Ah, It's a Wonderful Life escrita por ShiroYuki


Capítulo 3
Escolha errada?


Notas iniciais do capítulo

Primeiro eu quero pedir desculpas pela demora pra postar, foram quase dois meses (um mes e três semanas...), eu não esqueci ou abandonei a fic, apenas tive muita coisa pra fazer de uma vez só e quando pude dar atenção a fanfic novamente as minhas ideias foram embora.
Pelo menos na semana passada a criatividade decidiu aparecer e eu consegui terminar o capítulo... eu não postei antes porque a minha beta precisava dar uma lida pra aprovar antes, eu me recuso a postar antes dela ler rsrs
Não quero prolongar isso, então vamos para o que importa!



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Marinette POV

Após conhecer as salas de reuniões e apresentações seguimos para meu ateliê, tinha enviado várias instruções por mensagem para Alya, aquele lugar deveria que estar impecável para a visita de Natalie, ela apenas queria dar uma olhada no meu local de trabalho, não era nada que influenciasse na decisão tomada, apenas para me conhecer melhor.

Respirei fundo antes de abri a porta, não podia dizer que Alya conseguiu arrumar tudo, mas com o pouco tempo que teve ela fez um ótimo trabalho, Natalie a cumprimentou e logo começou a fazer anotações em sua prancheta.

— Vejo que não tem um manequim masculino...

— Não, eu estou entrando agora na moda masculina.

— Entendo... nós vamos disponibilizar uma quantia para que você possa providenciar um ainda hoje.

— Certo, quais as medidas?

— Você vai trabalhar com as medidas de Adrien Agreste, ele é o modelo masculino da nossa empresa, infelizmente eu não tenho como te passar hoje, mas vou pedir que ele venha para que você mesma tire, nós também precisamos atualizar nos nossos dados, então deixe uma cópia com ele.

— Tudo bem.

Ela consultou o relógio e abriu uma agenda, pegando um envelope.

— Preciso ir, aqui está um código de acesso, use quando for comprar o manequim na loja XModels, ele também pode ser usado na maioria das lojas de tecidos de Paris, até mais.

— Até...

— Caramba, eles não têm medo de abrir a mão! – Alya veio até mim.

— Desculpas com o orçamento não podem existir – ri.

Sentei na minha mesa analisando os Sketches que tinha feito dias antes, e comecei a fazer uma lista de compras, queria que minhas criações ganhassem vida o quanto antes, quando dei por mim por mim já estava desenhando mais um modelo.

Ocasionalmente respondia as mensagens que recebia de Nath, ele estava empolgado que logo entregaria o trabalho finalizado para o produtor do novo desenho, ele não parava de agradecer a ajuda que eu dei com as roupas.

Alya colocou uma xicara de café na mesa e se afastou com outra xicara na mão, pegou o celular na bancada e distraída começou a mexer sentada no sofá, a cena era tão agradável que me senti obrigada a registrá-la, procurei uma folha limpa e comecei a desenhar minha melhor amiga.

Ambas estávamos tão concentradas que assustamos quando a campainha tocou, Alya prontamente foi atender a porta, devia ser alguém que ela conhecia, pois ela começou a falar muito animada.

— Adivinha quem veio fazer uma surpresa! – Alya disse animada entrando no meu campo de visão.

Nem tive tempo de responder, Nathaniel apareceu trazendo um lindo buque de rosas, sorri diante da cena, ele havia mandado mensagem dizendo que ficaria o dia todo no seu ateliê terminando os desenhos.

— Ontem eu só te levei para jantar e acabei não comprando nada...

— Não seja bobo, não precisava de presente.

Apesar de dizer isso eu já estava com o buque nos braços procurando um vaso para colocá-lo, Alya veio ao meu socorro e cuidou das flores no meu lugar, no instante em que ela colocou o arranjo na bancada a campainha tocou novamente.

Levantei e fui até a porta, pelo olho magico vi dois homens conhecidos, o quase namorado de Alya, Nino, e o meu modelo, Adrien, abri e pedi que entrassem e ficassem à vontade.

Quando os garotos se viram não pude deixar de notar que eles estavam mais do que surpresos em se encontrarem.

