Now Before and Then and maybe a little for later escrita por Mares on Mars


Capítulo 1
Now


Notas iniciais do capítulo

Parte I, espero que vocês gostem.



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4 de maio de 2012, Aeroporta-Aviões da SHIELD, 10:53AM

 

“O Agente Coulson foi declarado morto”, a voz de Nick Fury anunciou através dos comunicadores, arrancando por completo o folego os Vingadores e de Maria Hill.

— Hill — Natasha chamou a mulher assim que a viu, sentada na ponte do aeroporta-aviões — É verdade? O que Fury disse, é verdade? — ela perguntou, visivelmente abalada e a comandante assentiu, sentindo que se falasse, desataria a chorar. Sentindo-se um pouco tonta, de cansaço devido a sua luta com Clint e de choque, devido a última notícia, a russa sentou-se no chão, ao lado de sua comandante e amiga, e inconscientemente, elas deram-se as mãos.

— Ele me ensinou tudo — Hill disse após um longo silêncio, com a voz fraquejante de emoção — Ele estava lá, no meu primeiro dia na Academia… Ele me escolheu como aprendiz, ele até me deu minha primeira 9mm — recordou, com um nó crescente na garganta.

— Ele estava lá com o Clint, quando ele me salvou — Natasha sussurrou, sentindo-se fraca e completamente impotente.

— Barton sabe? — a morena perguntou, após fungar e piscar diversas vezes, mantendo as lágrimas dentro de seus olhos.

— Eu preciso contar pra ele, quando ele acordar — respondeu e fechou os olhos por vários minutos — Como se conta para alguém que seu melhor amigo morreu? Como se conta para alguém que a partir de agora, essa pessoa que você ama nunca mais vai estar por perto? — ela perguntou, sentindo-se irritada e despedaçada. Odiava mais do nunca o maldito asgardiano que trouxera o caos para sua vida.

— Nós vamos ter que contar pra ela também … — Hill lembrou-a e involuntariamente as duas suspiraram com força — Fury está em uma reunião com Stark e Rogers, e até o fim do dia vocês vão enfrentar o Loki, com certeza — informou, com a voz ainda saindo mais baixa do que o normal, as mãos ainda entrelaçadas, compartilhando, por um momento que fosse, o peso da morte de um companheiro.

— Eu vou contar para o Clint agora … E fazer ele ligar pra Laura — disse em pausas — Fazer ele dizer adeus, por via das dúvidas.

— E quando isso acabar, nós vamos ter que ir até a Casa Segura. Ela precisa saber o que aconteceu, por alguém que não seja um agente desconhecido — Maria notificou e as duas trocaram um olhar breve e significativo, antes da russa colocar-se de pé e caminhar para fora da sala de comandos.



O caminho até a enfermaria foi mais longo do que o normal, pois a russa tomara esse tempo para livrar das lágrimas e disfarçar sua expressão de dor, ensaiando o melhor sorriso que pudesse apresentar. Ao chegar no leito onde Barton ainda dormia, ela aguardou até que ele recobrasse a consciência, e quando o fez, esperou até que ele pudesse se orientar, e ainda mais, até que ele tivesse todas suas dúvidas sanadas. Ele parecia bem, saudável pelo o menos, e assim que Natasha respondeu todas suas perguntas, ele pareceu mais normal, mais o Clint que ela conhecia.

— Nat, tá tudo bem? — ele perguntou, após observar atentamente sua melhor amiga, e perceber que algo em sua linguagem corporal estava errado. Assim que ouviu sua pergunta, a russa prendeu a respiração inconscientemente e levantou-se, começando a caminhar pelo cômodo — O que você tá escondendo de mim? — insistiu e ela abaixou a cabeça por um instante.

— É o Phil … — ela forçou-se a dizer antes de um soluço fraco e quase inaudível.

— Loki levou ele? — Barton questionou, colocando-se de pé num salto, em estado de fúria, sentindo um leve tremor em sua mão esquerda. Natasha sentiu como se tivesse afundado em seu lugar, perdendo completamente a coragem que tinha.

— Clint … — ela suspirou derrotada e ergueu o olhar para o amigo, os lábios trêmulos e os olhos muito vermelhos, de tanto segurar o choro.

