Impossível escrita por Essy


Capítulo 6
Não preciso entender


Notas iniciais do capítulo

Okay. Mil e dezenove desculpas. Mesmo. Eu sei que demorei, mas... bom, não sei se vcs vão entender. Enfim: eu estava cheia de trabalhos, em semana de provas e ainda por cima minha mãe resolveu esconder meu note-book. Sério mesmo, eu estou escrevendo escondido porque o achei dentro da gaveta de pijamas dela.
Mas eu sei que eu deveria me comprometer mais, então me desculpem, de verdade. Mas acho que vou entender se vcs desistirem da fic - *nossa q drama, neh?* -.
Enfim, muitos kissus e...
X O X O
Essy (S).



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Não preciso entender.

 

Acordei com o barulho de uma discussão, mas continuei de olhos fechados.

-Eu não vou sair. - ouvi a voz fria e conhecida de Tom. Mas o que ele estava fazendo lá?

-Só uma pessoa pode ficar com ela, sr. Riddle. - dessa vez a voz era da enfermeira Rockwell.

-Eu vou ficar! - outro menino gritou, era Paul.

Minha cabeça rodava. O que estava acontecendo ali?

-Eu já disse que não saio até ela acordar. É melhor você sair, Hertwick. - Tom disse.

-EU JÁ DISSE QUE VOU FICAR! - Paul gritou muito alto, fazendo minha cabeça latejar.

-Silêncio, você vai acordá-la, sr. Hertwick. - a enfermeira Rockwell disse. - É melhor o senhor sair por um tempo, está bem?

-Eu não...

-Agora.

-Está bem... - Paul murmurou e eu ouvi passos se afastando. Abri os olhos lentamente. Eu estava na enfermaria, deitada em uma maca. Tom estava a poucos centímetros de mim, me avaliando com olhos preocupados e a enfermeira Rockwell estava ao seu lado, anotando coisas em uma caderneta.

-Srta. Rockwell? - perguntei, me dirigindo a enfermeira e nem olhando para Tom.

-Oh, você acordou, querida. Isso é muito bom. Vou buscar um pouco de suco de abóbora e uma poção para ajudar com a perna. - a enfermeira disse e saiu.

-O que tem de errado com a minha perna? - perguntei em voz alta. Só então percebi que não podia mexer a perna esquerda, e que ela estava fora do lençol branco que me cobria. Toquei no joelho e senti uma pontada aguda de dor.

-Você é louca? - Tom perguntou e deu um tapa de leve em minha mão, fazendo com que eu a puxasse.

-Oi para você também. - eu murmurei.

-Por que você fez uma besteira daquelas? Ficar de pé na vassoura, Rosalina?! - Tom gritou.

-Ei, por favor, não grita. Estou com dor de cabeça. - pedi.

-Sim, mas se prepare porque quando você melhorar...

-Voltei querida... - a enfermeira Rockwell disse, se aproximando com uma embalagem em cilindro de Suco de Abobora e uma outra em forma de um esqueleto.

-Srta. Rockwell, o que aconteceu com a minha perna? - perguntei.

-Me chame de Lucy, querida. Quando você caiu da vassoura, você quebrou o joelho esquerdo, o dedo indicador da mão esquerda e fraturou a bacia. - ela disse calmamente. Nossa, eu estava realmente acabada.

-E a minha vassoura? - perguntei.

-Hum... ah, esqueci a outra poção! Já volto. - Lucy saiu e eu fiquei com a impressão de que ela estava com medo de me falar sobre minha vassoura.

-Tom. Minha vassoura, o que aconteceu? - perguntei.

-Ela se partiu ao meio com a queda. - ele disse. -Você está bem? - Tom acrescentou ao ver que eu havia ficado pálida. Minha vassoura, a melhor do mundo, estava quebrada. Não, eu não estava bem.

-Estou muito bem, obrigada. - respondi. - Por que você está aqui, Tom?

-Porque eu estudo aqui, oras.

-Não, por que você está aqui na enfermaria? Por que você se importou em vir?

