De um Jeito Diferente escrita por Beaa Lupin, Lily Potter


Capítulo 10
Norberto e Floresta Proibida


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente! Espero que tenham uma boa leitura ♡



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POV. de Gina 

 

Depois daquele dia que descobrimos que Hagrid é um louco, os professores começaram a deixar a gente louco de tanta lições que eles estão passando. Realmente ficou difícil se descontrair com Hermione ao lado, recitando o quanto é importante estudar para os exames finais. Aos gemidos e bocejos, Harry e Rony também fazia seus deveres : 

— Como será ter uma vida tranquila - suspirou Rony, cansado de tanto estudar e fazer deveres.

— E mal começou - murmurou Harry Hermione agora começava a programar as nossas revisões, nos deixando mais malucos ainda.

Estávamos tomando o café da manhã, quando Edwiges trouxe outro bilhete de Hagrid para Harry. Ele escrevera apenas duas palavras.

"Está furando"

Rony queria faltar à Herbologia e ir direto à cabana. Hermione nem quis ouvir falar nisso.

— Hermione, quantas vezes na vida vamos ver um dragão saindo do ovo? - pergunto tentando convencê-la.

— Deve ser mesmo ume experiência incrível - diz Harry. - Vamos Mi!!

— Não! Temos aulas, vamos nos meter em confusão, e isso não vai ser nada comparado à situação de Rúbeo quando descobrirem o que ele anda fazendo - diz ela bufando.

— Shiuu - cochicho. - Malfoy está vindo.

Malfoy estava a apenas alguns passos e parou instantaneamente para ouvir. Quanto teria ouvido, Harry não gostou nem um pouco da expressão que viu na cara de Malfoy.

Rony e Hermione discutiram todo o tempo a caminho da aula de Herbologia e, no final, Hermione concordou em dar uma corrida à casa de Hagrid no intervalo da manhã

Quando a sineta tocou no castelo anunciando o fim da aula, que dei graças a Merlim (assim como Harry e Rony), largamos as colheres de jardineiro e atravessaram a propriedade correndo em direção à orla da floresta. Hagrid cumprimentou-os parecendo vermelho e excitado.

— Está quase furando - diz ele nos conduzindo para dentro.

— Está ansioso né? - pergunta Ron.

— Ehhh...Sim - diz o Meio Gigante rindo.

O ovo negro, que estava em cima da mesa, começou a rachar e se mexer freneticamente, parecia q iria explodir a qualquer momento, escondi meu rosto no peito de Harry, e vejo que ele sorri fracamente e me abraça e sussurra:

— Calma Princesa, não vai explodir.

— Vai saber - digo dando ombros. - Sou muito nova pra morrer! 

Ele dá uma gargalhada gostosa o que me faz rir com ele, de repente ouviram um som arranhado e o ovo se abriu. O dragão-bebê caiu molemente em cima da mesa. Não era exatamente bonito, achei que parecia um guarda-chuva preto amassado, mas era fofinho. As asas espinhosas eram enormes em contraste como corpo preto e magro, tinha um focinho longo com narinas largas, tocos de chifres e olhos esbugalhados cor de laranja.

Espirrou. Voaram fagulhas do seu focinho.

— Ele não é lindo? - murmurou Hagrid. Esticou a mão para afagar a cabeça do dragão. O bicho tentou morder seus dedos, deixando à mostra presas pontiagudas. - Deus o abençoe, olhe, ele conhece a mamãe! - exclamou Hagrid.

— Hagrid é completamente louco - sussurra Harry negando com a cabeça e eu acento.

— Rúbeo - se pronuncia pela primeira vez Hermione, após o nascimento do pequeno dragão -, exatamente com que rapidez um dragão norueguês cresce?

Hagrid ia responder quando a cor subitamente desapareceu do seu rosto, ele deu um salto e correu à janela.

— Que foi? - pergunta Ron.

— Alguém estava espiando pela fresta nas cortinas, um garoto estava correndo de volta para a escola - responde o Guarda Caça.

