Destiny escrita por Vic Teani
O Impala corria pelas ruas, no meio da noite. E assim a viagem seguiu, por várias horas, a caminho de coisas que eles nem imaginavam encontrar.
- Cass, você pode me dizer o por que de tirar a gente da cama no meio da noite, nos botou nesse carro e está fazendo a gente ir para um lugar do qual nunca ouvimos falar? – disse Dean, mal humorado, querendo jogar o anjo para fora do carro.
- Por que – falou Castiel, seriamente – Aquela cidade está lotada de presságios apocalípticos. Trovões, mortos voltando a vida, e...
- “E...” o que? – perguntou Dean. O anjo estava escondendo algo deis que eles saíram do motel.
- Há alguns casos – disse o anjo – Que se parecem muito com uma coisa que já enfrentamos – ele tirou algumas fotos do bolso – Brian Armstrong e Lisa Belmont. Os dois morreram de morte natural.
Os Winchesters olharam para ele.
- E daí? – perguntou Dean. Ele tinha certeza que o anjo havia tomado um porre, era a única explicação.
- E daí – ele disse, apontando para as fotos – Que nessas fotografias eles tem trinta e trinta e cinco anos, respectivamente.
Dean se controlou para não espancar o anjo.
- E isso significa exatamente...? – ele perguntou.
- Essas fotos são recentes – falou Sam, entendendo aonde Castiel queria chegar – Foram tiradas a poucos dias, certo? – ele olhou para o anjo.
- Exatamente – Castiel disse, e os dois olharam para Dean.
Ele pareceu pensar por um instante.
- Son of a bitch – falou o Winchester.
- Até que enfim ele entendeu.
Dean olhou para Sam, mas a “piada” havia vindo de Castiel.
- O anjo ficou mal humorado? – perguntou Dean, sarcástico.
- Também não estou nem um pouco feliz com essa história – falou Castiel – Os fenômenos dessa cidade não tem nenhuma ligação. Além disso, se fossemos listar o que pode estar causando essas coisas...
- Mas já temos uma pista de por onde começar – falou Dean.
- Por que eu não me sinto muito melhor com isso? – falou Castiel.
- Talvez por que você precise de alguém – falou Dean – E quando eu digo alguém, quero dizer uma mulher. Sabe, como alguém pode ficar feliz sem transar nunca?
- Pelo menos eu não... – falou Castiel, mas foi interrompido por Sam.
- Calem a boca! – disse Sam.
- Agora resolveu ser embaixadora da paz? – perguntou Dean.
- Pelo menos ele tem cérebro pra ser embaixadora – falou Castiel.
- Ah, valeu pela ajuda – falou Sam, sarcástico.
Sam andava pelas ruas da pequena cidade. O dia estava nublado, dando sinais de que a qualquer hora a chuva iria cair.
Ele apressou o passo, a fim de tentar achar alguma pista antes da chuva começar.
Castiel e Dean haviam ido atrás das famílias de Brian Armstrong e Lisa Belmont, sobrou para ele dar uma geral pela cidade para tentar encontrar o jogador de poker, ou como Dean dizia, o “bruxa macho”.
Alguém esbarrou nele, e ele segurou a mulher pouco antes dela cair.
- Obrigado – ela murmurou.
Sam percebeu que ela estava com uma amiga, e que as duas usavam longos vestidos, cheios de babados. Um era totalmente rosa, o outro era branco, com alguns detalhes em cinza. As duas usavam chapéus da mesma cor dos vestidos, com flores falsas como enfeite.
- Ah... – ele disse, quando as mulheres voltaram a andar – Vocês estão indo para alguma convenção ou algo assim?
Ela se viraram para ele se olharam, trocando risadas. A de vestido branco pegou um leque antigo e o abriu em frente ao rosto, para esconder o riso.
- Por que? – perguntou a outra.
- Por causa dessas roupas – ele falou, apontando para os vestidos – Não que sejam feias mais...
- É o que está na moda – falou a mulher do leque – Essas suas roupas é que são estranhas.
- Errr... Eu acho que as roupas de vocês é que saíram de moda a... Pelo menos uns cem anos – ele disse, tentando não parecer grosseiro.
- E deis de quando homens entendem de moda? – perguntou a mulher em que ele havia esbarrado.
- Eu acho que ele está do outro lado – falou a mulher do leque, e as duas riram baixinho.
Sam estava ficando de saco cheio daquilo.
