Oposto Complementar escrita por Tai Barreto


Capítulo 43
Capítulo 43


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas.
Cês acharam que eu não vinha hoje, não é?
Mas eis que aqui estou.
Vocês não sabem da última. Eu estou ficando louca.
Estou escrevendo 4 histórias ao mesmo tempo. Essa, SNMM, AFP e uma que eu comecei esses dias.
Eu estou dando a devida atenção às que estão à frente dessa nova, mas eu já a concluí na cabeça.
Realmente estamos na reta final. Espero não passar de 50, por isso, estou correndo do lado de cá.
Sei que ainda não respondi. Perdoem-me.

Sem mais, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708404/chapter/43

Durante a semana, estive pensando no que fazer para comemorar o aniversário do Harry. Se antes, sendo sua amiga, eu já queria fazer muito, agora que estamos juntos, eu quero fazer muito mais, mas não apenas por isso, e sim por ele merecer. Eu sei, o Harry vacilou comigo algumas vezes, só que está sendo tão bom ficar com ele que tudo o que eu quero é que esse ano, seja o melhor de todos. Eu apenas não tenho ideia do que fazer no particular, já que, teremos um jantar em família e na sexta-feira, a comemoração na casa noturna que frequentamos.

E que iremos hoje à noite. Claro que a notícia foi se espalhando; Mia contou as suas colegas de classe, Isaac não fez diferente e assim, acredito que mais da metade dos clientes essa noite será de universitários. Pelo menos estaremos mais à vontade do que normalmente. Eu acho. Sei lá. Não estou tão concentrada nisso.

Estou empolgada com as aulas que andei tendo esses dias. Sempre tem aquela matéria que você pensa: agora fodeu, só que fica ciente de que vai encontrar outras que vai pensar assim: agora fodeu de vez, ou talvez: nem fodendo eu vou me dar bem nessa. É coisa do capiroto. Eu sei que nem sempre ele tem culpa. Eu sei.

O lado bom é que eu estou tendo ajuda do Harry para estudar. E depois, trocamos uns beijinhos, conversamos sobre amenidades e por fim, ele vai embora e eu durmo tranquilamente. Holly e Frederick vieram me reforçando a ideia de que eu posso contar com eles para qualquer dúvida que Harry não possa suprir, então, eu estou mais tranquila ainda com relação aos estudos.

Isso não significa que eu vá deixar o meu rendimento cair. De maneira alguma. Quando eu lembro que serei a vice-presidente da Carter Construction Company, eu me dedico de cinco a seis vezes mais. Eu não quero decepcionar ninguém, mais do que eu sinto que faço. Principalmente ao pensar na minha família brasileira.

Os gêmeos agora parecem se importar com a minha vida aqui, pois de vez em quando, me chamam para uma conversa. Se pensam que virão passar as férias de início de ano comigo, estão completamente enganados. Já perdi tempo demais cuidando deles no Rio de Janeiro.

Eu estarei em aula. A pausa para festa de fim de ano é somente nas semanas das festas e depois, retomamos com tudo. Não vou ter tempo e nem vou permitir que fiquem sozinhos enquanto eu estiver fora. Deus é mais. Eu amo meu apartamento e sou capaz de dar minha vida afirmando que em menos de vinte e quatro horas, aqueles monstros estariam colocando tudo de cabeça para baixo.

Ai, essa vida. É exaustiva. Felipe continua me incentivando a me dedicar. O único que realmente se importa. Esteve tirando dúvidas sobre os negócios daqui com Harry nas vezes em que eu o chamei para uma vídeo-chamada.

Eu solto um suspiro, jogo as cobertas para o lado e saio da cama, me arrastando em direção ao banheiro. A mania de brasileiro de sempre tomar banho antes de sair de casa continua em mim, por mais que aqui seja frio e como eu não costumo usar perfumes — nunca achei um que me agrade mais do que o do Harry e eu prefiro sentir o cheiro nele —, abuso do sabonete.