Olhei pela janela. Mesmo a distância não havia como se enganar: Malfoy viu o dragão. Realmente, agora estávamos perdidos 

Estava indo para a aula de Transfigurações com Harry, argumentávamos como poderíamos ajudar Hagrid, já fazia uma semana do ocorrido e o dragãozinho, que já não era mais tão pequeno, tinha triplicado seu tamanho.

— É isso! - exclama Harry me assustando.

— Isso o que garoto? - pergunto o olhando confusa e com uma imensa vontade de rir.

— Seu irmão! O que trabalha com...

— Dragões! - concluo. - Ele pode vir pegar o Dragão!

— Isso! - diz Harry.

— Você é... É... Um gênio! - digo pulando em seu pescoço mas logo o soltando.

— Obrigado, obrigado - diz ele em um tom falso de convencimento, o que me fez revirar os olhos. - Mas como? 

— Coruja e papel serve pra que? - pergunto como se fosse óbvio.

— Mas tipo, vai chegar "Oi Carlinhos, tudo bem? Pode vir aqui buscar um Dragão Noruegues?" - diz ele com desdém.

— Humm... Sim! 

— Ok né - diz ele. - Mas calma, eu tenho essa ideia brilhante e só recebo um abraço que nem deu pra sentir o seu cheiro? 

— Você queria o quê? Um beijo? - pergunto sentindo meu rosto esquentar.

— Quem sabe - diz ele malicioso me puxando para um abraço.

— O senhor está muito atiradinho pro meu gosto - digo rindo enquanto encarava aqueles olhos verde.

— E a senhorita gosta desse "atiradinho" - diz ele sorrindo de lado e se aproximando cada vez mais.

— Amo esse atiradinho - digo rindo e me aproximando mais, torcendo para ninguém nos interromper.

Nossos lábios tocaram de levinho e eu pude sentir algo diferente, quando...

— HARRY! - grita uma voz fútil, o que nos fez separarmos brutalmente. 

— OH CARALHO - grito enfurecida.

— Eitaa boca abençoada Gininha - brinca Harry sem jeito e com uma coloração vermelha bem forte em suas bochechas, com certeza eu não estava muito atrás. - Fale Cho - ele ainda tem a coragem de chamar aquela Vaca da China de "Cho".

— Você pode me ajudar em poções? Por favorzinho! - pede ela tentando fazer uma carinha fofa, que só piorou a situação.

— Err... Bem... Eu sou um desastre em poções - diz Harry sem graça. - Deveria pedir para Hermione

— Você é o "Menino-que-sobreviveu" creio que poderá me ajudar - insistia a garota.

— Eu sou só o Harry, Chang - diz ele calmamente. - E eu não entendo poções.

— Mas...

— Harry, estamos atrasados! - digo entre os dentes. - Com licença Chang, temos que correr, 'bye honney.

Peguei a mão de Harry e saí correndo o puxando, e o mesmo gargalhava.

— Não á de quer - digo irônica.

— Valeu por me tirar daquela - diz ele sorrindo, e passando um de seus braços ao redor de minha cintura. 

— Aquela menina é surda? - pergunto irritada.

— Deve ser - diz rindo.

— Agora vamos pois estamos realmente atrasados para a aula de Transfigurações - digo.

— Vamos - diz ele.

Fomos para a aula, chegamos cinco minutinhos atrasados, recebendo um olhar reprovador de Minerva e de Mione. No final da aula contamos a ideia para os dois pombinhos (Rony e Hermione), e de tanto insistirmos eles concordaram e logo enviamos a carta para Carlinhos.

A semana seguinte passou voando, íamos dia sim e dia não visitar o Hagrid, e em uma dessas visitas o Dragão Norberto (nome que Hagrid lhe deu) mordeu a mão de Ron, que agora estava enfaixada com um lenço.

— Pelo menos me livrei de escrever - diz ele contente.

— Menos Ronald, bem menos - digo rindo.

— Vou lhe contar, aquele dragão é o bicho mais horrível que conheci, mas quem ouve Rúbeo falar pensa que ele é um coelhinho fofo. Quando o dragão me mordeu, ele ralhou comigo por tê-lo assustado. E quando sai, estava cantando uma canção de ninar - diz meu irmão indignado.

— É a Edwiges! - exclama Harry, correndo para deixá-la entrar. - Deve estar trazendo a resposta de Carlinhos!

