Chosen Fanfiction escrita por Thay
Notas iniciais do capítulo
Nome da música da Aphrodite She's So Mean do Matchbox Twenty.
Depois da reunião do conselho as coisas ficaram um tanto confusas e eu só queria sair correndo e me esconder com Aphrodite. Mas depois que ficou certo que eu e minha turma nos mudaríamos para os túneis com alguns guerreiros para fazer a segurança por lá e frequentaríamos a escola nos dias de semana, Thanatos designou um ônibus escolar (um micão completo que fez Aphrodite bufar e revirar os olhos) para nos buscar e levar todos os dias, os Novatos vermelhos voltariam ás aulas e minha consorte/humana carimbada/futura companheira também tinha autorização para entrar e sair da House Of Night quando desejasse e tinha a proteção dos vampiros por estar ligada à uma futura Grande Sacerdotisa. Acredito que o acordo todo foi pior para mim que teria que avançar em Sociologia Vampírica e Feitiços e Rituais e ter lições especiais com Thanatos para aprender a ser uma Sacerdotisa nos caminhos da Deusa. Eu sei, fico cansada só de pensar. Depois que todos os meus amigos se dispersaram para arrumar as coisas e comprar as decorações para os quartos nos túneis com o cartão de crédito sem limite de Aphrodite, eu ainda fiquei em uma reunião privada com o Conselho Supremo onde eles fizeram perguntas específicas sobre minhas intenções como Novata e sobre minhas tatuagens incomuns e meus dons; quando finalmente fui liberada meu cérebro parecia estar derretendo. Quando peguei meu celular para checar meus amigos vi que Aphrodite tinha mandado uma mensagem:
Quando for liberada vá até nosso Carvalho, estarei te esperando.
Sorri para o "nosso" da frase. Não era pretensioso que Aphrodite dissesse que o lugar era nosso, a maioria dos estudantes tinha medo de ir até lá e quando iam era apenas para sair escondido da escola pelo alçapão perto do muro, a escola tinha enormes jardins, fontes e árvores onde podiam se esconder para dar uns amassos. Mas o enorme Carvalho no muro leste era cheio de magia e tinha energia própria, apenas Aphrodite e eu éramos atraídas para o lugar.
Evitei os olhares curiosos dos estudantes espalhados pelo pátio e nos bancos ao redor dos jardins, aparentemente fofoca espalhava rápido e eu nem queria imaginar como o telefone sem fio estava funcionando para eles, apenas caminhei apressadamente para a trilha mais escura que levava até os estábulos e de lá para o Carvalho. Assim que virei e sai da trilha no meio de algumas árvores Nala pulou de um arbusto e quase me matou do coração. Soltei um gritinho histérico.
— Caraca, Nala, quase fiz pipi na roupa! - ralhei com ela.
Minha gata apenas me olhou com tédio e disparou na direção da árvore alguns metros à frente e da loira que estava sentada no banco com a própria gata resmungona nos braços. A luz dos lampiões a gás (que não eram prejudiciais para a visão dos vampiros) não alcançava bem aquele ponto e a pouca luz que chegava até lá era sufocada pelas sombras do Carvalho que se erguia perto do muro, deixando que apenas a luz pálida da lua passasse pelos galhos e iluminasse os fios loiros do cabelo de Aphrodite.
— Ai está você. - ela sorriu quando me viu - Você parece uma mulher que nadou com tubarões e sobreviveu.
Me joguei pesadamente no banco ao seu lado, Nala pulando em meu colo e resmungando para Malévola.
— Não tenho certeza se estou viva. - reclamei - Minhas energias foram sugadas.
Ela sorriu com a testa franzida.
— Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.
— Você fez uma referência ao Homem-Aranha?
— Não fique tão surpresa, vocês nerds assistem filmes com um volume absurdo. - ela desconversou.
— Sei.
— Zoey... - Aphrodite suspirou e eu a encarei - o que você disse para o Conselho...
— É verdade, Aphrodite. Eu sei disso e pesquisei, na verdade Damien pesquisou e me falou.
— Nerds. - ela zombou, mas os olhos brilhavam. - O que exatamente a rainha Damien descobriu?
Dei de ombros.
— Ele achou referências sobre uma vampira chamada Pandeia que se relacionou com uma mulher chamada Diana - vasculhei minha memória para reunir os detalhes de tudo que Damien tinha contado - Pandeia tinha acabado de ser Marcada e Diana já estava lá havia alguns meses, todos achavam que as chances de ela completar a transformação não eram boas porque ela parecia ter dificuldades em se adaptar á nova biologia, em meio isso tudo Pandeia e Diana se apaixonaram.
Aphrodite franziu a testa.
— Mas Diana era uma Novata, eu sou humana.
Sorri para ela.
— Sim, mas assim como você, Diana era especial. - expliquei - Pandeia logo demonstrou dons fortes, uma poderosa ligação com o espírito e começou a ser treinada para ser Grande Sacerdotisa... você sabe que Novatos não são capazes de se carimbar com outros Novatos?
