Fix You escrita por SammyBerryman


Capítulo 30
Vertigo (Alfred Hitchcock) part one


Notas iniciais do capítulo

[Um corpo que cai (Alfred Hitchcock) parte um]

Chegou a moça que só sabe postar no sábado, mas tbm né pessoinhas, se vcs não comentam a coisa empata com o pessoal do twitter e do Whats tbm, mas graças a Tattí Rodriguez eu consegui escrever o capítulo na opção 2, incrível como as opções empataram aqui no Nyah e no twitter tbm, parem de fazer empatar gente kkkk Bom, mais uma vez peço desculpas por escrever muito, mas é aquele ditado né, vamos fazer oq? Eu escrevo e do nada quando eu vejo deu oito mil palavras, por isso peço perdão por dividir em duas partes de novo, sérião gente, me desculpa. E pediram pequenos momentos da Sam com o Austin, sério galera? Para de virar a casaca hein, só permitir isso pq a fic é aberta, mas por favor, peguem leve na hora de pedir realmente o que querem kkkk. Agora chega de enrolação esses capítulos prometem um tremendo fuzuê de todo mundo kkkk eu soltei uma bomba em algum lugar xoxo



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Povs Freddie:

— Você morava aqui com seus pais? - eu pergunto enquanto observo o Austin abrir a porta da casa dele.

— Com minha irmã também. - ele murmura e abre a porta.

Ele entra sem tirar os sapatos molhados, hesito um pouco, mas acabo por entrar também.

— Lugar bacana.

— Não precisa tentar ser legal Freddie. - Austin deixa a porta aberta e faz seu caminho para a cozinha.

— Achei que podíamos ser amigos, sei lá. - vou para a cozinha.

— Mas só que você está forçando isso, fica estranho. - ele abre a porta dos fundos.

Ignoro seu comentário. Vai ser mais horrível do que pensei. Toda vez que eu olho para ele, relembro do quanto a Sam sofreu para me contar aquela história sobre o relacionamento deles. Meu estômago se vira em ácido. Tenho que morder a língua e prender a respiração para não vomitar.

— A Sam alguma vez falou de mim para você? - eu pergunto quando chego ao lado de fora.

Austin está de joelhos na grama, enquanto arranca algumas raízes e joga outras fora. O quintal é pequeno. Tem um muro na parte de trás e a grama toda foi tomada por plantas e vegetais. O observo esperando que me responda.

— Sim. Ela já falou de você para mim. - ele respondeu olhando para trás rapidamente.

— E então?

— Ela disse que amou você. - sua voz parece sair entre os dentes, fico feliz por um momento e pretendo perguntar uma coisa- Mas... - ele se levanta com algumas plantas nas mãos- Ela disse que você não devia ter a deixado partir. Por isso eu preenchi o lugar no coração dela que você deixou em branco.

Dou um passo para trás pensando nisso.

— E agora eu fiz o mesmo. - olho para os meus tênis molhados.

— Não Freddie. Você não fez. - ele suspira e eu levanto a cabeça para olhar seu rosto, me assusto um pouco com o que ele disse- Você fez mais do que preencher um lugar vazio, você fez ela se apaixonar por você de novo. Eu nunca a vi assim... Tão alegre, com um brilho no olhar tão intenso... Foi como invadir um momento só de vocês quando você se despediu dela... Eu... - ele não termina só balança a cabeça e passa por mim empurrando meu ombro com o dele.

Fico parado sentido a fina camada de chuva salpicar minha roupa de respingos aos poucos. Não quero pensar no que ele disse por mais que seja a verdade. Sou muito orgulhoso e me vangloriar por causa dos sentimentos da Sam, é algo que nem posso cogitar.

Só quero retornar para o apartamento da Sam e permanecer ao lado dela. Temos que nos prontificar em achar a Lana. Se eu achar essa garota, o Austin nunca mais será um problema. Mas tem algo muito suspeito nesta história.

