MELLORY — entre Deuses e Reis escrita por Lunally, Artanis


Capítulo 67
Perdão de Amom




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impressões diversas, características diferentes e relações duvidosas.

MISE — PERDÃO DO LEÃO

Serena e Miguel caminhavam lado a lado pelo corredor minimamente iluminado. Eram conduzidos em parte por seus instintos, mas a Alfa conseguia sentir a presença de Amom em um lugar próximo. Um elo espiritual ligava os dois. Uma porta aberta no final do caminho convidava os visitantes a entrarem no interior de uma saleta, um tanto quanto mística.

— Serena? – Uma voz ao fundo murmurou, quando sentiu a proximidade da mulher. Ela conseguia distinguir aquela sonoridade penetrante. Com toda certeza, era seu deus.

— Leão. – Ela fez uma pequena reverência formal e desconfortável. A divindade estava péssima, parecia um boêmio em potencial. Os cabelos dourados estavam desgrenhados e as roupas amassadas. Nãos se parecia com um espírito de uma besta poderosa.

— O que faz aqui, Dama do Sol? – Ele parecia não estar a parte dos últimos acontecimentos.

— Eu e meu marido viemos por um chamado dos deuses, pensei que o senhor soubesse.

— Entendo. Mas, por que veio me ver? Pensei que me desejasse morto. – Perguntou cético, bebericando um copo de uísque. Seu ato parecia ser insolente, uma vez que desrespeitava em parte o solo sagrado no qual ele pisava. A mãe natureza com certeza deveria estar um tanto raivosa com a presença de bebidas em seu templo.

— Você está péssimo! – Comentou a morena tentando desviar o assunto. – Se continuar assim, os dragões terão porque se gabar. – Completou tentando provoca-lo.

— Não me importo. – Disse o leão entediado. – Pelo menos, eles fundaram um reino próspero.

— Pelo equilíbrio, Amom! – Invocou a preminiana. – Erga-se para que possamos nos reconciliar apropriadamente. Não vou apertar a mão de um ser depressivo sem o mínimo de orgulho. – Sua excentricidade típica ressoando de sua voz rouca.

Os olhos do deus brilharam. Levantou-se animado e esperançoso e perguntou mais uma vez. – Irá me perdoar?

— Obviamente. – Ela consentiu, arrancando um suspiro do homem loiro a sua frente. Miguel apertou de leve a mão dela, dando a entender que concordava com sua decisão. – Quem sou eu para julgá-lo? Não passo de uma simples humana, sem poder algum e que necessita da proteção do meu patrono.

— É uma sábia escolha, minha querida. – Amom depositou um beijo cálido na mão da Alfa e a puxou para um abraço caloroso. – Não sabe como suas palavras me fazem feliz.

— Senti saudades. – Ela disse baixinho.

— Eu também, minha dama. Eu também. – Ele concordou.

REUNIÃO NA SALA DAS ALMAS

Amom abriu a porta de cristal e Serena com Miguel entraram logo atrás dele na estrutura. Ficaram surpresos com a sala e com a quantidade de gente, logo reconheceram Lunally e Hatori. O leão todo exibido foi para seu lugar, abandonando os humanos na entrava do vão eterno. Os escolhidos se reuniram no pedaço de chão que tinha, bem em frente a ponte de mármore que se estendia pela sala decorada de verão.

—Que isso? — Miguel questionou escandalizado.

— Parece que são todos os deuses. — explicou Hatori, que deduziu pelas circunstâncias.

Uma sensação de conforto e relaxamento pairou o lugar. A imagem que ficava no fundo do local começou a se mover, piscando, movendo a boca. Era a imagem da mulher verde, o equilíbrio. Ela parecia gentil e amável, pairava o olhar em todos os cantos para observar os deuses que ela criou e os humanos que ela amava.