Ao fim do banho, eu me seco cuidadosamente e enrolo a toalha no meu corpo. A minha cama está arrumada e eu já sei de quem se trata. Decido vasculhar meu closet em busca de algo para usar hoje.

Visto o conjunto de lingerie azul marinho, de renda, uma skinny preta com rasgos nos joelhos, uma camisa de mangas compridas com listras pretas e brancas na horizontal e pego slip on preto e calço. Faço um rabo de cavalo e saio do quarto, arregaçando as mangas e com a toalha em mãos.

Estendo-a na área de serviço e me junto a Harry à mesa do café da manhã, para a fazer a refeição.

— Não treinou hoje? — Ele questiona, servindo suco de laranja para mim.

— Decidi ficar na cama. — Faço uma careta e corto um pedaço da panqueca. — Eu acho que resolvi guardar energia para a noite. — E como.

— O que tem hoje à noite? — Harry franze o cenho.

— Vamos sair.

— Ah, sim. Eu tinha esquecido.

— Você está bem?

— Acha que eu não estou? — Ele passa a mão pelos cabelos e volta a comer panqueca.

— Para ter esquecido... — Eu dou de ombros e como mais. — Logo você, tão cheio de comprometimento com absolutamente tudo. O que houve?

— Doutorado é mais complicado do que se pensa.

— É isso mesmo? — Coloco minha mão com a palma virada para cima sobre a mesa e ele, a dele sobre.

— E as coisas na empresa. Estamos no verão. — Harry dá de ombros, se inclina na minha direção e eu faço o mesmo, ganhando um beijinho. — Pode ficar tranquila. Sabe que eu confio em você para absolutamente tudo.

Eu concordo e afago o seu rosto, continuando a minha refeição.

***

— Você não vai acreditar em quem está te procurando — diz um homem, assim que Harry sai do carro, extremamente empolgado.

— Quem? — Ele me olha e estende a mão.

Eu me aproximo e seguro firme, sendo puxada para mais perto dele. Eu só vi esse cara junto do Harry uma vez ao longo dessa semana. Sei que não foram muitos dias, mas ele aparenta ser daqueles que fica louquinho para ver qualquer problema somente para aumentar os fatos depois. Aposto que se pabula só em deixar a mulher molhada num oral, achado que é excitação quando não passa de saliva.

— Grace.

— E o que ela quer comigo? — Harry franze o cenho.

— Que pergunta mais idiota. Ela quer você.

— Ah. Mas eu não estou disponível.

— Por quê? Está com essa daí? — O loiro me olha com desprezo.

— Presta atenção em como se refere a Laila. — O tom do moreno é grosseiro. — Ou você vai ser ver comigo. Fui claro?

Pelo tom de voz, a coragem de olhar para o meu vizinho passa longe.

— Claro como cristal. — Ele ergue as mãos, em sinal de rendição. — O recado está dado. — E se afasta.

— Eu vou ver o que a Grace quer e já volto.

Eu somente concordo, recebendo um beijo na testa. Observo Harry se afastar, com a bolsa carteiro no ombro e suspiro.

— O que houve? — Mia questiona e eu a olho.

— Grace quer o Harry. Quanto tempo mais acha que duramos?

— A vida inteira.

— Mia, eu sou virgem — murmuro. — A Grace, não, pelo que deu a entender. Harry não é, disso eu não tenho dúvidas.

— Você acha que ele pode terminar por causa do sexo? — Ela fecha a cara. — Então deixa que ele vá.

— Sinceramente, eu acho que não. Ele havia dito a mim que estava sem sexo há um tempo... Talvez... — Suspiro outra vez. — Por estar sem há esse referido tempo, pode ser que ele vá atrás dela.

— Eu sinto muito.

— Foi bom enquanto durou. As pessoas dizem que sexo é bom demais para que alguém aceite passar tanto tempo sem.