Retorno para dentro da casa. Não encontro o Austin na cozinha e nem o encontro na sala. Aproveito para observar o ambiente. Sofá marrom no canto da janela, uma TV, uma estante cheia de fotos de família. Passo o meu peso para o pé direito e me censuro mentalmente por querer olhar as fotos. Mas como não sei onde ele está caminho rapidamente para lá.

Olho a foto ao lado da TV. Austin está abraçado com uma garotinha de cabelos castanhos da mesma cor que o dele. Ela sorri lindamente para alguém que devia estar atrás da câmera.

— Tem mais fotos na gaveta se quiser ver o quanto a minha vida era feliz. - Austin murmura aparecendo com um saco de papel e as chaves do que suponho ser do carro na mão.

— Eu só estava... - tento explicar, mas ele me ignora completamente.

— A Sam que tirou essa foto. - ele faz um movimento com a cabeça para a fotografia que eu estava observando- May a amava muito.

— Quem não ama a Sam? - pergunto irônico.

— Não sei. A polícia? - Austin franze a testa e pela primeira vez rimos naturalmente.

Ele descansa como se um peso fosse tirado dos seus ombros. O ambiente fica mais leve. Viu Benson?— Meu subconsciente me pergunta - Não é tão difícil ser legal com o cara.

— Melhor nós irmos. - dou uma última olhada para a foto e dou as costas para o passado dele.

 

 

Entro no carro meio sem jeito. Austin ignora o cinto de segurança e dá partida no carro.

— Você que pediu para que ela devolvesse? - Austin conduz o carro pela rua molhada.

— Não. Eu nem mencionei nada com ela.

— Ah. Suspeitei. Parecia ser coisa dela mesmo.

— Você deu o carro de presente?

— Sim. - ele me olha de rabo de olho- Mas acho que ela está feliz com aquele Mustang que você deu a ela.

— Como sabe?

— Ele estava parado praticamente na porta. E a Sam gosta de carros esportivos. - ele age como se a conhecesse melhor do que eu.

— Deduziu isso tudo sozinho? - rio friamente.

— Eu fico sozinho boa parte do tempo.

— Ah, por favor, não se faça de coitado.

— Desculpe. Tenho esse lado meu.

— O lado que faz as pessoas sentirem pena de você? - cuspo em indignação pela janela.

— Não. O lado que mostra como eu me sinto. - ele aperta o volante com força.

— Sabe que por um momento eu acreditei que você era um cara legal, eu tive pena, mas ai você me contou a verdade e qualquer sentimento...

— Não quero que tenha pena de mim. Esqueça o que conversamos. - Austin acelera o carro e não se importa de estar sem cinto.

— Vai nos atrasar se for multado, custa colocar o cinto?

— Não coloco o cinto a mais de três anos e nunca fui multado.

— Está o que? Esperando a morte chegar?

Ele respira fundo e olha pelo retrovisor.

— Alguma coisa assim.

— Como a Sam te suportava? - me mexo no banco sentindo incômodo de estar nesse carro.

— Ela me amava bem simples. - Austin tira as mãos do volante para explicar.

— Bingo. - murmuro.

— Perdi alguma coisa?

— Você disse "amava" - digo lentamente.

— Eu sei. - ele finge prestar atenção na estrada.

— Não acredita que ela te ama mais? - eu mesmo quero uma resposta para essa pergunta.

— Não da mesma forma. A Sam é sua, ok? Eu já percebi isso. Quero deixar de ama-la, mas é meio difícil fazer isso sozinho. Por isso precisamos encontrar a Lana. Eu sei o que sinto por ela. Não chega perto do que senti pela Sam, mas é o suficiente para me manter com os dois pés no chão. Ela é minha âncora Freddie. E quando ela se foi, levou o equilíbrio de mim. - Austin desabafa comigo e eu só pisco para as palavras dele.

Tenho que encontrar um assunto que não me faça ficar com cara de bobo de novo. O cara é todo sentimental. Por que diabos a Sam amava ele?

— Como conheceu a Lana?