- Olha, eu não sou gay – ele disse – E em que ano vocês pensam que estamos? 1850?
As duas se olharam, dessa vez de modo sério.
- Em que ano você pensa que está? – falou a mulher com o vestido rosa.
- 2010 – falou ele, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Acho que alem de homossexual ele é maluco – falou a do leque, puxando a outra, e as duas se afastaram de Sam como se ele tivesse algum tipo de doença contagiosa.
O Winchester ia falar alguma coisa mais desistiu, deixando para trás as duas mulheres que o observavam cuidadosamente.
Sam entrou no quarto de motel. Nenhum dos outros dois havia chegado ainda.
Ele olhou para a televisão, olhou para os lados, pegou o controle.
Ele havia sido tratado como algo radioativo por duas mulheres malucas, tinha agüentado uma briga infernal dentro do carro, que mal faria ter um pouco de descanso?
Ele ligou a televisão e colocou em um canal erótico.
- Pegamos o Sammy no flagra! – disse a voz de Dean, que acabara de aparecer ao seu lado junto de Castiel.
O mais novo deu um pulo com o susto e se atrapalho enquanto desligava a televisão.
- Nunca mais façam isso – ele disse, jogando o controle na cama – O que conseguiram?
- Não muita coisa – disse Dean, pegando um jornal de dentro da jaqueta.
Sam leu a manchete que estava logo na frente.
- Enterrado vivo? – ele falou para eles quando acabou de ler – E desenterrado ainda com vida duas semanas depois?
- Pois é – disse Dean – Não sabemos o que é, mas com certeza é nosso tipo de trabalho.
- E quanto as famílias dos mortos? – disse Sam, sentando na cama.
- O de sempre – falou o mais velho, pegando uma garrafa de cerveja da geladeira – Num dia, o cara estava bem, no outro, aparece morto no escritório onde trabalhava.
- E a mulher? – ele perguntou.
- Trabalhava no mesmo escritório dele – falou Castiel – Morreu no mesmo dia.
- Então temos um padrão se formando, não é? – perguntou Sam – Quer dizer, os dois se conheciam.
- Esse é o problema – disse Dean – O “bruxa macho” não tem padrão. Ele simplesmente joga com qualquer um que apareça.
- Certo – disse Sam, re-lendo o jornal para ter certeza que não havia deixado escapar algo – Então temos duas vitimas do ‘’bruxa macho’’, um zumbi...
- Não há nenhum zumbi – disse Castiel, e Sam o olhou, confuso.
- Mais o cara que foi enterrado vivo... Era o que então? Um bruxo, ghoul, transmorfo?
- Na verdade – disse Dean – O cara está vivo. Cem por cento vivo, como se nunca tivesse morrido.
- Então... – disse Sam – O cara realmente sobreviveu duas semanas dentro de um caixão?
- Não – disse Castiel – Ele morreu. Eu sei disso por que um dia depois do enterro dele, sua alma estava no céu. Ele realmente morreu. E agora, está vivo, sem mais nem menos, é uma pessoa normal.
- Isso não tem haver então com a Morte? – perguntou Sam.
- Eu achava a mesma coisa – disse Dean – Mas já faz um mês que o cara voltou a vida, e nada. Nem um comportamento fora do normal.
- Então o que pode ser isso? – Sam falou, mais uma vez re-lendo o jornal – A única coisa que parece concreta é que aquele jogador de poker está envolvido. A questão de serem conhecidos deve ser apenas coincidência.
- Na verdade – falou Castiel – Eu pesquisei e tanto Brian Armstrong como Lisa Belmont tinham álibis por pelo menos algumas semanas. Isso significa que nenhum dos dois teve tempo para um joguinho de poker.
- Então, voltamos a estaca zero – disse Sam, largando o jornal.
- Você conseguiu alguma coisa? – perguntou Dean.
- Não – disse Sam – Passei meia hora rodando a cidade só para esbarrar com duas malucas.
- Malucas? – disse Dean – Como assim?
- Elas usavam roupas de época, sabe, aqueles vestidos enormes e cheios de coisa – falou Sam – Eu esbarrei em uma delas, e depois elas acharam que eu era gay e disseram que não estávamos em 2010.
Dean ia fazer alguma piada, mas notou que Sam olhava para Castiel com cara de que algo estava errado.
Ele olhou para o anjo e viu que seu rosto expressava algo entre incredulidade e medo. Muito medo.
