Fix You escrita por SammyBerryman


Capítulo 22
I feel my heart beating


Notas iniciais do capítulo

[Eu sinto meu coração batendo]

1...2...3 tirozinhos, 4...5...6 tirozinhos... 7...8...9 tirozinhos 10 na pequena fic... Só preparando vcs para o final do capítulo... Bem, acho que eu não tenho nenhum recadinho para dar, fiz esse capítulo com muito amor e hotzinho para vcs seus lindos. Quero agradecer a todos os leitores que estão fazendo as visualizações da fic decolarem loucamente. E as mensagens no twitter são as coisas mais lindas que já vi. Um enorme beijo e um grande "se preparem" para o final, se vemos lá embaixo.



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Povs Sam:

O corredor do hospital está calmo, a não ser por nós seis preenchendo as cadeiras encostadas nas paredes. Sinto Embryl apertar minha mão direita, enquanto Gibby, Freddie e Spencer permanecem em volta da Carly. Ela parece mais abalada que o Spencer. Todos nós estamos meio molhados e com as roupas sujas de sangue, mas Jenner dentro da sala é o que nos mantem a espera. Eu não sabia como reagir, foi tudo tão rápido. O médico disse que ela ainda pode ter uma chance, graças a Embryl que a trouxe a tempo para dentro do hospital. Meu irmão me envolve com o braço e eu encosto a cabeça contra seu peito, não me importa que sua camisa esteja manchando meu rosto, no momento aqui é o único lugar em que eu quero estar. No abraço de alguém da minha família. Mesmo assim, meus olhos estão fixos no Freddie, seu cabelo castanho está caindo nos olhos, seu terno está todo amarrotado e algo que parece o formato de mãos vermelhas mancha a sua lapela e costas. Ele vira a cabeça e me olha, seu olhar trava no braço de Embryl em minha volta, eu finjo não perceber e continuo fitando seus olhos, silenciosamente eu estou pedindo para que ele venha se sentar ao meu lado. E assim ele faz. Freddie se senta na cadeira e pega a minha mão esquerda, Embryl não tirou o braço que permanece no meu ombro, tenho que lembra-lo que Freddie não sabe que ele é meu irmão, mas estou confortável de mais e um pouco assustada com os acontecimentos em questão para dizer alguma coisa.

— Eu vou esperar no carro – Embryl quebrou o silêncio e retirou o braço do meu ombro.

— Pode ficar – eu peço baixinho – Jenner provavelmente vai querer lhe agradecer quando isso tudo terminar.

— Não precisa. Eu fiz por livre e espontânea vontade, ela não tem que agradecer por nada, qualquer outro faria o mesmo – Embryl é humilde, isso é uma qualidade extremamente rara nos dias de hoje, normalmente as pessoas sempre querem prestigio, ele só quer fazer o seu trabalho.

Eu pego sua mão e sinto o olhar de fuzilamento do Freddie.

— Você foi o herói do dia.

— Não – Embryl nega sorrindo sem jeito – Não estou trajando nem uma roupa descente.

— E daí? Nem todo herói usa capa. – a admiração na minha voz é tão profunda que Freddie suspira nervoso do meu lado.

O pescoço de Embryl fica vermelho, ele pega meu rosto entre as mãos.

— Então eu sou o herói que vai para o carro – ele beija minha testa.

Embryl levantou-se da cadeira, deu um aceno breve para o Freddie, uma batida nas costas do Spencer, uma piscadinha para Carly e foi embora andando graciosamente no corredor.

Todos se viram para me olhar e eu me encolho no banco. Eu devia contar a verdade, mas prefiro manter isso comigo, que eles pensem o que quiser, eu não teria como explicar que não quero conhecer o meu pai e provavelmente Freddie sabe quem é.

Eu olho para o meu namorado e dou um beijo calmo em sua boca, eu precisava disso só para relaxar. Ele também precisava, pois seus ombros subiram em forma de alívio, parecia que tinha cem toneladas de algo invisível os mantendo para baixo.

— Como você está? – ele pergunta tentando me transparecer calma.

Penso um pouco antes de responder a ele.

— Ansiosa. – é a única palavra que me descreve.

— Ah, claro. Você está esperando notícias tanto como nós - Freddie murmura, noto que quer perguntar alguma coisa diferente do assunto atual.

