Purgatório escrita por Mah e Deh


Capítulo 2
Vamos começar a aula.


Notas iniciais do capítulo

juro que não sei de onde eu tiro essas ideias



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Ana Alice abriu os olhos, estava mais alarmada dessa vez. Ficou aliviada quando percebeu que enxergava, apesar de pouco. Sua vista estava embaçada e ela não via claramente. Seus olhos focaram em uma silhueta em sua frente. Ela sabia que não era Sazaki e sabia que estava em outro lugar. Diferente do outro, esse lugar era extremamente branco. O borrão foi ficando mais nítido e Ana conseguiu ver uma mulher. Seus cabelos eram negros e iam até a cintura. A moça usava um vestido cor de pele até o joelho. A expressão de seu rosto transparecia serenidade. Aproximadamente tinha trinta anos, mas ela sabia que poderia ser bem mais. Afinal, ela estava no purgatório, as pessoas de lá envelheciam? Ela não sabia.

— Não estou permanecendo aqui no purgatório, Ana – sua voz era suave e era música para os ouvidos da loira. – Apenas serei sua instrutora.

Os cantos do lábio da mulher se curvaram e Ana Alice se sentiu tão calma naquele momento que seu coração parou de disparar.

 - Mas como você sabe que eu pensei isso? – ela notou.

O sorriso dela alargou mais.

— Tente não perguntar muito, minha querida – ela disse. – As criaturas aqui não terão paciência com você.

Ana Alice engoliu em seco.

— Mas eu tenho tantas perguntas – ela respondeu. – Preciso que alguém as responda.

— Você vai sabê-las, querida, com o tempo. – ela disse. – Meu nome é Kaya e eu vou te guiar de vez em quando aqui. – ela riu.

— Acho que vou precisar. – ela respondeu suspirando.  

— Venha comigo então, Ana – Kaya disse suavemente, enquanto andava para frente.

Ana Alice começou a segui-la, o coração novamente voltando a bater rápido. De repente um rápido pensamento passou pela sua cabeça. Se eu estou morta por que meu coração está batendo?, ela se perguntou.

— É apenas uma ilusão – Kaya respondeu. – Não está batendo de verdade.

Ana Alice achou aquilo tão estranho que arregalou os olhos, mas resolveu não perguntar mais nada, ela percebeu como os seres ficavam irritados com a pergunta.

— Tome cuidado ao chegar lá – Kaya a alertou. – Você pode não ter um coração, mas caso te perfurem nesse local você morrerá.

Ana Alice franziu o cenho, completamente confusa.

— Mas eu já estou morta – ela comentou. – Então, se me perfurarem aqui para onde eu vou?

Kaya sorriu.

— Muitos dizem que a pessoa deixa de existir – ela respondeu.

Ana Alice engoliu em seco ao ouvir isso.

— Mas não é o que eu acredito – ela disse como se sentisse o medo que isso causou em Ana Alice. – Somos eternos, nunca morremos para sempre.

— Entendi – ela assentiu com a cabeça.

De repente o lugar que era todo branco começou a apresentar outras cores. Cores mais acinzentadas e tristes e de repente Ana Alice não estava mais tão calma assim. Seus olhos encontraram os de Kaya que ainda sorria suavemente.

— Tenha fé, querida – ela disse.

De repente Kaya parou de andar, logo em frente ao lugar que começou a aparecer. Ana Alice imaginou que teria que continuar sozinha. A loira olhou para ela, sua imagem se dissipou em alguns segundos. Ana respirou fundo.

 Ana Alice se deparou em um lugar estranho. Ela não sabia descrever como era. Era gigante parecendo não ter fim. Apesar de enxergar com clareza, o lugar era escuro e cinzento. Algumas pessoas gemiam em agonia parecendo sofrer. Ana continuou andando cada vez mais apavorada com o que via. Logo em frente ela viu uma porta branca. E de algum jeito ela sabia que precisaria entrar nela, como se pertencesse ao que tinha dentro dela. E foi o que ela fez. A loira empurrou a porta lentamente e viu uma sala de aula.

— Peraí, quê? – ela se ouviu perguntando.

Cadeiras por todo o lado, as paredes brancas e um quadro negro com giz. E não podia faltar, é claro, os alunos. Diferente de sua escola, as pessoas pareciam apavoradas, apesar de algumas apenas parecerem ranzinzas e muito infelizes. E ela ficou apenas segurando a maçaneta da porta, encarando os pares de olhos, sem reação.

— Você não vai entrar? – uma voz ao seu lado a pegou de surpresa.

 Ana Alice virou a cabeça para o lado e seu queixo caiu. Era uma professora. Claramente uma. Ana Alice se perguntou se ela estava em coma e estava imaginando tudo aquilo. Era uma senhora baixinha, com os cabelos grisalhos e olhos cinzentos.

— Ahn – ela gaguejou. – Tá – e ela entrou, fechando a porta atrás de si.

Sentou na única cadeira vazia e ficou encarando a professora, sem conseguir olhar para as pessoas ao redor dela. Aquilo era apenas bizarro. Por que diabos ela estava ali? Ela não deveria estar em um mar de lava sofrendo pelo resto da eternidade?

— Pelo jeito o purgatório é um pouco diferente de sua percepção – a professora comentou analisando ela. – Não se preocupe, irá se acostumar.

A professora começou a caminhar até em direção á sua mesa e Ana Alice achou ter a ouvido sussurrar “ou não”.

— Nos primeiros momentos você vai se sentir bem confusa. – a professora se sentou. – Não se lembrará de nada.

Ana Alice franziu o cenho.

— Eu deveria me lembrar de alguma coisa? – ela perguntou. – Pode me explicar, por favor?

A senhora abriu um sorriso amarelado.

— Você conhece todas as pessoas que estão nessa sala, senhorita – ela disse. – Menos eu.

Após ter ouvido isso, Ana Alice arriscou olhar para os outros alunos, um por um. Todos pareciam angustiados.

— Não, não conheço ninguém – ela afirmou. – Me diga o que eu tenho que lembrar.

— Houve um apocalipse, senhorita – a mulher respondeu. – Todos morreram. Você está nessa sala porque morreu aqui.

— Morri na escola – ela concluiu. – Mas por quê? O que vai acontecer aqui?

— Vocês todos vão pagar pelos seus pecados – ela respondeu. – Aqui vão aprender a serem pessoas melhores.

Todos continuaram em silêncio.

— Infelizmente, alguns irão piorar – ela comentou.

Ana Alice ainda estava com milhões de perguntas na cabeça.

— Aprender como? – ela perguntou.

A professora abriu um sorriso.

— Vocês vão nos ajudar a combater demônios – ela respondeu.  – Está acontecendo uma rebelião, logo terá uma guerra. Vocês nos ajudarão.

Ana Alice só conseguia pensar em como sua vida estava ficando ridiculamente confusa.


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Notas finais do capítulo

proximo cap vai começar os treinamentos

que?

pois é, também não sei



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