Velozes e Furiosos 8: Operação Las Vegas. escrita por Pizzle
Notas iniciais do capítulo
Phêmeder= Feméder. (nome inventado. Significa honra e lealdade)
Boa Leitura
O teto do Carandiru nunca pareceu tão interessante para Phêmeder. A moça já estava ali a tantos anos que nem sabia o que era um sol no Guarujá. Lucas Hobbs era o nome do Agente que a prendera, eles não se viam desde o ocorrido, porém ela não o tirava de seus pensamentos. A brasileira tinha pais britânicos que se mudaram para São Paulo, todos eles falavam ambos idiomas, por isso Phêmeder conseguia se comunicar perfeitamente bem com o Agente americano. Barulho de chaves vinham do começo do corredor, Phêmeder se sentou em alerta. Ricardo Oliveira, um dos policiais vigias da noite, aproximou-se da sela da moça, com um homem grande em seu encalço:
— Chegamos, Agente Hobbs.— o menor falou, sua voz estava trêmula.
— Deixe-nos sozinhos, sim?— o tom de Luke era ameaçador, como a há cinco anos, quando a prendeu no Carandiru.— Achei que já estaria morta.— ele encostou seus ombros na grade.
—Achei que fosse americano.— ela rebateu.
— Nós precisamos conversar.
— Não estou te impedindo de nada, afinal, pior do que está, não fica.— ela deu de ombros, ainda sentada na cama (que estava aos pedaços).
— Tem três meses que uma gangue brasileira, composta por mulheres, está aterrorizando o resto do mundo. Ameaças de morte, bombas e até ameaçando pessoas importantes, da política até meros policiais.
— Ok. O que eu tenho a ver com isso? Afinal, como você deve saber, não tem como eu ameaçar ninguém aqui.
— Por isso preciso da sua ajuda. Precisamos achá-las e acabar com essa palhaçada toda.— ela riu, irônica.
— Eu não vou ajudar o cara que me pôs na cadeia, nem que me pagassem milhões de reais.
— Estou perseguindo estas pestes pela América, Europa, África e Ásia. Acredite, a última coisa que eu faria era vir pedir ajuda para uma criminosa cretina igual você.— ela se espantou, sorriu, novamente, irônica.
— Não acredito que tem a audácia de me xingar, sendo que precisa de mim para ajudar a porcaria do mundo à se livrar dessas imbecis. Posso cogitar ajudar você, Luke, tem um “mas” bem grande, se eu aceitar.— ele respirou fundo. Ele sabia que não seria fácil, ele já havia previsto.
— Um perdão judicial?
— Não, por mais que minha pena tenha sido de cento e oito anos, há coisas melhores que eu possa pedir.— aproximou-se da grade, Luke ficou com o corpo ereto.— Eu quero cumprir a minha pena na antiga cidade de meus pais, Bournemouth.
— Não sei se posso conseguir isto para você.
— Oh, lamento.— ela voltou para cama em um pulo.— Acho que terá que chamar outros traficantes brasileiros para te ajudar, então.
— Vamos fazer um acordo: Eu te ajudo com sua pena, reduzo cinquenta anos, e você me ajuda com elas.
— Eu te ajudo com as meninas, você me leva pro Reino Unido, mais precisamente Bournemouth, eu cumpro minha pena e vivemos felizes para sempre. O que acha?
Phêmeder não era do tipo que desistia fácil, era persistente e manipuladora quando lhe era conveniente. Luke não era acostumado com esse tipo de pessoa, afinal, era o melhor Agente dos Estados Unidos, não precisava convencer ninguém. Hobbs respirou fundo, aquele poderia ser um acordo suicida:
— Venho te pegar amanhã, ao meio dia. Não se atrase.— ele deu as costas, Phêmeder pulava radiante.
(…)
— Tchau, Ricardo. Até nunca.— a morena desejou, em português.
— Ainda iremos nos ver, em breve, muito breve.
Phêmeder entrou no carro de Lucas. Phêmeder classificava aquele carro como uma caminhonete moderna; uma Navistar MXT-MVA tinha suas grandes rodas, suas portas fortificadas, os vidros eram fumês e blindados (assim como o resto do carro), o ronco do motor não era nada baixo. Lucas, junto com o resto da equipe americana, esperava a moça entrar no carro, ansiosamente. A morena era famosa pelos seus drifts, seu combate corpo-a-corpo e pela venda de drogas, no Brasil. O resto do mundo a via como uma criminosa de alto patente, daquelas que você reza para não encontrar em rachas. A polícia brasileira até tentou contê-la, porém ela sempre escapava. Lucas achou o caso interessante quando o mesmo, finalmente, atingiu a América do Norte. Como era um caso que prometia uma grande repercussão a quem solucionasse, os países Norte-Americanos mandou seus melhores Agente para a América do Sul para prender a desgraçada, entre eles, Luke era o mais interessado, nunca fugia de um desafio, ainda menos quando se tinha mulheres no meio deste. Luke não se arrependeu, mesmo sendo uma luta árdua contra a mulher, que corria todos os países do Sul, conhecendo todos como a palma de sua mão. Hobbs encurralou-a no Rio de Janeiro, puxou sua ficha com um de seus colegas e descobriu que a mulher era de outro estado, levou-a até o mesmo e prendeu-a na prisão de segurança máxima; o Carandiru. Depois de muito tempo calados, Hobbs chegou a um grande galpão cheio de carros de corridas:
— Nós descemos aqui.— Hobbs informou. Phêmeder teve dificuldade para abrir a porta, suas mãos estavam presas.
— Veja só se não é nosso Thor Samoano.— Pierce falou.— Mas não leva a mal, não, parceiro. Só uma brincadeira de leve…
— Sua testa parece uma lombada que eu acabei de passar.— Hobbs passou por ele, rindo. Phêmeder olhava tudo abismada.
— E essa deve ser Phêmeder, uma das maiores criminosas desse continente.— uma mulher morena, mais baixa que Phêmeder, com corpo de americana, falou.
— Eu mesma. Devo apresentar currículo para vocês?— a moça perguntou divertida. Lettie apresentou os membros da família.
— É um prazer te conhecer, mas vamos direto ao ponto, sim?— Brian se aproximou.— Você deve conhecer a GN, certo?— Phêmeder o olhou confusa.— Gangue Nóbrega, as meninas que andam aterrorizando o mundo.
—Ah, sim. As Twinks dessa geração.— ela deu de ombros.— O que sabem sobre ela?
— Não muito. Sabemos que são brasileiras, que correm pelo mundo, e que são em três.
— Três? Claro! Natalie, Nicola e Nayara. Nicola é trans, Nayara é bissexual e Natalie, bom, é só a Natalie mesmo. São cariocas, irmãos de consideração, a mãe era uma vadia que engravidou de três homens diferentes.— despejou informações para a turma que a observava.
— Como sabe tudo isso?— Lettie aproximou-se.
— Vamos dizer que eu fiz minha lição de casa. Então, quando começamos?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Carandiru: Maior presídio de São Paulo.
Thor Samoano: é um apelidinho de Hobbs. Thor por ser grande, Samoano pela tatuagem.
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