Para seu grande alívio, eu sei o que é.

— Embryl e eu só conversamos no apartamento, jogamos Just Dance e então a luz acabou, foi quando a Carly ligou para mim e fui ajuda-la no Bushweel.

Ele suspirou, não sei se agradecido por eu responder sua pergunta silenciosa, ou aborrecido por eu falar a verdade.

— Embryl salvou o dia pelo visto. – ele está chateado.

— Ele só fez o que qualquer outro faria.

— Eu devia ser seu herói, não ele. – sua voz está carregada de ciúmes, ele me envolve com o braço me apertando mais que o necessário.

Não faz muito sentido o que ele falou, mas eu compreendo seu lado.

— Não se preocupe. Você sempre vai ser meu cavaleiro da armadura brilhante, lembra?

— Que clichê. – ele sussurrou se animando um pouco.

— Eu gosto de ser clichê ao seu lado. – beijo seu queixo com carinho.

— É por isso que eu te amo senhorita Puckett. – Freddie prende seu olhar com o meu.

— E eu também te amo senhor Benson, com todo o meu coração. – respondo, mas uma careta cruza meu rosto, ser romântica não é comigo.

Ele só me abraça contra ele enquanto esperamos o médico aparecer e nos falar sobre o estado de Jenner.

— Me pergunto... – Freddie começou a dizer – Se a Carly ter crescido sem a mãe, foi tão ruim quanto termos crescido sem nossos pais. – ele observa a amiga encostada no Gibby.

— Eu não sei – sussurro para ele - Carly não tem nenhuma lembrança dela, só tem uma foto da mãe, ela era ruiva pelo que deu pra notar.

— Hum... Eu sei que ela ficou um pouco chateada com a gente.

— Por quê? – perguntei confusa com seu comentário.

— Porque nós sabemos onde nossos pais estão ou até mesmo familiares e nós não queremos procura-los. E a Carly daria tudo para ter a mãe dela, só que não adianta ir procurar em um cemitério – ele tem que colocar a boca contra meu ouvido para dizer a última frase.

— Entendo seu ponto. – é única coisa que eu digo.

 

 

Após uma hora de espera interminável, o doutor de cabelos grisalhos saiu da sala, seus olhos varreram o corredor até se focarem em Spencer.

— Parabéns ao senhor. É uma menina. – ele parabenizou e todos nós suspiramos aliviados.

— E... A Jenner está bem? – Spencer perguntou aproximando-se do doutor.

— A situação dela é estável no momento, a queda da escada ocasionou o quebramento de uma costela ao lado direito do corpo. Realmente foi por pouco não perdemos o bebê, mas apesar de tudo, ambas estão a salvo agora e em observação no momento, mas já pode ir vê-las.

A reação de cada um já era esperada, suspiros, agradecimentos a Deus e um sorriso finalmente se formando sem medo de algo dar errado.

— Eu desejo vê-las agora – Spencer está quase pulando se não fosse Carly para conte-lo.

— Pelo atual estado dela é melhor deixar somente dois entrarem por vez e familiares mais próximos de preferência. – o doutor adverte.

— Os pais dela estão vindo de Tacoma, no momento os familiares mais próximo são Carly e eu.

— A Sam também é próxima – Carly mente descaradamente para que eu possa entrar junto.

Spencer se vira para ela erguendo as sobrancelhas.

— Sou prima de terceiro grau – informo ao doutor que da de ombros.

— Me sigam então, os demais esperem aqui, por favor. – o doutor se vira para ir até a porta no fim do corredor.

Dou um aperto na mão do Freddie e me levanto para segui-los.

 

Entramos no quarto branco, o doutor nos deixa a sós e Spencer corre para Jenner que está com vários tubos nas suas veias, segurando a pequena Aurora contra seu peito. A máquina registra seu batimento cardíaco aumentar, seu sorriso é tão grande que poderia partir seu rosto em dois.

— Hey – Jenner diz suavemente se enchendo de alegria ao ver Spencer.

— Oi meu amor – Spencer cumprimenta beijando sua testa – Eu fiquei tão preocupado.

— Eu estou bem agora – ela mantem a foz solene – Nós estamos bem agora – ela olha para o bebê.