— Quanto tempo Nathaniel! – Adrien foi o primeiro a falar.

— Sim, muito – ele respondeu tímido.

— Vocês se conhecem? – Perguntei.

— Ele é o modelo que eu te falei ontem, que estudou comigo.

Diante o comentário Adrien também pareceu tímido coçando a nuca constrangido.

— É muito bom que tantos homens tenham aparecido, vamos precisar da ajuda de vocês nas compras – Alya avisou.

— Você só me explora! – Nino reclamou.

— Fiquem à vontade, vou preparar mais café... – disse recolhendo as xícaras que Alya trouxe.

Queria acreditar que era impressão minha que o clima estava um pouco tenso, me perguntava o motivo disso enquanto esperava a agua ferver, eles não pareciam ter uma relação ruim, mas algo não estava certo naquela sala.

Estava remoendo teorias na minha cabeça quando alguém me abraçou por trás, o susto foi tanto que quase derramei todo o café que tinha acabado de colocar na garrafa térmica.

— Nath...

— O que ele está fazendo aqui?

— Eu preciso das medidas dele para as minhas roupas – respondi sincera.

Ele me soltou o suficiente para virar de frente para ele.

— Você nunca fez roupas masculinas.

— Eu decidi fazer uma coleção... – corei diante da revelação, mas eu precisava fazê-la em qualquer momento – para você... todos na companhia Agreste gostaram e por isso me contrataram.

— Não podiam ter mandado as medidas?

— Natalie disse que também precisavam atualizar e por isso ele precisava vir até aqui.

Senti seu abraço mais forte e retribui.

— Desculpa, estou morrendo de ciúmes, eu sou tão patético!

— Eu não acho.

Trocamos um beijo carinhoso e levamos o café para a sala, servi todos e sentei ao lado de Nath segurando sua mão, Adrien desviou o olhar quando viu, o que fez Nath colocar mais pressão nas nossas mãos.

Assim que todos terminaram levantei e chamei Adrien para o quarto das modelos, onde eu tirava a medida e/ou as ajudava a se vestirem, eu sabia que muitas delas não se importavam em mostrar o corpo, mas mesmo assim eu não conseguia deixar que elas se despissem na sala onde a janela era enorme e vivia aberta para aproveitar a iluminação natural.

Adrien me seguiu sob o olhar constante do meu namorado que estava mais do que preocupado com a situação, encostei a porta e peguei a fita métrica, pelo canto do olho pude perceber que ele estava envergonhado.

— Isso é mais constrangedor com você corando desse jeito – disse rindo sem graça.

— Eu sinto que nunca vou me acostumar com isso...

Inclinei a cabeça confusa.

— Você não gosta de modelar?

— Na verdade agora eu não me importo mais, mas no começo eu odiava.

— E porque você continua?

— Meu pai sempre fez questão que eu fizesse as propagandas da companhia.

— E você nunca contou a ele como se sente?

Parei na frente dele com a fita métrica e meu bloco de medidas.

— Não! Eu tento ser o filho perfeito para ele se orgulhar.

— Isso não parece ser algo inteligente a se fazer, você deveria fazer apenas o que tem vontade.

Ele pareceu deprimido com minha frase e eu me amaldiçoei por não ter controlado minha língua.

— Eu... – ele parecia estar se esforçando para colocar em palavras o que estava sentindo – eu nunca tive a oportunidade de fazer algo que realmente quero.

— E o que você quer fazer?

— Viver.

— Isso é um pouco vago...

— Eu sei, desculpe falar sobre algo tão ridículo, vamos começar.

Nos encaramos por alguns segundos antes de eu começar a tomar suas medidas, isso levou algum tempo, precisava de medidas detalhadas para conseguir fazer todas as peças de roupas possíveis, enquanto eu anotava não trocamos uma palavra e ele continuava com a expressão triste.

— Terminei, eu vou só copiar suas medidas para outra folha, pode me esperar lá fora.

Ele acenou com a cabeça e foi em direção a porta, eu não aguentava mais vê-lo daquele jeito e quando ele tocou a maçaneta eu disse:

— Sobre o que falamos, não é ridículo então se precisar de alguém para desabafar eu vou ouvir tudo e no que for possível vou te ajudar.

