Chosen Fanfiction escrita por Thay


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Nome da música da Aphrodite She's So Mean do Matchbox Twenty.



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Depois da reunião do conselho as coisas ficaram um tanto confusas e eu só queria sair correndo e me esconder com Aphrodite. Mas depois que ficou certo que eu e minha turma nos mudaríamos para os túneis com alguns guerreiros para fazer a segurança por lá e frequentaríamos a escola nos dias de semana, Thanatos designou um ônibus escolar (um micão completo que fez Aphrodite bufar e revirar os olhos) para nos buscar e levar todos os dias, os Novatos vermelhos voltariam ás aulas e minha consorte/humana carimbada/futura companheira também tinha autorização para entrar e sair da House Of Night quando desejasse e tinha a proteção dos vampiros por estar ligada à uma futura Grande Sacerdotisa. Acredito que o acordo todo foi pior para mim que teria que avançar em Sociologia Vampírica e Feitiços e Rituais e ter lições especiais com Thanatos para aprender a ser uma Sacerdotisa nos caminhos da Deusa. Eu sei, fico cansada só de pensar. Depois que todos os meus amigos se dispersaram para arrumar as coisas e comprar as decorações para os quartos nos túneis com o cartão de crédito sem limite de Aphrodite, eu ainda fiquei em uma reunião privada com o Conselho Supremo onde eles fizeram perguntas específicas sobre minhas intenções como Novata e sobre minhas tatuagens incomuns e meus dons; quando finalmente fui liberada meu cérebro parecia estar derretendo. Quando peguei meu celular para checar meus amigos vi que Aphrodite tinha mandado uma mensagem:

Quando for liberada vá até nosso Carvalho, estarei te esperando.

Sorri para o "nosso" da frase. Não era pretensioso que Aphrodite dissesse que o lugar era nosso, a maioria dos estudantes tinha medo de ir até lá e quando iam era apenas para sair escondido da escola pelo alçapão perto do muro, a escola tinha enormes jardins, fontes e árvores onde podiam se esconder para dar uns amassos. Mas o enorme Carvalho no muro leste era cheio de magia e tinha energia própria, apenas Aphrodite e eu éramos atraídas para o lugar. 

Evitei os olhares curiosos dos estudantes espalhados pelo pátio e nos bancos ao redor dos jardins, aparentemente fofoca espalhava rápido e eu nem queria imaginar como o telefone sem fio estava funcionando para eles, apenas caminhei apressadamente para a trilha mais escura que levava até os estábulos e de lá para o Carvalho. Assim que virei e sai da trilha no meio de algumas árvores Nala pulou de um arbusto e quase me matou do coração. Soltei um gritinho histérico.

— Caraca, Nala, quase fiz pipi na roupa! - ralhei com ela. 

Minha gata apenas me olhou com tédio e disparou na direção da árvore alguns metros à frente e da loira que estava sentada no banco com a própria gata resmungona nos braços. A luz dos lampiões a gás (que não eram prejudiciais para a visão dos vampiros) não alcançava bem aquele ponto e a pouca luz que chegava até lá era sufocada pelas sombras do Carvalho que se erguia perto do muro, deixando que apenas a luz pálida da lua passasse pelos galhos e iluminasse os fios loiros do cabelo de Aphrodite.

— Ai está você. - ela sorriu quando me viu - Você parece uma mulher que nadou com tubarões e sobreviveu.

Me joguei pesadamente no banco ao seu lado, Nala pulando em meu colo e resmungando para Malévola.

— Não tenho certeza se estou viva. - reclamei - Minhas energias foram sugadas.

Ela sorriu com a testa franzida.

— Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. 

— Você fez uma referência ao Homem-Aranha? 

— Não fique tão surpresa, vocês nerds assistem filmes com um volume absurdo. - ela desconversou.

— Sei. 

— Zoey... - Aphrodite suspirou e eu a encarei - o que você disse para o Conselho...

— É verdade, Aphrodite. Eu sei disso e pesquisei, na verdade Damien pesquisou e me falou. 

— Nerds. - ela zombou, mas os olhos brilhavam. - O que exatamente a rainha Damien descobriu?

Dei de ombros.

— Ele achou referências sobre uma vampira chamada Pandeia que se relacionou com uma mulher chamada Diana - vasculhei minha memória para reunir os detalhes de tudo que Damien tinha contado - Pandeia tinha acabado de ser Marcada e Diana já estava lá havia alguns meses, todos achavam que as chances de ela completar a transformação não eram boas porque ela parecia ter dificuldades em se adaptar á nova biologia, em meio isso tudo Pandeia e Diana se apaixonaram. 

Aphrodite franziu a testa.

— Mas Diana era uma Novata, eu sou humana.

Sorri para ela.

— Sim, mas assim como você, Diana era especial. - expliquei - Pandeia logo demonstrou dons fortes, uma poderosa ligação com o espírito e começou a ser treinada para ser Grande Sacerdotisa... você sabe que Novatos não são capazes de se carimbar com outros Novatos? 

