Oposto Complementar escrita por Tai Barreto


Capítulo 42
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas.
Eu sei que estou devendo respostas nos reviews, mas foi que que eu fiquei sem tempo.
Consegui finalizar esse capítulo a tempo.
Já sei o que fazer no próximo, então acho que volto até o dia cinco.

Sem mais, boa leitura.



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Tem um mês que Harry e eu estamos juntos e ninguém além de nós dois sabemos desse fato. Não mudamos o nosso comportamento, já que algumas pessoas diziam que namorávamos sem nos beijar. Hoje em dia, nos beijamos sem namorar. Eu fiz o ensaio com o Joseph, sem ter estresse algum com Harry, do contrário, eu não estaria com ele ainda. Eu não vi necessidade de ele sentir ciúmes de uma pessoa que... Sinceramente, havia uma possibilidade sim de eu me envolver com Joseph, mas ela foi por água abaixo na noite em que Harry e eu decidimos tentar. Foram mais de sete meses num relacionamento meio namoro meio amizade e irmandade e agora, finalmente demos um norte a isso.

No dia, eu fiz a prova para entrar na Universidade de Oxford e eu não poderia estar mais feliz por ter obtido resultado. Claro que eu não fui com a cara e a coragem. Estudei demais, com a ajuda do Harry, claro, que tinha noção de como seria a prova e aproveitou para estudar e iniciar o seu doutorado. Eleanor e George choraram de emoção por termos conseguido dar mais um passo com relação aos estudos.

Meus pais biológicos? Bem, ele ficou extremamente feliz, chorou comigo, já mamãe disse que eu não fiz mais que minha obrigação, pois vim para cá com essa finalidade e espera que eu faça o meu melhor ao longo dos anos de estudos vindouros.

Agora, eu visto uma jeans escura, uma camisa de mangas cinza mescla, calço tênis e pego minha mochila. A ansiedade está me matando. É meu primeiro dia de aula e eu já tomei meu café da manhã na melhor companhia que eu poderia ter.

Saio do quarto.

— Vamos, meu doce? — Harry questiona, entrando novamente.

— Claro. — Termino de descer as escadas.

Eu ganho um beijinho e nós saímos do apartamento. Realmente nosso relacionamento não mudou. Somos os mesmos do início do ano, levemente melosos, graças a mim. Na garagem, entramos no seu carro e rumamos para a universidade.

— Ansiosa?

— Ainda pergunta? — Eu rio. — Sem dúvidas, amor.

— Sabe que pode contar comigo, não é?

— Sei sim. Não se preocupe com isso.

— Quando sair, me espere próximo ao meu carro. Eu não sei se sairei antes ou depois, mas é o nosso ponto de encontro. O local é imenso, meu doce, e você se perde demais em devaneios.

— Eu sei.

— Tenha cuidado. Você pode me ligar a qualquer instante. Não hesite.

— Harry, eu não sou nenhuma criança indefesa. — Eu rio. — Eu só lamento não poder almoçar mais com nossos pais.

— Meu doce, perto de mim, se refira a eles pelos nomes, por favor. Eu sempre sinto que estou cometendo incesto.

— Que exagero. — Reviro os olhos. — Nem ligação sanguínea nós temos. Para já com isso.

— Eu estou falando sério, Laila.

— Eu também. — Olho-o. — Sua ideia é ridícula.

Harry suspira. Quando finalmente estaciona, eu retiro o cinto.

— Excelente primeiro dia de aula para você — diz e eu o olho, ganhando mais um beijinho.

— Para nós.

Saímos do carro e ele se aproxima de mim. Olhamos as pessoas ao redor. Chegamos com meia hora de antecedência, pois eu queria me familiarizar com o local. O prédio é prepotente e as pessoas que transitam por aqui parecem terem sido contagiadas por tal coisa.

Inspiro fundo e arrumo as alças da mochila nas costas.

— Bem. Vemo-nos no almoço. — Harry aperta levemente a minha mão.