Ele não se virou, continuou segurando a maçaneta, eu não sabia dizer o que ele estava pensando ou sentindo e depois do que pareceu uma eternidade ele agradeceu com um simples “obrigado” e saiu.

Respirei fundo para acalmar o meu coração que começou a palpitar com aquele momento de tensão, sentei me concentrando nos números à minha frente e de forma automática os passei para outra folha.

Quando sai do quarto pude ouvir a voz de Alya:

— Sempre que vamos começar uma coleção nova compramos mais tecidos do que podemos carregar, vocês realmente vão quebrar um galho para gente!

Ri só de lembrar que na última coleção meu ateliê parecia mais uma loja de tecidos do que uma oficina de costura, meus pais precisaram nos buscar na loja e juraram nunca mais me ajudar com as compras.

Isso chamou a atenção de Nath que se virou para mim.

— Tudo pronto?

— Sim, podemos ir agora...

Adrien estava de carro e nos levou para várias lojas onde comprei todos os tecidos e acessórios que usaria, os garotos eram perfeitos cavalheiros e não nos deixaram carregar peso algum, por fim passamos na loja indicada por Natalie para comprar o manequim com as medidas de Adrien, que seria entregue em dois dias.

No fim do dia as únicas pessoas com alguma disposição éramos eu e Alya, pedi que ela fizesse companhia aos garotos enquanto eu preparava um rápido ratatouille para agradecer ao trabalho duro.

Meus pais eram padeiros, por isso eu tinha muita intimidade com a cozinha e logo estava pronto, coloquei a mesa e os chamei para jantar, todos apreciaram o prato e teceram vários elogios, eu sabia que era um exagero, eu tinha improvisado naquele jantar.

Ao terminar nos despedimos e eu agradeci mais uma vez pela ajuda, Adrien levou Nino e Alya embora, ele ofereceu levar eu e Nath, mas recusei, queria passar um tempo sozinha com meu namorado.

— Hoje foi bem agitado – comentei quando começamos a caminhar.

— Fiquei muito surpreso de encontrar Adrien, fazia muitos anos que não nos víamos.

— Eu não esperava que vocês se conhecessem, no fundo Paris não é tão grande assim...

Seguimos de mãos dadas calmamente por alguns segundos.

— Eu sei que ele é legal, mas eu não consigo deixar de sentir ciúmes dele.

Encarei seus olhos, ele estava envergonhado de seus sentimentos, o que o deixou adorável, sem saber o que dizer o envolvi em um abraço apertado, meu ato o pegou totalmente desprevenido e ele demorou alguns segundos para retribuir.

— Eu... eu amo você... por isso fico inseguro... – ele sussurrou ao meu ouvido.

— Eu também amo você.

Ficamos alguns minutos abraçados curtindo o carinho que emanava desde simples gesto e depois fomos para casa conversando sobre banalidades, quando cheguei tomei um banho demorado e deitei, estava tão cansada que dormi quase imediatamente, a última coisa que veio a minha mente foi... o rosto abatido de Adrien.

Acordei confusa, durante a noite tive sonhos desconexos e estranhos, o que me deixava angustiada e despertei várias vezes, respirei fundo tentando trazer boas energias para melhorar.

Sentei na cama e peguei o celular para verificar minha agenda, não tinha nada que merecesse nota, me arrastando tomei banho e depois fui para o ateliê onde passei o resto da manhã sentada encarando folhas em branco e repassando os desenhos que já tinha feito, a inspiração tinha me deixado sem aviso.

Já tinha perdido quantas vezes tinha suspirado, a súbita falta de inspiração estava me frustrando e eu nem ao menos podia começar a confeccionar os desenhos prontos já que eu não tinha o manequim.

Peguei o celular quando ele vibrou, era uma mensagem, e finalmente naquele dia um sorriso surgiu em meus lábios, Nath tinha acabado de entregar seus desenhos por isso estava livre e queria almoçar comigo, mais que depressa respondi que adoraria, peguei minha bolsa e sai, ainda tinha um tempo, mas não aguentava mais ficar enfurnada, precisava respirar um pouco.