— Vamos fazer o que pediu. — afirmou a deusa cobra, uma mulher elegante, de cabelos brancos, olhos cinza. Parecia Dhiren em versão feminina. Ela trajava uma tônica branca. Mas tinha uma fala ríspida e seria. Era como se fosse militar. Era difícil deduzir mais do que isso, ela era um mistério.

— Já estava na hora que acabar com essa palhaçada! — reclamou o macaco. Ainda em forma animal, sua voz era grossa e ele falava de forma claro, como se cada palavra fosse penetrada na cabeça de quem ouvia. — Cada deus retornara para seu reino e seremos patronos de lá novamente. Tudo bem equilíbrio? — falou de forma desleixada, parecia que se achava superior à mãe natureza. Ele era estranho, era como se estivesse nem ai, mas quisesse resolver tudo.

— Desta vez, não vamos abandonar eles mais. — prometeu Amom. Estava contente, tinha sua rainha de volta e seu reino, nada poderia estragar seu humor. — Até porque foram eles que nos salvaram. — estendeu a mão para os quatro humanos — escolhidos — no final da sala.

Todos os deuses os olharam, alguns contentes, outros chateados, alguns até com nojo e raiva. A mãe natureza sorria, não tinha cara de quem estivesse com raiva, talvez fechar a floresta era algo para proteger os humanos. Até porque a floresta sempre foi assim. Os olhares incomodaram os quatro, que não entendiam ainda muito bem o objetivo daquela “reunião”.

— Mas do que obrigação. — protestou o tigre. — Depois da triação que fizeram. — fitou de soslaio a raposa recém-reencarnada. Esse deus parecia incrivelmente mal humorado.

— Por Constância! — gritou Kalisse, ela não levava desaforo, de forma alguma. — Agora que devem ficar do lado de seus devotos, assim, eles iram melhorar, esqueçam o maldito passado, ou voltem para ele e morram dormindo nessas pedras! — com a fala da ruiva muitos protestaram na sala. A raposinha até poderia estar sendo boa, mas não mudou muito. Os escolhidos não sabiam o que fazer diante daquele alvoroço.

A cara da pintura da mãe natureza ficou braba e fez vários trovões e raios na sala até todos calarem a boca. E assim aconteceu, um silencio constrangedor se fez presente, era humilhante ter que pedir silêncio para os patronos do mundo. Dá porta que tinha embaixo da pintura, a que Dhiren e Caius não deixaram Hatori e Luna entrar, saiu um animal, rosa, gordinho, com duas orelhas fofas e com um caderninho.

— Como mediador dos deuses, eu vou anotar os nomes do que vão voltar para os reinos. — a coisa fofa anunciou. Seus olhos pretos por completo encararam os humanos. Sorriu e voltou a olhar para o caderno que segurava.

Deus por deus ia sumindo e no lugar da forma divina ficava uma flor de lótus.  A criatura rosa ia anotando os nomes. Alguns sentaram, pois não iam voltar ainda. Eram poucos os que ficaram. E os deuses em questão: Raposa, Dragões, Leão e Cervo, gritaram:

— Tchau! Vamos para o templo de nossos reinos, nós vermos depois! — e assim sumiram, foram os últimos a sair.

— Está na hora de saírem. — o animal rosa sentenciou, apareceu do lado dos humanos. Lunally pulou em cima de Hatori de susto, olhou para frente e o bicho não estava lá. Como veio para cá tão rápido?

— Só mostrar o caminho. — respondeu Hatori com falta de educação não gostou da forma que o gordinho falou com eles. Lunally tentou sair de cima do Hatori, mas esse a apertou. A menina olhou brava para ele e cochichou nervosa “Me solta” e Hatori a depositou no chão com “Ok!Ok!”.

Miguel pareia uma criança vendo um brinquedo novo ia tocar no bicho, mas Serena bateu na mão dele repreendendo. Puxou o marido para sair com ela.

Os quatro se encontravam de fora do templo como se tivessem sido despejados. Ainda assimilavam o ocorrido. Mas ficaram aliviados de alguma forma.


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