Você e Eu, Eu e Você escrita por Débora Silva, SENHORA RIVERO


Capítulo 65
Capítulo 65 - "Massagem"




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Heriberto estava deitado no sofá de sua sala no hospital depois de uma semana complicada. Ele e Victória estavam no limite, só havia acusações e brigas e coisas que não davam paz para que os dois seguissem. Depois de insistir mais uma vez para que ela demitisse Oscar diante da briga que tinham tido, Heriberto se aborreceu e foi dormir ali, fora de casa.

Estava mal aquele modo como não resolviam mais as coisas. Ele tinha certeza de seu amor por Victória, mas sempre se deixava dominar por ciúmes, por raiva por tudo que não era bom para aquela relação.

Alessandra descobriu que Heriberto estava no hospital dormindo em sua sala e como desejava transformar a vida dele e de Victória num inferno, desde que tinha tomado a surra, foi até lá com o pretexto de fazer as pazes com ele. Abriu a porta de vagar e entrou sorrindo como seu lindo rosto de modelo.

ALESSANDRA – Heriberto, bom dia. Eu preciso conversar com você e esclarecer algumas coisas. –  fingiu surpresa por vê-lo deitado ali. – Por que esta dormindo aqui? –  falou ao entrar na sala dele e fechar a porta. – No sofá do hospital? Brigou com sua esposa e está se escondendo dela?

Heriberto passou as mãos no rosto se sentando e olhou para a mulher em sua frente de modo sério. Não queria conversar com ela, não queria contato com ela se isso significasse problemas de novo com Victória. Suspirou e a olhou com desprezo.

HERIBERTO – O que faz aqui, Alessandra? Quero que vá embora, acho que fui claro sobre o que não quero mais! Não vamos mais nos relacionar até porque a Dr. está movendo um processo contra mim e minha esposa!

ALESSANDRA –  Podemos resolver isso, estou mais calma e não quero perder sua amizade, seu carinho por mim sempre foi verdadeiro. –  ela suspirou e olhou. – Você está um lixo! Quer um local para dormir? Eu posso ajudar você, recomendar um bom hotel!

Heriberto suspirou, a mulher estava testando sua paciência e tudo que ele não tinha naquele momento era isso, paciência.

HERIBERTO – Não, ainda tenho amor a vida e vontade própria! Obrigada e pode sair! Não tenho nada para falar com a Dr.ª – apontou a porta para que ela saísse.

ALESSANDRA – Eu sempre te respeitei, Heriberto e sinto muito que as coisas tenham chegado a isso. Mas quero que saiba que podemos voltar a ser amigos, que tenho carinho e respeito por você! Apesar do que a louca da sua mulher fez... – suspirou e o olhou. – Ela esta ai. Como todos estão preocupados comigo e com o que ela fez, me ligaram da recepção. Eu estava com Otávio e ele está com ela agora. –  queria criar intrigas e sabia como fazer isso com um homem ciumento como ele era. Era só plantar a dúvida. – Vocês se conhecem a muito tempo? – insinuou. – Ela sempre me parece tão feliz na companhia dele.

HERIBERTO – Victória está aqui? – Heriberto falou para si mesmo sem entender o motivo dela estar no hospital, será que estava procurando Alessandra de novo para um novo escândalo?

ALESSANDRA – Sim! Ela está e muito feliz ao lado de Otávio! – envenenou.

HERIBERTO – Sim, somos amigos a muito tempo. – respondeu sem vontade de falar com ela e já ficando de pé.

ALESSANDRA  – Chegou a uns minutos, está com Otávio na sala dele já tem um tempinho. – andou até mais perto de Heriberto.

HERIBERTO – Ela está aqui e não procurou por mim? – falou baixo para si mesmo sentindo o coração disparar, estava ficando complicado mesmo.

ALESSANDRA – Acho que não, Heriberto, mas como estão brigados é normal...

Heriberto pegou um pouco de água e bebeu suspirando. A cabeça doía e as costas também, não tinha dormido direito.

ALESSANDRA – Estava sorrindo muito, feliz eu acho.

HERIBERTO – O que mais viu?– se virou para ela.

ALESSANDRA – Vi ele carregando a bolsa dela e dizendo que precisava de uma massagem, de uma boa massagem para relaxar. – falou fingindo seriedade.

HERIBERTO – Otávio sempre foi gentil! – disfarçou a raiva que estava sentindo.

ALESSANDRA – Eu sei.

Heriberto ficou mudo, estava sentindo too corpo retesar com aquela imagem deles juntos. Seu ciúmes estava perdendo o limite.

ALESSANDRA  – Vocês são amigos...

HERIBERTO – Sim, melhores amigos.

O telefone tocou e ele atendeu.

HERIBERTO – Você quer falar mais alguma coisa? Estão me chamando na emergência? – ele suspirou aliviado que sairia dali e ela também.

ALESSANDRA – Não, apenas que sinto muito e quero que voltemos a ser amigos. Estou na minha sala se precisar. – ela saiu e sorriu vendo que tinha conseguido o que queri para aquela manhã. Victória pagaria a ela cada tapa, cada fio de cabelo que tinha arrancado.

Heriberto saiu da sala e como todo bom ciumento foi ate a porta de Otávio. Ficou parado nela ouvindo o que acontecia la. Era um absurdo, mas ele nem pensava na decadência de estar ali atrás da porta. E ouvia as frases sem ver nada.

OTÁVIO – Mude a posição... Isso, relaxe... assimm...

Heriberto tocou a porta ia entrar, mas recuou ao ouvir mais dos dois.

