Faltavam 2 horas para o jantar na casa de Emily e Sam. Eu já estava em casa decidindo se era melhor ficar em casa deitada vendo pornô ou ir comer de graça. Minha vida é muito animada. Fazia algumas horas desde que Paul foi lá na loja e chamou Wanda para sair. Ela saiu em de casa radiante para ir ao seu encontro. Eu não parava de pensar no que podia estar acontecendo naquela merda de encontro.

—Hope, você já se arrumou? – Jenna colocou metade de seu corpo para dentro do meu quarto (sótão).

Jenna usava um vestido claro com um laço em volta da cintura, com seus cabelos soltos.

Alguns dias atrás percebi que Jenna flertava com algum nativo de La Push. Não lembrava quem era, afinal, todos os homens de La Push tinham mesma fisionomia, e eu também não sou muito boa para lembrar rostos. De lá pra cá, Jenna não parava mais de sorrir e se arrumava toda para ir até na padaria.

—Eu estou precisando de algum incentivo para levantar da cama e ir me arrumar. – Falei sentando na cama.

— Vai ter comida, bebida de graça e gente bonita. Você não vive falando que é pecado negar comida e que precisa tirar a teia de aranha da boca? Então, levanta essa bunda e vá se arrumar antes que acabe tudo. – Jenna piscou para mim e saiu do quarto. – Estou te esperando na sala. – Gritou do lado de fora.

Dei um pula da cama e fui procurar alguma roupa limpa. Que é uma tarefa um pouco impossível.

Depois de alguns minutos procurando alguma roupa, peguei qualquer uma e fui ao encontro de Jenna. Jenna me entregou uma travessa de salada de batata.

— Que tipo de convidado leva salada de macarrão para um jantar? O tipo que não quer ser convidado de novo. – Brinquei com Jenna.

— Todo mundo adorou minha salada de batata e minha torta de limão, para de ser do contra pelo menos uma vez. – Jenna deu um tapa na minha bunda. – Vamos logo.

O caminho até a casa de Emily foi silencioso. Eu não parava de pensar de como New York estava um caos e eu aqui brincando de casinha no fim do mundo. Eu pensando assim pareço uma vadia frigida, mas não da pra ser a pessoa mais doce do mundo quando todos que você conhece estão sofrendo para você ter uma vida ‘’normal’’.

Chegando lá, Emily abriu aporta e nós guiamos até a cozinha.

— Podem deixar a comida aqui. – Emily disse apontando para o balcão da cozinha. - Vamos logo lá pra fora, quero apresentar duas pessoas para vocês.

Sempre quando eu me encontrava com Emily, ela sempre está empolgada com alguma coisa. Isso faz eu me questionar se ela usa algum tipo de estimulante.

Emily nos levou até o seu quintal, onde estavam todos os convidados. Emily continuou nos guiando até parar numa garota.

Ela devia ter uns 17 anos. Tinhas cabelos pretos e uma pele avermelhada. Usava uma blusa flanela e um jeans surrado.

— Hope e Jenna, essa é minha sobrinha Annie. – Emily nos apresentou. – Annie, essas são Hope e Jenna. Elas moram na antiga casa da equina.

— É um prazer conhecer vocês. Emily não para de falar de vocês. – Annie disse apertando nossas mãos.

Com certeza essa animação deve ser de família. Ou é estimulante mesmo.

— Hope, Annie vai trabalhar com você e Wanda lá na loja.

— Sério? Que legal. –Fingi animação.

— Sim, a senhora Lahote soube da volta de Annie e a contratou para ajudar vocês na loja. Já estou sentindo que vocês vão se tornar grandes amigas.

— É, grandes amigas. – Sussurrei.

— Vem, Jenna. Deixa as crianças conversarem.

Fiquei olhando Jenna e Emily andando de volta pra casa. Quando voltei meu olhar para Annie, percebi que ela me olhava minuciosamente da cabeça aos pés. Depois de alguns segundos me estudando, Annie me encara e solta um sorriso debochado e bebe um pouco de sua bebida.