— Pode deixar.

— Não esquece que eu te amo.

— Eu também te amo.

Ele beija a minha testa e se afasta. Eu inspiro fundo, tentando tomar mais um pouco de coragem e ao dar meu primeiro passo em direção ao prédio, esbarro em alguém.

— Desculpa. — Pedimos ao mesmo tempo e a risada feminina e melodiosa me cerca.

— Tudo bem, querida — diz a loira. — Essas coisas acontecem. Ainda mais quando se é novata.

— É tão óbvio assim que eu sou uma?

— Eu estava falando de mim. Não sabia que era uma.

— Somos duas, afinal. — Sorrio. — Laila Vidal. — Estendo a mão.

— Amelie. — Ela me cumprimenta. — Graduação em psicologia.

— Graduação em negócios.

— Então cola em mim e nós seremos felizes. — Seu sorriso é imenso e eu retribuo. — Vamos?

— Claro.

Vamos em direção ao prédio.

— Minha intenção era mesmo esbarrar em você — diz, com sinceridade. — Eu sou uma ridícula, eu sei.

— Por quê?

— Eu te achei uma fofa. Além de ter visto você ao lado do filho dos Carter. Harry, não é?

— Sim. — Eu concordo.

— Depois que me disse seu nome, eu lembrei que eles te apresentaram como a mais nova membro da família.

— Eles são maravilhosos comigo. — Eu desvio de um garoto com a cara enfiada num livro. Eu espero que ele saiba para onde está indo.

— Não tenho dúvidas, mas, me conta, como conheceu os outros três mais poderosos daqui?

— Conheci Damon numa cafeteria perto da Carter. Depois ele me apresentou a Holly e Fred.

— Como eles são?

— Igualmente maravilhosos. — Subimos a escada. — Eu passei um tempo em Denver com Damon e foi tão bom.

— Ele, em total black, é a minha perdição.

— A de muitas mulheres, querida. Acredite.

***

Cheguei. Tô preparada pra atacar. Quando o grave bater eu vou quicar. Na sua cara eu vou jogar, a, a, e rebolar, a, a. Eu estou me segurando para não me render à letra da música, enquanto espero por Harry Carter. Amelie foi para a sua sala e eu, a minha, em lugares diferentes. Conheci algumas pessoas novas, graças ao fato de eu ser fácil demais de fazer amizade. Eu deveria estar fazendo a parte da Pabllo. Só nos agudos. Ela arrasa demais. E eu não ligo para o fato de essa música ter lançado o clipe há quase um mês. Eu estou ansiosa para ver o clipe de Corpo Sensual, dela com o Mateus Carrilho, da Banda Uó.

— Laila! — Charlotte, minha colega de classe, acena para mim.

Ela deu sorte de eu não estar com a música no último volume.

— Lottie. — Eu retiro os fones, depois de pausar o hino pelo qual eu anseio, justo no refrão da Pabllo. — Pensei que já tivesse ido.

— Oh, não. Eu achei um deus grego e queria te mostrar. — Ela ri e o indica discretamente.

Por que foi que a humanidade parou de crer em deuses gregos? Eu deixo meu queixo cair descaradamente, diante do homem gostoso que se aproxima. Eu me abano e lembro do refrão.

Vai passar mal, viro sua mente com meu corpo sensual.

— Oh, deuses! — Acompanho-o com os olhos.

Ele parece se mover em câmera lenta. Os cabelos são castanhos, com uns fios compridos na parte de cima, os olhos escuros, a pele alva. Olha só aquela bunda. Eu quase ouço chamar meu nome. E essa jeans justa nessas coxas? Pelo amor dos deuses, me dá uma chance.

— Sabia que você ia gostar — murmura Charlotte, ao meu lado.

— Ele está em slow motion, não está?

Ela ri.

— O que houve aqui? — Amelie questiona.