— Olha, eu chego a ficar numa boa. — Mia dá de ombros. — Mudando de assunto. Seus exercícios físicos malucos estão surtindo efeito, hein? — Ela me faz dar uma voltinha e eu sorrio.

— Está gostosa — diz um rapaz, ao passar por nós duas e eu o vejo esbarrar no Harry. — Olha por onde anda.

— Do que você a chamou? — O tom de voz do Harry não é do mais doce.

— Não é da sua conta.

— Vai pedir desculpas antes que eu quebre seus dentes.

— É a sua garota?

Harry me olha.

— Isso não significa que você deve sair assediando as mulheres por aí.

— Eu elogiei.

— Isso não é elogio. Vai se desculpar ou eu realmente quebro seus dentes.

O rapaz se aproxima.

— Desculpe. Eu não tive a intenção.

— Tudo bem. — Dou de ombros e ele se afasta outra vez. — Obrigada — murmuro.

— Você está bem? — Harry pega uma mecha do meu cabelo e enrola no seu dedo indicador.

— Sim.

— Podemos conversar em particular?

— Vai lá. — Mia incentiva e eu me afasto com ele.

— Antes que as pessoas aumentem o que de fato aconteceu, eu vou ser honesto com você — diz e eu espero. — Grace tentou me beijar, mas eu a impedi. Não tenho interesse algum nela.

— Se quiser transar com ela, sem problemas. — Eu cruzo os braços, numa forma de me proteger. — Paramos por aqui.

— Eu não quero parar, porque eu não quero transar com ela. — Harry sorri e eu tento não me derreter. — Não quero mulher nenhuma além de você.

Há tanta convicção no seu tom de voz que eu poderia ofegar, se isso não fosse entregar os pontos. Eu concordo.

— Está bem. Sabe que, quando não quiser mais, é só me falar.

— Eu sei, meu doce. — Ele afaga minha maçã. — Não precisa se preocupar.

Voltamos para junto de Mia, que agora está com o restante do pessoal.

***

Kiss Me Thru The Phone? — Mia questiona e ergue as sobrancelhas, em claro sinal de surpresa. — Essa relíquia está na sua lista de músicas? Fala sério.

Eu sei. Essa música tem quase dez anos, mas eu adoro o ritmo dela. Eu concordo, pego meu antigo celular de volta e coloco para reproduzir. Estamos na casa noturna de sempre, na área VIP e por estar tocando uma música cuja eu não estou prestando atenção, aproximo o aparelho da orelha e começo a dançar no ritmo da introdução. Isaac segura minha mão e me ajuda a subir na mesinha de centro, diante do sofá onde o pessoal está acomodado.

Eu canto, sem me importar com nada, fazendo pessoal rir. Rebolo, descendo somente um pouco, porque a saia justa e curta demais me impede. Sem contar que eu não quero ninguém vendo minha calcinha.

— Vai, Laila. — Charlotte incentiva e eu rebolo, descendo em seguida, afastando um pouco as pernas.

— Não vale nada! — Mia grita e bate palmas.

Ao fim da música, eu devolvo o aparelho a ela, enquanto meu pessoal aplaude. Desço da mesa com a ajuda do Aidan dessa vez.

— Você arrasa! — Amelie ergue as mãos e eu bato as minhas contra.

— Anitta? Eu não sabia que você gostava. — Comenta a morena.

— Nem coloca aí ou eu faço quadradinho de quatro.

— Você sabe fazer? Ah, não, me ensina.

Eu ouço justamente Sim Ou Não da Anitta com Maluma iniciar. Puxo Mia para a pista e nós começamos a dançar. Eu mostro a ela como fazer, e ela ri das suas tentativas. E eu já emendo Sua Cara, do Major Lazer com a Anitta e a Pabllo Vittar. Eu canto também e quando percebo, estou cercada pelos meus amigos, numa espécie de roda. Eu me entrego totalmente à batida da música, fazendo o quadradinho de quatro e o pouco que lembro da coreografia que Anitta disponibilizou, mas tendo o devido cuidado com a minha raba e saia.