Juntamos nossas cabeças para ler o bilhete.

 

Caro Rony,

 

Como vai? Obrigado pela carta, terei prazer em cuidar do dragão norueguês, mas não será fácil mandá-lo para mim. Acho que o melhor será mandá-lo por alguns amigos que estão vindo me visitar na próxima semana. O problema é que eles não podem ser vistos carregando um dragão ilegal.

Você poderia levar o dragão para a torre mais alta à meia-noite de sábado? Eles podem se encontrar com você lá e levá-lo enquanto ainda está escuro.

Mande-me uma resposta o mais breve possível.

 

Afetuosamente,

 

Carlinhos.9

 

Nos entreolhamos...

— Temos a capa da invisibilidade - disse Harry sorrindo maroto. - Não deve ser muito difícil. Acho que a capa é bastante grande para cobrir dois de nós e o Norberto.

— Isso é perigoso demais, vocês deviam falar para Dumbledore - Hermione sugeriu apreensiva.

— Vai dar tudo certo Mi - diz Harry afagando seu ombro em sinal de conforto. - Aliás estamos disposto a fazer qualquer coisa para se livrar desse dragão.

— Podíamos encaixotar Malfoy e mandá-lo para Romênia - digo, olhando torto para mão de Harry no ombro da castanha. - Bastaria um feitiço de memória e uma caixa.

— Gina! - repreende Mione.

— Foi só uma ideia - digo levantando as mãos em sinal de redenção.

— Gostei d a ideia - diz Harry sorrindo. - Pena que não podemos executá-la.

— Vocês dois se merecem mesmo - diz Mione balançando a cabeça negativamente.

— Claro que nos merecemos - diz Harry rindo, passando um de seus braços ao redor da minha cintura, daquele jeito que só ele sabe fazer.

— Vamos dormir - diz Mione em um tom autoritário. - Amanhã será um longo dia, temos que ficar dispostos para carregar um dragão.

— Pois é - falo. - Beijocas pra vocês, amo vocês mas irei subir 

Subi, tomei um banho e coloquei meu pijama e apaguei.

 

POV. de Harry 

 

Estava vendo o pôr-do-sol sentado a beira do lago com Ron.

— Cara, se gosta da Mione ? - pergunto.

— Não! O que você bebeu, Harry? Eu gostando dela? Até parece! - diz ele zombeteiro.

— Uhum, então quem é a "sua garota" ? - pergunto sorrindo.

— Você sabe muito bem que é a Mione - ele desabafa.

— Sei - digo rindo.

— Mas e você e a minha irmã? - pergunta ele.

— Quer mesmo que eu fale? - pergunto arqueando as sobrancelha. - Tipo, você pode me socar até a morte.

— Prometo não te arrebentar - diz Ron rindo.

— Sei lá, ela é legal, engraçada, muito linda, linda pra cacete - digo dando ombros.

— Posso te chamar de cunhadinho? - pergunta Ron rindo.

— Ainda não - digo o acompanhando na risada. - Quem sabe mais pra frente. 

— Mas tipo, vocês já, bem você sabe... Se beijaram? - pergunta Ron.

— Err... Bem - digo coçando a nuca envergonhado. - Sempre nos atrapalham, eu cheguei a relar só...

— HARRY POTTER! - Rony grita.

— Você que me perguntou - digo.

— Mas não pensei que você fosse responder! - diz ele em sua defesa.

— Esquece vai - digo tentando terminar o assunto. - Acho melhor irmos encontrar as duas na Cabana do Hagrid.

— Também acho - diz Rony um pouco mais calmo. - As duas nos mata se nos atrasarmos.

— Verdade - digo sorrindo.

Descemos para a cabana do Meio Gigante que estava chorando muito, Gina e Mione tentavam consolá-lo mas não adiantava.

— Vai ser melhor para ele - insistia Mione.

— E se ninguém gostar dele lá - diz Hagrid.

— Vão gostar sim Hagrid! Ele é tão amigável - diz Gina, e pude perceber a irônia em sua voz o que me fez rir.

— A Gina tem razão Rúbeo - diz Ron.

— E se ele sentir minha falta - insistia o Guarda Caça.

