Willow Tree March - HIATUS escrita por Wanderlust


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Olá,
Bem-vindo (a) a minha primeira e, talvez, única fanfic do universo de Nárnia.
És aqui alguns avisos: eu estou escrevendo isso na loucura mesmo. Tenho alguns capítulos prontos e minha intenção é postar um ou dois por semana. Creio que a história não passará de mais de dez capítulos; Eu estou no meu último ano do ensino médio, portanto vão ter que ter um pouquinho de paciência com a minha pessoa.
Ahn, todo os capítulos irão ter músicas e os links das mesmas irão ficar nas notas finais. Recomendo que escutem, pois elas dão um toque mais especial na história.
E eu acabei de reparar que está tudo escrito certinho demais, enfim. Demora um pouco para eu me soltar em lugares novos... Mesmo que isso seja na internet.
O que mais? Ah, sim, qualquer dúvida, sugestão, críticas construtivas



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Crescer em uma corte não era complicado. Catharina tinha todos os brinquedos imagináveis e sempre podia comer doces. Sem contar, claro, os enormes corredores, pátios e jardins em que ela e Caspian brincavam. Era uma infância feliz e divertida, por mais que ela não tivesse seus pais consigo, Nana a ensinou a ver sempre o lado bom das coisas. Quando completou dez anos, Catharina começou a ter suas primeiras aulas de boas maneiras e aos onze, depois de insistir muito, suas aulas de esgrima e arco e flecha começaram. A garota tinha talento para ambas as coisas. A disciplina que a esgrima exigia era um ótimo aliado as aulas de postura, assim como as aulas de arco e flecha eram ótimas para aguçar seus instintos. Catharina, afinal, herdou os dons de seus pais e era uma perfeita mistura de ambos.

— Você não consegue me acertar. – uma Catharina de treze anos sorriu para um Caspian de quinze. A garota ergueu uma das sobrancelhas escuras e jogou os cabelos para trás dos ombros. Caspian sorriu.

— Isso é um desafio, Alteza?

— Considere como quiser, Lady Catharina. – sorriu para a amiga. Catharina sorriu, levantando a espada em riste; separou as pernas e esperou Caspian dar o primeiro movimento. Vendo que o moreno demoraria a investir contra a amiga, Catharina o fez. A garota deslizou os pés para frente e jogou a espada em direção a Caspian com um movimento delicado, entretanto direto. O príncipe não se demorou a defender-se. E a dança começou.

Catharina tinha o corpo pequeno e magro, portanto seus movimentos eram leves e rápidos. Ao que Caspian já tinha seu corpo levemente desenvolvido, os músculos dos braços ficando cada dia mais proeminentes; seu ataque era forte, pronunciado. Era, de fato, uma luta justa. Catharina sorriu inocente antes de atacar pela lateral e tento seu golpe bloqueado. O rosto inocente da morena era uma carta na manga. Podia facilmente jogar sujo com seu adversário, fingindo-se de indefesa. Naquela época qualquer donzela era uma distração. Ainda mais as naturalmente bonitas.

Em um giro rápido de sua espada contra a de Catharina, o príncipe viu a arma da amiga voar para cima e cair ao seu lado na grama. Um sorriso convencido cresceu nos lábios do moreno ao que ele apontava a ponta da espada sob o queixo de Catharina.

— Eu ganhei. – anunciou. Catharina ergueu o queixo, orgulhosa, e sorriu para o amigo. Caspian retirou a lamina de baixo do queixo da garota.

— Okay. – fez um breve mesura. – Mas não tenha toda essa confiança da próxima vez, Sua Alteza, você pode acabar se afogando nela.

— Eu não irei. – se aproximou da garota, um brilho desafiador nos olhos castanhos. – Eu ainda serei rei. Ser um espadachim está no meu sangue.

— Assim como ser uma guerreira está no meu.

— Não existe mulheres guerreiras, Nina. – comentou.

— Então eu serei a primeira. – deu de ombros, buscando sua espada no chão. Caspian lhe entregou a bainha. – Nada me impede de ser uma general no futuro. Está no meu sangue, afinal de contas.

Caspian sorriu, acompanhando a amiga no caminho de volta ao castelo de Telmar.

— E eu acredito que você será uma ótima general, Lady Nina. – a garota sorriu animada.

— Vou sempre te proteger, Meu Príncipe. – se reverenciou exageradamente. Caspian riu da amiga.

— Na verdade, Nina, nós iremos proteger um ao outro. – o riso de Catharina morreu aos poucos, deixando apenas um bonito sorriso nos lábios cheios. Estendeu a mão para Caspian que a aceitou rapidamente; Catharina deu um leve apertão antes de soltá-la e voltar a andar.