— Aquilo. — Eu o indico na maior cara de pau, enquanto ele guarda a mochila no banco de trás do carro. Um sedã preto. — Minha boca ficou seca.

Ele nos olha e eu dou um pequeno sorriso, recebendo um imenso de volta. Quer dizer, se é que foi para mim.

— Ele sorriu para você. — O tom de voz da Lottie é de machucar os tímpanos. — Oh, deuses. Vai lá. — Ela me empurra na direção.

— Ficou louca? — Eu paro. — Não. Não foi para mim.

— Claro que foi. — Amelie concorda com a morena.

— Parem já com isso. — Eu as repreendo. — Eu estou esperando o Harry para ir à empresa. Eu ainda tenho trabalho.

— Deixa de ser boba.

Eu me viro para elas, dando as costas para ele, completamente sem graça.

— Se realmente foi para mim, em outro momento, ele virá me procurar. — Eu empino o nariz e cruzo os braços. — Amelie, Charlotte, Charlotte, Amelie. — Apresento-as.

As duas se cumprimentam e eu vejo Harry se aproximar, com o seu grupo de amigos de sempre.

— Saidinha para a casa noturna de sempre nessa sexta-feira — diz Mia, já passando o nome para as duas que estão comigo.

— Mas já? — Eu ergo as sobrancelhas.

— Claro que sim, amorzinho. Precisamos comemorar.

— Vocês perderam a troca de olhares por aqui — diz Lottie e eu belisco sua cintura discretamente. — Ai.

— Entre quem? — Mia bate palminhas. — Adoro lance de início de aula.

— Dois novatos ali na frente. — Eu olho ao redor, procurando o moreno. — Já devem ter ido embora.

— Que pena.

— Eu preciso falar com a Lottie rapidinho. — Puxo-a para longe do pessoal. — Não comenta esse tipo de coisa na frente do Harry.

— Por quê? Estão juntos por um acaso?

— Não. Eu só não gosto de comentar sobre isso na frente dele.

— Está bem. Desculpe.

— Não repete, por favor.

— Pode deixar.

Voltamos para junto do pessoal, demoramos somente mais dez minutos e Harry e eu vamos para a CCC.

— Entre quem foi essa troca de olhar? — Harry questiona, depois de um tempo e eu dou de ombros.

— Não os conheço. Eu nem tinha visto. Charlotte quem mostrou.

— Ela ficou tão empolgada que me pareceu que conhecia um dos dois.

— Eu não sei, Harry. Vai ficar insistindo mesmo depois de eu ter respondido tudo o que eu sabia?

— Não. Desculpa. Eu só mencionei a empolgação dela. Isso me fez lembrar de você, no início do ano.

— Antes de ter sido machucada duas vezes por você.

— Tem razão. Desculpe.

— Tanto faz.

— Eu não quis a deixar chateada, Laila. Eu amo você.

— Ama tanto que esperou que Olivia fizesse o que fez, junto a minha viagem e surgimento de um possível romance, para perceber.

— Não, eu não esperei isso tudo. Eu só relutei porque já havia machucado você demais. Eu não queria piorar a nossa situação.

— Beleza. — Eu saio do carro assim que ele estaciona e vou em direção ao elevador.

— Beleza? — Harry vem logo atrás. — Eu temi não atender às suas expectativas.

Aceno para Donald e ele sorri imensamente para mim.

— Eu nunca fiz de você um príncipe encantado. — Eu olho Harry. — Sempre foi o mais perto da minha realidade. Essas coisas de pessoa ideal, dos sonhos e tudo o mais nunca existiu quando o assunto é você.

Chamo o elevador e assim que as portas se abrem, eu entro e ele se junta a mim. Saio no meu andar, sem me importar com absolutamente nada além de iniciar o meu trabalho.

***

— Vai ser maravilhoso — diz Mia, enquanto eu preparo o jantar. — Estou tão empolgada e você?

— Sendo sincera com você, não muito.

— O que houve?