VICTÓRIA – Ainda bem que você está aqui, Otávio!

Heriberto decidiu não entrar e saiu, foi para a emergência.

Victória terminou e estava indo embora, Heriberto estava no mesmo corredor que eles iriam passar não de caso pensado e sim porque estava ajudando um paciente. Victória sorria, estava rindo quando olhou. Heriberto olhou e disfarçou, ela também, estava magoada com tudo e ele cheio de raiva. Não queria falar com ela, mas Otávio o viu.

OTÁVIO – Amigo! – acenou para Heriberto.

Não tinha mais como fugir, se virou lentamente, Heriberto tinha a cara de cansado e Victória o olhou, nada disse nada de início. O sofá do hospital não era o melhor lugar para acomodar aquele tamanho de homem.

HERIBERTO – Oi, Otávio. – estendeu a mão, era a primeira vez que o via nesse dia e olhou Victória.

OTÁVIO – Vick precisou de ajuda, mas agora tenho que ir. – deu a mão e beijou Victória se despedindo.

Victória o beijou de volta e agradeceu.

VICTÓRIA – Obrigada, Otávio!

Heriberto pela primeira vez em tantos anos não gosto do beijo e nem do cumprimento. Fechou a cara de imediato e Otávio saiu seguindo para sua rotina.

VICTÓRIA – Não quero te atrapalhar, já estou de saída, Heriberto, sei que você está ocupado. Você não tem agenda vazia. – falou com ironia.– Nunca!

HERIBERTO – Então melhor te deixar ir... você também não tem! – revidou com ela.

VICTÓRIA – Estou sempre ocupada, preenchida! – debochou dele.

HERIBERTO – Bem se vê.– analisou o corpo dela sem ser discreto.

VICTÓRIA – O que disse?. – analisou o rosto dele

HERIBERTO – Tem tempo até para massagem,  por isso está preenchida!– foi sarcástico com a última palavra.

VICTÓRIA – Heriberto do que você está falando? Não entendi. – estava atônita com o que ele dizia sem entender suas queixas.

HERIBERTO – Pra bom entendedor meia palavra basta! – piscou e cruzou os braços.

VICTÓRIA – Deus, você está estranho, eu vou embora. Tenha um bom dia!

HERIBERTO – Vá, Victória, bom trabalho para você!

VICTÓRIA – Tchau, Heriberto! – saiu sem dizer mais nada ou cumprimentar o marido com beijos como costumava fazer.

Ele acenou com os dedos, louco de raiva, mas não iria fazer cena, não ali no meio do hospital de novo. Rafael vem em direção a ele.

HERIBERTO – O que faz aqui, meu filho? – perguntou surpreso.

Rafael andava todo estranho.

RAFAEL – Pô, pai, viu mamãe? – falava calmo com o corpo curvado.

HERIBERTO – Acabou de sair! – apontou a saída.

RAFAEL – Tava quebrado, ela me trouxe para colocar tudo no lugar. Fiz uma massagem com tio Otávio e estou outro.

HERIBERTO – O que te aconteceu? – falou preocupado olhando o filho de imediato.

RAFAEL – Cai da cama, ela veio me trazer. – suspirou com dor ainda.

Para precisar de uma massagem Rafael só poderia estar com alguma garota e ter dado mal jeito em alguma peripécia.

HERIBERTO – Ela te trouxe? – se sentiu um idiota

RAFAEL – Sim, mamãe saiu da empresa, me pegou em casa e veio me trazer porque ficou com medo de que eu não conseguisse dirigir até aqui.

Victória voltou, aproximou-se deles.

VICTÓRIA – Vamos, meu filho, tenho que te deixar em casa e ainda vou trabalhar.

Heriberto a olhou e se sentiu culpado por desconfiar dela.

VICTÓRIA – Você estava onde?

RAFAEL – Pensei que  estivesse no carro.

Victória o olhou de volta, Heriberto abaixou a cabeça envergonhado.

RAFAEL – Pai, to indo!

Ele olhou o filho.

HERIBERTO – Se cuida garoto e fique deitado. Não pode fazer movimentos bruscos.Qualquer coisa me liga.

RAFAEL – Pô, pai, quero te atrapalhar não, que sei que você trabalha muito quando está aqui.

HERIBERTO – Eu sou seu pai, me preocupo com você!

RAFAEL – Te amo, veio! – abraçou o pai e sentiu dor. Heriberto retribuiu e sentiu-se ausente na vida do filho e se sentiu de novo mal.

Victória ia sair, mas sentiu a mão do marido e seu braço.

HERIBERTO – Vick.– falou baixo esperando ela olhar ele, ela olhou terna, preocupada com o filho. Heriberto tocou o rosto dela e lhe deu um selinho rápido.

HERIBERTO – Me desculpe. – a soltou.

VICTÓRIA – Pelo que?– estranhou

HERIBERTO – Por ser idiota!

VICTÓRIA – Que isso, Heriberto, você um homem maravilhoso, quando você quer... – tocou o rosto dele e ele fechou os olhou. Logo tocou a mão dela e a beijou. – Tenho que ir!

Herberto sentiu que ela estava tão cheirosa.

HERIBERTO – Tudo bem, meu amor, bom trabalho!– deu um selinho demorado e se afastou.

VICTÓRIA – Me acorde quando chegar! – ela riu e saiu.

Heriberto ficou parado sentindo  que seu ciúme não tinha mais controle, que seu modo de agir estava cada dia mais complicado e doentio. Estava perdendo o chão e se não procurasse ajuda ele perderia algo mais preciso que o equilíbrio... perderia a sua família.


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