— Na faculdade. Após meu rompimento com a Sam, Lana e eu ficamos mais próximos, nos apaixonamos eu acho. Não sei dizer. Era algo especial para mim, voltar a sorrir depois de muito tempo. - ele faz uma careta.

— Mas?

— Mas ela foi embora. - ele é curto.

— Ok... Mas não explicou direito como se conheceram... - quero tirar a verdade dele, sinto que ele está escondendo alguma coisa.

— Já disse, na faculdade. - Austin freia o carro e vejo que chegamos.

Ele desliga o veículo e me olha esperando que eu saia do carro. Retiro o cinto e abro a porta para sair. Quando saio do carro, eu bato a porta com força e ignoro seu protesto.

Ando para a calçada e passo a mão no capô do Mustang. A sensação de poder e satisfação se alojam no meu peito. Aguardo o Austin sair do carro e bato o pé na calçada em uma poça d'água, ela se contorce empatando-me de ver meu reflexo. Quando eu paro de mexer o pé, ela volta ao normal de novo. Algo me faz pensar a respeito disso, como se tivesse ligação com alguma coisa. Dou de ombros e subo os degraus da entrada.

Abro a porta do apartamento ansioso para ver a Sam de novo. Sinto meu coração acelerar intensamente, minhas mãos soam e me sinto eufórico. Nenhuma droga teria um efeito tão forte sobre mim, como o efeito que a Sam tem.

Adentro na sala e meu olhar se suaviza de imediato, ao vê-la conversando com a Carly sobre algo na TV. Sam ergue a cabeça e sorri.

É tarde demais quando eu vejo que o seu sorriso, não foi para mim e sim para o cara que partiu seu coração.

Por uma fração de segundo, penso estar errado. Mas vejo-a corar levemente e depois olhar para mim, porém o que acontece é muito melhor, ela me olha como se visse o sol pela primeira vez. Como se a melhor coisa do mundo tivesse acontecido. Como se só existisse ela e eu nesta sala.

Abro levemente meus braços para ela. Sam salta do sofá e se joga entre eles. Eu afundo meu rosto no seu cabelo e inalo seu cheiro de lavanda. Fico confortável sentindo ela comigo. Sinto-a mexer a mão nas minhas costas, mas eu não ligo. Eu estou aonde eu quero estar.

 

 

 

 

Povs Sam:

— Posso entrar em contato com meu pai... - Embryl começa a dizer e eu ergo uma sobrancelha para ele- Quero dizer, com o nosso pai em alguns minutos, provavelmente ele pode rastrear o telefone dela e ver o último lugar em que foi utilizado.

— E o que está esperando? - eu pergunto olhando para a Carly e o Gibby que trocam olhares estranhos.

— Vocês me passarem o número. - ele coloca a mão no queixo.

— Aqui. - jogo meu celular para ele- Devo ter o número dela nos contatos.

— Ok. - ele desbloqueia e inicia a busca.

— Agora, o que foi? - olho para o Gibby exigindo uma resposta.

— Nada. - ele aparenta estar nervoso, como se soubesse de algo.

— Não me faça te fazer falar. - tento me levantar do sofá, mas uma tontura me faz sentar de novo.

— Deixa comigo Sam. - Carly alisa minhas costas e se levanta do sofá- Você sabia que ele viria aqui. - ela se aproxima do Gibby com uma postura de ataque- Foi com ele que você estava trocando mensagens. Assim que ele chegou você abriu a porta sabendo que era ele.

— São muitas afirmações. - Gibby se esquiva do assunto.

— E todas elas são verdadeiras. - Carly se senta no colo dele.

E lá se foi a tática de violência. Eu já devia imaginar que a Carly teria outros métodos - apesar de eu preferir o outro- ela sempre se sai melhor nesse.

Gibby suspira e pega a mão dela, ele leva aos lábios e a beija com carinho.

— Eu não vou mentir para você.

— Admita logo Gibby. - interrompo a enrolação dele- O Austin avisou que viria e você concedeu esse direito a ele.

