Herdeira da Lua escrita por Julipter, Julipter


Capítulo 11
Capítulo Onze – All’inizio del calendario lunare


Notas iniciais do capítulo

Eaí, pessoal? Tava pensando em fazer uma lista com a tradução dos títulos dos capítulos, o que acham? Aliás, perceberam que os capítulos da Itália tem o título em francês, e os do Matteo italiano?



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Matteo

Os pais de Matteo sempre tiveram escritórios separados. Mesmo lidando bem com negócios (diferente de como lidavam com a família), eles diziam que era mais fácil para se organizar dessa forma. Separados.

E não é que separados eles funcionavam muito melhor mesmo?

Enfim, o ponto é que o pai já havia desocupado seu escritório. Era grande, tinha uma boa acústica e uma estante – agora vazia. Matteo encontraria alguma função para ela.

Lucy foi a primeira a chegar.

O elevador foi um grande aliado na parte de carregar todas as peças da bateria lá pra cima.

Lucy falava apenas o suficiente, com sorrisos tímidos. Seu namorado era mais falante.

—João. – Ele se apresentou, quando entraram pela última vez no escritório. – Não me apresentei ontem.

—Ah, beleza. Matteo. – O moreno apontou para si mesmo. – Você mão estuda no Pedro II, né? Nunca te vi por lá.

—Não, o colégio eu já terminei. Tô cursando dança na Belas Artes. Conheci a Lu quando ela foi visitar a universidade. Aliás, tenho que fazer um trabalho hoje... Acho que não vou ficar muito.

—Ela não fala muito, né? – Matteo ligou os amplificadores, e João sentou no banquinho da bateria.

—É, mas eu ouço muito bem, Niara.

O cabelo cor-de-rosa invadiu o novo espaço de ensaio.

Matteo riu.

—Você é inofensiva. – Ele disse. – Caramba, pensando nisso, a Lice vai te irritar...

Foi a vez de João rir.

—Se essa aqui fosse inofensiva, você não precisaria de mim hoje.

Achei que tivesse a ver com o medo de palco dela...

—É difícil me irritar. E... Eu gosto da Alice. – Lucy deu de ombros.

Então elas se conhecem mesmo!

Alguém bate na porta.

—Falando no Diabo. – Matteo fez uma careta, e os dois riram.

Ele foi até a porta enquanto Lucy e João voltavam pra sala.

Alice e Téo.

—Chegaram juntos?

—Não enche. – Resmungou Alice, carregando seu teclado.

Matteo pensara por um tempo que ela não sabia falar, só resmungar.

—Téo! – uma voz aguda exclamou.

Então, um garotinho de cabelos pretos passou feito Wally West pela sala, em direção ao cara na porta.

Sim, Wally West. Matteo disse que ele é o Barry Allen, verdadeiro Flash, sendo assim, o caçula é o só o Kid Flash.

Téo abriu os braços e pegou  Pedro no colo, mesmo ele estando bem grandinho e um tanto pesado. Matteo sabia disso porque o menino sempre pedia para ser girado até ficar tonto. E quem podia negar um pedido desses?

Ele esquecera desse detalhe. Pedro costumava gostar muito de Téo.

—Por que você não vem mais aqui? Sabia que eu já fechei os dois primeiros Assassin’s Creed? – Pedro questiona. E é claro que pronunciou o nome do jogo errado.

—Ah, sabe como é, carinha... – Téo diz, como se fosse o cara mais legal do mundo.

—Ah, eu sei sim. Ás vezes, meu irmão é um mané. Um babaca. Um Zé roela. Um...

—Já entendi, Pedrinho. Eu sou o pior. Nunca mais vou te contar histórias.

E Matteo contava as histórias mais incríveis que podia imaginar, sempre que Pedro não conseguia dormir, porque a luz do escritório da mãe ficava acesa a noite toda e sussurros raivosos ecoavam de lá.

Téo soltou Pedro, que fez carinha triste para o irmão.

—Não. Nada de histórias até segunda ordem. Agora vai terminar a sua lição.

—E depois eu posso ouvir vocês?

—Daqui em diante, - Matteo sorriu. – pode ouvir sempre.

—Se isso durar! – Alice gritou do pseudo-estúdio-de-ensaio-e-antigo-escritório.