Aphrodite assentiu vagarosamente, até Nala e Malévola pareciam estar prestando atenção.
— Aparentemente eles não tem tanta magia ou sede de sangue para fazer a ligação.
Concordei.
— Então, Pandeia se carimbou com Diana enquanto ainda eram Novatas - Aphrodite arregalou os olhos e eu sorri - e então Diana descobriu que tinha o poder de se comunicar com os próprios elementos, quase como ler suas vontades e isso ajudou Pandeia a controlar e usar o espírito sabiamente, era como se as duas tivessem nascido para trabalhar juntas. Os registros dizem que quando eram Sextas-Formandas elas já tinham uma carimbagem de nível adulto e na hora em que ambas completaram a transformação a ligação expandiu e todos souberam que era parceria, um laço que só perde para o Juramento de Guerreiro e que não acontece levianamente.
— E então? - a loira perguntou.
— Bom, Pandeia se tornou Grande Sacerdotisa em alguma House Of Night no Oeste e Diana se tornou professora no mesmo local, as duas eram amigas da professora Anastasia.
— A parceira de Dragon Lankford?
Assenti.
- Isso só prova que quando eu completar a transformação... tenha certeza de algo vai acontecer. Você é uma humana com dons e eu uma Novata incomum treinando para ser Grande Sacerdotisa... não sei, parece um sinal.
Ela riu e colocou Malévola no chão antes de me puxar para seus braços, desalojando a pobre Nala de meus braços. Envolvi os braços ao redor dela da melhor forma que a posição no banco permitia. Aphrodite afundou o rosto em meu pescoço e eu inalei profundamente o cheiro de seus cabelos, algum shampoo muito caro (com certeza), algo mais suave e natural e bem lá atrás o cheiro doce e chamativo de seu sangue. Eu senti sua respiração acelerar e seu sangue correr mais rápido, as veias pareciam me chamar e beijei a ponte de seu pescoço e clavícula e passei a língua suavemente em sua pele a medida que ela arquejou. Sorri e me afastei para beijar seus lábios, quando sua respiração voltou ao normal ela comentou:
— Você tem mais controle sobre isso agora.
— É porquê isso, o sangue, não é minha única motivação para estar com você.
Suas bochechas ruborizaram levemente e ela ergueu as sobrancelhas e perguntou:
— Hey, esse não é um momento raro? - fiz uma cara confusa, porque ela esclareceu - Um momento onde ninguém tenta me matar, ou matar você ou Stevie Rae não está toda louca e comendo mendigos.
— Pela deusa, realmente é um momento raro. Merece até uma comemoração.
— Como você é uma certinha chata e não aceitaria beber algumas garrafas de vinho comigo, vamos comemorar de outro jeito - sei que minhas bochechas ficaram vermelhas porque Aphrodite sorriu sensualmente - Infelizmente não dessa forma, passos de bebê.
Me concentrei em disfarçar meu constrangimento enquanto ela vasculhava a bolsa e tirou de lá um MP4 antigo e fones de ouvido. Ela se levantou e improvisou um rabo de cavalo para afastar o cabelo do rosto, antes de se virar para me olhar, os olhos brilhantes e ansiosos.
— Me honraria com uma dança?
— Aphrodite, eu sou a pior dançarina do mundo... - comecei a recusar, mas ela parecia tão feliz que também me coloquei de pé.
— Não é tão complexo, vem - ela estendeu a mão e eu peguei relutantemente - O fio do fone de ouvido não vai muito longe então você precisa ficar perto, aqui. Vou compartilhar com você a minha música.
Peguei o fone e coloquei no ouvido, ela colocou o outro lado e então se concentrou em procurar a música. Assim que as batidas começaram eu deixei uma risada escapar, era o tipo balada que meu irmão costumava escutar e dançar feito louco pela casa quando o padrastotário não estava, nunca imaginei que seria o tipo de Aphrodite. Ela entrelaçou os dedos nos meus e tinha um sorriso malicioso nos lábios quando começou a se mexer e me mover junto.
— I know a girl - ela cantou sem fazer questão de parecer afinada e me fazendo rir mais - She gets what she wants all the time...
Busquei minha memória e sem ter certeza de que cantava certo tentei acompanha-la:
— Cause she's fine - revirei os olhos com humor e ela simulou beijinhos em minha direção - But for an angel, she's a hot, hot mess.
— Eu realmente sou quente! - ela cantou.
No refrão Aphrodite já estava fazendo o melhor para me girar e nós duas dançávamos e cantávamos sem ritmo nenhum, praticamente gritando "She's So Mean". Nala e Malévola se afastaram, provavelmente não querendo estar ligadas á duas doidas.
Parecíamos doidas, mas estávamos felizes. Tão felizes.
A próxima crise poderia esperar um pouco.
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