— Não Natasha … — o arqueiro disse sem fôlego, como se tivesse levado um soco no peito, enfim entendendo o que havia acontecido — Não, não, não, não — ele repetiu diversas vezes, negando com a cabeça, e Natasha teve que cobrir a boca para abafar um soluço, um segundo antes de Clint cair de joelhos em sua frente, com um rosto enfiado em sua barriga, chorando copiosamente. Sem hesitar, ela abraçou-o desajeitadamente e inclinou-se um pouco, consolando-o como podia. Foi uma cena que durou vários minutos, e seria algo estranho demais para um espectador que não estivesse ciente da situação. Dois dos maiores agentes da SHIELD, grandes máquinas de combate, perdendo a batalha para a dor de uma perda tão significativa, apoiando-se um no outro para recuperarem suas forças. Quando não havia mais nenhuma lágrima, Natasha e Clint se viram sentados lado a lado no chão, encostados na maca — O que aconteceu? — ele perguntou, usando toda a coragem que reunira. Nos últimos minutos, ficara em dúvida se queria ou não saber como seu melhor amigo havia morrido.

— Loki … Ele enfiou aquele maldito certo no meio do peito do Phil — a russa respondeu rapidamente, não querendo de jeito nenhum imaginar a cena. Os dois agentes tinham seus punhos cerrados, e sentiam como se pudessem matar Loki com suas próprias mãos.

Ela sabe? — questionou, enquanto colocava-se de pé, e a russa negou com a cabeça, estendendo uma mão para que fosse ajudada a levantar — A gente tem que contar, não é justo que ela fique sabendo pelo obituário — ele disse com firmeza e entrou no banheiro, com o objetivo de limpar de seu rosto qualquer vestígio de seu choro. Antes que eles pudessem continuar a falar, o Capitão Rogers marchou para dentro do cômodo, convocando-os para a batalha, e somente por ora, o assunto fora adiado.



A Batalha de Nova York durou pouco mais de duas horas, e após esse tempo, tudo estava acabado. O exército Chitauri fora derrotado, Stark dera uma verdadeira prova de sacrifício, arriscando sua vida, o Conselho Mundial de Segurança fora desativado por tempo indeterminado e por fim, Loki fora encarcerado. Os Vingadores tinham até tido um breve momento de paz, antes que fossem convocados novamente para se apresentarem na SHIELD.

— Diretor, nós precisamos falar com o senhor — Hill disse com determinação, marchando para dentro do escritório de Fury, seguida por Barton e Romanoff.

— Ótimo, eu também preciso falar com vocês — ele respondeu secamente, e apontou para as cadeiras em frente a sua mesa. Somente quando os três agentes estavam acomodados, o diretor prosseguiu: — Nós precisamos discutir os detalhes do funeral do Agente Coulson — Fury falou, antes mesmo que os agentes prosseguissem — Nós já sabemos que ele queria ser enterrado em sua cidade natal… Ele insistia que ao invés do hino nacional, a única música que ele queria no funeral era o tema de Star Wars. Ele queria ser enterrado em seu melhor terno e sapatos, e que de jeito nenhum queria um discurso sobre como ele vai fazer falta — o diretor disse com calma, como se houvesse decorado os fatos a partir de um documento, mas os agentes ali sabiam que essas eram informações muito pessoais, que em algum momento, Phil compartilhara com o diretor, em uma conversa de amigos — E ele queria que seu carro e seus pertences pessoais, como filmes, livros, discos e sua coleção de objetos antigos fossem entregues para o parente ou amigo mais próximo, então suponho que eu deva entregar tudo para a senhorita Nathan, assim que eu for a Portland essa noite para dar-lhe a notícia — ele explicou e imediatamente Natasha o interrompeu.

— Melinda — ela disse com a voz muito firme — Tudo o que é do Phil deve ficar com ela — prosseguiu com o mesmo tom de voz e encarou o diretor.

— Natasha, a senhorita Nathan é a namorada dele … Eles estavam juntos há quase um ano — Fury argumentou racionalmente.

— Não importa — Barton rebateu — Melinda conhece ele há quase trinta anos… Eles eram melhores amigos e foram parceiros por 18 anos — o arqueiro falou, com um tom de indignação em sua voz, decidido a não permitir que os pertences de Coulson fossem dados a alguém que não fosse Melinda May.

— Certo… Então ela fica com tudo — o diretor declarou, após considerar por alguns minutos, imerso em seus pensamentos — Eu imagino que os três vão até ela.

— Sim senhor — Hill confirmou imediatamente.

— Boa sorte então — ele desejou com sinceridade — Não há missão mais difícil do que dizer a alguém que nós amamos que outra pessoa tão importantes em nossas vidas já não mais aqui — concluiu reflexivamente e pela primeira vez, os três agentes viram a tristeza transparecer no único olho bom do diretor, e antes que tudo se tornasse emocional demais, os mais jovens se retiraram do escritório, deixando o homem imerso em seus próprios pensamentos e lembranças.


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Notas finais do capítulo

(sem muito enrolação, próximo capítulo já no ar)

Espero que vocês continuem!