— Oh meu Deus. – Spencer se emociona - Ela é tão fofa... – ele sussurra em êxtase.

— Pode pega-la, mas tenha cuidado – ela passa Aurora gentilmente para os braços dele, depois fita a Carly e eu – Vocês duas estão horríveis.

— E você continua linda né. – uso ironia com ela e me aproximo mais da cama.

— Sam, muito obrigada por ter chegado a tempo, eu não me lembro direito do que aconteceu. – ela leva as mãos à têmpora.

— Não agradeça a mim, agradeça ao Embryl, ele que salvou a sua vida e te trouxe até aqui com rapidez. – eu explico, porém ela faz uma cara confusa.

— Quem é Embryl?

— Meu ir... – travo na hora e Carly me olha se assustando com o inicio da frase – Um amigo próximo, ele ajudou a te colocar no carro.

— Ah, o moreno de olhos verdes. – Jenner fica com a mente mais clareada.

— Esse mesmo.

— Ele está lá fora? – ela me pergunta.

— Não. Ele não quis bancar o herói nem nada assim. Na concepção do Embryl, ele te ajudou porque qualquer pessoa faria o mesmo, então ele não quer ser taxado como o herói do dia. – sento na ponta da cama e observo Spencer balbuciar algo para Aurora.

— Mesmo assim, diga a ele o quanto sou grata por tudo. – ela pede e eu aceno com a cabeça – E obrigada Carly por estar lá comigo.

— De nada – Carly se aproxima hesitante de Spencer e Aurora – Ela é muito lindinha.

— Sim... – Jenner transborda amor na voz pela filha.

— Será que ela vai ser loira? – Spencer pergunta passando a mão na cabecinha do bebê.

— Acho que não, a genética dela puxou mais para você. – Jenner responde.

Eu observo os fiozinhos de cabelo da Aurora, não parecem castanhos e tão poucos loiros, são ruivos, provavelmente como eram os da mãe da Carly.

— Ela vai ser ruiva – eu digo a eles e todos me olham.

Vejo Carly secar disfarçadamente uma lágrima do seu olho esquerdo.

Levanto-me da cama para poder pegar Aurora nos braços, ela é quentinha e se acomoda junto a mim com facilidade, seu rostinho é fofo, ainda é cedo de mais para saber se ela parece mais com Jenner ou com Spencer, mas mesmo assim, seus cabelinhos ruivos ganham destaque na sua pele tão branca como a neve. Eu dou um beijinho na sua testa e entrego-a a Carly.

— Sam, você devia ir pra casa tirar essas roupas molhadas – Jenner me pede – E você também Carly.

— Mas... – eu contradigo.

— Nada de mais, olha o estado de vocês. – Jenner tenta se ajeitar na cama e Spencer a ajuda – Com exceção do Spencer, quero vocês em casa, se quiserem voltem mais tarde, mas no momento não posso deixar vocês assim.

Carly e eu nos entreolhamos, é melhor não discutir. Despedimo-nos e voltamos para o corredor do hospital. Gibby e Freddie estão conversando em voz baixa, mas a conversa parece ser um problema, Freddie bufa ficando bravo e Gibby ergue as mãos se defendendo, então ele se levanta ao ver Carly ao meu lado.

— Você vai voltar ao trabalho? – Carly pergunta ao namorado que ainda está observando Freddie de relance.

— Não sei. – Gibby estende a mão para ela – Você quer que eu volte?

— Eu provavelmente vou voltar aqui para o hospital, eu só precisava mesmo ver você. – ela o abraça.

— Vou te deixar no Bushweel, depois eu tenho que ir para casa trocar o terno e voltar ao trabalho – ele informa a ela e beija seus cabelos.

— Sam? Quer ficar no apartamento comigo? – Carly pergunta sem quebrar o abraço com o Gibby.

— Não, eu prefiro retornar para o Axuss. – meu olhar vai para o Freddie – Melhor você voltar para o apartamento e tirar esse terno amarrotado, depois volta formalmente para o seu trabalho.

— Eu não vou voltar, melhor eu ficar no apartamento com você. – ele troca um olhar com Gibby, seja lá o que andara conversando com ele, Freddie não quer me deixar sozinha.