Sempre otimista.

—Você não me disse se queria só que eu cantasse, então trouxe o baixo.

Os dois andavam em direção ao estúdio, onde Lucy e Alice conversavam e João estava no telefone. Ele desliga, vai até Lucy e lhe dá um selinho.

—Tenho que ir. – Ele diz.

—Mas eu não...

—É só fechar os olhos. Feche os olhos. – Lucy respira fundo e faz que sim com a cabeça.

—Falou, pessoal.

Alice diz tchau e eu e Téo acenamos com a cabeça.

Simpático demais.

—Bom, voltando – Matteo virou-se para Téo. – Acho que todos vamos cantar. Então, você vai tocar o baixo também. Só não sei se a Lucy canta.

—Não canto. Não. Ainda não. – A menina de cabelo rosa diz de prontidão.

—Tuuuudo bem. Vamos pra sala? Precisamos discutir umas coisas antes.

Todos se dirigem á sala, menos Matteo, que vai para a cozinha.

—Sabe, - diz Téo, aparecendo de repente. – Vi aquela francesa gata lá embaixo. Ela mora aqui.

Matteo fez que não com a cabeça, confuso com o que pensar.

Ele não sabia se estava feliz por Itália estar lá, ou triste por se lembrar de que ela chamava atenção de outras pessoas.

—E o nome dela é Itália. – Matteo informa, jogando uma cerveja para o aminimigo.

Quando volta pra sala, Julia, Leo e Adrien estão lá. É quase uma festa.

—E aí? – Ele cumprimenta, mas Julia parece decifrar o que ele realmente queria dizer.

—Ela recebeu uma ligação importante. Já está subindo. – Ela sorri. Hoje, a menina usava um macacão que devia ir até os pés, mas ela dobrara na altura dos calcanhares, e uma camiseta branca. Um par de all stars azul. O cabelo solto como sempre, com os fios para todas as direções.

E sim, eu adoro descrever as roupas da Julia. São incríveis.

Adrien o olhou e sorriu, depois acenou com a cebeça. Matteo soube que aquilo era um obrigado, e que não receberia muito mais em gratidão, mas estava satisfeito.

Matteo entregou cervejas para Alice e Lucy, que logo depois comentou que não bebia. Ele questionou todos, voltou pra cozinha e retornou com refrigerante para si mesmo, para Lucy e Leo, e duas cervejas para Julia e Adrien.

—Veja só, ela bebe cerveja. – Téo comenta para Julia, com um sorriso provocativo.

—Ela também pode jogá-la na sua cabeça. – Diz Léo, parecendo mais corajoso do que realmente é.

Téo estava de regata, e dava para ver as tatuagens ao longo de um dos seus braços relativamente musculosos, o que poderia ser um tanto intimidador para quem não o conhecia, e muito para quem conhecia.

—Ela também pode se defender de comentários estereotipados sozinha! – Julia intervém, depois dos dois começarem uma discussão.

—Ah, calem a boca! – Alice quase gritou.

Lucy revirou os olhos.

—Eu não vim aqui pra isso. – Ela falou, tão baixinho que Matteo só identificou porque conseguiu ler os lábios dela.

—O sofá é grande, dêem espaço para os três.

Téo bufou quando Leo sentou ao seu lado. Leo fez cara feia. Julia entrara numa conversa muito interessante com Adrien, e parecia encantada com qualquer coisa que saía da boca dele.

—Por que você chamou esse pessoal? – Téo reclamou.

—Você nem estava a fim, por que veio? – Alice perguntou a ele.

—Téo precisa do dinheiro. – Matteo disse.

—Dinheiro?

—É só ele que vai receber por isso?

—Que diferença faz, gente? – Lucy pressionou as têmporas.

—É, eu preciso do dinheiro. Diferente de você, que nunca precisou de nada!

—Vamos mesmo falar disso agora?

—Julia, você ta me ouvindo?

—Ah, foi mal Léo, o que disse?

—SAI DE CIMA DE MIM LEONARDO!

—Porra, Adrien, troca de lugar comigo!

Cara, eu queria que Thiago e Flávia estivessem aqui.

