Se tornar forte escrita por Isabel Richmond St Davids


Capítulo 3
História [ALERTA DE SPOILER]




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— O que? Por que? - Pergunta Emmett saindo de seu esconderijo. me viro para ele e digo:

— Não sei, acredito que por causa da trégua com os Volturi. Eles se escondem e nós os deixamos em paz antes que perguntem.

Um silêncio chocado toma conta do local, minha paciência está longa hoje ao que parece, porque espero que eles se recuperem e Carlise pede para que eu continue.

— Bom, a questão das guerras recentes... é algo pessoal para mim e para os moradores do Instituto, então tentem não falar sobre isso aqui, aliás, não falem sobre isso de jeito nenhum. Meu irmão Valentim era o melhor Caçador de Sombras de sua geração, e ainda é, mas ninguém vai admitir isso. Na escola, ele era aquele garoto que todas as garotas amavam e o cara que todos os caras querem ser. Com o tempo, ele juntou um grupo de amigos que o amavam, no futuro, eles... nós formaríamos o Ciclo. Eu tinha apenas quinze anos quando nossos pais morreram, mas isso mudou Valentim de uma forma que nunca vou entender. Ele ficou com a minha guarda por já ser maior e, mais tarde, quando ele se mudou para a casa dos sogros, eu fui junto, deixando Morgenstern's Manor abandonada.

Tudo estava perfeito: o Ciclo se formou, nós eramos um grupo de idealistas, queriamos toda a glória que pudéssemos colher pelo que faziamos pelos mundanos e meu irmão era nosso líder, tudo o que ele falar parecia fazer sentido, eu acho que queriamos que fizesse sentido, porque todos amavam o meu irmão e queriam apoiá-lo. Mas com o tempo, ele começou a ficar radical demais. Falava de exterminar os Seres do Submundo, que eles eram impuros e demônios em sua essência. Foi quando parte do grupo começou a ficar com medo, eu incluída e quanto mais o tempo passava, mais Valentim ficava obsecado por essas ideias malucas.

E então, Jocelyn ficou grávida - senti um arrepio percorrer minha coluna - nós ficamos muito felizes, é claro, mas não foi uma gravidez fácil: além do melhor amigo de Jocelyn se tornar um licantrope por causa de Valentim, ele havia se matado e também tinha as misturas que meu irmão dava para ela devido aos pesadelos que ela tinha a noite. - tomei fôlego para continuar, essa era a parte mais importante e a mais medonha - Então Jonathan nasceu. Aquela noite... 3 de dezembro... foi uma das piores noites da minha vida. Quando ele nasceu tudo estava perfeito, Valentim estava no corredor, preocupado como qualquer pai, mas depois, quando Jocelyn pegou aquilo no colo e ele abriu os olhos... pânico me invadiu. Aquilo não era o meu sobrinho, era algo artificial, algo demoníaco. - os Cullens me encararam como se eu estivesse doente, mas me limitei a comprimir os lábios em tristeza e completar honestamente - eu gostaria muito que não tivesse sido assim. 

Somente depois de alguns meses comprovei que algo estava errado: eu estava caminhando tarde da noite pelo corredor em direção ao meu quarto, tinha ficado lendo por tempo demais, quando ouvi... gemidos de dor e lamento vindos da adega. Fiquei curiosa e assustada como foi de se esperar, mas achei a chave e destranquei a porta. Imaginem o tamanho do meu espanto quando descobri que meu irmão havia escavado um enorme... laboratório embaixo da casa. Lá embaixo vi coisas terríveis: corpos de Seres do Submundo multilados devido à experiências e, quando achei ter visto tudo o que precisava para ficar traumatizada pelo resto da minha vida, eis que tenho a brilhante ideia de ler os diários e relatórios dele. Achei um sobre a Jocelyn e o Jonathan, dizia que a mistura que ele dava para ela continha sangue de demônio. Ele havia feito experiências com esse sangue em si mesmo, tentando ganhar mais força, ser um guerreiro melhor e acabou concluindo que uma criança, de preferência uma que não tivesse nascido, absorveria mais facilmente o poder do sangue demoníaco, daí veio a ideia de... - estremeço - vocês sabem. Eu tinha dezessete. O outro diário era do meu pai, ele dizia que fez a mesma coisa comigo, porém com sangue de anjo.

De algum modo, Jocelyn também ficou sabendo da parte do Jonathan e começamos a tratar Jonathan como se nossa aversão inicial tivesse passado. Levávamos ele para brincar com o pequeno Alec Lightwood, filho de Maryse e Robert Lightwood, membros do Ciclo. Às vezes, Céline Herondale, esposa do braço direito de Valentim e meu parabatai, Stephen Herondale, se juntava a nós e conversávamos. Ela estava grávida na época. Dizia para nós "Valentim é super atencioso comigo e com o bebê, sempre me dá misturas dizendo que vai ajudar"

— Oh meu Deus - Disse Esme, atormentada. Seus olhos não tinham lágrimas, mas seu rosto estava contorcido em uma careta, como se qisesse chorar. Carlise a abraçou e olhou para mim, sério, e disse:

— Isso é muito sério.

Assenti.


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