— Ele vai fazer várias amizade lá Hagrid, ele vai ser mais feliz em meio de mais dragões - digo.

— Obrigada garotos - diz ele abraçando nos quatro de uma vez.

— Vamos indo - fala Mione. - Trouxeram a capa? 

— Sim - digo lhe entregando a capa.

— Você e Ron vão por debaixo da capa com o Norberto - diz Gina. - E eu e Hermione vamos na frente

— Ok moça - digo.

Pegamos a caixa que estava o Norberto juntamente com Ron, e Gin nos cobre com a Capa.

— Tchau Rúbeo - nos despedimos.

— Tchau pessoal - diz Hagrid dando uma fungada. - Venham me visitar amanhã!

— Vamos vir sim - diz Mione.

Saímos em direção da Torre, o Norberto estava bem pesadinho e isso dificultava ainda mais as coisas. Quando finalmente chegamos na Torre mais alta, nos sentamos para esperar.

— Até que foi fácil - comenta Gina.

— Não foi você que veio carregando um dragão - diz Ron. - Acho que eles chegaram 

O grupo de amigos do Carlinhos eram bem animados, em menos de cinco minutos já estavam saindo com o Dragão. Estávamos à caminho do Salão Comunal quando:

— Ora ora ora, o que temos aqui? - diz uma voz fria, Filch.

— Fudeu - murmura Gina. - Esquecemos a Capa na Torre.

Tive que concordar com ela estávamos fritos. O Zelador nos levou a Professora Minerva, que parecia soltar mais fumaças pelas narinas que o próprio Norberto.

— Eu jamais teria acreditado que vocês fossem capazes disso. O Sr. Filch diz que vocês estavam no alto da torre de astronomia. É uma hora da madrugada. Expliquem-se!

Era a primeira vez que Hermione deixava de responder à uma pergunta de uma professora e olhava para os sapatos, imóvel como uma estátua.

— Acho que tenho uma boa ideia do que anda acontecendo - disse a Professora Minerva. - Não é preciso ser gênio para somar dois mais dois. Vocês contaram a Draco Malfoy uma história da carochinha sobre um dragão, tentando tirá-lo da cama e metê-lo em apuros. Eu já o apanhei

Se eu não estivesse metido em encrenca poderia estar sorrindo nesse exato momento.

— Estou desapontada - disse a Professora Minerva. - Quatro alunos fora da cama em uma noite! Nunca ouvi falar numa coisa dessas antes! Você, Hermione Granger, achei que tinha mais juízo. Quanto a você, Harry Potter, achei que Grifinória significava mais para você do que parece. Os quatro vão pegar uma detenção, não há nada que lhe dê o direito de andarem pela escola à noite, principalmente nos dias que correm, é muito perigoso, e vou descontar cinquenta pontos da Grifinória

— Cinquenta? - ofega Gina.

— Sim Ginevra Weasley! Cinquenta de cada um! - diz ela mais severa ainda

— Mas...

— Mas nada Harry Potter! Se não vai ser cem! - diz ela irritadíssima. - Agora vão para o seus dormitórios.

Fomos até os nossos dormitórios, o silêncio estava me incomodando, mas o que mais me incomodou foi subir sem se despedir de Gina, a mesma subiu sem se despedir de ninguém. Duzentos pontos perdidos isto deixava a Grifinória em último lugar. Em uma noite, tinham estragado as chances de Grifinória conquistar a taça das casas. Tive a sensação de que o fundo do seu estômago se soltara. Como iriam poder compensar a perda?

Não dormi a noite inteira. O que aconteceria quando o resto de Grifinória descobrisse o que tinham feito?

 

POV. de Gina

 

Acordei com um mau humor, tínhamos perdido duzentos pontos! Estava tensa, Asty não falava comigo, e Mione chorou a noite toda e eu nem tinha conseguido reanimá-la. Suspirei e fui ao banheiro, fiz a mesma rotina de todos os dias e Mione nem reclamava da demora. A princípio, os alunos de Grifinória que passavam pelas gigantescas ampulhetas que marcavam o placar das casas, no dia seguinte, acharam que tinha havido um engano. Como podiam de repente ter duzentos menos do que no dia anterior? E então a história começou a se espalhar. Harry Potter, o famoso Harry Potter, seu herói dos jogos de Quadribol, fora o responsável pela perda de todos aqueles pontos, ele e mais uns três panacas do primeiro ano.