— Está gostando de La Push?

— Sim, parece ser um ótimo lugar.

— Emily contou que você saiu com Jacob alguns dias atrás. Vocês tem alguma coisa?- Me questionou.

Mais uma para o fã clube de Jacob Black.

— Sim, nós saímos alguns dias atrás, e não. Nós não temos nada. Só tem algumas semanas que nós nos conhecemos. Pode ficar a vontade pra se jogar em cima dele. – Respondi fuzilando com os olhos.

Deu vontade de dar uns tapas na cara dela por ela estar tendo aqueles pensamentos. Eu só há conhecia alguns minutos e ela já queria brigar por causa de homem. Acho que alguém está assistindo muito reality show na MTV.

—É só curiosidade minha. Eu e Jake éramos bastante unidos quando crianças.

— Bom para vocês dois. Se você não se importa, eu estou me retirando. Boa noite.

Sai andando, deixando a vadia com cara de bunda. Tenho coisa melhor para fazer do que ficar olhando para essa garota.

Fui andando pra uma parte mais vazia do quintal. Sentei no banco perto da fogueira. Essa seria uma boa hora pra ir comer, mas Emily estava esperando Paul e Wanda chegar.

Depois de alguns minutos sentada olhando a fogueira, sinto alguém sentar ao meu lado.

— Um dólar por seus pensamentos. – Disse uma voz rouca do meu lado.

— Quem disse que eu falo meus pensamentos por tão pouco? – Falei fitando as chamas da fogueira. – Se for por um salgado, eu conto tudo. – Falei encarando a pessoa do meu lado.

Jacob riu.

— Então um salgado por seus pensamentos.

— Estou pensando em uma possível demissão. Não quero ter que aturar a líder do seu fã clube.

— De quem você está falando?

Jake parecia estar confuso. Com certeza tinha tantas mulheres atrás dele e que ele nem deve saber quem é sua fã numero um.

— Annie, a sobrinha amigável da Emily. Ela realmente é um amor de pessoa. Encantadora. – Falei com tom de deboche.

— Eu não sabia que ela era líder do meu fã clube. Na verdade, eu não sabia que tinha um fã clube. – Jake riu.

— Você tem um, pode acreditar, e ele é bem extenso.

— Você parece preocupada com isso. Por acaso você quer entrar no meu fã clube? – Jake disse me empurrando dele com os ombros.

— Claro, vai ser uma realização de um grande sonho. Sempre quis entrar no ‘’Loucas por Jacob Black’’.

Eu e Jake começamos a rir. Depois de alguns minutos, Emily apareceu nos chamando para jantar. Jake colocou a mão em minha cintura e me guiou até a mesa.

Wanda e Paul já estavam sentados na mesa. Eu sentei do lado de Seth e na frente de Jake. Não falei nada durante o jantar. Durante o jantar todo, eu sentia Annie e Billy Black olhando pra eu e Jacob.

Depois do jantar, Wanda me puxou para sentar no quintal.

— Paul estava falando que amanhã vai ter uma festa aqui perto. Ele perguntou se você quer ir.

— Wanda, amanhã é a festa que Chris me chamou pra ir, lembra?

— Esqueci, mas você podia ir com a gente. Eu prometo que vai ser legal.

— Eu já combinei com ele, Wanda. Outro dia eu prometo que vou.

Quando Wanda ia falar alguma coisa, Jacob, Paul e mais dois meninos de La Push apareceu do nosso lado.

— Você vai com a gente, Hope? Vai ser muito bom. – Seth disse sentando ao meu lado.

— Eu estava falando com Wanda que eu não vou poder ir.

—Por quê? – Questionou Jake.

— Já tenho uma festa pra ir em Forks. Se não tivesse eu até ia, mas já combinei e não é muito educado desmarcar em cima da hora. – Como se eu fosse muito educada.

— É a onde? Você vai com quem? – Perguntou Jake.

— Eu ainda não sei o local, eu vou com um cara da escola. – Respondi, estranhando as perguntas dele.

