P.O.V: Silena :  Carousel

October, 31th 2014

   Acordei cedo neste dia, afinal Halloween é a minha data favorita. Eu sempre amava comemorar e enfeitar minha casa. E bem, com toda certeza este Halloween seria um dos melhores.

   Levantei da cama rapidamente e logo fui tomar café. Minha mãe e meu padrasto estavam lá. Mamãe cortou um pedaço de bolo e o deu para mim. Sorri em forma de agradecimento.

   - Mãe, este Halloween eu e minhas amigas vamos comemorar na casa do Jackson. – falei.

   - Quais das suas amigas?

   - Annabeth, Reyna, Thalia, Clarisse, Piper e Hazel.

   - Já te falei que não gosto de você perto da família Chase. Não são de confiança.

   - Eu não ligo. Elas também são minhas amigas. Agora eu vou para a aula. – disse – Ah, e me empresta seu cartão de crédito? Para eu comprar minha fantasia.

   - Se cuida, minha linda. – dizendo isso ela beijou minha testa e entregou seu cartão.

   Entrei no carro de Reyna, já que ela me daria carona. Enquanto ela dirigia, eu e Annabeth conversávamos animadamente sobre a festa. Quando chegamos, nós três fomos ao encontro das outras garotas. Encontrei Clarisse conversando com Luke Castellan. Annie e Rey se despediram de mim para falar com Piper e eu fui até Clari. Ela estava rindo de algo que ele disse. Quando os dois me viram, ela se despediu e falou:

   - Oi Silena! Preparada para a festa de hoje?

   - Bonito ele, não é? – perguntei.

   - Bem... Sim, por quê? – perguntou ela.

   - Ele não é pro seu bico. – alertei.

   - É... Porque está me dizendo isso? Você gosta dele?

   Ri com seu comentário.

   - Não minha querida. – falei.

   - Para todo caso, eu não gosto dele, só como amigo.

   - Que bom, porque um cara popular nunca gostaria de você. – a avisei.

   - Como... Eu? – falou ela sem graça.

   - É. Gorda. – falei.

   Ela abaixou o olhar, triste. Não queria deixá-la assim, mas não podia a iludir.

   - Mas calma, isso tem solução. E afinal, não está tão mal assim. – falei.

   Ela deu um leve sorriso. Peguei sua mão e juntas fomos para a aula.

   Após a aula, fomos eu e minhas amigas para o shopping no carro de Reyna. Eu tinha que admitir, elas sabiam escolher roupas bonitas. Encontrei uma roupa perfeita para mim, de vampira. Eu literalmente me apaixonei por ela. Comprei a maquiagem e fui para o caixa. Quando estava saindo, vi que uma garota bonita, de feições asiáticas, olhava intensamente para uma roupa de dark doll. Até que ficaria bem nela.

   - Ficaria bem em você. – falei.

   - Obrigada. Estou pensando em comprá-la. Só precisava de uma opinião. – falou ela indo até o caixa.

   - É nova na cidade? – perguntei.

   - Sim. Cheguei hoje.

   - Vai à festa do Jackson? – perguntei.

   - O Jackson Wittermore? Claro que sim. Não perderia uma festa dele por nada. – falou ela rindo.

   - Se quiser companhia, eu e minhas amigas podemos ser ótimas amigas. – convidei.

   - Obrigada linda. – disse ela de um jeito extremamente irritante. – Mas EU faço meus próprios amigos. Não preciso de ajuda nenhuma. Ah, e eu soube das suas amigas. Quer uma opinião? Vocês não chegam nem aos meus pés. Cuidado para não se meter no meu caminho.

   Ri do que ela disse.

   “Espere só” pensei “Você não faz ideia do que eu sou capaz”.

   Olhei para o seu nome escrito na carteira dela. Drew Tanaka. Ela até que merece esse nome ridículo.

   - Cuidado, Drew Tanaka. – a alertei – Eu mando aqui. Eu sou a rainha desta cidade. Não ouse se meter comigo e muito menos minhas amigas, porque senão querida, eu te deixo cega. E não pense que estou brincando.

   - Não tenho medo de você. – falou ela. Coitadinha.

   - Não me interessa se tem ou não. Você DEVE ter. Porque eu posso acabar com você. Não se meta no MEU caminho. – falei e saí.

   Encontrei minhas amigas e todas nós fomos para a minha casa se arrumar. Quando chegamos, eu fui para o meu quarto arrumar as coisas enquanto elas conversavam. No meio das minhas maquiagens, encontrei um papel perto de uma boneca diferente, de porcelana.

“Silena, Silena. Está fazendo muitos inimigos. Agora é minha vez de te torturar.

— S”

   Resolvi guardar a mensagem. Fiz a maquiagem das minhas amigas e logo depois eu me arrumei. Estávamos incríveis. Eu com minha roupa de Vampira, Piper de Pocahontas, Hazel de Egípcia, Annabeth de Arlequina, Reyna de Bruxa, Clarisse de Hatsune Miku e Thalia de Batgirl.

   Quando chegamos, vi um cara louro perto de sua BMW cumprimentando todo mundo que entrava na festa. Fui até Jackson e o chamei.

   - Jackson!

   - Silena! Uau, vocês 7 conseguiram se surpreender. – falou ele – Bem, tenho que ir. Lydia deve estar me esperando.