Eu suspiro. Essa coisa de me envolver com Harry às escondidas, sem ter alguém com quem conversar está me matando. Eu preciso falar com alguém e minha irmã é a última pessoa com quem eu faria, graças a sua cobrice, já que ela é muito falsiane e provavelmente diria ao mundo inteiro. Minha mãe não se importaria. Marcela tem estado ocupada com seu novo trabalho. Eu não tenho esse tipo de intimidade com Bruno. Os garotos do nosso grupo ficariam chateados com Harry por ter me deixado chateada hoje e só me resta Mia. Não que ela seja uma opção ruim, mas é a única que conhece a ambos e que eu sei que vai ser manter o mais neutra possível.

— Eu preciso te contar uma coisa. — Coloco o macarrão na água e me sento ao seu lado. — E que mantenha isso em segredo.

— Darei a minha vida se for preciso para manter.

— Por favor, Mia, seja o mais neutra possível.

— Pode deixar.

— Tem um mês que Harry e eu decidimos tentar.

— Oh, meu Deus! — Exclama, arregalando os olhos. Mia levanta num sobressalto e começa a correr pelo meu apartamento. Eu aproveito seu surto para mexer o macarrão e quando ela senta outra vez, está ofegante. — Que notícia maravilhosa. Eu estou tão feliz por vocês.

— Obrigada. — Dou um pequeno sorriso.

— Mas algo que ele fez te chateou.

— Exato. — Concordo mesmo sem ter sido uma pergunta.

— Pode me contar, se quiser.

Eu conto a conversa que tive com ele dentro do carro, num murmúrio, por haver uma grande possibilidade de ele aparecer a fim de se desculpar, mesmo ele odiando errar e consequentemente, admitir erros.

— Eu sei que pode parecer bobagem para qualquer pessoa, mas...

— Ele esperou demais e você não se tocou que sentia algo por ele antes. — Mia completa quando eu me interrompo e eu concordo.

— Justamente. Eu fui muito machucada. — Sirvo-nos com o tradicional espaguete à carbonara e sento à mesa. — Lembra do que a Olivia fez comigo?

— Claro que sim. — Mia enrola o macarrão e come. — Eu nunca gostei muito dela.

— E tinha uma grande chance de eu tentar algo com o Joseph, mas eu... — Suspiro. — Sou completamente apaixonada por ele. E isso vem desde quando eu cheguei aqui. — Como um pouco.

— Isso está divino. — Ela come mais, gemendo. — Pelo amor de Deus.

— Obrigada.

— O desgraçado é gostoso mesmo. O Harry.

— Ainda lembro de como o vi pela primeira vez. E mesmo ele dando dinheiro para uma garota de programa estava sexy.

— E quando ele fumava.

— Chega, Mia. Eu preciso dormir essa noite

Ela ri alto e a porta do meu apartamento é aberta.

— Sigilo total — murmura e eu concordo.

— Ei, meu doce. — Harry se aproxima e beija a minha testa. — Mia.

— Oi, garotão. — Ela sorri para ele e continua a comer.

— Pensei que fôssemos jantar juntos. — Ele puxa a cadeira e senta muito próximo a mim.

— Foi mal. Eu estava faminta e Mia chegou e me ajudou. Achou que eu fosse esperar sua boa vontade?

— Desculpe.

Eu suspiro.

— Eu quem devo pedir. Fui grosseira. Eu posso preparar algo para você.

— Fica tranquila. — Ele coloca uma mão nas costas da cadeira onde eu estou sentada e começa a afagar minha nuca. — Depois eu faço um lanche. Estava trabalhando e comi umas bobagens.

— Tem certeza? — Eu seguro o ronronar, seguido do gemido quando ele puxa o cabelo por ali.

— Absoluta. Termine sua refeição. Eu vou estar no sofá. — Harry beija a minha testa e se afasta.

— Eu passo mal — murmura Mia e eu balanço a cabeça em negativa, querendo me dar um norte.


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