 

 

 

Estamos no estacionamento à procura do carro, o que está se tornando engraçado porque não estamos achando. Rodamos o estacionamento diversas vezes. Nem sinal da BMW do Freddie ou da Mercedes do Gibby. Andamos pelo outro lado e enfim achamos os dois carros estacionados um ao lado do outro. Embryl está encostado na Mercedes enquanto faz gestos com as mãos, Barney escuta atentamente e ri de algo que Embryl lhe contou, ambos parecem confortáveis pela proximidade um do outro. Quando nos aproximamos Embryl me lança um olhar de pânico, mas se recompõem em seguida, lanço um olhar interrogativo para ele.

— Oi Barney – eu sorrio meio sem jeito pelo estado das minhas roupas.

— Olá Sam – ele acena com um sorriso caloroso.

— Você já conhecia o Embryl? – pergunto pelo fato de estarem tão próximo um do outro.

Barney ri achando a minha pergunta a coisa mais engraçada do mundo.

— Provavelmente. – ele olha para o Embryl.

— É claro que eles se conhecem – Gibby ri junto com ele – O...

— De volta ao apartamento então? – Embryl corta o comentário do Gibby.

— Sim. – respondo – Jenner mandou agradecimentos.

— Tudo bem com ela? – ele caminha para a BMW e abre a porta.

— Aham, está se recuperando. O bebê é muito fofo.

— Tem cara de joelho? – Embryl ri enquanto caminho para entrar no carro.

— Sim, igual a sua cara de bebê – eu aperto a bochecha dele e Barney arregala os olhos.

— Magoou – ele faz biquinho.

 Eu entro no carro, Freddie entra em seguida, eu me inclino contra ele para acenar pra Carly.

— A gente se vê depois – eu mando um beijo para ela pela janela.

— Até mais loira – Carly me diz fazendo continência, Barney abre a porta para ela e eu aceno como uma criança para ele.

— Você é uma pessoa muito simpática com os outros. - Freddie murmurou ao meu lado.

— Ninguém nunca me acusou disso antes.

— Foi um elogio...

— Ah. - me sento no banco, está um pouco úmido e pegajoso, Embryl ligou o ar quente do carro mas não adiantou muito na secagem rápida, só quero ir para casa, tomar um banho e esquecer o dia de hoje.

Olho o espelho retrovisor do carro, Embryl está pensativo e um pouco aliviado, talvez porque tudo se resolveu após o grande susto.

Viro meu rosto e observo o Freddie, acompanho a linha do seu maxilar, onde ela se encontra com o queixo, prossigo seguindo para cima, o contorno perfeito dos seus lábios, seu nariz desenhado especialmente para se acomodar em seu rosto perfeito, os olhos castanhos cor de chocolate ao leite, suas sobrancelhas erguidas, elas sempre ficam assim quando ele se foca em algum pensamento eloquente, que pode gerar uma ideia brilhante. É tão fácil de ver... Eu o admiro tanto e o amo desesperadamente. E acima de tudo, ele é meu. E eu sou dele. Não há qualquer dúvida ou incerteza que nos atrapalhe agora.

Eu puxo assunto com ele, começo a falar de Aurora e o quanto vai fazer bem ter um bebê na família Shay. Ele escuta e acena a cabeça em alguns momentos. Perguntou com quem o bebê parecia mais. Eu respondi não saber ainda e mencionei os cabelos ruivos. Perguntei se isso era realmente possível e Freddie me explicou que às vezes a genética dos avós pode ser mais forte que a do pai ou da mãe, então eu não deveria me surpreender pelo tom avermelhado dos cabelos de Aurora. Freddie pode não ter visto o bebê, mas eu falei tanto dela que ele disse que é como se já tivesse visto. A conversa se encerrou com um comentário a respeito de como Carly realmente vai agir a tudo isso. Eu não tinha uma resposta para esse assunto.

 

 

Embryl, Freddie e eu deixamos o elevador.  As luzes estão acesas, a energia voltou, percorro a sala correndo para as escadas, deixando Freddie e Embryl conversando. Eu só quero tirar essas roupas molhadas com manchas vermelhas horríveis.

Tomei o banho mais demorado da história. Depois me deitei na cama usando apenas um roupão, e suspirei aliviada que tudo acabou bem. Escuto um barulho e olho para a porta. Freddie aparece com um sorriso no rosto.