Jacob ergueu as sobrancelhas e começou a me encarar.

Passou algum tempo e Jenna nos chamou para ir embora. Chegando em casa, troquei de roupa e fui dormir.

Acordei com Wanda pulando em cima de mim.

— Acorda, bebê. Já são 3 horas da tarde, daqui a 4 horas você tem uma festa para ir.

— Amorzinho, vai se foder e me deixa dormir. – Resmunguei. – É sério, Wanda. Sai de cima.

— Entendi. É festa a fantasia e você vai vestida de cosplay de zombie. – Wanda falou, saindo de cima de mim e deitando do meu lado.

Eu não sou uma pessoa que gosta de acordar cedo durante o final de semana. Eu realmente tenho um instinto assassino pra quem me acorda de amanhã. Já era de tarde, mas eu não me importava. Eu só queria dormir.

— Eu já sei que roupa eu vou. Não precisa se preocupar com isso, eu não vou pelada. – Falei andando para o banheiro.

— Estou bastante aliviada em saber que você não vai pelada. Eu vou descer. Daqui umas 2 horas eu vou sair. Isso me fez lembrar que eu não contei sobre o encontro de ontem. - Wanda caminhou até a porta do banheiro.

— Eu realmente não to afim de saber sobre isso. – Falei enquanto escovava os dentes

Eu não queria saber o que eles tinham feito juntos. Estava com medo de saber o que eles tinham feito durante 4 horas sozinhos, eu tinha certeza que eles não ficaram jogando banco imobiliário.

— Vou descer.

Depois que Wanda desceu, voltei pra cama. Comecei a ler um livro Friedrich Nietzsche. Depois de ler alguns capítulos, fui ver um pouco de serie. Eu sei como aproveitar um final de semana.

Quando eu morava em New York, era tudo diferente. Até porque na mansão do professor tinha poucas televisões, era difícil alguém chegar a consenso. Mas sinto falta do clima de lá, eu ficava irritada com o barulho às vezes. Éramos mais de 200 em uma casa, e agora só restou alguns de nós se escondendo pelo mundo. Eu gostava mais de estar na mansão do que estar em casa, minha relação com meus pais não era a mais fácil. Eles surtaram quando descobriu que eu e Bobby somos mutantes, o choque foi grande quando viram que dois dos três filhos deles não são normais. A filha que eles tão tanto queriam era uma aberração. Minha mãe tinha vergonha de sair comigo, ela me colava de castigo trancada no quarto quando eu lia sem querer a mente dela, meu pai a culpa por causa disso. Ele fala que os filhos dele não são normais por causa dela, mal ele sabe que os genes mutantes são passados pelo pai. Meu irmão do meu do meio, Ronny, sempre teve inveja de nós. Ele sempre se certificou de fazer minha vida um inferno.

Olhei para o relógio, percebi que já estava em cima da hora. Tomei um banho rápido e fiz uma maquiagem leve. Coloquei uma calça de couro junto com uma regata branca, calcei minhas botas e fui pra sala esperando Chris chegar.

Depois de meia hora, Chris chegou. Entrei no seu carro. A viagem até lá foi bastante agitada, Chris colocou uma musica animada para tocar e toda hora tentava puxar assunto comigo. Demorou quase uma hora até o lugar que estava à festa.

— Acho melhor você não sair do meu lado. Não imaginava que estaria tão cheio assim. – Chris falou enquanto nós saiamos do carro. – Não quero você perdida nesse lugar.

Eu também não quero ficar perdida aqui. Só quero uma bebida bem forte pra aguentar esse lugar

— Vamos. – Chris me puxou para dentro da casa. Toda hora ele parava para cumprimentar alguma pessoa, pelo visto ele conhecia muita gente. – Vou te levar pra piscina, lá deve estar mais vazio.

A festa estava lotada de adolescentes bêbados quase fazendo sexo no gramado da casa, e outros usando drogas no fundo da casa. O pior tipo de festa, isso vai ser muito divertido.