Fui para uma praça perto do restaurante combinado, sentei na grama sob a sombra das arvores, o dia estava muito agradável, as crianças acompanhadas dos pais brincavam no playground próximo, suas risadas, as vozes alegres eram muito mais reconfortantes do que poderia ter imaginado, continuei observando, vi pessoas passeando com seus cachorros, alguns minutos assim foi o suficiente para recarregar minhas energias, levantei e fui ao encontro do meu namorado.

Estava quase chegando quando recebi outra mensagem, Nath estava pedindo para eu ir para o ateliê dele no lugar do restaurante que costumamos comer, apesar de estranhar a situação alterei o caminho que estava fazendo.

Quando entrei o vi sentado encarando alguns desenhos, ele estava com a cabeça apoiado nas mãos, a cena era a pura imagem da decepção e fez meu coração se apertar, com cautela fui até ele.

Aproximei rapidamente e toquei seu ombro, o senti estremecer com o leve susto, mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa perguntei:

— Aconteceu alguma coisa?

— Três personagens foram reprovados e terei que recomeçar do zero e entregar o quanto antes.

Disse sem nem ao menos olhar para mim, ele estava realmente abalado com a reação dos produtores e sem dizer nenhuma palavra o abracei por trás.

— Não desanime, eu tenho certeza que você vai conseguir.

Ele balançou a cabeça levemente e segurou minhas mãos, sem saber o que falar apenas intensifiquei meu abraço querendo passar todo meu sentimento para ele, eu queria que ele sentisse melhor, já bastava eu estar com o humor estranho pela manhã.

Após alguns instantes o beijei na bochecha antes de me desvencilhar carinhosamente e me dirigir para a cozinha, enquanto preparava um macarrão a carbonara lançava olhares em sua direção avaliando seu estado e não pude deixar de sorrir ao notar que ele parecia um pouco mais animado.

Como eu não queria atrapalhar sua concentração inventei que tinha compromissos durante a tarde e deixei o ateliê, mas como na verdade não tinha nada para fazer decidi ir até o shopping, observar as vitrines era uma das minhas atividades favoritas, gostava de fazer anotações mentais sobre os conjuntos e sobreposições.

Estava olhando uma manequim particularmente elegante quando fui chamada por uma voz conhecida:

— Marinette!

Virei na direção da voz para constatar que era Adrien, eu corei um pouco vendo o correr em minha direção tão animado.

— Oi... Hm... O que você está fazendo aqui? – Perguntei sem conseguir esconder minha curiosidade.

— Na verdade estou um pouco atrasado, vai ter um evento da companhia no último andar, para o lançamento da nova coleção...

Quase não acreditei quando ele disse isso, tinha acabado ser contratada e por isso não fazia ideia do que apresentariam para a temporada uma vez que só participaria da próxima.

— Você parece interessada, quer me acompanhar?

Mordi os lábios apreensiva sem saber o que responder, esse gesto não passou despercebido pelo loiro, mas ele não falou nada, pesei as coisas rapidamente, era apenas um evento da companhia, estávamos no meio do shopping rodeados por pessoa e era uma ótima forma de conhecer os outros estilistas.

— Por que não? – Respondi por fim.

Logo eu descobriria porque seria melhor ter recusado o convite...


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Notas finais do capítulo

Na parte que a Marinette está encarando os desenhos e folhas em branco foi praticamente o que eu passei quando fiquei sem imaginação essas semanas e a frustração dela era a minha, lamentável.
Mas vamos parar com essas lamentações, eu sei que mesmo de má vontade vocês vão me desculpar (assim espero)...
Nesse capítulo já coloquei uma interação maior entre nossos lindos protagonistas e no próximo vai ser mais ainda, o que me deixa muito triste, porque eu estou muito arrependida de ter colocado a Marinette namorando o Nathaniel, eles são muito fofos juntos e toda vez que eu penso que ela vai quebrar o coraçãozinho frágil do Nath eu me sinto o pior ser humano na face da terra!!
Mas fãs do nosso gatinho não se desesperem, eu não pretendo deixá-lo longe da ladybug ♥
Enfim, nos encontramos no próximo capítulo!