— O que é engraçado? – pergunto e me apoio no cotovelo.

— Embryl. - Freddie me responde sem parecer incomodado.

— O que ele fez? – fico curiosa a respeito da conversa.

— Ele estava me assegurando que eu não tinha razões ou motivos para me sentir com ciúmes de vocês dois, ele disse que você é como uma irmã para ele. - Freddie franze a testa com a última parte.

— Mas o que é realmente engraçado nisso tudo?

— A voz de desespero dele, ele achou que eu ia demiti-lo ou coisa do tipo se algo desse errado.

— Ah sim. - eu solto uma risada exagerada.

— Eu preciso de um banho, depois dedicarei o resto do meu dia a você... E precisamos conversar.

— A respeito de?

— Sobre você se mudar definitivamente para o meu apartamento.

— Parece interessante.

— Realmente vai ser interessante. Não saia daqui. - ele se encaminha para o closet e o escuto abrir a porta do banheiro.

Enquanto ele não retorna, eu tiro um leve cochilo na cama. Minha mente se apaga com uma rapidez que eu nem noto quando já estou sonhando com Aurora. Alguma coisa naquela garotinha está prendendo a minha mente. Meu sonho é estranho e conturbado. Eu estou tentando proteger Aurora de alguma coisa, mas de repente, não é mais a Aurora que eu estou tentando proteger e sim estou desesperada tentando proteger a mim mesma. Começa a chover no sonho, estou em um beco à água cai pelo meu rosto, é tão real que a sinto escorrer pela minha pele. Eu acordo assustada com algo pingando na minha cara, balanço a cabeça e abro os olhos, me deparo com Freddie agitando o cabelo molhado no meu rosto e rindo.

— Idiota - eu reclamo, mas meu sorriso me entrega, enxugo meu rosto com uma parte do roupão.

Freddie se entrelaça comigo na cama e estala um beijo nos meus lábios.

— Agora vamos conversar. – ele começou a falar e eu pisco algumas vezes para processar as coisas que serão ditas.

— Prossiga.

— Se só temos essa vida Sam, eu quero dividi-la com você. – Freddie diz respirando calmamente - Eu me sinto tão vivo ao seu lado... Eu sinto meu coração batendo freneticamente. Tem dias que eu penso que só levanto da cama por você. Eu te amo tanto.

— Eu também te amo - digo sem retroceder - Eu te amo muito mesmo.

Ele sorri como se tivesse tomando coragem.

— Oh Sam... Eu quero te dar tudo o que você sempre quis. Não quero ficar longe de você. Preciso de você aqui comigo. Podemos viver juntos. Como um verdadeiro casal. Isso aqui - ele aponta para os lados - É seu. Fale com a Carly, transfira a sua empresa para cá.

Eu presto atenção em cada palavra que ele disse, tudo o que foi dito já estava nos meus planos.

— Mas? - eu pergunto pedindo que ele prossiga.

— Mas eu te peço que espere dois meses para isso.

— Por quê?

— Porque no início de setembro, minha empresa inicia uma troca de funcionários e promoções. O pessoal do RH fica responsável por isso e eu não vou ter compromissos ou reuniões realmente importantes, que vão necessitar da minha presença. Então em setembro eu irei viajar com você para Londres e vou te ajudar com tudo o que precisar.

— Mas eu posso fazer isso tudo com a Carly, não precisa sair de Seattle.

— Eu não quero que você vá sozinha - Freddie disse ignorando o que acabei de dizer.

— Acabei de dizer que eu vou com a Carly.

Freddie rola os olhos, este hábito é meu, vê-lo fazendo isso me dá nos nervos.

— Prefiro ir com você. – ele insiste mesmo assim.

Estreito os olhos para ele. Leva exatos dez segundos para eu entender sua preocupação eminente.

— Não vou me encontrar com o Austin, era para nós agirmos como se ele nunca tivesse existido, lembra?. - faço uma carranca diante da sua preocupação boba.

— Mas você ainda tem pensado nele, não é? - Freddie alisa meu pescoço.

Eu não respondo. Realmente eu pensei. Mas não no Austin exatamente e sim no acordo. Eu não quero dizer em voz alta ao Freddie. Mas do que adianta esconder dele? É melhor deixar as cartas na mesa.

