Bella havia se decidido por cursar a faculdade de medicina para, assim como Carlisle, salvar vidas ou, ao menos, aliviar o sofrimento de outras pessoas. Por influência do convívio com Alice, havia se decidido por fazer residência em psiquiatria.

Desde a primeira semana de aula, Bella dedicava-se incansavelmente ao curso. Eram 6 anos de sua vida… apenas 6 anos que poderiam salvar muitas vidas depois. E, mesmo após ter sido transformada, ainda sentia a necessidade de se dedicar bastante ao estudo para obter o resultado almejado. Edward fazia o curso de Música, mas estudava junto de Bella no intuito de ajudá -la e percebeu que também teria que estudar bastante. E era por isso que ambos se encontravam na biblioteca naquela sexta feira a noite. Estudar mais… tentar aprofundar as questões que haviam sido tratadas na aula de anatomia.

E foi no momento em que procuravam o livro texto na biblioteca que Edward acabou por perceber uma presença estranha. Era uma habilidosa. Seguindo o rastro da pessoa, depara-se com uma mulher de cabelos castanho-avermelhados, magra e de baixa estatura olhando diretamente para ele. Ele lia a mente dela evia os próprios pensamentos. Aquela jovem estava a ler sua mente e usava aquela habilidade de leitura como um escudo para atrapalhá-lo a ler a dela. Conseguiu ler pouquíssimas coisas antes do bloqueio de mente dela chegar ao completo e ele não conseguir ler mais nada. Havia captado pouca coisa, mas extremamente… instigante. Aprimorados? Hydra? Shield? Edward estava impressionado. E eis que de repente, uma sensação agradável invade sua mente. E algo o chamava entre as prateleiras à sua frente…

Edward caminha para entre as prateleiras e o cenário ao seu redor muda. As estantes se tornam macas e a bibliote a se torna a enfermaria onde estava internado em 1918. Mas na maca no fundo não era a dele.

Continuava a caminhar a via Carlisle diante da maca, tirando a temperatura de uma paciente… a mãe de Edward.

— Você está se desgastando demais. Precisa ficar de repouso. - falava Carlisle verificando o termômetro.

— Me prometa que fará de tudo para salvá -lo. ME PROMETA! - fala a mulher, inicialmente calma, mas terminando a fala com um evidente desespero que tomava seu peito de tal forma, que transparecia até em seu cheiro.

Edward sentia o cheiro de seu desespero. Queria poder acalmá-la, apoiá-la, simplesmente lhe dar um abraço e nunca mais se separar dela. Mas sabia que não era isso que aconteceria e a dor de estar de pés e mãos atados diante do sofrimento de sua mãe era demasiada grande

— Eu prometo! - fala Carlisle calmamente

O corpo da mulher começa a se contorcer convulsivamente. Carlisle tenta segurá-la, mas era como segurar ovos. Se ele medisse errado a força, poderia machucar mais ainda a enferma. Quando seu corpo se acalma, percebe-se que ela não respirava mais. Desesperado, Carlisle tentava revivê-la, mas sem sucesso. Edward percebia que, por mais que Carlisle fosse obstinado, com cada morte era um abalo emocional a mais e o médico estava emocionalmente exausto com mais essa morte. Conhecendo o pai adotivo do jeito que conhecia, sabia o quão em frangalhos ele estava. Mas não era só ele a estar despedaçado por dentro. Edward também estava. Ver a morte da mãe o fez desenterrar de seu peito toda a dor que sentia desde a perda… e toda a saudade que sentia dela. A dor atravessava seu peito como uma lança… até que sente um soco forte no rosto. Era Bella. Edward olhava assustado ao redor, estava novamente na biblioteca.

— Tá tudo bem? - pergunta a morena

Edward concorda com a cabeça. Mas no fundo não estava. Não conseguia se desligar da morte da mãe... e para sua família isso era evidente. Era tão evidente que decidia abrir o jogo para todos eles logo no dia seguinte. Os Cullen viajaram para Forks para visitar Charlie e, em determinada altura da tarde, quando todos os Cullen estavam reunidos na cozinha preparando um almoço para Charlie, Edward acabou contando tudo.

— Você ficou estranho ontem na biblioteca. - fala Bella

Os demais Cullen fitam Edward de imediato.

— A loirona tava lá? - pergunta Emmett rindo

Mas o rosnado que sai da garganta de Rosalie faz o riso dele morrer na hora.

— Aconteceu algo? Que história de loira é essa? - pergunta Carlisle preocupado

— Uma sirigaita de quase dois metros que o Emmett ficou babando. - fala Rosalie emburrada

— Tem algo diferente nela. - fala Jasper

— Tem um bloqueio na mente e o cheiro dela não é humano. Mas não é uma de nós e nem uma loba. Alice disse que o rosto dela é familiar, mas não consegue se lembrar de onde a conhece. - fala Bella

— Sofri um ataque mental ontem na biblioteca. A garota de cabelo castanho avermelhado não apenas lia meus pensamentos como conseguiu manipular toda a minha percepção de realidade. Ela via minhas memórias. Não sei até onde ela sabe de mim. Mas me obrigou a ver a morte da minha mãe. - fala Edward preocupado

— Acha que ela sabe da gente? - pergunta Carlisle

— Não sei. Consegui ler algumas coisas dela. Desconexas... tratava-se de aprimorados, Hydra, Shield, iniciativa Vingadores... não faço ideia do que sejam essas coisas. - fala Edward

— Precisamos investigá-las. E a tal loira? - pergunta Carlisle

Edward fita de canto de olho pra Alice e ela retribui o olhar.

— Ela não é uma ameaça. Já conversei com ela. Vamos no shopping terça feira comprar roupas. O nome dela é Maria, fazemos o mesmo curso, ela é nativa siberiana, vegana e... sofreu um acidente algum tempo atrás, não se lembra de nada antes dele. Tem 21 anos. - fala Alice

— Já viraram amigas? - pergunta Rosalie

— Sim. Ela é bem legal... a questão do cheiro é verdade. Mas estou preocupada porque eu a vi junto da Jane. Semana passada. Achei que ela seria atacada pelos Volturi, mas ela apareceu vivíssima no dia seguinte na aula. - fala Alice

— Uma humana dos Volturi? - perguntou Bella

— Ela não parece humana. Essa outra me pareceu mais ameaça. A morena que te atacou. - fala Esme apontando para Edward

— Vamos ficar de olho nela. - fala Jasper