Since Hate escrita por natyL


Capítulo 2
Not About Angels


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, voltei!
Espero que gostem desse capitulo, ele foi feito com amor ♥
Comentem por favor.
XOXO, NatyL



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Eu sabia que era ele e sabia que ele não estava sozinho, existiam os prós e os contras de ser da realeza, os prós eram os luxos e os contras eram apenas viver. Eu não entendia Omo um pai poderia ser tão rude como o rei era. Eu detinha medo desde pequena, já fui açoitada e pisoteada, já visitei maquinas de tortura e fiquei dias sem comer, ele era o diabo em pessoa, meu pior pesadelo.

Os passos se intensificaram e eu já podia senti-lo mais perto, então os passos cessaram e a sombra do seu corpo estava dentro de meu quarto, eu estava com medo, me encolhi na cama e logo ouvi o chicotear da cinta e senti a ardência nas minhas costas, prendi o choro e o grito. Mais uma cintada, eu prendi de novo. Mais uma e tentei prender outra vez... Não consegui!

Eu urrei de dor, com a certeza de que toda a casa ouviria, e as lagrimas quebraram meu rosto enquanto o diabo me batia com força.

—-//--

No outro dia as criadas vieram ao meu quarto limpar minhas feridas, eu não havia conseguido fechar os olhos à noite, fiquei acordada chorando até ver o primeiro raio de sol matutino.

—Dona Elena- uma criada perguntou- Eu sinto muito.

—Não sinta Meredith- sorri um sorriso vazio- Sinta pena dele, que queimará no fogo do inferno, não minha.

Meredith estralou os olhos e fez o sinal da cruz, como se quisesse anular o que eu disse, mas quem ela pensa que é? Deus?

—Senhora- ouvi a voz de Damon na porta e tentei me mexer para que ele não visse as feridas, mas foi em vão.

—Damon?- perguntei confusa.

—Mi lorde- Meredith fez uma reverencia.

—Se poupe Meredith, ele não vale o seu tempo- me deitei novamente de bruços.

—Pode ir... Meredith?- Perguntou tentando saber o nome dela, ela apenas assentiu sorrindo- Sim, Meredith! Eu cuido de Elena.

Arregalei os olhos, o que? Não!

—Não mesmo, fique Meredith, esse imundo não irá tocar em mim!- disse decidida.

—Foi ordem do seu rei, Meredith- sorriu diabólico- A não ser que queira acabar como Elena, sugiro que obedeça.

Logo ouvi os saltos de Meredith martelar o chão, se dirigindo para fora do quarto, revirei os olhos.

—Então, Elena!- Senti o pano frio nas minhas costas- Espero que saiba... Casaremos-nos mês que vem, não quero uma esposa desobediente, você sabe, não é?- revirei os olhos.

—Eu nunca vou me submeter a você, submissão requer amor, e sabemos que isso é o que menos temos!- fiz uma careta de dor.

—Sabe Elena, nunca pensei que fosse dizer isso- Pressionou fortemente o pano molhado em minhas feridas me fazendo urrar de dor.

—Damon! Pare... - pedi quase chorando, ele se aproximou do meu ouvido e disse com o tom mais desprezível.

—Eu acho que seu pai te bateu pouco- seu sorriso era maldoso e eu o queria arrancar da face com as unhas, mas não! Não irei o fazer.

—Que você queime no fogo do inferno, Damon Salvatore!- a raiva pesava em minha voz.

—Se eu for você vai também, querida!- Ele pressionou mais uma das minhas feridas, senti o sangue escorrer.

Logo ele se levantou e me deixou na cama, sofrendo com minha própria dor. Eu estava perdida, me afogando em um mar sufocante de obrigações, sempre foi assim, eu sempre fiz parte das jogadas, meu nascimento foi planejado para se resumir nesse dia, o dia em que eu conheceria o homem que faria a aliança entre os reinos, apenas para sermos ainda mais fortes.

Era minha obrigação? Sim, era.

Eu queria fazer? Não, eu queria fugir!

Mas quem disse que me seria permitida essa dádiva? Ninguém! 

Eu senti as piores dores hoje, a dor do abandono, desamor, a dor de se sentir um objeto, a dor de saber que seu pai te vê como uma peça de xadrez, a dor física nem se comparava com todo o resto no momento. Senti mesmo diversas delas que não se explicam, mas quem irá se preocupar com a minha dor além de mim mesma?