   Entramos na festa. O som era muito alto, e o clima estava aterrorizante. Era assim que eu gostava de uma festa de Halloween. Sorri ao ver o clima da festa.

   Vi Charles no fundo. Sorri mais ainda e fui até ele.

   - Hey Baby! – falei o puxando para um canto mais afastado da festa.

   - Silena! Você está linda, como sempre. – falou ele sorrindo. Ele estava muito lindo.

   Sorri junto com o mesmo. Mas infelizmente eu não podia ficar muito tempo com ele.

   - Vou ter que ir. Bem, te vejo depois Charles. – falei e o beijei.

   Saí da festa às escondidas e entrei em um parque de diversões abandonado. O local era macabro. Me sentei em um dos cavalos do carrossel e mandei uma mensagem de socorro para minhas amigas.

   “Hora de fazer este Halloween mais animado” pensei sorrindo.

   Mandei uma mensagem para Jackson me ajudar na pegadinha. Ele disse que estaria aqui em 10 minutos.

   Um tempo depois, vi minhas amigas indo ao meu encontro. Mas então senti algo me agarrando e me puxando à força do cavalo em que estava sentada. Senti o carrossel começar a girar. Comecei a ficar enjoada, sentia que iria vomitar. Parecia que aquele carrossel não pararia nunca. Até que Reyna me tirou de lá.

   Mas infelizmente, não aguentei e vomitei tudo o que eu tinha comido até agora.

   - Silena! – falou Thalia desesperada.

   - Silena! Respire! – falou Piper.

   - Vamos te levar a um médico! – falou Hazel.

   Enquanto Annie dirigia, as outras tentavam me acalmar.

   - O quê aconteceu? Quem era aquela pessoa mascarada? Você está bem? – perguntou Reyna.

   - Na verdade, eu tinha feito uma brincadeira com vocês. Mas acho que deu errado. – falei rindo sem graça.

   - O quê? – falou Annabeth – Para quê fazer isso?

   - É Halloween, Annabeth.

   - Mas isso não quer dizer que tem que nos matar de susto.

   Chegamos ao hospital. Não tinha muitas pessoas no local, então rapidamente fui atendida. O médico, que pelo nome no jaleco se chama Apolo veio até mim e disse:

   - Silena Beauregard, certo? Então querida, eu dou a notícia só para você, ou dou para as suas amigas também?

   Do quê ele está falando?

   - Ãhn... Só para mim. Depois eu digo a elas. – falei.

   - Okay. Parabéns querida, você está grávida. Dois meses. – falou ele.

   Não era possível!

   Não tinha como isso acontecer!

   Eu não poderia estar grávida, não agora!

   - Por favor, guarde segredo, okay?

   - Mas... Por quê? – perguntou ele.

   - Só... Não conte.

   Voltei para casa agoniada. Elas me perguntaram o que era, mas eu disse que era um mal-estar. Entrei em casa e encontrei minha mãe no sofá.

   - Aconteceu algo? – perguntou ela – Está abatida.

   - Mãe – falei chorona a abraçando – Aconteceu algo.

   - O quê, querida? – perguntou ela.

   - Estou... Grávida – falei baixinho.

   Ela me olhou assustada.

   - Sabe o quanto pode prejudicar o seu futuro? Você vai abortar.

   - Não! – falei – É meu filho! Vou cuidar dele!

   - Tudo bem. – falou ela – Mas quando precisar de mim, não venha chorar.

   Fui para o meu quarto. Havia uma mensagem com um batom rosa no espelho.

“É tão fácil para mim estar bem perto de você. Lembre-se, eu estou de olho, e sei do seu segredo.

— S”

   A pessoa que me puxou naquele carrossel é S?

   Não estava acreditando.

   E ainda sabia da minha gravidez.

   Apaguei rapidamente a mensagem e deitei na cama.

   - Toma esse copo com água e açúcar. – falou minha mãe entrando no quarto.

   - Obrigada. – falei tomando tudo. Mas eu senti um gosto estranho – O que tem nessa água que está com um gosto horrível?

   - Me desculpe querida – falou ela – mas eu precisava fazer isso. Você não pode ter essa criança.

   Ela colocou algo na minha água para eu abortar?

   Ela realmente fez isso?

   Comecei a sentir uma dor na barriga. Corri para o banheiro. Era sangue.

   Eu realmente o perdi.

   - Como pôde? – falei mais para mim mesma do que para ela.

   - Me desculpe.

   - Não sei se vou conseguir desculpá-la.

   Depois de um tempo, eu finalmente consegui dormir.

   Em pensar que um dos dias mais animados para mim, agora era o mais triste.

   Resolvi, de alguma forma, atrair S até mim. Se ele está sempre por perto, eu faria ele ficar mais ainda, até eu saber quem é. Porque não um encontro?

   Bem, foi o que eu fiz. Eu iria tirar esta história a limpo. Nem que fosse a última coisa que eu fizesse.

   Quando cheguei ao local olhei ao redor, à procura de alguém naquele beco. Mas, não achei nada. Nada!

   Somente uma mensagem em vermelho.

   Obviamente, de S.

“Não tão cedo vadia. Você só descobrirá quem sou quando eu te matar.

— S”

   Olhei mais uma vez a mensagem. Só iria dar um fim nisso quando eu morresse.

   Minha única opção era fazer o que S queria.