Da posição de aluno mais popular e admirado na escola, Harry passou a de mais odiado. Até os alunos da Corvinal e Lufa-Lufa se voltaram contra ele, porque todos desejavam há muito tempo ver a Sonserina perder a Taça das Casas. Para todo lado que Harry ia, as pessoas o apontavam e não se davam ao trabalho de baixar as vozes para xingá-lo. Os de Sonserina, por outro lado, batiam palmas quando ele passava, assobiavam e davam vivas "Obrigado, Potter, ficamos lhe devendo essa !" ou coisas do gênero.

— Eles vão esquecer dentro de umas semanas. Fred e Jorge já perderam montes de pontos desde que chegaram aqui e as pessoas continuam a gostar deles - digo tentando animá-lo.

— Mas eles nunca perderam duzentos de uma tacada, ou perderam? - retrucou Harry, infeliz.

— Bom... Não - admiti. - Mas...

— Mas nada Ginevra - diz ele seco.

— É assim que você vai me tratar? - pergunto irritada. - Eu estou do seu lado Potter e eu ajudei a perder esses pontos. Então, trate de levantar essa porra que você chama de cabeça e vamos ganhar os pontos que nos perdemos.

— Ela está certa Harry - diz Ron.

— Desculpa Gin - diz ele me puxando para um abraço. - Eu estou me sentindo horrível! Eu...

— Shiuu - digo passando meus dedos entre os fios do seu cabelo. - Nós entendemos, vamos recuperar os pontos.

— Vamos sim - diz ele sorrindo.

— Pensando pelo lado bom - digo sorrindo. - Ajudamos o Hagrid.

— Vou procurar o Olívio e oferecer minha demissão do time - diz ele baixinho.

— Não! - exclamo incrédula. - Como vai recuperar os pontos se não ganhar o campeonato?

Chegou um menino da Corvinal com um olhar frio para nós e apenas nos estregou um bilhete para cada um, que diziam as mesmas coisas :

 

"Sua detenção começará às vinte e três horas.

 

Aguardem o Sr. Filch no saguão de entrada.

 

Professora Minerva".

 

Com a perda dos pontos, tinha até me esquecido da detenção. Esperou que Hermione reclamasse que aquilo representava perder uma noite inteira de revisões, mas não disse uma palavra. Achava, como Harry, que teriam o que tinham merecido.

Às onze horas da noite eles se despediram de Neville (que não estava com cara virada por causa dos pontos), e fomos para o saguão de entrada. Filch já se encontrava lá e também Malfoy. Tinha me esquecido que Malfoy pegara uma detenção também.

— Que maravilha - ironizo revirando os olhos -, uma noite de detenção com Malfoy

— Sigam-me - disse Filch, acendendo uma lanterna e levando-os para fora. - Aposto que vão pensar duas vezes antes de desobedecer novamente ao regulamento da escola, não é mesmo? - disse caçoando. - Ah, sim, trabalho pesado e dor são os melhores mestres, se querem saber. É uma pena que tenham suspendido os castigos antigos, pendurar o aluno no teto pelos pulsos durante alguns dias, ainda tenho as correntes na minha sala, conservo-as azeitadas para o caso de precisarem. Muito bem, lá vamos nós, e nem pensem em fugir agora, será pior para vocês se fizerem isso.

Realmente, aquele Zelador não era de Deus! Prender as pobres crianças no teto, ele pode ser o satã na forma de homem. Caminhamos pela propriedade às escuras. Fiquei imaginando qual seria o castigo.

Devia ser alguma coisa realmente horrível, ou Filch não pareceria tão contente.

A lua brilhava, mas as nuvens que passavam por ela lançava-os na escuridão. À frente, reparei que as luzes da casa do Hagrid estavam acesa. Então, ouviram um grito distante:

— É você, Filch? Ande logo, quero começar de uma vez.