— Eu pensei no acordo, uma parte de mim está preocupada que você possa fazer isso... Deixar-me – eu murmuro cabisbaixa, só esse sentimento de abandono esmaga meu peito.

— E a outra parte?

— A outra parte quer que isso aconteça – eu falo a verdade.

Freddie aperta os lábios, ele não parece magoado e nem surpreso.

— Você me ama – eu não sei se ele está dizendo para mim ou para si mesmo – Isso é o que importa.

— Nós dois é o que importa. Eu prometi que íamos tentar. E aqui estamos. – eu seguro a parte de trás do seu pescoço.

— Pois é... E agora quero que você continue comigo.

— E eu vou. – prometo a ele com carinho.

— Dois meses – ele entoa ansioso.

— Dois meses. – eu concordo.

 

 

 

 

 

Descanso minha cabeça contra o ombro do Freddie. Algo o deixou quieto. Não me lembro de ter dito algo que o ofendeu. Seu silêncio é irritante. Em breve posaremos em Londres. Estamos em seu jatinho empresarial sobrevoando o Reino Unido. Dois meses se passaram mais rápido do que eu imaginava, eu não contei a ele que ainda não estava pronta para voltar a Londres. Só que eu tinha que fazer isso de um jeito ou de outro. Carly virá pela manhã, o fuso horário me deixou meio desajustada, estou oscilando entre dormir mais um pouco ou encarar a city. Um frio na barriga me domina, coloco a mão na boca como se eu fosse vomitar, Londres tem um gosto amargo em minha boca. Nem por todo o chá da Inglaterra eu me sentiria bem aqui. E saber que eu chamava esse lugar de casa é de revirar o estômago. Olho pela janela, estamos prestes a pousar, solto um xingamento baixinho, o que faz Freddie se mexer do meu lado, ele pega a minha mão.

— Calma bebê, vai ser rápido. – ele me assegura também se sentindo incomodado.

— Você não quer estar aqui, tanto quanto eu, então porque veio?

— Sam – ele usa um tom de repreensão, odeio quando ele faz eu me sentir como uma criança – Nós já conversamos sobre isso.

— Esse é o problema não é? Você não confia em mim.

— Eu confio em você. Não confio nele.

Volto meu olhar para a janela e acompanho o pouso do jato no aeroporto. Sinto o contato com o chão, as rodas ressoam na pista, mas não dá para escutar o som no interior do jato. Eu seguro a parte de cima do meu nariz e fecho os olhos, Londres é enorme, a chance de eu encontrar com o Austin durante o próximo mês é quase nula. Porém o frisson continua a rodopiar os três pedaços de bolo de chocolate que eu comi.

Quando o avião para devidamente, Freddie aguarda o piloto sair da cabine e passar as informações necessárias de como vai funcionar a nossa saída do aeroporto, até para isso precisamos seguir um padrão. Após escutar atentamente as informações, Freddie e eu deixamos o jato e adentramos em um a taxi a nossa espera, tudo preparado para vossa senhoria. Passo meu endereço e respiro fundo dentro do carro.

Eu penso em ir mostrando diferentes lugares da cidade para o Freddie, mas só consigo permanecer em silêncio segurando a vontade de gritar por ele estar tão quieto desde que saímos de Seattle e por ele não confiar em mim o bastante para ter me deixado vir sozinha. Isso foi um balde de água fria na chama da nossa relação. Eu sei que estou sendo dramática, mas é a única forma que eu enxergo tudo isso. A falta de confiança dele e sua mudança repentina de humor são inquietantes. Estou começando a ter uma dorzinha de cabeça, aquelas que são ocasionadas por estresse, um banho com certeza vai alivia-la.

Freddie irradia preocupação do meu lado. Ele já fez menção de perguntar alguma coisa no avião diversas vezes e agora dentro do carro bate o pé impaciente, se o motorista do táxi não surtar primeiro, eu vou. O trajeto se segue lentamente, já não lembrava o que era direção ao lado direito do carro, me sinto desconfortável. Meu lugar nunca foi aqui.

