Uma vida feliz para Arlequina? escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 14
Capítulo 14 – Sou bem irritante


Notas iniciais do capítulo

Aniversário de 1 mês da fic! *O*/ ♥ 6 favoritos, 22 acompanhamentos, 1 recomendação... Nem sei como expressar o quanto estou feliz por vocês estarem se divertindo com a história!! *----* O apoio de vocês é vital! Muito obrigada a todos! ♥ Comentem os capítulos, por favor!! xD



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Capítulo 14 – Sou bem irritante

O Batman caminhou cauteloso pelo edifício vazio, notando os claros sinais da batalha entre os três criminosos. Buracos de bala a perder de vista nas paredes, o grande buraco feito no lugar da grande janela de vidro, de onde anos atrás Coringa havia atirado Arlequina, logo que o homem morcego a conhecera e ela tentara matá-lo, manchas de sangue espalhadas aqui e ali, em especial uma maior próximo à beirada,  devia ser de Arlequina no momento em que o Espantalho a atingira com a bala. Marcas de sapatos se misturavam entre a poeira e o sangue no chão, os saltos de Harley, os sapatos do Coringa, Espantalho, Charada e um que Bruce gravara muito bem, pertenciam a Waller. Pegou o celular e discou para Gordon em busca de informações. Ele não podia atender naquele momento, suas suspeitas estavam se confirmando.

— Alfred...

— O comissário se lhe deixou uma mensagem, senhor. Amanda Waller confessou muitas coisas, incluindo os crimes que incidiram sobre o Esquadrão Suicida. Ao invés de ser escoltada de volta a sua sede, foi levada como prisioneira confessa. Todos os membros do Esquadrão estão em condicional negociada, exceto o Crocodilo que pediu para continuar vivendo no subsolo de Arkham. Porém o governo continua procurando a garota do Coringa, anunciada como fugitiva. A querem viva. Waller relatava que a viu ser baleada, jogada de um edifício, mas... Ninguém encontrou o corpo. Estão dispostos a negociar uma condicional se ela provar não estar envolvida nos problemas de hoje e aceitar acompanhamento psicológico. Caso contrário voltara para Arkham junto com o príncipe palhaço e os outros dois.

— Ela tem algo mais importante pra fazer com sua vida do que passar novas férias em Arkham, Alfred.

— E quanto ao palhaço?

— Isso depende dela e do que ainda vai acontecer, mas devemos nos precaver contra problemas. E falando em problemas, falou mais alguma coisa?

— Não, senhor. O efeito do gás pareceu ter acabado a certo ponto. Se ela tinha alguma pretensão de insinuar às autoridades qualquer coisa sobre o Batman, deve ser inteligente o suficiente e estar com a sanidade de volta em boa ordem para não fazê-lo. Essas informações, exceto a que acabo de lhe transmitir foram divulgadas no noticiário. A senhorita Harley Quinn pode atrair mais atenção do que gostaria, e complicar quem estiver em volta. Antes de tudo, em que condições ela está?

— Viva, porém não sei se consciente. Isso é tudo por hora. Porque Gordon não me falou diretamente?

— Achou ariscado, senhor. Aquela mulher estava lá. Ela conhece o senhor, porém eu não me encontro em seu círculo de convivência. O que pretende fazer agora?

— Encontrar os outros dois. Obrigado, Alfred.

******

— No que está pensando?

— Isso não importa, Venenosa.

— Mas importa pensarmos no que vamos fazer com Harley nesse estado. Se aqueles dois nos encontrarem? E mesmo que não, vamos fugir pra sempre? Aliás, nós duas não temos nada a ver com isso! Estão atrás de você! Temos que tirá-la daqui.

— Não é seguro sair daqui com ela agora. Usariam isso contra nós. E não gosto de ninguém além de mim brincando com o que me pertence.

— Finalmente admite que ela não passa de um brinquedo pra você? – A Hera perguntou em tom de deboche e raiva.

— Não foi isso que eu disse. E não vou deixar fazerem nada com ela.

— Assim como não ia deixar quando ela foi baleada?!

— Só vim ver como ela estava. Agora eu vou sair e vou atrás daqueles dois tentar acabar com isso antes do amanhecer – disse se levantando – Cuide bem da rainha de Gotham, Pam.

Pâmela o observou ir embora após olhar para Harley uma última vez. Fitou a TV que já não mostrava mais nada de interessante há vários minutos, e a desligou. Esperaria Harley acordar para fazê-la comer alguma coisa leve, precisava se alimentar e começar a recuperar o sangue perdido o quanto antes, embora suas ervas estivessem fazendo parte do trabalho.

— É uma pena não haver um hospital do crime pra criminosos como nós. Você merecia cuidados melhores – falou tocando a testa da amiga para checar sua temperatura, ficando preocupada – Ah não... Febre não... Harley...

Ela continuou dormindo. Pâmela preferiu não insistir. Não queria deixá-la sozinha sob hipótese alguma, então trancou o restaurante e preparou um sopa na velocidade da luz, enquanto ia e voltava da cozinha para ver se estava tudo bem, e deixou o alimento na bancada do lado de dentro balcão.