O meu ânimo melhorou, iriamos trabalhar com Hagrid então não seria tão ruim. Meu alivio deve ter transparecido no rosto, porque Filch falou:

— Acho que você está pensando que vai se divertir com aquele panaca? Pois pode pensar outra vez, menina. É para a floresta que você vai e estarei muito enganado se voltar inteiro.

— Isso é ridículo - Hermione disse irritada. - Punir os alunos mandando eles para um lugar onde eles são proibidos de ir não faz sentido algum.

— Se eu fosse você ficaria calada - cochicha Ron. - Ele pode te colocar no teto.

Não pude deixar de rir com a expressão aterrorizada de meu irmão.

— Olá meninos! - diz Hagrid simpático.

— Eu não seria tão simpático com eles, Hagrid - disse Filch com frieza. -, afinal eles estão aqui para serem castigados.

— E por isso que você está atrasado, não é? - disse Hagrid, amarrando a cara. - Andou passando carão neles, não é? Isso não é sua função. Você fez a sua parte, eu pego daqui para frente.

— Volto ao amanhecer para recolher o que sobrar deles - disse Filch maldoso, deu meia-volta e retornou ao castelo, balançando a lanterna na escuridão.

Malfoy virou-se então para Hagrid, É disse:

— Não vou entrar nessa floresta.

— Medroso - resmunguei.

— Vai, sim, se quiser continuar em Hogwarts - disse Hagrid com ferocidade. - Você agiu mal e agora tem de pagar pelo que fez.

— Mas isso é coisa para empregados e não para estudantes. Achei que íamos fazer uma cópia ou outra coisa do gênero, se meu pai souber que eu estou fazendo isso, ele...

—. .. Lhe dirá que em Hogwarts é assim - rosnou Hagrid. - Fazer cópia! Para que serve? Você vai fazer uma coisa útil ou vai sair da escola. E se pensa que seu pai vai preferir que você seja expulso, então volte para o castelo e faça suas malas. Vamos! Fiquem comigo, não quero ninguém perdido por aí

Ele os conduziu à orla da floresta. Erguendo a lanterna bem alto, apontou para uma trilha serpeante de terra batida que desaparecia por entre árvores escuras. Uma brisa leve levantou os cabelos dos meninos, quando eles se viraram para a floresta.

— Olhem ali, estão vendo aquela coisa brilhando no chão? Prateada? Aquilo é sangue de unicórnio. Tem um unicórnio ali que foi ferido gravemente por alguma coisa. É a segunda vez esta semana. Encontrei um morto na quarta-feira passada. Vamos tentar encontrar o pobrezinho. Talvez a gente precise pôr fim ao sofrimento dele - diz Hagrid.

— Matar um unicórnio é uma coisa terrível - Mione disse horrorizada. - Matar uma coisa tão pura, leva a pessoa a uma existência condenada.

— E se a coisa que feriu o unicórnio nos encontrar primeiro? - perguntou Malfoy, incapaz de conter o medo na voz.

— Não há nenhuma criatura viva na floresta que vá machucá-lo se você estiver comigo e com o Canino. E siga a trilha. Muito bem, agora, vamos nos separar em dois grupos e seguir a trilha em direções opostas. Tem sangue por toda parte, ele deve estar cambaleando pelo menos desde a noite passada.

— Eu quero Canino - disse Malfoy depressa, olhando para as presas de Canino.

— Muito bem, mas vou lhe avisando, ele é covarde. Então eu, Rony, Harry e Hermione vamos por aqui e Draco, Gina e Canino por ali.

— Rúbeo, eu vou com a Gina e quem o Malfoy - diz Harry segurando minha mão.

— Pode ficar tranquilo Potter - diz Malfoy em deboche. - Não farei nada com sua namoradinha. Bom, nada que ela não queira - e deu um sorrisinho malicioso.

— Ora seu...

— Já chega vocês dois! Agora, se algum de nós achar o unicórnio, disparamos centelhas verdes para o alto, ok? Peguem as varinhas e comecem a praticar agora, assim. E se alguém se enrolar, dispare centelhas vermelhas, e vamos todos procurá-lo, então, cuidado. Vamos.

A floresta estava escura e silenciosa. Entrando por ela, chegaram a uma bifurcação, e Ron, Hermione e Hagrid tomaram o caminho da esquerda enquanto eu, Malfoy, Harry e Canino tomaram o da direita.

