Número 1, risco na parede

Você sempre quis ser o primeiro

O oitavo, septuagésimo

Qual a graça de sentir-se distante?

Número um, dois, três

Você não entra nessa contagem

Mas já parou para pensar

Qual a graça de ser um iniciante?

Ah, não, porque você diz

Que o primeiro só pensa nele mesmo

Só que ele está ali na dele

E sua inveja carnal, que o dilacera?

Número 1,

Seta que não aponta.

Risco sem ponta,

É para baixo ou para cima?

Responsabilidade que oscila,

Nas mãos do pobre primeiro.

Isolado desordeiro

Que nos eventos corriqueiros

Guarda para si o sôfrego suspiro.

Número 1, inicio

A partir de agora, meus cumprimentos.

Você que comanda

Você que acorda

Que aguenta a discórdia

Que não pode fazer nada.

Número Um, incapaz...!

Sozinho já é demais

Mas essa é a vida,

Primeiro,

Segundo,

E terceiro.

E sempre.