Alguém bate na porta. Ninguém dá importância, exceto Matteo, que corre até lá, pedindo aos céus que seja ela.

—Itália! – Ele, exclama, alto, e todos ficam em silêncio por um segundo. Um mísero segundo. Então recomeçam.

(...)

Como uma deusa em meio aos seus fiéis, Itália anda até o centro da sala, depois que Matteo explica a situação. Um a um, quando ela passa, vão se calando. É inacreditável.

Mesmo com as trancinhas e aquela saia amarela.

—Certo. Vocês perceberam como é macio esse tapete? – Ela diz, e como se fosse a coisa mais normal do mundo, sentando no tapete. Com perninhas de índio. – Não seria demais se algumas pessoas desse sofá se dignassem a sentar no belo, macio, felpudo e confortável tapete? No melhor tapete do mundo?

Ela não conseguia evitar o sotaque nos R. Era simplesmente encantador!

Lucy ri fraquinho, e desce do sofá, sentando-se no chão como Itália. Na outra ponta, Téo e Julia fazem o mesmo.

No sofá ficam Matteo, Alice, Adrien e Léo. Itália está bem de frente para Matteo, com as costas no hack da TV.

—Agora. Vocês já se testaram? – Itália pergunta. Alice faz cara de “como assim?”, e ela continua. – Tentaram cantar juntos? Uma música sequer? Pra ver se... Funcionam como banda.

Como se o mundo fosse alheio, Téo cutuca Julia com o ombro.

—Afinal, ta fazendo o que aqui, nerd? – Ele diz com um sorrisinho debochado.

—Você está falando comigo? – Ela responde, com a mesma expressão, mas seu tom de voz lembrava vagamente a mulherzinha do Google.

—Matteo disse que precisávamos resolver coisas antes de tocarmos. – Lucy respondeu a pergunta de Itália.

—Mas não vai ter nada para resolver se vocês não tiverem sintonia. Vamos lá, chanter. Sem instrumentos mesmo. Aqui, agora.

Olharam para ela com cara de quem não entende a piada.

—Ela disse cantem. — Falou Adrien.

Todos ficaram em silêncio pelo que pareceu uma eternidade.

—Hã... Vocês conhecem “Pra Você Guardei o Amor”, do Nando Reis? – Julia sugeriu.

Itália e Adrien trocaram olhares. É claro que não conheciam a música, mas tudo bem.

Então, Téo sorriu (sim, ele sorriu!) e começou a cantar.

 

Pra você guardei o amor que nunca soube dar

O amor que tive e vi sem me deixar sentir

Sem conseguir provar

Sem entregar

E repartir

Diferente de Matteo, a voz de Téo soava sem rouquidão, limpa e suave. Quando ele parou, Alice já estava pronta para continuar.

Pra você guardei o amor que sempre quis mostrar

O amor que vive em mim vem visitar

Sorrir, vem colorir solar

Vem esquentar

E permitir

 

Matteo se esquecera que como Alice cantava bem. Pense nela arrasando no teclado. Ah, ele se lembrava do porque de ter gostado dela. Dando continuidade, foi a vez dele de cantar.

Quem acolher o que ele tem e traz quem entender

O que ele diz no giz do gesto o jeito pronto

Do piscar dos cílios

Que o convite do silêncio exibe

Em cada olhar

E no refrão, os quatro cantavam juntos. Até a Lucy, baixinho e escondido, mas a voz dela estava lá, soando por trás do sorriso.

Guardei

Sem ter porquê

Nem por razão

Ou coisa outra qualquer

Além

De não saber como fazer

Pra ter um jeito meu de me mostrar

 

Achei

Vendo em você

Explicação

Nenhuma isso requer

Se o coração

Bater forte e arder

No fogo o gelo vai queimar

 

O resto da música, todos cantavam, com exceção de Itália e Adrien, que apenas balançavam a cabeça, sorrindo bobamente.

—É. – Itália suspirou, alegre. – Isso vai dar certo.

E todos sorriram, e Matteo olhou para o corredor que levava aos quartos, e Pedro estava ali, com um sorriso maroto e a câmera na mão. Voltou correndo para o quarto.

—Até que ela não canta mal. – Matteo comentou para Alice, que lhe deu língua.