-Eu não me importei.

Eu revirei os olhos.

-Imagina... - murmurei. - Tom, por favor! Você é complicado demais. Eu já estou com dor de cabeça!

-Sim, talvez eu seja um pouco complicado. - Tom disse, apenas.

-Olá crianças! - a enfermeira Rockwell voltou com um frasco que possuía um liquido marrom, com uma cara muito feia.

-Olá... para quem é este liquido ahn... gosmento? - perguntei com uma careta. A enfermeira sorriu e disse:

-Para você querida!

Eu fiz uma careta pior ainda.

-Vamos é rapidinho. Vou misturar essas duas poções... - a srta. Rockwell pegou as duas embalagens de poções, colocou o liquido delas em um copo e me deu. Eu tapei o nariz.

-Me dá. - pedi. Ela me deu e eu tomei o primeiro gole – Eca! - eu disse e cuspi. Tom me lançou um olhar reprovador e eu revirei os olhos.

-Toma isso logo, Rosalina. - ele disse.

-Toma você, Tom! Isso é horrível. - eu disse com uma careta e voltei a tomar o liquido gosmento.

Tomei as últimas gotas e fechei os olhos, franzindo o nariz.

-Toma, vai ajudar. - a enfermeira disse e eu abri os olhos. Ela estava estendo o frasco de suco de abóbora para mim. Eu tomei e quase instantaneamente o gosto ruim do remédio abandonou minha boca.

-Hm. Melhor. - falei.

-Seus ossos já devem estar melhorando. Mas no da perna eu precisaria...

-Olhe! - eu disse alegre, mexendo todos os dedos da mão esquerda. O que estava quebrado já havia se curado. Tentei mexer a perna também, mas, descobri (dá mais dolorosa maneira) que ela ainda não estava cem por cento boa.

-Ai- eu murmurei. Ou pelo menos era para ter saído isso, mas deve ter parecido um “Aaahrri”.

-Calma, talvez sua perna esteja um pouco pior. - a srta. Rockwell disse.

-UM POUCO? - gritei. Ela deu um sorriso amarelo e saiu apressadamente da sala.

Fiquei olhando Tom, e ele me olhava de volta. Por fim, quebrei o silêncio.

-Tom...

-Quieta, Moore. - Tom disse severamente. - E... me desculpe. - ele continuou no mesmo tom de voz.

-Eu...

-Eu pedi silêncio!

-Des...

-Pssssiu. Olha, é que...

-Tom! - gritei. - Eu não vou ficar quieta. Não mesmo. Você é tão... impossível, Tom! Me dá raiva! Eu não te entendo. Você é frio e severo mas as vezes... bem as vezes... sei lá, me dá a impressão de que você está tentando ser legal. Mas depois volta ao normal, de novo. Poxa, você vive brigando comigo, mas eu só estou tentando te entender!

Tom ficou sem falas por um instante, e olhou para baixo. Uau, eu tinha deixado Tom Riddle sem falas!!

-Não tente me entender, Rosalina. - ele repetiu.

-EU TENTO SIM! - gritei. - Apesar de ser impossível, eu tento.

-Mas não tente. - ele disse – O que você tem que entender, Lina, é que sou uma pessoa complicada. E... uma coisa que você precisa saber sobre as pessoas complicadas, é que não é fácil entendê-las.

-Do que você me chamou? - perguntei.

-Hm? De Rosalina, é claro. - Tom disse confuso.

-Não, você me chamou de Lina. - acusei.

-C-claro que não. - disse Tom, corando. Isso fez com que eu sorrisse, Tom quase nunca corava ou gaguejava.

-Nossa, Tom Riddle me chamou de Lina. Devo chamá-lo de Tommy? Ou de Rid? - perguntei com um sorriso malvado.

-Eu. Não. Te. Chamei. De. Lina! - Tom disse, fazendo uma curta pausa após cada palavra.

-Eu prefiro Tommy. Mas se você gostar de Rid, tudo bem. - falei, provocando-o, como se não tivesse ouvido o que ele dissera.