O motorista estaciona em frente ao meu apartamento. Gentilmente, com o sotaque inglês arrastado, ele se ofereceu para ajudar com as nossas malas. Freddie e eu concordamos. Procuro a chave da entrada no meu bolso. O apartamento é luxuoso de uma forma antiga, janelas vitorianas rodeadas de flores enfeitam o lugar. Carly pediu para nossa vizinha mais próxima, que pelo menos três vezes por mês entrasse no apartamento para cuidar das flores, ela realmente levou o trabalho a sério. Abro a porta da frente e o motorista do táxi deixa nossas malas junto com Freddie na sala. Agradeço e ele se despede deixando Freddie e eu a sós.

Olho para a sala. Sinto-me voltando ao século retrasado. Nunca reparei o quanto da cultura antiga tinha sido aderida nesse apartamento, minha cabeça lateja deixando meus pensamentos de lado.

— Sammy, eu posso lhe perguntar uma coisa, um pouco... Íntima? – Freddie em pergunta tirando os tênis.

— Pode. – eu respondo.

— Você estaria disposta a tentar algo mais intenso comigo? – seus olhos tem um brilho estranho, mas é algo sensual vindo da parte dele.

Será que era isso que ele queria me perguntar? Fazer algo mais intenso durante o sexo? Não penso duas vezes.

— Eu faria qualquer coisa, sendo com você. – eu cedo a sua vontade sem pestanejar.

— Podemos tomar um banho?  - ele se aproxima como um predador até sua presa.

— Claro – concordo lembrando-me da minha dor de cabeça – Vou te apresentar o lugar.

— Ok. – ele sussurra e mordo lábio diante de sua antecipação.

— Aqui é a sala como você pode ver. Boa parte dos móveis já estava aqui quando Carly e eu compramos o apartamento, tem seis quartos e três andares. – eu ando pela sala e vou para a sala de jantar que está com as portas abertas – Esta é a sala de jantar, mesa em mogno, ideia da Carly – realmente minha melhor amiga, teve mais influência do que eu na hora de decorar o apartamento – A cozinha fica aqui – caminho para outra porta a esquerda. Contorno de volta pela sala e mostra uma mesinha na janela.

— Aqui é onde acontece o chá? – Freddie pergunta segurando uma risada estridente.

— Sim. – eu rio com a sua cara e puxo sua mão.

Subimos as escadas juntos, Freddie usa a mão livre para passar a mão no corrimão polido e robusto, os degraus estalam sob os nossos pés. Mostro o corredor meio sombrio para ele, todas as portas são de madeira escura.

— Aqui é frio. – ele solta a minha mão e se envolve com os braços.

— Eu sei – murmuro abrindo uma porta a esquerda – Aqui é meu quarto.

Eu entro meio hesitante, não consigo me sentir em casa. A decoração continua a mesma, parece um pouco adolescente demais para minha idade, mas eu gosto dele desse jeito. Posters do Coldplay espalhados nas paredes, junto com Adele e outros grupos e cantores britânicos. Tem um abajur sob a cômoda, me aproximo para acendê-lo. A luz que emite dele é roxa, o que dá um tom intenso às paredes vermelhas do quarto. Minha cama é de casal e fica no fim do quarto ao lado de uma janela enorme, com vista para outro apartamento duplex, mas as coisas ainda tem um estilo renomado das construções do século XIX. Tijolos finos com colunas e escadas de madeiras é a característica principal no interior de cada apartamento. Meu quarto está bastante empoeirado, uma prova foi quando eu abri as cortinas e lascas de poeira subiram pelo ar refletidas pelos raios solares que irradiaram da janela aberta. Freddie está na porta observando meus movimentos, a única coisa que quero - depois dele é claro - é retirar essas roupas e tomar um banho. Eu tiro meus tênis e meias, começo a erguer a blusa, mas Freddie segura meus braços e a retira por mim. Meu coração começa a bater desenfreado, somente sua proximidade mexe comigo de uma maneira sobrenatural. Eu fico de frente para ele, ele já tirou os sapatos na entrada, agora só me resta tirar sua camisa xadrez preta e sua calça jeans. Coloco as mãos na bainha de sua camiseta e a subo devagar, ainda não me acostumei com a beleza de seu corpo, jogo sua camisa no chão e abro o botão do seu jeans, ele também tenta tirar minha calça ao mesmo tempo, em alguns segundos ele está fora da sua calça jeans e cueca, e eu estou apenas usando o sutiã. Não espero ele retirá-lo, eu mesma o abro e deixo-o cair no chão. Freddie me puxa para seu corpo, me pega pelo quadril e coloca minhas pernas em volta dele, meus pés não tocam mais o chão, e o sinto excitado contra a minha coxa. Ele caminha comigo em seus braços para o banheiro, que fica na enorme porta de madeira a esquerda, ele não tem dificuldade em abri-la, seus pés se movem com facilidade em direção ao Box. Ele me solta e abre o chuveiro, a água quente cai sobre nós, eu fecho os olhos e não vejo quando ele me joga contra a parede, o mármore frio faz com que eu arqueie as costas, mas Freddie me mantém contra a parede e eu não consigo me mexer.