— Fala como se eu decidisse quem entra ou sai. - ele se defende.

— Não, mas você é o único que ainda tem algo parecido com uma amizade com ele. - Carly diz.

Ele bufa sabendo que perdeu a discussão.

— Tudo bem- ele desiste por fim- Ele avisou que estava vindo, ele queria saber a verdade do que estava acontecendo. Eu simplesmente disse que era uma boa ideia...

— Olha, já admitiu tudo. - encerro o assunto.

— Por que... - ele continua e traça círculos no joelho da Carly- Ele disse que sabia algumas informações sobre a Lana.

— Como ele sabia que nós tentaríamos encontra-la, se não estava nos nossos planos até então? - Carly pergunta e eu vejo que toda essa história está criando algum sentido.

— Pai? - Embryl diz no telefone- Eu sei está cedo... - ele faz uma pausa- Mas é urgente, preciso que o senhor rastreie o celular de uma garota, ela está com problemas e precisa de ajuda. - ele é rápido com as palavras. Uma vontade imensa de pegar o Pearphone dele e falar com meu pai, se apodera de mim. Mas sei que não é o momento certo ainda.

— O Barney é rápido. - Gibby nos assegura e a Carly cora sem motivos.

— Eu que o diga. - ela tenta sair do colo do noivo, mas Gibby a aperta e beija sua bochecha.

— Fica aqui. - ele pede baixinho.

— Para com isso gente, eu estou no telefone. - Embryl se irrita e eu dou risada- Sim, o número dela é 7700487621. - ele escuta meu pai atentamente- Sim 44 o código de Londres, tente ver a última vez que ele foi utilizado. - Barney berra no telefone- Não estou dizendo como se faz o seu trabalho, meu Deus! - Embryl reclama- É só isso pai, obrigado - ele me olha rapidamente- Sua filha mandou um "Oi", xau. - Embryl desliga e eu pisco atônita para o fim da ligação.

— Mas o quê? - agarro no sofá como se fosse cair.

— Ele não vai desconfiar Sam, não faz a mínima ideia que eu te contei, bem, que o Gibby te contou- Embryl ergue uma sobrancelha para o Gibby que está trocando beijos com a Carly.

— Esse dois... - penso em jogar uma almofada neles, mas ignoro a cena e volto a olhar para o Embryl.

— Então... Aquele era o Austin, ele é bonito. - Embryl assobia.

— Ele nunca foi apenas bonito. - dou um meio sorriso.

— Não sei quem ficou mais surpreso quando ele chegou o Freddie ou você.

— Provavelmente eu. - quero sair desse tópico.

— Ele olhou para você de uma forma tão... Profunda.

— Pula essa parte.

— Você não percebe. - Embryl se levanta do sofá e vem até mim.

— O quê eu não percebo?

— O quão é fácil se apaixonar por você. - ele se senta do meu lado e me olha esperando que eu diga alguma coisa.

Abaixo a cabeça corando com seu comentário.

— As pessoas dizem isso, mas eu não vejo dessa forma.

— De que forma você vê? - ele estreita os olhos verdes para mim.

— O que o Freddie tem em comum com o Austin? - pergunto para chegar ao meu ponto.

— Eles te amam? - Embryl sugere.

Balanço a cabeça dizendo que não.

— Ambos querem a mesma coisa, porém é como se nenhum dos dois tivesse, o Austin não vai mais lutar, o Freddie diz que vai, mas é totalmente estranho, por que ele iria lutar por algo que já possui?

— Não entendi.

— Eu os amo, mas nenhum deles perguntou para mim como eu me sinto diante disso.

Embryl sorri ao entender.

— Você ama o Freddie, porém o Austin dizendo que não quer você, não faz o Freddie baixar a guarda. É como se ele...

— Ainda duvidasse dos meus sentimentos por ele. - termino de explicar.

— O Freddie ainda não entende que você o escolheu.

