Nami lia um livro no aquário bar do Sunny e aquela teria sido uma tarde agradável se Luffy não tivesse a encontrado.

Ela tinha acabado seus deveres com o diário de bordo da tripulação e encontrou uma ficção interessante fora da estante na biblioteca, provavelmente Robin o tinha terminado na noite anterior e o deixou por guardar.

A ruiva decidiu tirar o dia para ler e para isso era necessário tranquilidade, o que dificilmente era encontrado no navio dos Chapéus de Palha, então ela arriscou-se indo ao aquário, aonde ninguém pensaria em procurá-la caso preciso. Entretanto, Luffy fisgou um peixe misterioso, como ele mesmo o intitulou e quando desceu para vê-lo no tanque, encontrou também a navegadora.

Foi ignorado pela ruiva, e sem receber a atenção desejada, ele então se esgueirou até o canto do sofá onde ela sentava-se com uma perna dobrada e a outra esticada tocando o chão. E Nami agora tinha um par de olhos curiosos sobre si, que a estudava minuciosamente mover as páginas e ora ou outra ajeitar a posição do óculos de leitura.

Com os cabelos ruivos emaranhados em um rabo frouxo, ela vestia uma regata rosa e um short curto de moletom. Algo nela o intrigava, caso contrário ele não estaria mais ali.

— O que você quer, Luffy? — perguntou entredentes, sem tirar os olhos da narrativa.

— Um beijo.

Ela certamente tinha o mal acostumado.

A navegadora estava concentrada demais para um intervalo, portanto nem se deu o trabalho de responder. Luffy era sempre uma distração imprescindível, todas as vezes que ele aparecia pedindo esse tipo de coisa ela se deixava levar. Nami precisava resistir mais, ser mais firme antes que a relação deles tomasse outros rumos.

Não contente em ser desprezado, ele engatinhou no sofá até ela e deitou na sua perna abaixada, enfiando-se entre seu braço e busto. Ela o assistiu de cenho franzido, involuntariamente abrindo espaço ao colocar o livro no alto para que não o acertasse. Ainda assim, a ruiva se manteve o ignorando.

No entanto, a atenção que dedicava ao seu livro foi pelos ares quando o sentiu virar de bruços e a abraçar pela cintura. Nami mentalmente o comparava a um cãozinho carente, e cada frase lida do texto perdia-se em sua mente com aquela sensação gostosa.

Ela acabou desistindo de ler com ele ali. Luffy não era uma distração fácil de se ignorar.

Tirando o óculos e colocando-o de lado juntamente ao livro agora fechado, ela correu os dedos pela nuca exposta do menino em seu colo e ele respondeu de imediato. Luffy ajoelhou-se e beijou-a com carinho, caindo sobre ela logo depois, ajeitando-se entre suas pernas, acariciando sua cintura, sem nunca descolar seus lábios dos dela.

Nami era a gata que sempre cedia aos gracejos do cão chato, por menos interessada que estivesse, ele a fazia até mesmo esquecer a página do livro que lia.