>>> >>> >>>

Os cabelos castanhos e compridos eram esticados para trás enquanto Nana penteava os cabelos de Catharina. A garota se encarava no espelho, olhava diretamente para os olhos castanhos chocolate que refletiam, as sardas mínimas, quase invisíveis espalhadas pela ponte do nariz e sob os olhos. Levantou os olhos para o reflexo da mais velha atrás de si.

— Temos mesmo que ir? – sua voz saiu cansada e manhosa. Catharina sabia que se fizesse manha na medida certa, poderia dobrar Nana a sua vontade. Infelizmente a garota não sabia que seus poderes eram praticamente imunes a mulher loira.

Nana era uma mulher muito bonita de cabelos loiros e olhos claros. Havia boatos pelos corredores do castelo que a mulher tinha relações com um dos lordes amigos do rei, mas nada era comprovado. A maioria eram apenas histórias. Assim como o boato quase morto que Catharina seria a próxima rainha de Telmar. Apenas histórias, boatos que com o tempo eram esquecidos.

— Caspian estará lá também. – a loira escolheu uma mecha dos cabelos de Nina para começar a trançar. – Poderão ficar entediados juntos.

— Você quer dizer que ele também foi obrigado a isso? – não escondeu a ênfase na frase. Nana assentiu rindo.

— Não é tão ruim assim, querida.

— Para você, talvez. – Nina emburrou. – Um bando de lordes conversando sobre batalhas e politicas... Poderia ser pior?

— Poderia. – a loira entrelaçou uma faixa com fios prateados nas mechas castanhas de Catharina. – Miraz poderia estar aqui. – sorriu para o reflexo da garota. A morena bufou e se levantou do banquinho. Estava muito bonita num vestido creme com bordados da mesma cor em alto relevo por todo comprimento do pano; os cabelos castanhos caiam em ondas pelos ombros e costas de Catharina.

— Estou bonita.

— Você é linda, querida. – um brilho nostálgico passou pelos olhos claros de Nana. – Está parecida com a sua...

— Mãe. Eu sei. – saiu de frente do espelho. – Você sempre diz isso quando termina de me arrumar.

— Ela estaria orgulhosa da pessoa em que se tornou. – comentou. – Seu pai também.

Catharina desviou os olhos castanhos de Nana.

— É eu sei. Sou uma perfeita dama, não é? Como todas as outras... – suspirou. Não gostava muito de ter que agir como uma senhora de alta classe, por mais que fosse uma. Catharina não conseguia ver uma razão concreta para que ela ou até mesmo Caspian serem tratados de modo diferente de outras pessoas do reino. Compreendia, no entanto, a posição de ambos na corte telmarina, mas não conseguia entender o tratamento diferenciado. Somos todos iguais, sempre pensava.

— É também uma ótima guerreira, querida. Por mais que isso não me agrade ou seja bem visto, você é uma ótima espadachim. – Nana levantou-se e se encaminhou até a porta do aposento de Catharina. – Assim como seu pai era. Você tem um pouco dos dois e isso é algo de se admirar, Nina. Seus pais eram ótimas pessoas, de bem, humildes. – a loira ficou pensativa antes de dizer sua próxima frase. – Será uma ótima... Pessoa, no futuro.

Catharina assistiu sua tutora ir embora para seus próprios aposentos com um vinco no meio da testa, curiosa com o tom misterioso que Nana usou com ela em sua última sentença. Entretanto seus pensamentos foram interrompidos pela cabeça de Caspian espiando o cômodo por uma fresta da porta.

— Não sabe bater, oras? Poderia estar despida! – ralhou. Caspian entrou no quarto com um sorriso zombeiro nos lábios levemente grossos.

— Eu esperei Nana sair. Ela me avisou que estava pronta. – olhou a amiga de cima a baixo. – Está muito bonita, Nina.

— Obrigada. – sorriu ao fazer uma breve mesura. – Você também não está nada mal. O que um bom banho e pentear os cabelos não faz, uh?

— Engraçadinha. – o garoto suspirou, sentando-se na cama de dossel da amiga. Catharina sentou-se ao seu lado. – Não estou com a menor vontade de ir nessa festa. Será muito tedioso, aposto.

— Sei como se sente. – apoiou o amigo. – Eu não iria de modo algum, mas Nana me convenceu. Disse que você estaria lá, obrigado, e eu não poderia deixar meu único e melhor amigo aguentando velhos barrigudos falarem sobre guerras e politicas. Você precisaria de alguém para comentar o quão estranho é a aparência deles.

Caspian sorriu, pegando a mão pequena e delicada de Nina entre as suas.

— Obrigada, Nina.

— Disponha, Alteza.


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Notas finais do capítulo

Música: https://www.youtube.com/watch?v=dpIHjUUQTO4