— Não. Ele está lutando por mim, sendo que eu já sou dele, e eu não sei mais o que fazer para provar isso.

— Bem garota, acho que está na hora de você lutar por ele. - Embryl diz sinceramente.

E por incrível que pareça, tem todo o sentido do mundo.

 

 

Passaram-se alguns minutos e o Barney ligou avisando que pode ter conseguido rastrear o número, Embryl anotou alguma coisa em um papel e ainda está no canto da sala conversando com o pai pelo telefone. Carly parou de se agarrar com o Gibby no sofá e voltou a se sentar ao meu lado. Estamos rindo a um bom tempo sobre um comercial da TV, até que escuto a porta da frente ser aberta.

Eu levanto o olhar e observo quem entrou. Austin está logo atrás do Freddie, alguma coisa em mim se desperta lentamente, e eu sorrio. Um sorriso espontâneo de alguma alegria estranha. É como ter um parente em casa após muito tempo sem vê-lo. Austin sorri de volta. Eu coro levemente. Meu olhar se detém sobre ele por alguns segundos, mas meu coração dá uma guinada estranha quando olho para o Freddie em sua frente. O mundo todo congelou para mim. Ele é só o que importa agora. Ele voltou em segurança e bem. Meu corpo relaxa imediatamente, eu não sabia que estive tensa todo esse tempo. Parece uma eternidade desde que nos vimos e quando ele abre seus braços, não hesito em me jogar contra ele.

Coloco a cabeça no ombro do Freddie e ele me aperta contra ele, seu nariz roça contra meu cabelo e eu me sinto calma. O melhor lugar que existe é dentro dos seus braços.

Austin olha para baixo sem jeito, eu continuo abraçada com o Freddie, mas uso minha mão esquerda para tocar gentilmente na mão do Austin. Ele se surpreende e entrelaça os dedos nos meus. Dou um sorriso leve, mas depois fungo contra o ombro do garoto que eu realmente amo.

Austin solta minha mão rapidamente e alguma emoção sem nome, se passou entre nós. Freddie me solta aos poucos e me beija com carinho nos lábios.

— Como se sente? - ele pergunta me olhando de cima a baixo.

— Engraçado, ninguém me perguntou isso hoje. - respondo brincando com ele e coloco a mão nos seus braços perfeitos- Na mesma para ser sincera.

— Não por muito tempo. - ele se mexe para dar passagem ao Austin.

— Se me permite, vou a cozinha preparar o chá para a vossa realeza. - Austin me trata de forma cordial, ele aparenta se sentir mais a vontade.

— Como quiser. - faço um gesto com a mão o dispensando.

Ele retira os sapatos e as meias.

Giro a cabeça para o Freddie e ele tem uma expressão impassível.

— Melhor você sentar. - ele continua cuidadoso.

— Melhor você tirar essas roupas molhadas. - aponto para as escadas- Agora bebê. - eu o empurro de leve e ele sorri, sem protestar Freddie vai para as escadas e sobe ao andar de cima.

Eu faço o meu caminho para o sofá, mas quando o Austin passa por mim para ir até a cozinha eu mudo de ideia. Quando dou um passo para frente, Carly pega a minha mão e eu olho para ela confusa.

— Sam. - ela diz meu nome como uma repreensão.

— Está tudo bem Carly, não se preocupe. - eu a faço me soltar e vou para a cozinha andando rapidamente.

 

Austin está pegando a chaleira de cima do fogão e levando para a pia para encher de água. Fico observando ele em silêncio, sem coragem de dizer nada. É estranho tê-lo aqui na minha cozinha, andando normalmente como antes. As coisas mudaram muito desde então.

— Eu sei que você não está aqui para me ver fazer o chá. - Austin se vira para me olhar.

— Tem razão. - vou até ele hesitante e paro na sua frente- Eu vou te ajudar.

Olho para o seu rosto e engulo em seco, noto um hematoma se formando, ele não estava assim quando apareceu aqui de manhã.

— O que foi isso? - eu pergunto a ele, que se vira para esconder o rosto.