Nada nunca fez sentido mesmo Elena! Levante da cama e seja forte...

Após a volta de Meredith ela terminou de me ajudar com os machucados e logo que a mesma terminou me levantei, me vesti com dificuldade, mas desci as escadas com a pose mais triunfante, nunca dei o gosto de me verem desabar, afinal as únicas pessoas que conhecia eram os reis, os criados e meus primos.

Quando eu tinha 10 anos eu aprendi algo, quando alguém te bate de um lado da face, você vira a outra, porque o gosto de saber que você nunca será como quem te bateu é muito melhor do que o gosto da vingança.

Quando pousei os pés no chão de madeira eu senti todos me olharam, não entendia as manias dos convidados do rei, eram todos estranhos.

—Elena, esperávamos todos por sua presença- A mãe de Damon sorriu gentil, quanta gentileza havia mesmo ali? Era o mesmo tanto de falsidade?

Todos naquela sala para mim eram falsos agora, todos sabiam desde o inicio, Damon foi o único que deixou escapar.

Sorri de volta cínica e breve.

—Aqui estou- Disse sentando no sofá bordado a mão pela minha tataravó, assim que sentei, eu fiz uma careta de dor, mas não transpareci muito.

— Agora continuem a conversa, parecia empolgante. Oh! A não ser claro que seja sobre mim, porque seria uma coisa vergonhosa falar a verdade para alguém, não é mesmo rei?- Fitei o rei que me olhava com fúria.

—Não seja por isso senhorita Elena- Disse novamente gentil, qual era o problema daquela mulher?

—Estávamos mesmo falando em você, sobre o seu casamento com meu filho.

—Ah claro, o qual ambos não concordam?- perguntei- A propósito, rainha, você sabia que está destruindo a minha vida e a do seu filho também?- O rei me chamou a atenção.

—O que? Vai me mandar calar a boca? Não vou! Você não tinha o direito- Disse calmamente, com a maior falsidade no tom de voz.

—Como você é mimada!- disse Damon, o fitei de olhos semicerrados.

—Como ousa? Atrevido!- proferi as palavras com uma raiva incontrolável e foi o estopim.

—Elena, chega! Ou você se porta como uma dama decente, ou eu te tranco no seu quarto até o dia do casamento!

—Mas eu NÃO QUERO me casar com esse... Esse... Argh!- me exasperei, sem perder a pose, é claro!

—CHEGA! Você se casará, QUERENDO OU NÃO!- enfatizou firmemente, quando senti que as lagrimas empurravam as pálpebras para escorrer pelo meu rosto eu levantei- Vá para o seu quarto, Elena, AGORA!

—Acho melhor vocês dois terem mais uma filha, pois acabaram de perder essa- disse saindo do recinto.

Quando passei pela porta para os fundos da casa me permiti chorar baixinho, enquanto caminhava em direção ao meu lugar, quando cheguei sentei embaixo da árvore que eu mesma havia plantado, plantei metade do jardim, mas adorava aquele lugar, havia uma vista para o lago que tínhamos no castelo, ele era lindo, refletia as nuvens do céu, havia flores, rosas mais especificamente, plantadas perto da margem. Era lindo demais! Encostei-me a arvore e chorei baixinho.

Eu acabei desfazendo o meu penteado e me deitei na grama, chorei respirando o lugar que eu mais amava, onde passava os momentos mais difíceis, mas aquele momento não era difícil, era impossível! Era totalmente impossível de lidar com aquele momento, com essa situação ridiculamente esdrúxula. Eu sabia que aconteceria, mas... Eu pensei que... Seria apenas com o futuro rei e... Preciso mesmo me casar agora? Quais as chances de tudo não passar de um sonho? Nenhuma? Acho que sim...

Rolei na grama olhando para o céu, as nuvens eram tão livres, tão lindas dançando no céu... Mas mesmo assim um dia elas se transformarão em chuva e cairão do céu, me sinto como se fosse à chuva, presa em forma de nuvem, pensando ser livre, porem presa, que dia irei eu me libertar dessa nuvem? Nunca? 


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Notas finais do capítulo

XOXO, NatyL



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