- Cass, o que foi? – perguntou ele.
- Liguem para o Bobby – disse o anjo – Peçam a ele que faça uma pesquisa sobre...
Eles não entenderam as ultimas palavras, pois Castiel se tele-transportou, deixando-os sozinhos.
Já estava de noite, a chuva começou a cair. Dean discutia no telefone.
- Sim, Bobby, eu sei...
- Vocês não podem reclamar – disse Bobby, irritado – Vocês me pedem pra fazer uma pesquisa sobre... Ah, olha só, sobre nada! Como querem que eu encontre alguma coisa?
- Bobby, não entendemos o que o Castiel disse... – começou Dean, mas o outro o interrompeu.
- E eu lá tenho cara de vidente? – disse Bobby – Eu pesquisei o que eu pude, mas não da par fazer muita coisa quando dois imbecis te ligam e dizem para eu pesquisar sobre tudo que eu puder!
- Mas você tem que continuar tentando! – falou Dean.
- Eu estou tentando! – gritou Bobby – Mas tem um mundo inteiro cheio de coisas sobrenaturais e eu sou um só! E mandem aquele anjo idiota para aquele lugar quando o virem!
Ele desligou o telefone na cara do Winchester.
- Não pode culpar o Bobby – disse Sam.
- Eu sei, eu sei – disse Dean – Mas é que eu estou irritado com tudo isso.
- Acho que o jeito é esperar o Castiel aparecer – disse Sam – Alias, aonde ele foi?
Um vento passou pelo quarto.
- Falando no demônio – disse Dean, quando o anjo apareceu na frente deles.
Castiel dirigiu um olhar mau humorado a Dean por causa do comentário.
- Descobri com o que estamos lidando – falou ele, mostrando um livro enorme de capa dura e jogando para Dean.
Dean quase caiu para trás com o peso do livro, que Castiel parecia ter segurado com tanta facilidade.
- Estamos lidando com... – Castiel parou por um minuto – Eu temia que fosse isso...
- Fala logo! – disse Dean, colocando o livro na cama.
- Estamos lidando com as nornas – disse Castiel.
- Com o que? – perguntou Dean.
- São como as parcas da mitologia romana ou as moiras da mitologia grega – disse Castiel.
- Você quer dizer... Clotho, Lachesis e Atrópos? – perguntou Sam, com a mesma expressão de incredulidade de Castiel.
- Ótimo – disse Dean – Conversa de nerds. Alguem pode traduzir pra mim?
- Clotho, Lachesis e Atrópos – disse Sam – São três deusas gregas.
- Elas tem deusas equivalentes na mitologia nórdica – disse Castiel – As nornas, Urd, Verdandi, e Skuld.
- Deusas nórdicas... – murmurou Dean – Então são como os papéis nóeis malvados ou a Paris Hilton?
- Quase – disse Sam – Só que esses eram deuses pagãos menores. Estamos falando de mitologia nórdica agora. E de deusas nórdicas muito porerosas.
- Certo, e qual o grande problema dessas normas? – falou Dean.
- Nornas – corrigiu Castiel – Em todo o caso, pra começo de conversa, elas podem ler mentes. Em segundo lugar, elas podem assumir a forma que quiserem.
- Grande coisa, já enfrentamos dezenas de coisas assim – disse Dean.
- O grande problema... – falou Sam – Dean, você já deve ter estudado deuses gregos no colégio, não se lembra de nada daquilo?
- Claro que eu lembro – falou o outro – De algumas coisas. Tinha um que ficava atirando raios, um que vivia de baixo d’água...
- Muito bem – disse Sam – E você não lembra nada sobre as moiras?
Ele pensou por um instante.
- Hum... – ele murmurou – São as três mulheres que ficam costurando?
- É, Dean – falou Sam – As velinhas que costuram. As nornas são as correspondentes delas na mitologia nórdica.
- E daí? – falou Dean.
- Pelo amor de deus – falou Sam – Dean, o que elas “costuram”?
- Eu lá sei? – falou ele – Meias, cachecóis, casacos?
Sam balançou a cabeça negativamente.
- Dean, elas tecem os fios da vida – disse ele – As nornas controlam a vida e o destino das pessoas.
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Aviso: Pequenas correções feitas nesse capitulo, mais nada demais, quem já leu não precisa ler de novo, foi só uma frase que tava meio errada e alguns erros na hora de digitar