-Eu já disse que não te chamei de Lina, então não me chame de Rid!

-Que ótimo! Então pode ser Tommy mesmo.

-Não.

-Nossa. Então o que vai ser? Servolinho?

-Nãoooo, eu quis dizer para você não me dar apelidos!

-Ah. Então você pode me chamar de Lina e eu não posso te chamar de Tommy? Que injustiça! - provoquei-o mais um pouco, parecendo indignada.

-EU NÃO TE CHAMEI DE LINA!

-Hm-hm. - alguém pigarreou e nós nos viramos para ver quem era. Era Paul. Tom corou de leve e saiu da sala, resmungando.

-O que aconteceu? - Paul perguntou e se aproximou da “maca” em que eu estava.

-Nada. - eu disse sorrindo. - E aí, quem ganhou o jogo?

-Adivinha? Nós é claro. - Paul disse. - Nossa, Carolla defende super bem. Foi até difícil fazer gols algumas vezes.

-Hm. Ela é a melhor. - eu disse. - Quer dizer, o Rudolph é bom também, mas... bem, a Lola é ótima.

-Sim. Bem, eu passei para dar um oi e ver como você estava. Tenho que ir agora.

-Já? Mas você ficou tão pouco...

-Desculpe, Roza... Tenho que ir mesmo.

-Está bem. Me visite mais vezes, eu estou entediada. Quando vou embora?

-Logo. Tchau, Roza.

-Tchau, Paul.

Paul se foi e eu fiquei sozinha, mergulhada em meus pensamentos quando uma voz me chamou a atenção.

-Ah meu merlim, desculpe a demora Rose! - Carolla disse entrando.

-Lola! Achei que você não vinha mais. - murmurei, brincando.

-Me desculpe, eu...

-É brincadeira, Lola.

-Oh. Então, Rose, você está bem? Fiquei muito preocupada. Ainda mais depois que disseram que você iria passar a noite na enfermaria!

-Calma, Lola, eu estou bem. Quer dizer, um pouco cansada e muito triste pelo Nimby, mas bem.

-Nimby? Ah, a Nimbus. Sinto muiiiiiiiitíssimo mesmo, Rose.

-Eu sei, eu também. Ela era a melhor, sem dúvida.

-Mas já existe uma Nimbus 1000. Ela é a melhor vassoura agora.

-O que?! A Nimby nem morreu já existe uma Nimby 1000? Que injusto. E o pior é que meus pais não vão querer comprar para mim. Mamãe quer que eu trabalhe no ministério e não seja jogadora. Eca. - eu disse e Lola riu.

-Então... eu vi Tom no corredor. - ela disse. - Encostado na parede. Esperando a enfermeira. O que ele estava fazendo lá?

-Como é que eu vou saber? Assuntos que envolvem o Tommy não me interessam. - respondi, mas sem poder esconder um sorriso. Tom estava na porta. Esperando a enfermeira. Será que ele queria saber sobre mim?

-Entendo... - Lola disse desconfiada. - De qualquer forma, ele parecia estar bem irritado. Você não andou provocando ele não, não é Rose? Você sabe que ele é instável, ou melhor, estressado.

-Não fala assim, Carolla. - eu disse.

-Ah, então ele é o que? Alegre?

-Não, ele é... temperamental. Só isso.

Carolla riu, ela estava um pouco estranha. Parecia meio nervosa.

-Lola, tem algo que você gostaria de me contar? Sobre um certo... monitor? - perguntei sorrindo e me lembrando de seu encontro com Stephen.

Lola ficou vermelha.

-C-como v-você...? Como você sabe? Você... nos viu? - ela perguntou desesperada.

-Bem... digamos que eu sou uma boa observadora, e percebo fácil quando duas pessoas se amam.

-E-eu não...

-Não diga isso. Eu percebi os olhares de vocês dois no dia da festa. E o jeito que ele te elogiou. Lola, ele gosta de você e você dele. Não tente esconder isso de mim.

-Tanto faz. De qualquer forma, não podemos ficar juntos. Quero dizer, eu só tenho dezesseis anos e ele dezessete... namorar não parece meio... errado?