Aphrodite assentiu vagarosamente, até Nala e Malévola pareciam estar prestando atenção.

— Aparentemente eles não tem tanta magia ou sede de sangue para fazer a ligação. 

Concordei.

— Então, Pandeia se carimbou com Diana enquanto ainda eram Novatas - Aphrodite arregalou os olhos e eu sorri - e então Diana descobriu que tinha o poder de se comunicar com os próprios elementos, quase como ler suas vontades e isso ajudou Pandeia a controlar e usar o espírito sabiamente, era como se as duas tivessem nascido para trabalhar juntas. Os registros dizem que quando eram Sextas-Formandas elas já tinham uma carimbagem de nível adulto e na hora em que ambas completaram a transformação a ligação expandiu e todos souberam que era parceria, um laço que só perde para o Juramento de Guerreiro e que não acontece levianamente.

— E então? - a loira perguntou.

— Bom, Pandeia se tornou Grande Sacerdotisa em alguma House Of Night no Oeste e Diana se tornou professora no mesmo local, as duas eram amigas da professora Anastasia. 

— A parceira de Dragon Lankford? 

Assenti. 

 - Isso só prova que quando eu completar a transformação... tenha certeza de algo vai acontecer. Você é uma humana com dons e eu uma Novata incomum treinando para ser Grande Sacerdotisa... não sei, parece um sinal. 

Ela riu e colocou Malévola no chão antes de me puxar para seus braços, desalojando a pobre Nala de meus braços. Envolvi os braços ao redor dela da melhor forma que a posição no banco permitia. Aphrodite afundou o rosto em meu pescoço e eu inalei profundamente o cheiro de seus cabelos, algum shampoo muito caro (com certeza), algo mais suave e natural e bem lá atrás o cheiro doce e chamativo de seu sangue. Eu senti sua respiração acelerar e seu sangue correr mais rápido, as veias pareciam me chamar e beijei a ponte de seu pescoço e clavícula e passei a língua suavemente em sua pele a medida que ela arquejou. Sorri e me afastei para beijar seus lábios, quando sua respiração voltou ao normal ela comentou:

— Você tem mais controle sobre isso agora. 

— É porquê isso, o sangue, não é minha única motivação para estar com você. 

Suas bochechas ruborizaram levemente e ela ergueu as sobrancelhas e perguntou: 

— Hey, esse não é um momento raro? - fiz uma cara confusa, porque ela esclareceu - Um momento onde ninguém tenta me matar, ou matar você ou Stevie Rae não está toda louca e comendo mendigos.

— Pela deusa, realmente é um momento raro. Merece até uma comemoração.

— Como você é uma certinha chata e não aceitaria beber algumas garrafas de vinho comigo, vamos comemorar de outro jeito - sei que minhas bochechas ficaram vermelhas porque Aphrodite sorriu sensualmente - Infelizmente não dessa forma, passos de bebê. 

Me concentrei em disfarçar meu constrangimento enquanto ela vasculhava a bolsa e tirou de lá um MP4 antigo e fones de ouvido. Ela se levantou e improvisou um rabo de cavalo para afastar o cabelo do rosto, antes de se virar para me olhar, os olhos brilhantes e ansiosos.

— Me honraria com uma dança?

— Aphrodite, eu sou a pior dançarina do mundo... - comecei a recusar, mas ela parecia tão feliz que também me coloquei de pé.

— Não é tão complexo, vem - ela estendeu a mão e eu peguei relutantemente - O fio do fone de ouvido não vai muito longe então você precisa ficar perto, aqui. Vou compartilhar com você a minha música.

Peguei o fone e coloquei no ouvido, ela colocou o outro lado e então se concentrou em procurar a música. Assim que as batidas começaram eu deixei uma risada escapar, era o tipo balada que meu irmão costumava escutar e dançar feito louco pela casa quando o padrastotário não estava, nunca imaginei que seria o tipo de Aphrodite. Ela entrelaçou os dedos nos meus e tinha um sorriso malicioso nos lábios quando começou a se mexer e me mover junto.

— I know a girl - ela cantou sem fazer questão de parecer afinada e me fazendo rir mais - She gets what she wants all the time...

Busquei minha memória e sem ter certeza de que cantava certo tentei acompanha-la:

— Cause she's fine - revirei os olhos com humor e ela simulou beijinhos em minha direção - But for an angel, she's a hot, hot mess.

— Eu realmente sou quente! - ela cantou. 

No refrão Aphrodite já estava fazendo o melhor para me girar e nós duas dançávamos e cantávamos sem ritmo nenhum, praticamente gritando "She's So Mean". Nala e Malévola se afastaram, provavelmente não querendo estar ligadas á duas doidas. 

Parecíamos doidas, mas estávamos felizes. Tão felizes.

A próxima crise poderia esperar um pouco.


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