Caminhávamos em silêncio, com os olhos no chão. Aqui e ali um raio de luar penetrava por entre os galhos e iluminava uma mancha de sangue prateado nas folhas caídas:

— É possível um lobisomem estar matando os unicórnios? - Perguntou Harry baixinho.

— Lobisomens não matam animais. - respondo aos sussurros -, não com essa rapidez, não é fácil matar um unicórnio, eles são criaturas mágicas poderosas. Nunca soube de nenhum ter sido ferido antes

Passamos por um toco de árvore coberto de musgo. Harry ouviu água correndo, devia haver um riacho por perto. Ainda viam manchas de sangue de unicórnio aqui e ali pela trilha serpeante.

— Potter, Weasley parem de namorar e venham aqui - diz Malfoy. - Atrás daquela árvore.

Harry pegou sua varinha e fez as faíscas verdes e nos aproximamos sorrateiramente do local onde Draco havia falado e lá tinha um unicórnio morto e uma pessoa sinistra encapuzada bebendo o seu sangue, realmente era uma cena horripilante, seguro fortemente na mão de Harry e o mesmo sussurra:

— Calma Princesa - acho que ele falou alto demais pois a figura sinistra, estava vindo em nossa direção.

Malfoy gritou e saiu correndo com Canino em seu alcance, Harry sem mais sem menos começou a uivar de dor e caiu no chão e eu, bom, estava completamente perdida, não sabia como fazer, me agachei ao lado de Harry e comecei a murmurar coisas sem sentido, e a pessoa encapuzada se aproximava cada vez mais.

— SOCORRO! SOCORRO - comecei a gritar desesperada. - HAGRID! RON ! MIONE! AAAAAAHHHHH.

Pensa Gina, pensa. De repente uma flecha passa de raspão na figura assombrosa a fazendo se retirar.

— Vocês estão bem? - pergunta uma voz grossa.

— Me ajude - peço tirando os olhos de Harry, que parou de se contorcer e agora respirava com dificuldade, e vejo que o dono da voz grossa era um Centauro.

— GINA! HARRY - gritava Hagrid.

— AQUI - gritei de volta. - Obrigada...

— Ronan - diz o centauro.

— Obrigada Ronan - agradeci.

— Não à de que - diz Ronan.

— Quem está ai? - chamou Hagrid. - Apareça. Estou armado! Ah, é você, Ronan - exclamou aliviado. - Como vai? 

Ele se adiantou e apertou a mão do centauro.

— Boa noite para você, Hagrid - disse Ronan. - Você ia atirar em mim?

— Cautela nunca é demais, Ronan - disse Hagrid, dando uma palmadinha no arco.

— Marte está brilhante hoje - disse Ronan olhando para o céu e eu o olho confusa.

— É -disse Hagrid, mirando o céu também. - Olhe, foi bom termos nos encontrado, Ronan, porque tem um unicórnio ferido. Você viu alguma coisa?

Ronan não respondeu imediatamente. Continuou a olhar para o alto sem piscar e então suspirou outra vez.

— Os inocentes são sempre as primeiras vitimas. Foi assim no passado, é assim agora.

— É, mas você viu alguma coisa, Ronan? Alguma coisa anormal?

— Marte está brilhante hoje - repetiu Ronan enquanto Hagrid o observava impaciente. - Um brilho anormal.

— Sim, mas estou me referindo a alguma coisa mais perto da terra. Você não notou nada estranho?

Mais uma vez, Ronan levou algum tempo para responder. Por fim disse:

— A floresta esconde muitos segredos.

Um movimento nas árvores atrás de Ronan fez Hagrid erguer o arco outra vez, mas era apenas um segundo centauro, de cabelos e corpo negros e de aspecto mais selvagem do que Ronan.

— Olá, Agouro - cumprimentou Hagrid. - Tudo bem?

— Boa noite, Hagrid, você vai bem, espero.

— Bastante bem. Olhe, eu estava mesmo perguntando a Ronan, você viu alguma coisa estranha por aqui ultimamente? É que um unicórnio foi ferido. Você sabe alguma coisa?

