, mas acho que eu não ia conseguir melhorar... infelizmente.
Tento empurrar a porta novamente e consigo abrir um espaço suficiente para passar minha cabeça. É um cano aparentemente apertado, mas que permite a passagem de uma criança.
Ouço o relógio tocar. Nove da noite. É tarde, mas acho que não o suficiente para quem está abrindo o portão da entrada. A porta do hall é empurrada.
– Para de se debater, menina! – uma voz masculina enche o hall – eu tiro a mordaça da sua boca se prometer ficar quietinha.
O corredor que separa a cozinha do hall parece ficar mais longo a medida que corro. A garota começa a gritar.
– Não, não... por favor! Eu não te conheço, nunca te fiz na... – o som de sua voz é abafado. Eu me aproximo do final do corredor e espero minha hora de agir.
– É, eu sei. Mas acontece que eu tô sendo pago pra isso...
– Eu tenho dinheiro! Posso pedir pro meu irmão trazer o dinheiro! O dobro! – nem suas lágrimas e nem seu medo parecem fazer esse monstro repensar suas ações – por favor!
Ele gargalha, me assustando. Como alguém pode ser tão nojento e vazio de compaixão? Então, eu me recordo: ao me transformar, perco também qualquer traço de compaixão.
Os gritos recomeçam piores, e dão início a um espetáculo macabro.
A jovem está amarrada a uma cadeira, no centro do hall. O homem pega uma arma elétrica e dá vários choques nela, que continua suplicando, com a voz fraca.
– Por favor...
– Nem pensar, querida...
Ele troca a arma por uma peixeira e continua com a tortura, fazendo cortes no rosto e no pescoço da garota. Ela nem tem mais forças para gritar.
– Como é? Já cansou de tanto gritar? – ele se abaixa e sussurra algo no ouvido dela, enquanto solta um de seus braços.
– Não... eu suplico... – ele puxa o braço da jovem e o ruído do braço dela se quebrando é seguido por seus gritos e choro.
Ele solta as cordas e a empurra da cadeira.
– Vamos acabar com isso agora.
A garota é levantada do chão e ele enterra a peixeira em sua barriga. Não pensei que ia matá-la logo, mas já não tenho tempo de pensar. Minha consciência dá lugar a outra, mais feroz. Estou novamente transformado.
“– Seu Cain? É, é o Victor. Ela ainda não morreu, mas tá quase. Dá pra acreditar que sua irmã disse que me pagava o dobro pra não matá-la? Espera, a ligação tá ruim. Eu ligo depois...
Ele ficou paralisado quando me viu. Pude ver o medo em seus olhos, consegui ouvir o grito que ficou preso em sua garganta.
– Onde foi parar seu olhar frio? – ele estremeceu ao som da minha voz – será que não consegue matar alguém que não seja uma mulher indefesa? RESPONDE!
Não consegui conter minha raiva e o joguei com força contra o chão do hall, quebrando seu pescoço.”
De volta ao normal, tudo o que posso fazer é observar a jovem.
– Quem... é você? – pergunta ela, enquanto morre aos poucos.
– Eu sou Pierre. Seu próprio irmão teve a coragem de encomendar sua morte?
– Recebemos uma herança... – ela sorri e fecha os olhos – e vou morrer por isso...
– E o seu nome é? – tento fazê-la não pensar na morte.
– Ju... Julliet...
Ao ouvir seu nome, acabo me lembrando do que os fantasmas me disseram antes de partir: que a casa precisa de um guardião, alguém que fale pelos que ficaram aqui.
– Julliet, quero que me ouça bem. Eu sou o guardião daqui e escolho, dos que entram na casa, quem vive ou morre. Você está quase morta, portanto, tudo o que posso lhe oferecer é a vingança ou deixar que você vá para... outro lugar...
– Eu quero... vingança...
Pouco depois de dizer essas palavras, os vidros se quebram e os fantasmas surgem atraídos pelas palavras. Fazem um círculo a nossa volta, sempre dizendo a palavra vingança. A força dessa palavra me faz perceber que estamos presos a casa pela maldição da vingança.
– Nem todas as perguntas podem ter respostas – penso.
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Muito obrigada para todos que acompanharam a história!! Bgs!!