Ele me ergue de novo para que eu o envolva com as pernas. A boca dele vai para o meu pescoço e deposita um beijo. Eu grito quando ele se coloca dentro de mim me empurrando de novo contra o mármore e me preenchendo até o final. Não posso nem me mover por ele estar me segurando, coloco os pés em volta da parte de trás das suas coxas enquanto ele se choca contra mim. Eu gemo cada vez mais alto durante seus movimento repetitivos. Suas mãos apertam minhas coxas me mantendo atada a ele, Freddie está fazendo amor comigo com tanta força, que é quase uma punição. Totalmente e ferozmente, mais forte do que todas as outras vezes. Era isso que ele queria fazer. Uma coisa nova para experimentar. Nós nunca fizemos sexo dessa maneira, eu não consigo parar de gemer e nem ele. Ele diminui um pouco ritmo e pronuncia com força no meu ouvido:

— Você é minha. - a voz ardente dele me faz puxar seu cabelo.

— Sim. - eu consigo pronunciar ofegante.

— Para sempre. - ele exige e morde minha orelha.

Essas palavras são minha perdição. Ele penetra com força sabendo que estou chegando ao ápice, eu mordo seu pescoço e deixo meu corpo se libertar. Eu grito seu nome repetidas vezes enquanto o orgasmo domina o meu corpo, é quase como uma convulsão. Freddie goza em seguida gemendo arduamente com a testa colada a minha.

Ele não me solta e provavelmente se fizer isso eu vou cair no chão, minhas pernas parecem geleia, meu corpo ainda treme na falha tentativa de estabelecer a respiração novamente. Eu beijo a boca do Freddie de uma forma doce, e mesmo depois do que acabou de fazer comigo, ele consegue me beijar romanticamente, apenas moldando os lábios com os meus de uma forma delicada. Quando encerra o beijo, ele me olha com uma expressão terna, seu olhar é tão carregado de amor e paixão que me sinto derretendo.

— O que foi? - eu pergunto sentindo um sorriso nos meus lábios.

— Eu quero ficar com você para sempre. - ele admite se maravilhando com alguma coisa.

— Eu também.

— Então... - ele me coloca no chão devagar.

— Então o que? - eu me apoio nele para não cair.

— Case-se comigo - Freddie me pede em um sussurro.

Meu coração bateu. Em seguida parou.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do pedido? Muito adiantado? Muito bom? Gostaram? Contem tudo.

E sobre o pai da Sam? Já sabem quem é né? Não? Fiquei sabendo que tem gente que não sabe ainda, mas ok hehehe. Em breve vai chegar a decisão mais importante da fic, vcs vão definir como ela irá terminar, irão decidir como Seddie e Cibby vão reagir a diversas coisas que vão acontecer, será a grande prova de amor de ambos os casais que muita gente estava esperando. E respondendo o que perguntaram no twitter: SIM, o Austin vai aparecer em breve, vai ser uma coisa muito louca, é melhor amarrarem o forno com força. Sem mais comentários.

Escolham as opções e no próximo capítulo vcs vão ter que escolher uma das coisas mais importantes de todas... Até mais.

OPÇÃO 1: Freddie e Sam saem em um passeio por Londres, eles começam a bolar planos para futuro e se perguntam se ainda falta alguma coisa na relação.

OPÇÃO 2: Carly, Sam, Freddie e Gibby tem um grande momento de amizade juntos, Freddie recebe um telefonema importante, Sam reencontra alguém, Carly e Gibby encaram a realidade de forma precipitada.