-Errado, Lola? Desde quando o amor é errado? Sabe aquele nascido trouxa que era bruxo... Shakespeare, se não me engano.?

-Hm?

-Ele escreveu um livro trouxa em que dois garotos de catorze anos se apaixonam e se casam. Catorze, Lola! O amor é lindo e não tem idade, nem religião, nem cor, nem sangue, nem pertence a alguma casa de Hogwarts. O amor é a coisa mais linda do mundo e para ele não existem restrições. - falei sorrindo.

-Uau. - Carolla parecia impressionada. Então ela sorriu com malícia e disse: - Que... romântico, fofo, poético! Você se inspirou em seu romance com o Tom para dizer isso?

Meu queixo caiu. Eu encarei Carolla pasma, enquanto ela sorria. Fechei a boca e abri novamente. A fechei e a abri. Até que disse:

-Eu não tenho nenhum romance com o Tom.

-Não é? Hm. Sei. - Carolla disse sem acreditar. - Rosalina, você tem que admitir que o ama. O amor não tem restrições, nem de idade, nem de sangue, nem de nada. O amor é lindo e você tem que aceitá-lo. - ela me provocou.

-Eu não amo, nem ao menos gosto do Tom. Talvez o considere um colega, no mínimo. - eu disse entredentes.

-Claro, claro. Está bem. Talvez não seja amor, com as quatro letras e duas sílabas. Mas você gosta dele, isso é bem perceptível.

-Não eu... eu... é, talvez eu goste dele. Como um amigo. Um... amigo complicado e difícil de entender.

-Difícil é pouco. Tom Riddle é no mínimo maluco.

-Não, ele só é complicado!

-Complicado?! - Carolla ia dizer algo, mas meu olhar fatal mudou sua opinião. - É-é c-complicado. Só complic-cado.

Eu bufei e me recostei melhor nos travesseiros.

-Que horas são? - perguntei.

-Seis da tarde, por que?

-Estou um pouco cansada, gostaria de cochilar um pouco, se você não se importa.

-Claro. Só não sonhe com ele, se não eu vou achar que é mesmo amor. - Carolla zombou e saiu da enfermaria antes que eu pudesse a xingar de alguma coisa.

Eu adormeci rapidamente, mas como se Carolla tivesse me jogado uma praga, sonhei com ele. Não foi um sonho muito... emocionante. Nele, eu estava muito triste e corria atrás de Tom, implorando que ele voltasse. Mas ele saia pelas portas de Hogwarts e acenava para mim, tristemente, enquanto ia embora e entrava em uma floresta cheia de sombras. E eu ficava parada, olhando e chorando. Foi até meio... apavorante. De qualquer forma, eu acordei suando. Ou pelo menos achava que estava suando, pois havia sentido algo quente em minha bochecha, abri os olhos devagar e vi o rosto pálido de Tom em minha frente. Segurei um gritinho histérico e perguntei meio grogue de sono:

-Tom?

-Hm... oi.- ele disse.

-Ah. - eu murmurei. - Que horas são?

-Oito da noite.

-É cedo mas...Estou com sono. - balbuciei com um bocejo.

-Então durma, Lina. - Tom sorriu e acariciou minha bochecha. Fechei os olhos. Deveria ser outro sonho. O que Tom estava fazendo na enfermaria? E por que ele me chamara de Lina? Só podia ser um outro sonho. Mas eu não liguei. E daí se fosse um sonho? Era até um sonho bom. Mas uma pequena parte do meu cérebro disse que poderia não ser um sonho. E que aquilo que eu havia sentido em minha bochecha poderiam ser os lábios de Tom. E isso me fez ficar feliz. Tom era mesmo complicado. Ele brigava comigo o tempo inteiro, mas era tão... diferente. E quer saber? Eu nem queria tentar entendê-lo. Ele podia ser complicado o quanto quisesse. Eu não me importava. Eu até gostava disso: de não tentar o entender. Era... bom.

Sorri e adormeci novamente.


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