— Nada. Não foi nada. - Austin fica nervoso.

— Como nada? Olha seu rosto, parece que levou um soco... - meu olhar se arregala- O Freddie fez isso?

— Não. - ele continua de costas- Eu... Eu caí na rua, Freddie e eu apostamos uma corrida até em casa, está tudo bem. - ele começa a colocar as ervas dentro da chaleira.

Eu inalo com força e me aproximo mais dele.

— Você sempre foi um péssimo mentiroso.

Ele leva a chaleira para o fogão, coloca em cima da boca menor e liga o fogo. Austin permanece de costas pra mim. Ele não quer me olhar.

Eu solto um muxoxo e abro o armário ao lado. Pego um kit de primeiro socorros e coloco sobre o balcão de mármore da cozinha, abro a caixa e pego um antisséptico.

— Eu juro que se você não olhar pra mim agora, eu vou virar sua carinha ao contrário. - o ameaço com eficiência.

Ele suspira e finalmente fica de frente para mim. Eu vou até ele e pego seu rosto gentilmente, passo o antisséptico no hematoma que está meio arranhado, se eu não o conhecesse bem, realmente diria que ele podia ter caído.

— Eu mereci. - ele sussurra e sei que está se referindo ao soco.

— O que você falou a ponto de tirar a calma dele? - me viro para pegar um algodão na caixinha.

— Depois eu te explico melhor, por hora eu não quero falar disso.

— Claro, claro. - seguro seu rosto de novo e passo o algodão.

Ele me dar aquele olhar intenso, o mesmo que me deu quando fui vê-lo há alguns dias atrás. Eu paro de passar o algodão e fito seus olhos marrons, milhões de memórias retornam mostrando uma realidade totalmente diferente da atual.

Eu recuo com medo do que isso pode causar, ele se mexe desconfortável e abaixa a cabeça.

— Desculpa. - ele mantém a voz em um sussurro.

— Não me olhe assim. - tomo coragem para fazer um pequeno curativo no seu rosto, mas ele se distancia de mim.

— Eu não consegui evitar. - ele anda em círculo próximo a pia.

— O que nós tivemos Austin, o que nós fomos um dia, acabou e...

— Eu sei que acabou. E me alegra ver você feliz. Você merece ser. - ele me faz ficar calma imediatamente. Sua voz é suave e acolhedora, não tem como eu me exaltar em sua presença.

— Gostaria de acreditar que eu mereço... - murmuro, um peso esmaga meu peito e eu tenho que me apressar para sair da cozinha.

Austin segura o meu braço antes que eu saia. A dor é insuportável. Saber que eu tirei tudo dele é horrível, me sinto péssima por me lembrar disso.

— Para de se culpar. - ele aperta o meu braço e olha no fundo dos meus olhos como se quisesse me dizer alguma coisa.

— Pare de me amar. - saio do seu aperto e vou em direção à sala.

Volto a me sentar no sofá, Carly e Gibby não estão mais aqui, franzo a testa sem entender a rapidez dos dois e vejo que Embryl também sumiu. Coço a cabeça e vejo a tela do meu celular piscando. Uma mensagem da Carly. Desbloqueio o celular e clico para ler.

"Tivemos que dar uma saída, acho que descobrimos uma boa pista, Embryl está conosco, voltamos em breve."

Pergunto-me onde está o emoji de coelhinhos que ela manda no final de cada mensagem. Nesse exato momento ela manda dois coelhinhos. Sorrio e mando um "Ok".

Fico encarando a televisão sem realmente escutar o que está se passando, só desejo que o Freddie retorne logo para a sala, não quero ficar sozinha com o Austin por muito tempo. Não depois da forma que ele me olhou na cozinha.

Para minha sorte, escuto os passos do Freddie ecoarem nas escadas, relaxo no sofá e espero ele descer.

Ele vem se sentar do meu lado e passa os braços em minha volta como a Carly fez antes.

— Cadê todo mundo? - ele me pergunta olhando pela sala.