Agouro foi se postar ao lado de Ronan. Olhou para o céu.

— Marte está brilhante hoje - disse simplesmente.

— Já sabemos - respondeu Hagrid agastado. - Bom, se um de vocês vir alguma coisa, me avise, por favor. Vamos indo, então.

Saímos com ele em direção de onde saímos.

— Nunca - disse Hagrid irritado -, tentem obter uma resposta direta de um centauro. Vivem contemplando as estrelas. Não estão interessados em nada que esteja mais perto do que a lua.

— E têm muitos deles aqui? - perguntou Hermione.

— Ah, um bom número... Vivem isolados na maior parte do tempo, mas tem a bondade de aparecer quando preciso dar uma palavrinha. São inteligentes, veja bem, os centauros... Sabem das coisas... Só não falam muito.

E continuamos a caminhar pela floresta densa e escura. Percebi que Harry não parava de espiar, nervoso, por cima do ombro. Tinha a sensação ruim de que alguém os observava. Estava contente que Hagrid tinha o seu arco com eles. Tinha acabado de chegar e o sol estava nascendo, foi aí que senti meus olhos pesarem de sono.

— Hagrid, por que estão matando os unicórnios? - pergunto. - Estão todos preocupados.

— Porque é uma coisa monstruosa matar um unicórnio. Só alguém que não tem nada a perder e tudo a ganhar cometeria um crime desses. O sangue do unicórnio mantém a pessoa viva, mesmo quando ela está à beira da morte, mas a um preço terrível. Ela matou algo puro e indefeso para se salvar e só terá uma semi-vida, uma vida amaldiçoada, do momento que o sangue lhe tocar os lábios.

— Mas quem estaria tão desesperado? - pensei em voz alta. - Se a pessoa vai ser amaldiçoada para sempre, é preferível morrer, não é.

— É - concordou Hagrid. - A não ser que ela precise se manter viva o tempo suficiente para beber outra coisa, algo que vai lhe devolver a força e o poder totais, algo que significa que jamais poderá morrer... Esqueçam o que eu falei 

— Hagrid eu te amo! - digo o abraçando, percebi que só Rony e Malfoy nos olhavam confusos. 

Nesse momento Filch chegou e nos levou ao Castelo, quando chegamos no Salão Comunal da Grifinória, que ainda está vazio Ron fala:

— Dá pra explicar agora?

— Mais é lesado - digo. - Snape não quer a pedra pra ele.

— Como? - pergunta o lesado novamente.

— O Snape quer entregar a pedra para a pessoa que está matando os unicórnios! - digo como se fosse óbvio.

— Quem é essa pessoa ? - pergunta novamente.

— É isso! - exclama Hermione - Não consegue pensar em ninguém que tenha esperado muitos anos para retomar o poder, que se apegou à vida, esperando uma chance?

— Mas...Você-sabe-quem? - perguntou Ron intrigado.

— Tá dizendo que aquele na floresta era Volde...

— Não diga esse nome! - ralha Mione. 

— Mas se ele voltar... Ele vai querer me matar - diz Harry ignorando Mione. - Não podemos deixar Snape pegar a Pedra!

— Harry, todo mundo diz que Dumbledore é a única pessoa de quem Você-Sabe-Quem já teve medo. Com Dumbledore por perto Você-Sabe-Quem não vai tocar em você. Em todo o caso, quem disse que os centauros tem razão? Isso está me parecendo adivinhação, e a Professora Minerva diz que adivinhar o futuro é um ramo muito inexato da magia.

— Hermione tem razão - digo tentando acalmar Harry. - Voldemort não vai fazer nada enquanto Dumbledore estiver em Hogwarts.

— Não fale esse nome - diz Ron com terror, como se Voldemort pudesse ouvi-lo.

— Vou subir - digo ignorando o comentário de Ron. - Boa Noite

Subo e faço a mesma rotina e vou dormir.

 


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Notas finais do capítulo

Bom, primeiramente eu peço perdão pela demora, sei que demorei e tals, Enfim, mil desculpas! E em segundo lugar, não se esqueçam de deixar sua opinião, por favor ♡ Muito obrigada, beijos da Beazinha



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