Itália estava certa. Ele não botou muita fé no começo, mas caramba, eles realmente funcionavam juntos. Matteo podia se ver refazendo laços com Alice e fazendo as pazes com Téo. Podia ver Lucy soltando a voz um dia, e podia ver Itália, Thiago, Flávia, Julia, Leonardo, e até Pedro fazendo parte disso.

Estou sonhando. Sonhando demais.

Esperança em doses altas nunca é muito bom.

—Ok, - Itália se pronunciou. – antes de vocês começarem a ensaiar, quero esclarecer umas coisas. De início, vai ser um teste. Não vão receber nada por isso. Tudo bem?

Todos assentem, e Téo permanece sério mesmo quando Matteo lhe lança um olhar do tipo filho da mãe.

—Se percebermos que estamos lucrando graças a vocês, podem discutir um salário.

Itália não parecia ela mesma falando isso.

—Eu não decidi nada disso gente, contei ao Henri sobre a minha ideia e to dizendo o que ele me disse. – Ela riu. – Não que eu não tenha uma noção básica dessas coisas.

—Antes de terem um primeiro show, precisam estabelecer um público. – Julia acrescenta. – Eu posso divulgar.

—Tenho uns amigos que acho que podem ajudar com isso. – Matteo sorriu, pegando o celular e mandando mensagens para aqueles dois.

Flávia queria cursar publicidade. E – além de Pedro -, Thiago podia tirar fotos.

Uma bela colaboração.

(...)

Temos um problema.

O escritório era grande, mas eles estavam em oito pessoas.

Oito e meio. Com o Pedro.

 Julia e Itália ficaram dentro do estúdio improvisado. Pedro também.

A mãe de Matteo já estava planejando derrubar aquelas paredes mesmo. A porta do escritório dava direto para a sala, então o ambiente ia até melhorar. Mas, por enquanto, estava meio complicado.

Eles estavam tocando Eduardo e Mônica da Legião Urbana, variando os vocais entre Téo e Alice.

—Ficou muito bom! – Itália bateu palminhas.

Não tão bom quanto essa regata em você, Matteo pensou.

Cale a boca, cérebro inútil.

—É, ficou sim. Mas é só violão, praticamente. – Julia disse, em sua perfeita crítica. – Por que não tentam Paradise, do Coldplay? Tem bateria, piano...

—É uma boa. – Matteo faz que sim com a cabeça.

—Não sou bom no inglês. – Téo abaixa a cabeça.

Isso é vergonha?

—Eu canto, tudo bem. – Matteo responde. – Fica no baixo.

Eles conversaram um pouco, e logo começaram a tocar.

—Pedro? – Itália chamou. O garotinho olhou para ela e sorriu. – Grava isso.

Téo e Alice substituíram o violino do início da música original com o teclado e o baixo. Lucy arrasou na bateria, Matteo conhecia a letra muito bem e usou a guitarra muito pouco. Eles deviam ter planejado, mas logo depois que Matteo cantava Para-para-paradise, os outros três completavam com Ooo-oh ooooh.

Itália deu um sorriso aberto, animadíssima. Pedro começou a pular. E Julia sorria com satisfação, sem mostrar os dentes.

—A Rainha da Bateria, minha gente! – Matteo exclamou para a garota de cabelos cor-de-rosa, que ficou com as bochechas vermelhas, mas também sorria.

—Pessoal, chega mais! – Leo gritou da sala.

—Eu tive uma ótima ideia! – Uma voz conhecida por Matteo soou.

—Flávia?!

—Eu recebi a sua mensagem...

(...)

A ideia da maluca consistia em:

Ela distribuiu papeizinhos para todos os presentes.

Cada um devia escrever o nome de um artista barra banda.

Depois faríamos eliminações.

Segundo ela, a banda devia começar com covers para não haver risco do ódio imediato. Depois, podiam vir as músicas autorais.

—Certo. – Matteo disse, revirando o pequeno pote com os papéis. – Tô com medo disso. Tudo bem. – Ele tirou um papel. – Foo Fighters.

Leo sorriu.

—Foi você? – Julia perguntou. Ele fez que não com a cabeça.

—Essa é minha. – Lucy disse.

Todos encararam ela.

—Que foi?