— Harley... Detesto acordar você, mas é melhor você se alimentar.

— Pam... Cadê meu Pudinzinho? – Ela perguntou num sussurro e abriu os olhos lentamente.

— Esqueça ele por um momento. Ele saiu pra tentar pôr um fim nisso, mas não vá ficar se preocupando. Tem que se preocupar com você agora. Você está com um começo de febre. Precisa se alimentar, você perdeu muito sangue e não come hás horas.

— Que horas são?

— Um pouco mais de três da manhã. Vou ajudar você.

Aproveitando que o balcão era bastante largo, Pâmela pegou um suporte de madeira para café da manhã que havia encontrado nos armários e o colou sobre o colo de Harley, em seguida pondo a tigela de sopa lá e ficando ao lado dela, cuidadosamente tentando erguê-la. O fato de Harley não pesar muito ajudou bastante. Ela gemeu de dor uma ou outra vez, preocupando a Hera, que verificou as bandagens tentando evitar outro sangramento.

— Isso ainda vai doer por um tempo. Você tem sorte, não atingiu nada vital. Apoie suas mãos no mármore pra tentar ficar mais firme, eu ajudo você.

Harley assim o fez enquanto Hera a ajudava a se alimentar. Estava confusa. Ela saía somente para observar Gotham entrar em pânico por algumas horas e pensar, e de repente descobria que dois outros maníacos estavam atrás do Coringa para matá-lo, era encontrada pelos três, atingida pelo gás do medo e por uma bala, salva pelo Batman, não morrera por sorte e pelas habilidades de Pam, e agora toda a sua vida até ali parecia diferente depois da conversa com o Coringa.

— Nossa... Eu tô um caco – ela riu ao perceber a quantidade de sangue em suas roupas.

— Você ainda se lembra do que conversaram antes de você dormir?

— Cada palavra, Pam.

— Você está bem com isso? Seja o que for.

— Não sei se bem é a palavra. Mas ele me contou uma coisa boa também. Não que faça muita diferença agora...

— Você não está pensando em voltar pra ele?!

— Não. Eu até quero, mas não vou tão fácil dessa vez.

— Harley... – a Hera suspirou a ajudando a comer novamente – Você só estará em condições de refletir sobre isso quando se recuperar. Até lá você e as hienas moram comigo. E seja o que for que ele disse a você, não se deixe seduzir por isso.

— Foram coisas tão tristes, Pam... Eu vou contar a você depois.

— Ele pode não gostar disso. Eu saí pra vocês dois conversarem. Mas pense nisso depois. Agora precisa comer.

— Você se preocupando com o que ele vai pensar?

— Estou preocupada com o que pode fazer com você se me contar. Esqueça isso agora, Harley – ela pediu novamente.

As duas ficaram em silêncio enquanto Pam a alimentava. Quando Harley terminou ela deixou a tigela e o suporte numa mesa ao lado, próxima o suficiente para não precisar soltar a amiga.

— Pam... O que foi?

Os olhos azuis ainda fracos, mas curiosos como sempre, fitavam os verdes marejados da Hera. Pâmela secou as lágrimas que ameaçavam cair e a abraçou.

— Eu achei que fosse perder você.

Harley a abraçou de leve, era o melhor que conseguia sem sentir dor e o que suas forças permitiam no momento. Afagou os longos cabelos ruivos da amiga tentando acalmá-la e a deixando chorar em seu ombro.

— Eu fui procurar você quando vi o caos na TV, você não voltava, não me atendia, encontrei o Batman com você desmaiada, sangrando muito, com uma bala quase no mesmo lugar daquele pesadelo de semanas atrás. Eu fiquei horrorizada quando vi a altura de onde você caiu. Foi difícil tirar a bala, você perdeu tanto sangue, achei que nunca mais abriria os olhos.

— Eu ainda tô aqui. Não sou fácil de matar. Por que acha que sou tão irritante?

Pam sorriu, ainda abraçando Harley, se tranquilizando com aquelas palavras.

— Amo você, Ruiva. Eu não podia ter encontrado uma irmã melhor.

— Eu também, sua doida.

As duas riram e Pam a ajudou a se deitar novamente.

— Minha maluca favorita. Fique quieta e descanse o quanto puder. O Coringa acha que não é seguro tentar sair daqui com você assim. Talvez esteja certo. Vamos esperar até o amanhecer.

— E o Batsy?

— Eu não sei dele, mas acredito que vai ajudar. Devemos nos ver de novo. Ele praticamente suplicou pra manter você viva, disse que precisa falar com você.

— Ele vai nos mandar pra Arkham de novo – ela reclamou – Não tô a fim.

— Não acho que seja sobre isso. E ele disse que não nos mandaria pra Arkham hoje. Acho que sua loucura passou pra ele quando te salvou.

— Pra quem você tá ligando?

— Pra Gatinha. Ela me ligou quando eu ia sair de casa, mas perdemos o contato. Ela queria vir pra Gotham eu acho... Agora que você está segura, preciso avisá-la sobre tudo isso.


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