Clara entrou na casa e procurou por Enrico. O loiro estava sentado no sofá esperando a Emma aparecer, tinha certeza que ela levou alguém para o quarto e ia pegar agora!

— O que está fazendo aí?

O loiro deu um pulo quando ela perguntou.

— Que susto, Clara!

— Vai ficar a festa toda aí?

— Estou descansando.

— Até parece!

Enrico suspirou. Quando vai conseguir mentir para essa mulher?

— Eu sei que a Emma está aprontando e vou pegar ela.

— Para com isso, Enrico! Vamos comer alguma coisa. — Segurou o pulso dele e o puxou.

Enrico levantou do sofá, mas se soltou dela.

— Quer me contar o que é?

— O que é o que?

— Que ela está aprontando.

Os dois ficaram em silêncio se olhando.

— Só se você for lá pra fora.

Enrico revirou os olhos.

— Sei que está tentando acobertar ela! Não sou idiota! — falou alto.

Emma e Bryan desciam as escadas e ao ouvir ele falando alto, o menino a olhou com pavor.

— Volta pra cima e só sai quando eu der o sinal — cochichou.

Ele obedeceu. A menina apareceu na sala e os dois pararam de discutir.

— Algum problema?

— Onde está?

— O que?

— A pessoa que levou pro seu quarto.

— Eu não levei ninguém! Você acabou de ir lá!

Enrico a olhou desconfiado.

— Vamos logo lá pra fora, Enrico — Clara chamou.

O loiro suspirou e concordou.

— Vem, Emma.

A menina revirou os olhos e foi com eles.

Quando lá fora, Enrico não desgrudou os olhos de Emma. Ela já estava impaciente! Tinha que tirar o Bryan de dentro do quarto dela e com seu pai na cola, estava difícil. Foi até a rodinha de adolescentes e puxou sua amiga pelo braço.

— Preciso de um favor.

— Essa não... — resmungou e Emma lhe deu um tapa.

— Quero que vá até meu quarto e avise o Bryan para sair de lá.

— Mais alguma coisa, madame? — perguntou cínica.

— Por favor, Brigite!

— Tá — respondeu sem vontade.

A menina saiu de perto pisando forte no chão. Odiava quando Emma metia ela em suas encrencas. Principalmente quando elas eram descobertas...

Subiu as escadas e entrou no quarto de Emma. Olhou ao redor e não viu ninguém. Franziu a testa, ela não falou que estava aqui?

— Bryan?

Uma cabeça apareceu debaixo da cama e a garota riu.

— Emma disse pra você sair.

O menino suspirou e saiu de lá de baixo.

— Eu ainda vou morrer por causa dela.

— Eu não tenho dúvidas!

Os dois riram e seguiram para o lado de fora. Quando chegaram lá, perceberam o olhar de Enrico sobre eles e trocaram olhares.

— Acha que ele desconfia? — a garota perguntou com medo.

— Talvez... — Segurou a mão dela, a garota o olhou confusa. — Assim ele não vai achar que foi a filha dele que eu beijei.

A garota riu e os dois foram para um lugar onde Enrico não conseguisse mais encará-los.

Quando se aproximaram de Emma, ela fez uma expressão de "até que enfim!" e depois olhou as mãos deles, logo em seguida ergueu uma sobrancelha. A menina levantou as mãos para o ar soltando a mão de Bryan.

— Seu pai estava olhando e ele achou melhor enganá-lo, só isso — se defendeu antes que apanhasse.

— Entendi.

— O importante é que estamos todos vivos — disse o garoto.

— Por enquanto... — resmungou a menina quando viu Draco se aproximar ferozmente deles.

— Emma tenho que falar com você.

— Agora?

— Nesse instante! — Bateu o pé no chão.

Emma respirou fundo e foi com ele para um lugar reservado.

— O que é agora?

— Ouvi umas conversinhas de seus colegas.

— E?

— Estão falando que aquele filhote de 3ª geração do Weasley está gostando de você! — falou alto.

— É mesmo? — perguntou sorrindo e ele cruzou os braços. — O que?

— Você não vai namorar esse garoto!

— Por que não? — Cruzou os braços também.

— Você não tem idade pra isso e ele é neto daquele idiota do Weasley.

— Ele não tem culpa da família que tem.

— Não quero saber! Ele foi criado só por homens!

— E daí? — perguntou franzindo a testa.

— Deve ter recebido vários conselhos de como ficar com garotas bobinhas como você e depois largar.

— Eu não sou bobinha! — falou mais alto.

— Você acha que não é. Mas quando ver, vai estar caidinha por ele e ele vai te chutar.

— E agora você vê o futuro também? — perguntou cínica e Draco ficou sério. Se um dia foi difícil evitar que Clara namorasse ou crescesse, agora era triplamente pior, pois Emma sempre tinha uma resposta para dar, bem diferente da filha...

— Posso não ter esse dom, mas conheço mais os homens do que você!

— Ah claro, conhece os homens... E você morou com eles para saber a criação dele, não é?

— Então você também está interessada...

Emma mudou sua postura.

— Não.

Draco riu nervosamente.

— Pelo menos uma coisa de sua mãe você puxou...

— O que?

— É uma péssima mentirosa!

***

— Cadê meu pai? — Clara perguntou ao se aproximar de Hermione.

— Não sei.

Clara suspirou.

— Qual o problema? Além deles ficarem atrás dela como sombras...

— Estou com medo dele fazer besteira...

— Que tipo de besteira? — perguntou a olhando preocupada. Conhecia bem seu marido e quando ia fazer besteira, era estragar alguma coisa.

— Está furioso porque ouviu uma conversa dos amigos da Emma.

— Que conversa?

— Falavam que o Bryan está gostando dela.

— Merlin... — resmungou e procurou o loiro com os olhos.

Logo viram o loiro andando pelo gramado com fúria, chegava a arrancar os matinhos ao arrastar os pés no chão. As duas trocaram olhares e foram até ele. Draco seguiu até onde o Rony e o Alex estavam.

— Quero falar com vocês. — Cuspiu as palavras ao chegar perto.

Os dois trocaram olhares.

— Sobre o que? — perguntou Rony.

— Seu neto e as investidas na minha neta! — falou alto e os dois trocaram olhares de novo.

— Ele deu em cima da sua neta? — Alex que perguntou.

— Não sei, mas os outros estão comentando que ele está gostando dela e eu não gosto disso!

— Engraçado porque quem tem que gostar é ela e não você...

O loiro olhou para trás e Hermione o encarava com os braços cruzados. Draco resmungou contrariado.

— Ela nem tem idade pra isso! — falou alto.

— Isso você acha.

— Então tudo bem ela sair por aí namorando aos 14 anos?

— Tudo bem não, mas a gente não pode fazer nada.

— É claro que pode! Basta proibir!

— Acho que você esquece que ela não é sua filha e sim sua neta. Quem tem que saber se ela pode namorar ou não são os pais dela!

— Eu não acho que proibir seja a solução...

Draco bufou estressado quando Clara disse isso.

— Conhecendo bem minha filha, se proibir, aí que ela vai fazer mesmo.

O loiro ficou pensativo.

— Algo tem que ser feito!

— Claro, mas não por você, Draco! Já disse mil vezes que quem educa são os pais!

— Vou beber alguma coisa! — Saiu de perto furioso.

— Pelo menos a gente não precisa cortar a grama quando ele fica assim...

Hermione e Alex riram quando a Clara disse isso.