— Acharam alguma coisa sobre o paradeiro da Lana e foram investigar. - respondo e me lembro de um detalhe- Notou que ela seguiu...

— Todos que estão ligados a mim? Sim eu percebi. - ele é ágil.

— E se for a sua...

— Não, não é. - ele me aperta com mais força e seu corpo treme como se estivesse com medo.

— Mas faz sentido e você sabe disso.

— Sam... Se ela for quem nós estamos pensando, e eu sei que não é, não faria diferença, ela nem se lembraria de mim.

— Talvez ela saiba quem você é, por isso está atrás de nós, quem sabe ela ligou para o Austin atrás de você. - começo a falar sem parar e ele silencia meus lábios com os seus, perco o fio da meada durante o beijo.

Freddie para o beijo aos poucos com pequenos selinhos.

— Não é a mesma Lana, não faz sentido algum. E para piorar ela namorou o Austin, isso não podia ser mais repugnante. – ele diz. Ai. Essa doeu profundamente, só depois de alguns segundos ele compreende o que disse- Eu sinto muito. Não era para ter soado dessa forma.

— Mas soou. - faço força para sair dos seus braços, mas ele me mantém presa.

— É só que... - ele tenta se desculpar- Não faria sentido depois de tanto tempo ela querer me procurar.

— Na verdade faz, mas tudo bem- eu tusso sem querer- Pense da maneira que achar melhor.

— Não. - ele fala duramente- Não vamos brigar Sam, não por algo tão simples. Desculpa por te falado aquilo e desculpa por eu não ver lógica nisso, e também seria estranho ter a Lana na minha vida depois de anos.

— Eu sempre vou desculpar por você. - digo isso sabendo que não é nem um pouco a minha cara- Mas, realmente, ela deve estar procurando por você.

— Procurando por quem? - Austin sai da cozinha com uma bandeja.

— Pela Lana. - minto rapidamente- Carly, Gibby e Embryl encontraram alguma coisa.

— Onde eles estão? - Austin deixa a bandeja na mesinha e se senta no braço do sofá ao meu lado.

— É o que queremos saber. - Freddie responde ignorando o fato da pergunta ter sido dirigida a mim.

— Eu fiz seu chá. Tentei não deixar muito forte, eu sei que você não gostava. - Austin me explica com carinho, é realmente estranho ver toda nossa vida ser colocada no passado.

— Obrigado. - fico sem jeito e pego a xícara da bandeja.

O cheiro de ervas começa a se impregnar no meu nariz, sinto vontade de vomitar. Mas o cheiro é familiar. Em questão de segundos minha mente e meu coração assumem o controle, fazendo com que eu me sinta melhor.

Tomo um gole grande para acabar logo. É como beber ácido de pilha. Além de estar quente tem um gosto terrível. Escuto a risada baixa do Freddie ao meu lado, ele segura minha mão e olho para seu rosto, ele mexe os lábios dizendo "está tudo bem". Bebo a xícara toda e fecho os olhos, sinto alguém tira-la da minha mão, pelo toque leve e receoso, sei que foi o Austin.

— Essa é a pior coisa que eu já tomei. - aperto minha barriga e me encolho no sofá.

— Pelo menos você vai melhorar, vale a pena. - a voz do Austin é solene.

— Você vai ficar bem amor. - Freddie murmura dando carinho na minha mão.

— Vão contar pregos ou algo assim- abro os olhos e sinto meu estômago se revirar- É horrível. – eu espirro com força.

— Deita aqui. - Freddie me puxa e eu deito a cabeça contra seu peito- Durma um pouco.

Eu fecho meus olhos e de repente me sinto cansada, escuto Austin perguntar algo ao Freddie, mas estou muito indisposta para ouvir.


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Notas finais do capítulo

Até aqui tudo bem... Alguma coisa para dizer? Fala ai nos comentários hehehe a parte 2 já já vai ir pro ar, fiquem ligados amores, beijinhos seus lindos...



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