—Sei lá, tem... Um unicórnio na sua blusa. – Foi Téo quem disse.

—E...?

—Tudo bem. – Matteo deu de ombros. – Acho que podemos tocar Foo Fighters.

—Claro. – Falou Alice.

—Por que não? – Téo.

—Beleza. Próximo. – Matteo tirou o papel. – Simple Plan. Não, não e não.

Desencadeou-se uma discussão. Alice gostava de Simple Plan, Téo não via nada de errado, Lucy não participou da discussão e, no fim, entrou na lista.

Eles não sabiam quem tinha escrito.

Em seguida, veio Engenheiros do Hawaii, colocado lá pelo Téo. Na lista.

Adrien escreveu Queen, mas no fim todos concordavam que eles ainda não estavam prontos para tocar Queen.

Nando Reis pela Julia e James Bay pela Flávia entraram na lista.

Red Hot Chilli Peppers e Titãs foram adicionados.

Faltava um.

—Sabrina Carpenter. – Matteo anunciou. – Sério, Lice?

—Ela é ótima! Tem músicas muito, muito boas e...

—Eu sei, você me mostrou todas as possíveis. – Ele a interrompeu. – Mas...

—Errado. Ela lançou um novo álbum, sério, ta incrível. Por favor. Eu posso cantar.  É importante pra mim.

Matteo suspirou e olhou para os outros dois integrantes da banda. Lucy sorriu como quem sente pena e assentiu. Téo deu de ombros.

—Tudo bem. – Ele cedeu. – Última coisa, depois vocês podem ir embora. Um nome pra banda.

—Arco-Íris! – Lucy disse, levantando um pouco a voz. Depois corou. – Desculpe.

—Eu pensei em algo como... Matteo e Os Outros.

—Que tal Matteo com Ossos Quebrados? – Téo cerrou um punho e o mostrou para o colega de banda.

—Beagles. – Disse Leo. – Eu tenho um beagle! E isso podia ser uma referência aos Beatles.

Todos negaram com a cabeça.

—Ah, qual é? O que você acha, Itália? – Ele balançou as mãos na frente do rosto dela.

Itália estava alheia a conversa devia fazer uma meia hora.

—Ela foi pro mundo da lua de novo.

—Pro mundo da lua? – Adrien riu. – Como eu costumo dizer, ela já é Herdeira da Lua.

—Isso! – Téo sorriu, apontando pra Adrien. – Esse aí é ótimo!

—Herdeiros da Lua? – Alice fez uma cara estranha.

—Não! – Ele levantou os braços aos céus, como se pedisse misericórdia. – Lua.

—Lua. – Lucy sorriu.

—Somos a Lua? – Matteo pergnuntou, esperando que Alice concordasse.

—Somos a Lua.

(...)

Ás vezes, o teto do meu quarto parece muito interessante.

Assim que todo mundo foi embora – na verdade não todo mundo, pois Flávia ficara mais uma meia hora, explicando que estava brigada com Thiago, reclamando do que ele fez de errado. Aí Matteo foi obrigado a consolá-la como sempre, e dizer que falaria com o amigo como sempre, e dar o sermão de que ela e Thiago já haviam sido melhores amigos e que eles deviam saber como conversar e lidar com seus próprios problemas, como sempre – Matteo fez comida para ele e Pedro. O mesmo foi dormir, ele tomou um banho, e agora estava na cama.

As coisas estavam estranhas. Bem, diferentes. De um jeito bom.

Tudo começara tão copiosamente tediante e previsível, como se ele já soubesse o que ia acontecer pelo resto do ano. Mas ele não sabia. Não sabia que conheceria uma garota francesa de olhos coloridos que mudaria toda a sua rotina e mudaria os motivos pelos quais ele sorriria durante o dia. Não sabia que ele a encontraria onde costumava ir para tomar café, que lhe apresentaria músicas ou dançaria com ela. Não sabia que ela seria cheia de ideias malucas e seria tão maluca também, ao ponto de convencê-lo a executá-las. Convencê-lo a formar uma banda com um ex-amigo, uma ex-namorada e uma menina estranha que adorava unicórnios. Ele não sabia de nada disso.

E era o fato de não saber também o que estava por vir, que o deixava tão feliz.


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