— Pisa menos! — Exclama Lottie e eu rio.

— Vou pegar uma bebida — digo, ao fim da música.

Afasto-me do pessoal e vou até o bar. Sento no banco alto, já que a maioria das pessoas está na pista e aliso a saia, que está na metade das minhas coxas. A camisa que eu estou usando é de botão, estampa quadriculada e mangas compridas, que foram perfeitamente dobradas até abaixo dos cotovelos pelo meu perfeccionista favorito. Ousadíssima como eu estou me sentindo essa noite, estou com três botões abertos e sem sutiã. Meus cabelos estão com lindas ondas, mas eu julgo já estarem assanhados por causa da dança.

— O que deseja? — Questiona o barman.

— Cosmopolitan, por favor.

Ele concorda e eu o observo preparar.

— Achei você.

Eu olho na direção da voz e coro ao encontrar o homem da segunda-feira, cujo Lottie falou sobre. Seu sorriso é tentador e eu tento regular meus batimentos cardíacos. Ele pede algo a outro barman e me olha.

— Eu não sabia que estava me procurando. — Coloco meus cabelos atrás da orelha e sorrio.

— Desde terça-feira, eu diria.

Eu tento não corar.

— Aqui estou. — Indico-me e pego a taça assim que o barman me oferece. — Obrigada. — Sorrio para o loiro e volto minha atenção para o moreno. — Em que posso lhe ser útil? — Beberico do meu drinque.

— Quero lhe parabenizar pela dança. Foi um espetáculo e tanto.

— Obrigada.

— Pode parecer ridículo, mas é uma curiosidade mesmo. — Ele sorri e balança a cabeça em negativa. — Você vem sempre aqui?

— Sem dúvidas. Vim mais vezes do que eu tenho dedo para contar.

— E como nunca te vi?

— Ou você viu e não lembra. — Dou de ombros e bebo mais um pouco. — Nunca se sabe.

— Tem razão. Além do mais, é grande.

— Exatamente.

— Desculpe a minha falta de educação. — Ele me estende a mão assim que o barman coloca sua caipirinha no balcão. — Cameron Frankie.

— Laila Vidal. — Cumprimento-o.

— Ah, você não é daqui.

— Não. Brasileiríssima.

— Quando chegou? — Ele bebe sua caipirinha.

— Início do ano. Você faz o quê?

— Estou no último ano do doutorado em engenharia civil.

— Nossa! Que maravilha.

— Sua graduação é em quê?

— Negócios. Eu trabalho na CCC desde que eu cheguei.

— Mesmo?!

— Sim. Sou vizinha do Harry Carter.

— Eu achei que fossem namorados, mas isso agora explica porque estão sempre juntos.

Eu tento não tencionar. Até porque Harry e eu realmente não somos namorados. Eu e minhas inúmeras tentativas.

— Pois é. — Eu termino o meu cosmopolitan. — Eu vou dançar. Não sei ficar muito tempo sem fazer.

Ele vira o copo e me segue em direção à pista. Eu poderia cair de joelhos só de ouvir a introdução de Momentum, do Don Diablo, mas eu simplesmente vou me rendendo. Eu me viro para o moreno e ele sorri, se aproximando de mim.

***

— Espero que tenha se divertido dançando com aquele cara — diz Harry, quando eu volto para o grupo sozinha.

— Ah, eu me diverti sim. — Sorrio e pego o seu copo de tequila. — Vou aproveitar a noite, querido. Ao máximo. — Bebo tudo de uma vez. — De um jeito ou de outro. Estou indo para pista.

— Vou com você. — Lottie levanta num sobressalto e se apressa até mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu estou adiantando o próximo.
Espero voltar dia 10.
Até lá



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oposto Complementar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.